terça-feira, 28 de abril de 2020

Centenas de crianças "mudaram de sexo"... em nome da tolerância (texto traduzido do russo)


Foto – Monarca La Deus junto de Doutor Keflen e suas criações.
É introduzido nos pacientes por via intravenosa bloqueadores de hormônios, que paralisaram o desenvolvimento sexual deles e influenciaram seriamente na situação de saúde.
Na Grã-Bretanha violentamente forçam as crianças a “mudar de sexo” (VG’: mudança do sexo biológico da pessoa é impossível. Operações e manipulação de hormônios são apenas manipulações incapacitantes do corpo). Nisso eles culparam funcionários do centro especialmente criado Gender Identity Development Service, que se especializa no trabalho com pessoas indecisas com sua orientação de gênero.
Os métodos de trabalho da clínica, sobre os quais contaram à imprensa antigos funcionários dela, chocam. Descobriu-se que injetaram bloqueadores de hormônios nas crianças, que interromperam o desenvolvimento hormonal delas.
Através das mãos de “especialistas” do centro passaram centenas de crianças, escreve o The Times.
Muitas delas foram submetidas a um “tratamento” hormonal, não tendo informações suficientes nem sobre orientação própria, nem sobre o perigo das tentativas de mudança dela.
Mas enquanto alguns cientistas soam o alarme e prestam atenção ao fato de que a eficiência e a segurança do tratamento hormonal não é estudada, outros trabalham no transportador de gênero, incitando os adolescentes à “mudança de sexo”.
“Eu senti que nos últimos dois anos a sensação de que um grande número de crianças corria perigo me manteve no trabalho. Lá eu estava para proteger as crianças do mal...” - disse à publicação um dos funcionários despedidos do GIDS.
Apesar da ampla cobertura na imprensa do perigo da terapia hormonal para mudança de sexo, o número dos que querem fazê-la cresce gradativamente.
Se há nove anos o número de pacientes das clínicas perfazia 94 pessoas, então hoje eles já são 2519. Além disso, o paciente mais jovem tem apenas três anos. https://tvzvezda.ru/news/vstrane_i_mire/content/20190..
NA MÍDIA BRITÂNICA:
Da clínica britânica de mudança de sexo de criança saíram cinco especialistas – disseram que não podem mais ver como fazem as experiências nas crianças.
Dão aos meninos e meninas tabletes hormonais, para parar o amadurecimento sexual. Então passam para outras drogas, ainda mais pesadas.
Os pais trazem as crianças à clínica. Supostamente por que eles não podem determinar seu sexo. O mais jovem – três anos.
Um dos despedidos disse que quis ser despedido dois anos antes, mas fracassou. Sentiu responsável perante as crianças e tentou protege-las de alguma maneira.
Todos que foram demitidos disseram que os forçaram a receitar às crianças tabletes hormonais.
Fonte do texto: postagem no grupo do VK Volk Gomofob/Волк Гомофоб, feita em 15 de abril de 2020.
MEUS COMENTÁRIOS:
Tolerância: o paradoxo dos tempos atuais. Tal paradoxo é muito bem abordado no episódio “O campo de morte da tolerância”, o 14º episódio da sexta temporada de South Park (sobre o qual falaremos em mais detalhes em outra oportunidade em específico), no qual as crianças, pelo simples fato de fazerem objeções ao comportamento do Senhor Garrison (ele, que nas primeiras temporadas do desenho era um homossexual enrustido) depois de assistirem a uma verdadeira aula de sadomasoquismo GLBT, são enviadas primeiro a um museu da tolerância e depois a um campo de concentração da tolerância bem ao estilo nazista. Esse episódio mostra bem o quão são hipócritas esses arautos da tolerância, que dizem promover tolerância e respeito através de comportamentos e métodos repulsivos.
Em nome da tolerância, vemos pessoas aplaudindo coisas como, por exemplo, a presença de jogadores transexuais em competições e ligas esportivas femininas depois que fizeram cirurgia de mudança de sexo. Como é o caso de Fallon Fox, homem transexual que outrora era caminhoneiro e militar estadunidense e que há anos vem lutando na categoria feminina do MMA. E o caso de Tiffany, originalmente homem que também fez tal cirurgia e hoje joga na liga feminina de vôlei. Em nome da tolerância, crucificaram o técnico Bernardinho por ter dito “isso é um homem” e aplaudirem a presença de Tiffany, dizendo que a presença dele na liga feminina é uma forma de combater o preconceito. Quando na verdade isso é uma tapa na cara do bom senso, tendo em vista que homens são muito mais fortes que mulheres, sendo capazes de pularem muito mais alto, darem golpes muito mais fortes e terem um rendimento físico consideravelmente maior que o das mulheres (e pessoas como Tiffany e Fallon Fox são verdadeiras bolachas Oreo em forma humana – podem parecer mulheres por fora, mas por dentro são homens, já que nasceram como tais e viveram muitos anos assim). E exemplos como esse são bem ilustrativos do fato de que a meritocracia, da maneira como é apresentada por ai, é uma grande mentira. A respeito desse assunto, Ana Paula Henkel, ex-jogadora do vôlei feminino, em 2017 disse o seguinte em sua conta no twitter: “não é preconceito, é fisiologia”. E o pior é que se trata da mesma gente que se queixa do Bolsonaro e de sua turma por posições anticientíficas tais como terraplanismo, quando na verdade essas militâncias politicamente corretas não ficam lá muito atrás não. É o sujo falando do mal lavado, literalmente.
