sábado, 2 de abril de 2016

O ataque a Dom Odilo Scherer e a crescente histeria anti-comunista no Brasil.


Foto – Dom Odilo Scherer.

No dia 24 de março de 2016, em missa realizada na Catedral da Sé em São Paulo, o cardeal Dom Odilo Scherer foi atacado por uma mulher que acusou não só ele como também a CNBB (Congregação Nacional dos Bispos do Brasil) de serem comunistas. A dita cuja gritou “Você é a CNBB (organização essa que recentemente se posicionou contra a agitação golpista contra Dilma e o Partido dos Trabalhadores) são comunistas infiltrados; não podem fazer isso com a minha Igreja! ” e, em seguida, arrancou a mitra de Dom Odilo e o jogou no chão. Com a ajuda das pessoas ao seu redor, Dom Odilo se levantou, seguiu caminhando e abençoando as pessoas na catedral lotada. O incidente em questão aconteceu durante a missa dos Santos Óleos, que abre as celebrações do tríduo pascal.
No ano passado, o cardeal gaúcho e 19º bispo de São Paulo (ao qual nós prestamos solidariedade) foi alvo de uma polêmica da parte do astrólogo metido a filósofo Olavo de Carvalho (vulgo Sidi Muhammad Ibrahim). Na ocasião em questão, Dom Odilo disse que o PT não era um partido comunista, tal como muita gente apregoa. Olavo de Carvalho, do alto de sua tacanhice costumeira, raivosamente respondeu em um vídeo no YouTube, dizendo que por ter dito isso o cardeal gaúcho deveria ser excomungado da Igreja, que sua batina é uma farsa, que ele é um católico de mentira e ainda o desafiou para um debate (além de chama-lo de “mentiroso”). Dom Odilo respondeu dizendo que a acusação em questão é uma “piada de mau gosto”.
Primeiro de tudo, que moral o Olavo de Carvalho (o qual segundo o Nova Resistência não passa de um pseudo-intelectual atlantista[1]) tem para dizer uma coisa dessas? Ele, que durante muitos anos era membro da tariqa[2] de Frithjof[3] Schuon, mas que hoje vive bancando o islamofóbico raivoso pró-Israel e pró-Estados Unidos nas questões relativas ao Oriente Médio. Pelo visto, para ele, um bispo, clérigo, padre ou prelado digno de respeito é alguém que compartilhe o ranço e a histeria anti-comunista de fundo macarthista que ele advoga (como é o caso do padre Paulo Ricardo). Isso a fala raivosa dele deixa bem evidente. Além do fato de que Olavo não se toca (e talvez nunca se toque) que existe uma diferença abissal entre a pessoa se dizer comunista e entre dizer que o Partido dos Trabalhadores não é comunista. Nesse ponto, o cardeal gaúcho está certíssimo. Pois se tem algo que o Partido dos Trabalhadores, desde que assumiu o Palácio do Planalto na virada de 2002 para 2003, mostrou na prática não ser é um partido comunista. Muito pelo contrário. E motivos que corroboram com o raciocínio de Dom Odilo não faltam:
1 – Desde que assumiu o poder, o PT nunca chamou o povo brasileiro para uma luta e fez um governo muito mais voltado para as classes dominantes que para as classes subalternas. Em outras palavras, governou muito mais para a Avenida Paulista que para a Cidade de Deus ou o Vale do Jequitinhonha;
2 – No campo, não fez a reforma agrária e ainda mancomunou-se com os barões do agronegócio, a ponto de hoje ter Kátia Abreu, notória ruralista e conhecida popularmente como “Miss Motosserra” e “Rainha do Desmatamento”, como a ministra da agricultura;
3 – Sua política social em momento algum mexeu com os privilégios dessa mesma classe dominante, bem diferente, por exemplo, das reformas de base do presidente João Goulart (isso para ficarmos em um exemplo nacional e que nem comunista era). Muito pelo contrário, esses anos todos, o PT apostou em um modelo de conciliação de classes que agora está esgotado e já não tem a mesma utilidade de antes para essa mesma oligarquia (que no nosso país é quem detêm o poder de fato);
4 – O PT manteve a mesma política macroeconômica do governo FHC (1995 – 2003), baseada no tripé superávit primário, meta de inflação e câmbio flutuante (assim como as altíssimas taxas de juros e as privatizações);
