Foto
– “Estes cavalheiros são os equivalentes morais dos pais fundadores da
América”. Assim Ronald Reagan descreveu os mujahedins[1]
afegãos com os quais se encontrou na Casa Branca em 1985.
No dia 8 de janeiro de
2016, Nando Moura em seu canal no You Tube postou um vídeo intitulado “Charlie
Hebdo é o meu ovo!”. Nesse vídeo, o vocalista e guitarrista da banda Pandora
101 fala que a civilização europeia se encontra perante a ameaça do Islã e
sua cultura, religião e filosofia, em decorrência das levas de refugiados
vindos do Oriente Médio e do Norte da África para o Velho Continente e que muitos problemas têm causado à população
nativa. Mais recentemente, no dia 22 de março, ele postou o vídeo “OBAMA:
Atentado na Bélgica, embargo em Cuba!”, onde retoma esse mesmo discurso e chega a dizer
que, em seu âmago, o Islã é uma religião violenta e a culpar Barack Obama por
essa situação pelo fato do presidente americano, entre outras coisas, ter
retirado as tropas do Iraque e que os republicanos teriam alertado que caso as
tropas fossem retiradas do Iraque haveria um vácuo de poder que fatalmente
seria ocupado por grupos de radicais islâmicos (vácuo esse que os mesmos
republicanos, sob a condução de Bush filho, criaram em 2003 ao derrubar Saddam
Hussein do poder e do qual o ISIS tirou proveito). Ao fim desse vídeo, Nando diz
que essa situação de caos e instabilidade que flagela o Oriente Médio está ligada
de forma umbilical a “desgraça que o Obama é” (como ele mesmo diz).
Quando toca nessa
questão no vídeo citado e em outros, fica evidente que ele digere o discurso de
“choque de civilizações” de Samuel Huntington (o qual afirmava que o Islã era o
verdadeiro problema e inimigo estratégico do mundo ocidental e que esse
conflito se dava por uma suposta oposição entre democracia e teocracia,
secularismo e religiosidade) e que a direita raivosa brasileira de matiz neoconservadora
igualmente engole, chegando ao ponto de tratar o Islã e a Europa como se fossem
dois blocos monolíticos que não possuem suas divisões e rivalidades internas e
sem levar em consideração as complexas relações entre as diferentes nações dos
dois blocos geográficos e culturais.
Suas falas sobre o Islã também
nos induzem a achar que a religião fundada pelo profeta Maomé no século VII é
sinônimo de wahabismo e salafismo (correntes político-ideológicas advogadas por
grupos como o Estado Islâmico e a Al Qaeda). Tratar o Islã como sinônimo de
wahabismo e salafismo é a mesmíssima coisa que tratar o Cristianismo como
sinônimo de Opus Dei ou Igreja Universal do Reino do Deus ou o Budismo como
sinônimo de Aum Shinrikyo (a seita que perpetrou o ataque de gás Sarin contra o
Metrô de Tóquio em 1995). Da mesma forma, também dá a impressão de que no Mundo
Muçulmano só existem regimes como os da Arábia Saudita e as demais monarquias
do Golfo Pérsico. Regimes esses cuja lei civil é pautada pela Shariah e onde,
de fato, existe uma feroz perseguição a todo aquele que não é muçulmano sunita (o
que, por sua vez, não existe em países como o Irã e a Síria e que não existia
no Iraque durante a era Saddam [no próprio governo Saddam, diga-se de passagem,
houve cristãos que atingiram altos cargos em seu governo, como foi o caso do
recentemente finado Tariq Aziz, que foi ministro das relações exteriores do
Iraque durante muitos anos] e na Líbia durante a era Kadaffi). A mesma Arábia
Saudita que em janeiro condenou à morte o clérigo xiita Nimr al-Nimr junto com
outras 47 pessoas por acusações de terrorismo. Além disso, essas monarquias
estão entre os principais aliados de países como EUA e França na região.
Do mesmo modo que em
outras questões, ele e outros representantes dessa direita também apenas atacam
a marionete que está a nossa vista, mas não o manipulador da marionete que se
esconde por trás das cortinas. Nessa questão específica do espúrio
relacionamento entre Ocidente e terror wahhabita, apenas é atacado o terrorista
wahhabita que eventualmente faz um ou outro atentado em alguma grande metrópole
na Europa ou na América do Norte (como por exemplo, os irmãos Saïd e Chérif
Kouachi, os perpetradores do atentado ao Charlie Hebdo), mas fecha os olhos
para os apoiadores ocidentais do terror wahhabita, a exemplo do judeu sionista
francês Bernard-Henri Lévy, o qual esteve do lado dessa gente nos conflitos na
Bósnia, em Kosovo, na Líbia e na Síria.
Foto
– Bernard-Henri Lévy junto com mercenários anti-Kadaffi na Líbia.
O que Nando Moura não vê
é que o mesmo Ocidente (que ele diz estar sob a ameaça islâmica em seu próprio
solo) durante muitos anos tem mantido relações espúrias com esses elementos.