E em nome da tolerância, futuramente seremos forçados a aceitar coisas ainda piores, na medida em que os limites da aceitação e rejeição irão cada vez mais se afrouxar. Hoje há quem aplauda a presença de homens transexuais no esporte feminino, e quem é contra é um sujeito preconceituoso, retrógrado e antiquado que vive na Idade Média por determinadas militâncias. Amanhã, o mesmo irá acontecer com formas de vida artificiais que com o tempo irão aparecer, dados os avanços tecnológicos em áreas como robótica, inteligência artificial e engenharia genética. Como por exemplo, as máquinas cibernéticas assassinas de o Exterminador do Futuro, os androides da saga Cell de Dragon Ball Z e os ciborgues do clã Lin Kuei dos jogos da franquia Mortal Kombat. Ou de monstros geneticamente modificados que combinem o DNA de várias criaturas em uma só, como o caso do personagem Wandar (vulgo zebra alada) do seriado do gênero Super Sentai Flashman e das experiências do Doutor Mephisto em South Park. Ou quem sabe os soldados genéticos do Bison do filme Street Fighter – A batalha final (o famigerado filme de 1994, não muito bem quisto pelos fãs da franquia). Soldados esses que, segundo Bison (interpretado magistralmente nesse filme por Raul Julia, em seu último trabalho antes de falecer), depois de saírem do laboratório derrotariam todas as nações e credos e colocariam o mundo inteiro sob a égide de Bison, dando início ao que o próprio Bison chama de a Pax Bisonica.
Se nada for feito hoje contra essa tendência veremos tornarem-se realidades muitos filmes, desenhos e outras tantas produções fictícias. Em outras palavras, a caixa de Pandora está sendo aberta e difícil será colocar todos esses males de volta para o devido lugar, caso nenhum freio seja colocado a essa tendência. E ai esses arautos da tolerância irrestrita e ilimitada estarão diante de um grande dilema, quando diante de nossos olhos tantos personagens virarem realidade. Acharão bonito, em nome da tolerância, que tais formas de vida, por exemplo, joguem na liga masculina de futebol ou de basquete sendo eles mais fortes e com habilidades e sentidos mais aguçados e refinados que humanos normais?
Essa história de crianças que foram forçadas a fazerem cirurgias de mudança de sexo é literalmente algo saído de um filme, e lembra-me muito a história de personagens como o Doutor Keflen de Flashman (que foi raptado no século XVII ainda criança e depois virou um geneticista que criou vários seres mutantes e que renegava sua origem terráquea), os androides 17 e 18 de Dragon Ball Z (que foram reconstruídos como ciborgues pelo Doutor Maki Gero) e dos já citados ciborgues do clã Lin Kuei que aparecem nos jogos da franquia Mortal Kombat, como Cyrax, Sektor, Cyber Sub-Zero, Smoke e Frost. No último jogo da famosa franquia de jogos de luta, há uma passagem que me chama muito a atenção, mais precisamente do capítulo 4: como Cyrax se sentiu dentro de si depois de ter sido reconstruído como máquina, sentindo-se aviltado por dentro por ter sido submetido a tal transformado e desejando voltar a ser um ser humano como era antes. Fica evidente que Cyrax, dentro de si mesmo, sente um incômodo por ter sido reconstruído como máquina que talvez carregue até o fim de seus dias. E talvez esse seja o destino que aguarda a muitos daqueles que fazem cirurgias de mudança de sexo e outras similares com o passar do tempo.
E não preciso nem mencionar o fato de que é por causa de pessoas que aplaudem esse tipo de coisa sob o pretexto de combater o preconceito e em nome da tolerância e da inclusão que existem políticos como Marco Feliciano e Jair Bolsonaro aqui no Brasil, assim como a nível internacional os chamados populistas de direita tais como Matteo Salvini na Itália, Viktor Órban na Hungria, Marine Le Pen na França, Boris Johnson na Inglaterra, Trump nos Estados Unidos e movimentos como AfD e Pegida na Alemanha e o Aurora Dourada na Grécia, entre outros. E se setores expressivos da esquerda brasileira continuarem a agir assim, Bolsonaro pode cair e ser afastado da Presidência da República que daqui alguns anos outro político do naipe do miliciano carioca irá surgir, com retórica similar a dele. E assim sucessivamente.