5 – Jamais estatizou banco algum, os quais por sua vez tem tido lucros cada vez maiores aqui no Brasil através do pagamento religioso dos juros e amortizações do serviço das dívidas interna e externa (os quais beneficiam apenas uma malta de indíviduos obscuros ligados ao sistema financeiro internacional, os quais por sua vez fazem da dívida um meio de assalto ao estado brasileiro). E ainda nomeou pessoas ligadas a esse mesmo sistema para a presidência do Banco Central, como foi o caso de Henrique Meirelles e do Chicago Boy Joaquim Levy;
6 – Jamais criou em terras tupiniquins um grande sistema de saúde e educação públicas;
7 – Aplica aqui no Brasil o mesmo receituário de austeridade que a Troika[4] impõe sobre os países periféricos da União Europeia, tais como Grécia, Itália, Espanha, Portugal e Irlanda (comumente chamados de PIIGS na grande mídia). Receituário esse que consiste em apertar o cinto na barriga do povo para garantir os lucros exorbitantes de banqueiros e outras obscuras figuras ligadas ao sistema financeiro internacional (e que aqui no Brasil ganha o elegante nome de ajuste fiscal). E isso mesmo em tempos de crise econômica e nem que para isso o povo tenha que ter seus direitos retirados e passar fome e inanição;
8 – Nunca fez uma auditoria das dívidas interna e externa (que é uma demanda constitucional), tal como Rafael Correa fez no Equador em 2007. Pelo contrário, a própria Dilma vetou a iniciativa de se fazer auditoria dessa mesma dívida no começo do ano;
9 – Nunca reverteu com a privataria[5] feita durante os governos Collor e FHC (e de quebra aqueles que entregaram o patrimônio público durante esse período nunca foram submetidos a juízo público);
10 – Nenhuma medida foi tomada contra o capital multinacional aqui estabelecido (tal como Brizola fez no período em que foi governador do Rio Grande do Sul, quando estatizou as filiais gaúchas da ITT[6] e da Bond and Share);
11 – Nunca fez uma versão tupiniquim da Ley de Medios, no que poderia tornar menos desigual a guerra de informação com os grandes oligopólios midiáticos, e nem criaram de meios de comunicação mais direta com o povo;
12 – Nunca puniu na Comissão da Verdade os empresários que apoiaram o golpe de 1964 e o regime que dele se originou, apenas alguns torturadores de baixo escalão;
13 – Sob o governo petista, uma lei anti-terrorismo foi promulgada, que na prática torna movimentos sociais como o MST, o MTST e outros como verdadeiros equivalentes tupiniquins de grupos como o Estado Islâmico, a Al Qaeda e o Boko Haram. Lei essa da qual um político como Jair Bolsonaro certamente se regozijaria;
14 – E o que é mais importante: jamais coletivizaram com a propriedade privada e os meios de produção existentes no Brasil. E que ainda tem a empáfia de falar em pátria educadora, sendo que os slogans Pátria Rentista e Colônia de Banqueiros seriam muito mais adequados à atual realidade brasileira.
O fato é que as classes dominantes, de 2003 em diante, não organizaram nenhum movimento similar ao que a velha oligarquia cafeeira fez em 1932 contra Getúlio Vargas para retomar o poder do qual foi apeada dois anos antes. Nesses anos todos também nunca houve um real clima para golpe civil-militar, tal como aconteceu em 1961 (nesse ano frustrada pela enérgica atuação de Leonel Brizola e a Campanha da Legalidade) e 1964. Ou mesmo o fracassado golpe civil-militar contra Hugo Chávez na Venezuela em 2002, protagonizado pela empresa Fedecameras e militares anti-chavistas. Muito pelo contrário. A oposição a Hugo Chávez na Venezuela olhava com bons olhos o modelo petista por seu entendimento com a classe dominante. E isso, aliado ao bom momento econômico global do período anterior a 2008, explica (pelo menos em parte) aquilo que Gilberto Felisberto Vasconcellos, em entrevista concedida a Elaine Tavares em 13 de maio de 2014, chama de “as águas mansas dos governos petistas”. Resumindo a ópera: comparar Lula, Dilma e o PT com líderes como Lenin, Stalin, Choibalsan[7], Mao Tsé Tung, Kim il Sung[8], Enver Hoxha[9], Erich[10] Honecker e outros tantos é, no mínimo, um grande absurdo. Ou mesmo com líderes latino-americanos mais progressistas como Hugo Chávez, Rafael Correa e Evo Morales. E que fique bem claro mais uma coisa: em momento algum, as classes dominantes do Brasil nutriram em relação a Lula o mesmo medo que nutriam em relação ao falecido Brizola.