Relações essas que remontam desde no mínimo a década de 1950 com o apoio
ocidental à Irmandade Islâmica no Egito contra Nasser e mais recentemente o
apoio aos mujaheddins afegãos durante o período da ocupação soviética no
Afeganistão (1979 – 1989). Desse núcleo, nasceu Osama Bin Laden e a Al Qaeda.
Na década de 1990 houve ainda apoio ocidental ao separatismo bósnio e kosovar
contra a ex-Iugoslávia e ao separatismo checheno contra a Rússia. Todos esses
movimentos tinham uma forte componente de matiz wahhabita-salafista (ideologia
essa que historicamente sempre foi a ponta de lança dos interesses ocidentais no
Mundo Islâmico).
A partir de 2001, em
decorrência das seguidas invasões dos Estados Unidos e da OTAN aos vários
países do Mundo Islâmico, assim como a Primavera Árabe a partir de 2011, governos
como o de Saddam Hussein no Iraque em 2003 e de Muammar al-Kadaffi na Líbia em
2011 foram derrubados, além da tentativa de se derrubar Bashar al-Assad na
Síria que se arrasta desde 2011. Esses governos no plano ideológico nada têm
haver com o wahabismo propagado pelo sub-imperialismo[2] exercido pela Arábia
Saudita e as demais monarquias do Golfo Pérsico e que dentro do próprio Mundo
Islâmico exerciam um papel estabilizador. Derrubá-los foi como destruir uma colmeia
cheia de abelhas, ou na mitologia grega Pandora abrir a caixa que continha os
males do mundo. Uma vez desmantelado o poder até então estabelecido nesses
países e seus antigos governantes depostos e/ou mortos, uma situação de caos e
anarquia se seguiu sobre países como a Líbia e o Iraque e desde então ambos os
países tem sido exportadores de terrorismo para outras partes do mundo. Muitos
deles (para não dizer todos) apoiados e financiados pela empresa
norte-americana Academi (antiga Black Water). O próprio Estado Islâmico,
diga-se de passagem, recebeu treinamento dessa empresa privada.
Foto
– John McCain, senador norte-americano pelo Arizona e candidato republicano
derrotado por Barack Obama em 2008, ao lado de membros do Estado Islâmico na
Síria.
No mês de janeiro, em
várias partes do Velho Continente incluindo a Alemanha (como por exemplo, em
Colônia durante a noite de réveillon onde muitos desses elementos atacaram e
violentaram sexualmente as mulheres presentes, assim como em Stuttgart e
Hamburgo), ocorreram ondas de estupros perpetrados por imigrantes que, de
acordo com os testemunhos, tinham procedência arábica ou africana. Certamente
muitos deles (para não dizer todos) pessoas favoráveis ao Estado Islâmico e
outros grupos wahhabitas que entraram na Europa se passando por refugiados da
guerra civil síria. Inúmeros protestos de mulheres contra essa onda de estupros
aconteceram em várias partes da Europa (Colônia sendo um exemplo). O problema
foi tamanho que a premiê alemã Angela[3] Merkel, inicialmente favorável
aos refugiados, anunciou duras punições a refugiados que vierem a cometer crimes
em solo germânico. Se nada for feito contra situações como essas, nós veremos
daqui um tempo a Europa ter o mesmo destino que o Kosovo sérvio teve a partir
de 1999, com a população de cidades do centro da Europa como Paris, Nice,
Marselha, Amsterdã, Berlim, Munique, Madrid, Barcelona, Turim, Milão, Roma,
Udine, Genova, Veneza, Viena, Salzburg, Praga, Bruxelas, Valência, Lisboa,
Lyon, Estrasburgo, Hannover, Bratislava e outras tantas sofrendo as mesmas
intimidações e chacinas que outrora sofreram os sérvios de Kosovo nas mãos do
Exército de Libertação de Kosovo e os russos do Cáucaso nas mãos de grupos wahhabitas
como o Emirado do Cáucaso.
E, se todos esses
imigrantes estão entrando em massa na Europa, alguém os traz ou os permite
entrar a ponto de fazer lobby na política para isso. E quem traz esses
imigrantes famélicos e desesperados para a Europa, os quais muitas vezes
aceitam trabalhar sob salários de fome e uma carga horária maior que a do
trabalhador nativo? O patronato europeu, que os utiliza como mão-de-obra barata
para trabalhar em suas indústrias e como exército industrial de reserva contra
eventuais movimentos grevistas que reivindiquem melhores salários e melhores
condições de trabalho. Dessa forma, gerando também divisões dentro da classe
trabalhadora entre o trabalhador nativo e o imigrante. Sendo que os dois, nessa
brincadeira toda, são perdedores, como Alain[4] Soral aponta em um de seus
vídeos. Os únicos vencedores são os patrões que os exploram e ainda estimulam
um clima de competição entre os dois lados de forma a perpetuar seu status quo ad eternum. E o pior de tudo
é que quem paga o ônus disso não são as elites econômicas que trazem os imigrantes
para a Europa e os empregam em suas indústrias, e sim o povo mais humilde que
tem que lidar com eventuais intimidações perpetradas por esses elementos nas
ruas. Resumindo a ópera, essa situação em que a Europa se encontra não é apenas
culpa dos muçulmanos (os quais possuem uma taxa de natalidade mais alta que os
europeus nativos) que lá estão. As elites político-econômicas europeias também
têm sua parcela de culpa, quer seja destruindo os países do Mundo Islâmico
através de invasões militares, através da exploração econômica sobre os países
da periferia capitalista e através do incentivo à imigração de fora que cedo ou
tarde cobrará o seu preço. Sem resolver esses problemas todos, incidentes como
os que recentemente tiveram lugar em Colônia, Stuttgart e Hamburgo voltarão a
flagelar a Europa periodicamente e dificilmente o processo de kosovização da
Europa será revertido. E como é de praxe da parte dessa direita, na questão
imigratória não é nem um pouco diferente. Eles atacam o imigrante que mora em
um gueto ou em um bairro periférico de uma cidade metropolitana da Europa ou da
América do Norte, mas não fazem o mesmo com o industrial o que o emprega em
suas fábricas e o usa como exército industrial de reserva e/ou o político que
permite que eles entrem no país em questão.