Foto – O Doutor Maki Gero (vulgo Androide nº 20) em seu laboratório. Será esse o futuro que aguarda à humanidade em nome da tolerância? Estará ele batendo em nossas portas, aguardando que essas portas sejam abertas por nós?
Fontes:
Ana Paula critica Tiffany em caso Bernardinho, que rebate: “para mim, você nem existe”. Disponível em: https://www.lance.com.br/fora-de-campo/ana-paula-critica-tiffany-caso-bernardinho-que-rebate-para-mim-voce-nem-existe.html
Ana Paula critica liberação de trans na Superliga: “não é preconceito, é fisiologia”. Disponível em: https://globoesporte.globo.com/volei/noticia/ana-paula-critica-liberacao-de-trans-na-superliga-nao-e-preconceito-e-fisiologia.ghtml
As frases de Bison. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=nstwNG8MC80
Bernardinho reacende polêmica com Tiffany durante derrota e se desculpa. Disponível em: https://www.espn.com.br/espnw/artigo/_/id/5432754/bernardinho-reacende-polemica-com-tiffany-durante-derrota-e-se-desculpa
Mortal Kombat 11 Capítulo 04 – Subzero e Scorpion, FOGO e GELO (PT-BR PS4 PRO). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=e55xsFIo-l0&t=10s
South Park 6 Temporada Episódio 14 Online. Disponível em: https://maxseries.me/episodio/south-park-6x14/

domingo, 19 de abril de 2020

Factoides contra Lula - Da Operação Lava Jato ao gabinete do ódio.



Foto – Lula e Dona Marisa.
Recentemente, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva foi alvo de mais um factoide: de que sua finada esposa, Marisa Letícia, tinha em vida R$ 256 milhões em aplicações no CBD (sendo que na verdade ela não tinha mais que R$ 26.281,74, segundo o que o próprio Lula apurou pessoalmente no banco). Os autores desse factoide são ninguém menos que Regina Duarte, atual secretária da cultura do governo Bolsonaro, e os filhos do presidente, Carlos e Eduardo Bolsonaro (vulgo Pavão Misterioso e Bananinha, respectivamente). Os mesmos Carlos e Eduardo Bolsonaro que comandam o famigerado “gabinete do ódio”. Tal factoide também foi compartilhado por sites como O Antagonista e outros a favor do governo vigente. E é esse respeito que gostaria de falar no presente artigo: o gabinete do ódio do qual tantos se estarrecem hoje em dia do nada não nasceram.
Desde que iniciou sua carreira política, Lula foi alvo de diversos factoides, tal qual Brizola e tantos outros antes dele. Entretanto, tais factoides se avolumaram nos últimos seis anos desde o início da Operação Lava Jato e sua politicagem travestida de combate à corrupção. A Operação Lava Jato, por meio de seu procurador Deltan “PowerPoint da convicção” Dallagnol acusou Lula não apenas de envolvimento com determinados esquemas de corrupção, como também de ser o chefe deles. De cereja do bolo ainda disse que não tem provas, mas tem convicção dos delitos de Lula. O mesmo Dallagnol que junto com Moro, Palludo e outros, trabalhou no caso Banestado e ajudou a abafar esse mesmo caso no tempo do FHC quando lá apareceram tucanos de alta plumagem como o FHC e o Serra e empresas de mídia – para salvá-los, os laranjas do esquema foram usados como bois de piranha. E assim o maior caso de desvio de divisas para fora do país, que movimentou cerca de meio trilhão de reais, terminou em pizza sob os auspícios dos mesmos juízes e procuradores que anos mais tarde comandaram uma verdadeira perseguição política a Lula e ao PT sob o pretexto de combater a corrupção.