Foto – os paradoxos do governo petista.

Olavo de Carvalho também já acusou várias vezes o atual presidente norte-americano, Barack Obama, de ser comunista. Isso só por que ele é do Partido Democrata, a esquerda norte-americana. Pelo visto, para ele e sua trupe, esquerda é um bloco monolítico sem suas diferenças internas e sinônimo de comunismo. Sendo que Obama, tal como Lula, Dilma e o PT, também está muito longe de ser comunista. Ele em realidade é um homem do sistema norte-americano, tal como os republicanos que o próprio Olavo de Carvalho tanto apoia. Nada mais que isso. Nunca que na terra do Tio Sam um homem de fora do sistema irá assumir a Casa Branca por meio da via eleitoral. O sistema de tudo fará para barra-lo, nem que para isso tenha que recorrer a fraudes eleitorais e até assassinatos (onde um bode expiatório será culpado por tal ato). Isso será possível somente através de um processo revolucionário que derrube e desmonte o atual sistema de poder norte-americano que manda no país por trás das cortinas, a trinca composta por Wall Street, Pentágono e Federal Reserve (que de federal só tem o nome, diga-se de passagem). Obama fez isso e outras coisas mais em seus dois mandatos de presidência? A resposta é um sonoro não. E é o mesmo Obama que, em seu país natal, é comumente chamado de Uncle Tom pela comunidade negra. Ou seja, um negro subserviente aos brancos.
Gente como o Olavo de Carvalho também costumam acusar o PT de ser bolivariano. Ora, como o PT pode ser considerado bolivariano sendo que pouco ou nada fez no sentido de uma maior integração com as nações latino-americanas e assim romper com a tradicional política externa voltada para a Europa Ocidental e os EUA (sendo que o PT no plano externo foi diversificar um pouco mais as relações exteriores do Brasil, mas que em sua essência continua a mesma de sempre)? Muito pelo contrário, durante a gestão petista o Brasil exerceu uma atuação sub-imperialista[11] na América Latina através dos negócios de diversas empresas em países como Venezuela, Panamá, Peru, Equador, Argentina e tantos outros. O próprio porto de Mariel, situado em Cuba, do qual esses direitistas acéfalos tanto reclamam, não está inserido em um esforço de integração latino-americana da parte do Brasil, e sim de sub-imperialismo brasileiro. Há pessoas dessa mesma direita que falam que o Brasil petista segue a ordens supranacionais advindas do Foro de São Paulo. Sendo que em realidade Lula e sua turma deram nesses anos todos muito mais peso a ordens internas vindas da Avenida Paulista que do Foro de São Paulo.


Foto – Jango x Dilma Thatcher.