A Lava Jato começou criando uma série de factoides visando desestabilizar o governo Dilma para em seguida derrubá-la e na sequência prender Lula. Prendeu Lula por “atos de ofício indeterminados”, atribuindo ao político pernambucano um tríplex de araque no Guarujá e um sítio de Atibaia que dele não são. Inventaram uma reforma do tríplex que nunca foi feita e usando como provas notas fiscais frias de uma empresa de Curitiba e depoimentos de presos desesperados para saírem da cadeia (como foi o caso de Leo Pinheiro – que inicialmente inocentou Lula). Usou em 2015 um velho conhecido de Sérgio Moro dos tempos do Banestado, o doleiro Alberto Yousseff, para acusar Lula e Dilma de terem conhecimento sobre os esquemas de corrupção na Petrobrás. O mesmo Yousseff que foi condenado a 121 anos de prisão pela Operação Lava Jato e foi solto depois de ter cumprido dois anos dessa mesma pena e que hoje mora em um edifício de luxo no bairro do Ibirapuera, um dos bairros nobres de São Paulo (segundo reportagem publicada no canal Conversa Afiada em janeiro de 2018).  No ano seguinte foi a vez de Nestor Cerveró (condenado a 17 anos de prisão e só ficou preso três anos, a maior parte do tempo em prisão domiciliar) ser usado para dizer que Dilma sabia de propina na compra da refinaria de Pasadena. Depois usou Palocci como trunfo contra Lula. Palocci de início sinalizou que ia falar a respeito dos bancos, do sistema financeiro e de empresas de mídia. Poderia falar, por exemplo, como que a Globo foi salva no começo do governo Lula. Mas no fim fez acusações de que Lula de tinha pacto com a Odebrecht, recebeu dinheiro do finado Muammar al-Kadaffi em 2002, entre outras coisas sem pé nem cabeça. E sem esquecer a cereja do bolo: os áudios da conversa entre Lula e Dilma vazados ilegalmente pela Lava Jato em 16 de março de 2016 e depois divulgados no Jornal Nacional. Áudios esses que foram editados e colocados fora de contexto de forma a Moro e companhia limitada venderem uma narrativa que soasse à população que Lula queria se blindar da Justiça, quando na verdade o próprio de início estava hesitante quanto a ser ministro da Casa Civil e quando tomou a decisão queria garantir a governabilidade do governo Dilma, segundo relações da Vaza Jato.

Foto – O famigerado PowerPoint de Dallagnol. Quando será que o mesmo Dallagnol fará um PowerPoint a respeito, por exemplo, do envolvimento de Bolsonaro com o submundo das milícias do Rio de Janeiro? Ou será que é mais fácil o Messi jogar no Real Madrid?
E não é só isso: a Lava Jato, como nós todos sabemos, indiretamente matou a Dona Marisa criando uma situação na qual ela, que já tinha alguns problemas de saúde prévios, não resistiu e no fim acabou falecendo. Desde que se iniciou e a luz do que vemos hoje, o que tem sido a Operação Lava Jato, por meio de sua politicagem canalha e agindo como se fosse uma verdadeira milícia jurídica, se não a precursora direta do gabinete do ódio e das milícias digitais bolsonaristas? Os meios usados pelos dois são diferentes, mas o fim é o mesmo: difamar e destruir a reputação dos adversários políticos de plantão deles perante a população. A primeira repetindo aqui no Brasil a mesma receita usada na Itália no tempo da Operação Mãos Limpas (acusações bombásticas divulgadas nos meios de comunicação seguida de processos judiciais e operações policiais transformadas em verdadeiros espetáculos novelescos), os segundos por meio de difamação nas redes sociais valendo-se de todo o know-how aprendido com Steve Bannon e o esquema Cambridge Analytica. Que diferença há, por exemplo, nas acusações infundadas da Lava Jato a Lula e Dilma em casos como o do tríplex e do sítio de Atibaia e na divulgação do áudio da conversa com Dilma ao Jornal Nacional e o ataque das milícias digitais bolsonaristas a figuras como Doria, Mourão, David Alcolumbre, Braga Netto, Rodrigo Maia, o finado Gustavo Bebbiano, Tereza “Miss Veneno” Cristina, Joice Hasselmann, Mandetta e outras? Isso é mais uma prova inequívoca do fato de que o Bolsonaro é o verdadeiro legado que a Operação Lava Jato trouxe ao Brasil. Em outras palavras, que a Lava Jato abriu o caminho para o Bozo tornar-se Presidente da República (e não por causa de suposta má vontade do PT para com o Ciro Gomes que nem os partidários do camaleão do Ceará pensam). E o caso de Joice Hasselmann é bem emblemático e ilustrativo disso: ela, que depois de passagens por revistas como a Veja entrou na política primeiro surfando na onda da Lava Jato (chegou a publicar uma biografia de Sérgio Belotti Moro) e depois do bolsonarismo, até que essa mesma onda se avolumou tanto a ponto de virar um imenso vagalhão que acabou a engolindo.
Ou seja, se hoje temos 02 e 03 fazendo dossiês contra os adversários do momento do Presidente miliciano (incluindo o mais recente contra Mandetta, o qual teve uma série de discordâncias de Bozo pai quanto à condução do país diante da pandemia do Covid-19) e criando um factoide atribuindo uma fortuna inexistente a finada esposa de Lula, é por que antes deles tivemos Dallagnol dizer não ter provas, mas convicções de que Lula é o chefe dos esquemas de corrupção do país e criar um PowerPoint atribuindo uma série de delitos e malfeitos a Lula. Verdade seja dita: a Lava Jato pelo menos não envolveu o nome de pessoas finadas em seus factoides jurídico-policiais que nem o gabinete do ódio hoje faz, mas isso não muda o fato de que os procuradores do Paraná rasgaram as leis do país para atingir seus intentos politiqueiros nos últimos anos, prendeu Lula sem provas e a ele atribuiu um tríplex e um sítio que não são dele e que indiretamente matou a Dona Marisa Letícia, entre outras coisas. E tudo isso com os aplausos da mídia corporativa tupiniquim que hoje hipocritamente se estarrece com o gabinete do ódio e as milícias digitais bolsonaristas (sendo que antes de Bozo subir ao poder essa mesma mídia corporativa, em conluio com a Lava Jato, agiu de forma análoga a do gabinete do ódio atualmente, dando voz a todas as acusações de Moro, Dallagnol e companhia limitada contra Lula, Dilma e outras figuras do PT).
Em tempo: Lula pretende levar esse caso à justiça e processar aqueles que divulgaram tais notícias falsas e mentirosas. Ou seja, Regina Duarte, 02 e 03 (os quais por sua vez estão enrolados em outros processos na justiça, entre eles os casos Marielle, Queiroz e CPMI das Fake News). Estou de acordo com a atitude de Lula. Pois se o gabinete do ódio de ontem chegou ao ponto de ceifar a vida de sua esposa, o que o gabinete do ódio de hoje não está disposto a fazer agora nesse momento em que a popularidade de Bozo pai é cada vez mais decrescente? Quem não garanta, por exemplo, que nesse momento, o gabinete do ódio de hoje resolva requentar as acusações do gabinete do ódio de ontem contra o ex-presidente e invente outros factoides desse tipo, tão ou mais miseráveis, mentirosos e nefastos quanto o atual? Se as coisas continuarem do jeito como estão, não seria nenhuma surpresa ver o atual gabinete do ódio de hoje matando Lula de forma similar ao que aconteceu com a Dona Marisa há três anos.

Foto – As mentiras usadas no caso tríplex do Guarujá que não é do Lula.
Fontes:
Advogados de Dona Marisa desmontam fake News espalhadas pelos filhos de Bolsonaro. Disponível em: https://www.conversaafiada.com.br/brasil/advogados-de-dona-marisa-desmentem-fake-news-espalhadas-pelos-filhos-de-bolsonaro
As 6 frentes de investigação que envolvem a família Bolsonaro. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50810066
Lava Jato omitiu diálogos de Lula para impedir sua posse na Casa Civil e derrubar Dilma. Disponível em: https://www.brasil247.com/poder/lava-jato-omitiu-dialogos-de-lula-para-impedir-sua-posse-e-derrubar-dilma
Lula vai processar todos que divulgaram a fake News dos 256 milhões da Dona Marisa. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=zZq5aZYAzBA
Pimenta vai denunciar Eduardo e Regina por fake News contra Dona Marisa. Disponível em: https://www.conversaafiada.com.br/politica/pimenta-vai-denunciar-eduardo-bolsonaro-por-fake-news-contra-dona-marisa
Quem delatou Lula se deu bem. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_EPdXsxt_3s

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Resenha do episódio de Bob Esponja "Reinado dos idiotas" ("Rule of dumb" no original)



Foto – Mural de apresentação do episódio “Reinado de idiotas” (“Rule of Dumb” no original em inglês) de Bob Esponja.
Bob Esponja Calça Quadrada é um famoso desenho norte-americano que se encontra no ar pela Nickelodeon desde o longínquo 1999. Criado por Stephen Hillenburg (finado em 2018), biólogo marinho por formação e que enveredou sua carreira na área de animação a partir de a vida moderna de Rocko, desde que foi lançado é um sucesso a nível mundial e hoje já conta com mais de 300 episódios, 12 temporadas (mais uma 13ª temporada vindoura) e dois filmes lançados nos cinemas (o primeiro em 2004 e o segundo em 2015).
Depois que o desenho passou por um hiato devido à produção do primeiro filme, teve início a quarta temporada da turma da Fenda do Bikini. E nessa temporada em questão (produzida entre 2005 a 2007), há o episódio “Rule of dumb”, lançado em 2007 e que cujo título foi traduzido no Brasil como “reinado de idiotas”.