Ante isso, queremos aqui chamar a atenção para a crescente histeria anti-comunista que está tomando conta da sociedade brasileira. A histeria é tamanha que recentemente muitas pessoas trajando roupa vermelha foram atacadas nas ruas por turbas desses fanáticos anti-petistas. Também tivemos no dia 29 de março um ataque perpetrado por quatro elementos a casa do jornalista Juca Kfouri (o qual foi chamado por esses sujeitos de “petista maldito fdp”) depois que ele tomou posição contrária ao impeachment da presidente Dilma. Uma pediatra de Porto Alegre recusou-se atender uma criança de um ano e meio só por que a mãe da criança era militante petista (conduta essa que o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul aprovou). E houve também uma petição lançada no site “Citizens Go” intitulada “Carta Aberta aos Bispos do Brasil”, falando de uma suposta influência marxista revolucionária do PT que contamina a sociedade e a Igreja Católica no Brasil. Essa histeria nada mais é que um entulho reciclado do macarthismo e da Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Essa direita comumente usa não só o comunismo como também o bolivarianismo como espantalhos, porretes linguísticos, de forma a desacreditar seus opositores ante a população, geralmente desinformada e alienada dessas questões. Como espantalho retórico, o comunismo assim foi usado no Brasil ainda no século XIX, mais precisamente nos idos de 1856, quando imigrante suíço Thomaz Davatz, que trabalhava na fazenda de Ibicaba, liderou uma revolta de imigrantes (que ficou conhecida na história como Revolta dos Parceiros e/ou Revolta dos Imigrantes) exigindo melhores condições de trabalho da parte dos senhores de terra. A fazenda era de propriedade do senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, que no período entre 1847 a 1857 trouxe cerca de 180 famílias europeias para sua propriedade por meio do sistema de parceria.
O próprio Olavo de Carvalho, em seu vídeo-resposta ao Doutor Pirula sobre a questão das células de fetos abortados que a Pepsi supostamente usa como adoçante (e como ele volta e meia alega), chamou esse mesmo expediente que ele tanto utiliza de “espantalho” e/ou “homem de palha”, que, segundo as palavras do próprio astrólogo, consiste em “você inventa um argumento idiota, interpreta a frase do jeito mais idiota possível e em seguida você refuta nesse sentido e sai todo vitorioso. Você constrói um espantalho que você mesmo criou. Bate nele e diz que bateu em mim”. Em outras, ele hipocritamente acusou o Pirula de fazer a mesma coisa que ele vive fazendo com os referidos termos. E o pior de tudo é ver gente nas manifestações de rua com camisas e bandeiras dizendo que o oráculo da Virgínia tem razão.
Isso também é sintomático do nível de alienação a qual o povo brasileiro está submetido. Segundo o professor catarinense Nildo Ouriques, três instituições comandam esse processo em terras tupiniquins: a universidade, a evangelização e a televisão. Todas elas servindo aos interesses das mesmas classes dominantes ao qual Lula e o PT se mostraram uns cães amestrados e dóceis nesses anos todos. Completando o raciocínio do professor catarinense, eu adicionaria nessa lista um ator de menor expressão, mais “underground”, por assim dizer: Olavo de Carvalho e sua trupe do Mídia Sem Máscara, assim como outros de sua laia que divulgam suas ideais na Internet (e que o povão come sem saber do que se trata realmente). A alienação é tamanha que amplos setores da sociedade tratam a política como se fosse apenas uma questão moral, e assim fazendo a mesma fanfarra com temas como a corrupção que a UDN e Carlos Lacerda faziam nos anos 1950 e 1960 e mais recentemente o PT em seu tempo de oposição, sem tratar das causas profundas dos mesmos. Falam do corrupto petista que volta e meia aparece no noticiário e se indignam com o mesmo, mas fecham os olhos para aquilo que Brizola em vida chamava de “perdas internacionais”. Metaforicamente falando, é como arrancar uma erva daninha de um solo sem arrancar junto a raiz da mesma. E o resultado direto disso é o que vemos nas recentes manifestações da classe média, a qual muitas vezes é erroneamente taxada de fascista (sendo que os termos lacerdista e udenista nela cairiam muito melhor). O ovo da serpente foi chocado. E deste ovo consequências terríveis podem advir. Se futuramente um banho de sangue vir a ocorrer no Brasil, pode ter certeza que Olavo de Carvalho (o qual acha que o povo brasileiro deve repetir aqui o que foi feito na Ucrânia no ano retrasado com o infame Euromaidan) e sua trupe terão uma culpa ao menos considerável nisso e haverão de responder por isso.


Foto – Diga não a Olavo de Carvalho. Crédito: Nova Resistência.

Fontes:
Amarilis Demartini & Caimmy de Sá – O ensaio do golpe da direita globalista no Brasil. Disponível em:
Atlantismo. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Atlantismo
Barack Obama, o Islã e o Comunismo – pt 1/3. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NZnEww1hzlA
Bispo: a CNBB não aceita golpe para tomada do poder. Disponível em: http://www.tijolaco.com.br/blog/bispo-cnbb-nao-aceita-golpe-para-tomada-do-poder/
Brasil: crise financeira ou fiscal? Disponível em:
Cardel Dom Odilo rebate professor que o chamou de comunista: “piada de mau gosto”. Disponível em:
Carta Aberta aos Bispos do Brasil. Disponível em: http://www.citizengo.org/pt-pt/pc/node:nid]-carta-aberta-aos-bispos-do-brasil
Casos de agressão por uso de vermelho se multiplicam; por que autoridades se calam? Disponível em: http://outraspalavras.net/alceucastilho/2016/03/19/casos-de-agressao-por-uso-de-vermelho-se-multiplicam-por-que-autoridades-se-calam/
Congresso aprova projeto de lei anti-terrorismo. Disponível em:
Dom Odílio Scherer é agredido em missa aos gritos de comunista. Disponível em: http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/222599/Dom-Od%C3%ADlio-%C3%A9-agredido-em-missa-aos-gritos-de-comunista.htm
Gastos com a dívida pública em 2014 superam 45% do Orçamento Executado. Disponível em:
Jornalista Juca Kfouri é atacado por mascarados após criticar golpe. Disponível em: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2016/03/jornalista-juca-kfouri-e-atacado-por-mascarados-apos-criticar-o-golpe.html
O enguiço das ciências sociais - Gilberto Felisberto Vasconcellos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cnqFo-gU3aE
Olavo de Carvalho chama Dom Odilo de “mentiroso” e “excomungado”. Disponível em:
Pediatra se recusa a atender filho de militante do PT; sindicato apoia atitude da médica. Disponível em: https://br.noticias.yahoo.com/pediatra-se-recusa-a-atender-filho-de-militante-do-203122857.html
Privatización y Privatería (em espanhol). Disponível em:
Profesor Lupa – Brasil (em espanhol). Disponível em:
PT criado e apoiado pelo General Golbery – A esquerda que a direita gosta. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=BFepmQpbtkg
Quem se esconde por trás do peão? Disponível em: http://libertoprometheo.blogspot.com.br/2016/03/quem-se-esconde-por-detras-do-peao.html
Resposta: o bravo sem trabalho. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=M_ZsFV1V2Mg
Ruy Mauro Marini. Disponível em:
Sobre a incompatibilidade entre universidade e cultura. Disponível em: http://nildouriques.blogspot.com.br/2013/12/sobre-aincompatibilidade-entre.html
Uncle Tom. Disponível em:


NOTAS:


[1] Conceito geopolítico formulado no começo da Guerra Fria, que propõe uma aliança militar entre a Europa e a América do Norte (em especial EUA e Canadá), a qual é acompanhada de uma cooperação nos domínios políticos, econômicos e culturais, com a OTAN sendo uma de suas expressões. Olavo de Carvalho pode ser considerado um atlantista por advogar um alinhamento do Brasil com o bloco geopolítico atlantista.
[2] Confrarias esotéricas do Islã sufista. Seus praticantes são chamados de dervixes. A tariqa da qual Olavo de Carvalho participou fez parte foi a Maryamiyya, da qual ele mesmo foi um de seus membros fundadores.
[3] Leia-se “Fritrriof”, pois no alemão, assim como em idiomas como o polonês, o húngaro, o servo-croata, o holandês, as línguas escandinavas e bálticas, o tcheco, o eslovaco, o esloveno e outros da Europa centro-oriental, a partícula j tem valor de i.
[4] Comissão composta por Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Européia.
[5] O termo privataria é um neologismo que une as palavras privatização e pirataria. Foi criado pelo jornalista brasileiro Hélio Gaspari e popularizado pelo também jornalista Amaury Ribeiro (autor do livro “A Privataria Tucana”, sobre as falcatruas do processo de privatização no Brasil durante o governo Fernando Henrique Cardoso [1995 – 2002]).
[6] International Telephone and Telegraph (em inglês “Telefone e Telégrafo Internacional”).
[7] Leia-se “Tchoibalsan”. No mongol, assim como em idiomas como o russo, o mandarim, o espanhol, o inglês e outros, a partícula ch (cirílico Ч) tem valor de tch.
[8] Leia-se “Sun”. No coreano, assim como no chinês, quando uma palavra termina em consoante esta é muda.
[9] Leia-se “Rrodja”. No albanês a partícula xh tem valor de dj.
[10] Leia-se “Erirr”. No alemão, assim como em idiomas como o holandês, o polonês e o tcheco, a partícula ch tem o mesmo valor do h no inglês, do kh no russo e do j no espanhol: r aspirado.
[11] Sub-imperialismo é um conceito criado pelo finado intelectual marxista brasileiro Ruy Mauro Marini (cuja obra é muito conhecida na América Latina, mas pouco em seu país de origem) para designar a política externa do Brasil (amparada pela burguesia do estado de São Paulo) durante os anos do Regime Civil-Militar (1964 – 1985), onde almejava buscar uma posição hegemônica na América do Sul e em partes da África, atuando como uma espécie de intermediário dos países centrais da engrenagem capitalista mundial e sendo um fator de desestabilização na região (haja vista o apoio brasileiro a golpes como o no Chile em 1973). Da mesma forma as monarquias do Golfo Pérsico exercem uma política similar no Mundo Islâmico (haja vista casos como o apoio dado ao separatismo checheno contra a Rússia e mais recentemente o apoio que esses estados deram a grupos terroristas na Síria e na Líbia contra Assad e Kadaffi). Com a diferença que enquanto a política sub-imperialista do Brasil na América Latina se dá por meio do poder econômico (incluindo negócios de empresas brasileiras em países como Bolívia, Equador, Panamá, Cuba, Argentina, Venezuela e outros), a das petro-monarquias no Mundo Islâmico se dá através da força bélica e ideológica.

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