Mas, antes de tudo, por que falar a respeito desse episódio em questão? Eu tive a ideia de escrever a respeito dele enquanto escrevia o último artigo aqui postado. Mais precisamente, no parágrafo onde falo a respeito da imagem em negativo que certo político carioca cria em torno das pessoas que ele tanto acusa de serem bandidas, criminosas, terroristas, corruptas e outras acusações afins. E então eu me lembrei de uma cena desse episódio de Bob Esponja, na qual Patrick Estrela se vê diante de uma imagem monstruosa dele em um espelho. Uma coisa levou a outra, e então resolvi escrever uma resenha a respeito desse episódio do desenho animado da Nickelodeon. Que é um verdadeiro retrato do que tem sido o Brasil desde que Bolsonaro pai foi eleito Presidente da República, há dois anos.

Foto – Rei Patrick no Siri Cascudo (originalmente Krusty Krab).
O episódio começa com uma estrela do mar engravatada procurando Patrick Estrela. Este, por sua vez, acha que o sujeito em questão veio pegar de volta uns livros que ele pegou na biblioteca e procura a ajuda de Bob Esponja. Bob Esponja vai ao encontro da estrela engravatada e descobre que ela não veio pegar de volta os livros, mas lhe dar um presente um tanto inusitado: uma coroa dourada com joias incrustradas. É explicado a Patrick e Bob Esponja que ele é um descendente de uma família real e que isso o torna membro da realeza, e por tabela rei. Assim a Fenda do Bikini ganha um novo rei chamado Patrick Estrela. E uma vez rei, Bob Esponja diz a seu amigo rosado (notório por sua burrice ao longo dos episódios do desenho) que agora ele pode ter tudo o que quiser. A esponja amarela, por seu turno, se torna o fiel escudeiro de Patrick.
Em seguida a dupla vai até o restaurante Siri Cascudo. Vendo que no pedaço há um rei, o Seu Sirigueijo, achando que com isso ele irá ganhar muito dinheiro, dá à estrela do mar um almoço bem farto e robusto, um verdadeiro banquete com direito a dezenas de hambúrgueres de siri, batatas-frita e bebidas açucaradas. Após uma breve conversa entre os dois, Sirigueijo cobra a conta de Patrick, mas este se recusa a pagar a refeição pelo fato de que como agora ele é rei tem direito a ter o que quiser. Bob Esponja concorda com a afirmação de Patrick, dizendo que ele pode ter o que quiser e ainda de graça, o que deixa Sirigueijo, sovina do jeito que ele é, enfurecido. Este expulsa os dois do restaurante dele dizendo que ninguém come de graça no Siri Cascudo, independente da posição social. Fora do restaurante, Bob Esponja e Patrick encontram um cliente que acabou de sair do Siri Cascudo e Patrick confisca o lanche dele. Após uma hesitação inicial, Bob Esponja mais uma vez endossa o ato de Patrick. O cliente em questão diz a Patrick “isso não é justo”, e Patrick responde com um “a vida não é justa, cara. É melhor se acostumar”. Percebe-se que a partir desse momento o poder começa a subir a cabeça de Patrick Estrela.
Depois da passagem pelo Siri Cascudo, o Rei Patrick, mais uma vez sob os auspícios de Bob Esponja, é visto confiscando para si mesmo a coleção de revistas de um nerd transeunte, roubando para si um diamante de uma joalheria, quatro pirulitos de quatro crianças, um bebê de uma mãe e vários outros itens dos cidadãos da Fenda do Bikini. E a esponja amarela endossando os atos do Rei Patrick geralmente mostrando aos cidadãos da Fenda do Bikini um decreto real no qual Patrick tem direito a ter tudo o que quiser. De tal modo que a Fenda do Bikini tornou-se um verdadeiro feudo particular do Rei Patrick, cuja casa vira um palácio luxuoso e pomposo de tanto a estrela do mar extorquir seus súditos.

Foto – Patrick confisca a revista de um nerd.
Entretanto, a canoa do Rei Patrick começa a virar quando entra em cena Lula Molusco. Sob as ordens do Rei Patrick e sem nem ao menos consultar o polvo antropomórfico, a casa dele é realocada de seu lugar costumeiro, para no lugar dela ser construída uma roda gigante real. Obviamente, Lula Molusco ficou enfurecido com toda essa brincadeira. Bob Esponja acha isso o máximo, opinião essa que não é compartilhada por seu vizinho azulado. Lula Molusco dirige-se ao povo da Fenda do Bikini e diz que o Patrick não é rei. “Olha só para ele, como essa bolha rosada pode ser rei?”, diz Lula Molusco, que em seguida se dirige a um dos engenheiros de obras. “Você acredita mesmo que essa estrela do mar sem cérebro podia ser rei de alguma coisa? Rei dos idiotas, pode ser”, completa Lula Molusco. As pessoas presentes, diante dos argumentos de Lula Molusco, abandonam o rei Patrick e as obras do palácio dele. Este, por sua vez, fica irado com Lula Molusco e ordena que o cerquem e o ataquem. Ordena a Bob Esponja que o pegue, e a esponja amarela, tentando contornar a situação, pede para que Lula Molusco assine um tratado de lealdade eterna ao Rei Patrick. Lula Molusco se recusa a assinar o tratado e o enterra na cabeça de Bob Esponja.
Na cena seguinte, o rei Patrick, em sua casa-palácio, está furioso pelo fato de ter sido perdido os seus súditos e amaldiçoa “aquele Lula Molusco horrível” por isso, a ponto de dizer que a culpa por tal situação é toda do polvo antropomórfico e não dele. Patrick tem uma espécie de surto psicótico, e Bob Esponja enfim toma coragem e diz a seu velho amigo que ele está bancando o idiota. Patrick começa a rir e grita bem alto na cara de Bob Esponja, dizendo que ele não está abusando do poder e que vai colocar a cidade inteira na cadeia. A paranoia dele aumenta a tal ponto que diz que questionar a autoridade é traição. Bob Esponja em seguida sai de fininho da casa-palácio de Patrick, sem que este perceba.
Patrick se vê sozinho depois de tudo, e passa diante de um espelho. Nesse espelho, surge uma imagem monstruosa dele, que começa a conversar com ele. Patrick acha que é a piada do toque-toque, e se dirige ao espelho. “Quem tá ai?”, Patrick pergunta. E a imagem em questão responde “você”. Patrick responde que não entendeu. E a imagem monstruosa replica com as seguintes palavras: “eu sou você e você sou eu”. Diante dessa imagem medonha e das palavras que acabara de ouvir, Patrick, em um raro lampejo de inteligência, se dá conta de que a imagem que acabou de ver no espelho e sai de sua casa gritando “monstro, monstro!”. Então ele novamente encontra aquele que o entregou a coroa. Patrick renuncia à coroa e à posição real e diz que não quer mais isso, dizendo que isso o transformou em monstro.
No fim das contas, descobre-se que essa história toda de que Patrick Estrela pertence à realeza foi na verdade um engano, já que na mesma folha da árvore genealógica havia uma mancha de café que uma vez removida revelou que quem na verdade pertence à realeza e é o herdeiro da coroa é Gary, o caracol de estimação de Bob Esponja. E assim a coroa passou a ser usada por Gary. E assim o episódio acaba.

Foto – Man in the Mirror: Rei Patrick diante da imagem monstruosa dele.
O que esse episódio em questão tem a nos ensinar? Esse episódio mostra muito bem o que é um país governado por um idiota. Igualmente nos ensina que dar poder a um idiota não pode dar em outra coisa a não ser em grandes problemas. Em outras palavras, é a receita perfeita para o desastre. E isso é o que está acontecendo hoje no Brasil com Jair Bolsonaro no comando da nação. Ele, que, não custa lembrar, só se tornou Presidente da República graças à terra arrasada da Operação Lava Jato sobre o sistema político brasileiro (e nisso criando uma imagem de forasteiro do sistema que veio moralizar a coisa toda que não condiz com a realidade), a prisão de Lula e a “facada”, além da assessoria que recebeu de Steve Bannon e do esquema Cambridge Analytica. E o mais interessante de tudo é que se trata de um episódio produzido e veiculado originalmente em 2007, de quando o nosso Presidente imbecil ainda era um reles Deputado Federal do mesmo Partido do Maluf, o Partido Progressista (PP) e que mal sonhava em se tornar Presidente à época. Parece que os produtores de Bob Esponja, na época, pressentiram o que viria a acontecer com o Brasil 12 anos mais tarde.
Nesse episódio, salta aos olhos o comportamento de Bob Esponja. Ele, ao agir como um bajulador do Rei Patrick, comporta-se como os típicos partidários de Bolsonaro que, independente de seus desmandos e políticas desastrosas, não deixam de apoiá-lo. Vemos Bob Esponja indiferente aos piores desmandos do Rei Patrick, começando pelo fato dele ter dito que pelo fato de Patrick ser rei ele pode ter tudo o que quiser e de graça. E entre esses desmandos estão inclusos confisco de pirulitos de quatro crianças, sequestro de um bebê dos braços de uma mãe, confisco de vários outros objetos de vários cidadãos da Fenda do Bikini (incluindo o andador de um idoso confiscado pelo próprio Bob Esponja em pessoa) e tentativa de realocação da casa de Lula Molusco.
Cenas como aquela em que os habitantes da Fenda do Bikini dão seus objetos pessoais como se fossem uma espécie de tributo ao rei lembra muito as reformas (como a da Previdência) e a retirada de direitos da população que Bolsonaro vem conduzindo em conluio com Paulo Guedes. Apenas agora, com a crescente disseminação do Coronavirus-19 pelo país (e que não vai parar tão cedo, diga-se de passagem – pandemia essa que pode vir a ter novas ondas, tal como ocorreu com a gripe espanhola entre 1918 a 1920), é que as coisas estão começando a mudar de figura. Alguns deles, vendo que suas vidas estão em jogo, estão começando a fazer panelaços contra o miliciano (alguns dos quais eu mesmo presenciei pessoalmente), e progressivamente Bozo vem perdendo apoio mesmo entre seus apoiadores mais ferrenhos. Tal qual no desenho, em que chegou uma hora em que Bob Esponja tomou coragem e resolveu parar de apoiar o Rei Patrick e suas maluquices.
Também é digno de nota o banquete do Rei Patrick no Siri Cascudo, que nos remete à farra do cartão corporativo da parte do Presidente e todas as outras mamatas de seu governo (a mesma mamata que Bozo, antes de assumir o governo, dizia que ia acabar), e também a queda do Rei Patrick diante dos apelos de Lula Molusco. A atitude de Lula Molusco nesse episódio lembra muito o recente episódio no qual um haitiano abordou o Presidente imbecil e a ele disse as seguintes palavras: “Bolsonaro, você não é mais Presidente, chega, acabou”. Diga-se de passagem, a indignação do haitiano no episódio em questão é em essência a mesma que Lula Molusco demonstrou só de ver que um idiota como o Patrick era rei.
Outra passagem do episódio digna de atenção é quando Patrick se vê de uma imagem monstruosa dele no espelho de sua casa-palácio. Isso me faz lembrar muito do próprio Bolsonaro e a atitude dele em relação a pessoas que ele tanto acusa de serem terroristas, corruptas, assassinas, bandidas, criminosas e outras acusações similares, como já dito no artigo anterior aqui postado. Entre elas Cesare Battisti, Dilma Rousseff, Lula e tantos outros. Em outras palavras, nessas pessoas todas Bolsonaro cria uma imagem em negativo dele mesmo e nelas deposita todas as qualidades negativas dele, e diante delas se encontra diante de um retrato dele mesmo. Com a diferença que enquanto Patrick percebeu que a imagem em questão era a dele, Bozo não percebe isso. Talvez não tenha a inteligência necessária para tal.
Mas, diga-se de passagem, Bolsonaro não foi o primeiro a fazer esse tipo de coisa e nem será o último. Era assim, por exemplo, que os tucanos agiram em relação a Paulo Maluf nas eleições para governador do Estado de São Paulo de 1998. Diziam que Maluf faria uma série de maldades e que ele era uma espécie de mal encarnado na Terra, fazendo dele fizeram um espantalho. E no fim fizeram as mesmas coisas que eles diziam que Maluf ia fazer. Ou mesmo a Lava Jato quando acusa o Partido dos Trabalhadores de ser uma organização criminosa. É a típica hipocrisia da direita tupiniquim.
Enfim, é incrível ver como um desenho animado destinado primordialmente ao público infanto-juvenil pode nos apresentar textos tão inteligentes e atuais como esse (textos esses que eram mais comuns nas primeiras temporadas do desenho que nas mais recentes). É um ótimo episódio que recomendo ser visto. Não apenas pela qualidade dele em si, mas para um melhor entendimento do que é um país governado por idiota como o nosso Presidente imbecil. Para que futuramente não venhamos a cometer o mesmo erro que o Brasil cometeu no ano retrasado. De eleger um miliciano que acha que ser Presidente é o mesmo que ser o reles Deputado que ele foi desde que entrou na política (ainda mais se esse dito cujo se apresentar como um forasteiro do sistema que veio moralizar a coisa toda e como um sujeito avesso ao que ele chama de velha política, sendo que ele é um verdadeiro adepto dessa mesma velha política).
Fontes:
Bob Esponja (dublado) – Episódio 149: Reinado de idiotas. Animefly. Disponível em: http://91.205.174.47/video/21363/bob-esponja-dublado
Bolsonaro, o novo Maluf. Disponível em: https://www.causaoperaria.org.br/bolsonaro-o-novo-maluf/
Haitiano aborda Bolsonaro e diz: “você não é mais Presidente”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NJTrbbRDDOo
King Patrick (em inglês). Disponível em: https://theadventuresofgarythesnail.fandom.com/wiki/King_Patrick
Rule of Dumb (em inglês). Disponível em: https://spongebob.fandom.com/wiki/Rule_of_Dumb