Foto
– Tio Sam: “Vejo que se aproxima minha próxima guerra”. União Européia: “Vejo
um quilombo infernal...”. Industrial europeu: “Vejo mão de obra muito barata”. O
comportamento do Ocidente diante dos refugiados vindos do Norte da África e do
Oriente Médio. Por Latuff.
No tocante ao Charlie
Hebdo, ele mostra a caricatura desse pasquim que estava à beira da falência
pouco antes do ataque de falsa bandeira que teve lugar no ano passado e que foi
publicado na época do primeiro aniversário do atentado, onde o Deus cristão é
mostrado com uma arma similar a um fuzil amarrado a uma corda em suas costas, as
mãos cheias de sangue, trajando uma túnica que cobre praticamente o corpo
inteiro e um triângulo representando a Trindade cristã acima de sua cabeça. O
título dessa caricatura é “1 an après – L’Assassin court toujours” (em
português “Um ano depois – O assassino curto de sempre”). Nando Moura alega que
é muito mais fácil zombar do que ele chama de deus do perdão, mas um pouco mais
difícil de fazer o mesmo com que ele chama de deus da vingança. Pelo visto, ele
mal sabe que o mesmo pasquim de quinta categoria para baixo, ao longo de sua
história, fez a mesma coisa muitas vezes com os muçulmanos e seu sistema de
crenças, com charges (como por exemplo, uma charge do profeta Maomé nu com uma
estrela de cinco pontas em seu traseiro e outro de Maomé também nu sendo
filmado por um diretor de cinema) tão nojentas quanto às charges feitas contra
os cristãos e suas crenças. Isso ao ponto do cartunista Latuff, notório por sua
simpatia à causa palestina, ter dito que jamais trabalharia no Charlie Hebdo.
Em outro vídeo mais
recente, intitulado “IPVA+IPTU – Para onde eles vão?”, publicado no dia 9 de
janeiro de 2016, ele fala a respeito da alta carga de impostos que é cobrada
sobre o contribuinte brasileiro e o destino dessa dinheirama toda. Ele falou de
várias coisas no vídeo, mostrou estradas e um lago em um péssimo estado de
conservação de Embu das Artes, assim como se mostrou indignado pelo que é feito
com o dinheiro do IPTU e do IPVA e dizendo que não falta dinheiro para os
políticos fazerem suas propagandas, mas falta para as obras de infra-estrutura.
Entretanto, ele não falou do mais importante dessa questão. Mais uma vez, ele
não toca na verdadeira ferida do problema. E qual é o x dessa questão, que a
grande mídia vive ocultando da população (ou como Enéas em vida a chamava,
“imprensa podre”)?
Foto
– Corrupção no Brasil, segundo o que a direita acéfala brasileira pensa.
Diferente do que ele e
muitos pensam e como o noticiário faz crer (com o povão invariavelmente comendo
essas mentiras e meias-verdades), não são os políticos que ficam com a parte do
leão dos impostos, no máximo ganham uma comissão com isso e ainda por cima
carregam o ônus da culpa ante a população quando algum escândalo de corrupção
estoura. Quem fica com a parte do leão do dinheiro dos impostos são banqueiros,
agiotas e especuladores (entre eles capital agrário, capital comercial, fundos
de pensão e outros sócios menores do capital bancário) através do pagamento das
altas taxas juros com que se pagam o serviço das dívidas interna e externa (e
os quais, por sua vez, especulam em cima dos títulos dessas mesmas dívidas). Problema
que o falecido Enéas abordou em vida, tal qual o finado Plínio de Arruda de
Sampaio na campanha presidencial de 2010 e Luciana Genro, Eduardo Jorge e Levy
Fidélix na campanha presidencial de 2014.
As “perdas
internacionais” (como o também finado Brizola chamava esse flagelo secular do
Brasil) são a verdadeira causa da falta de recursos para investimentos maciços
em educação, saúde, transportes, habitação, forças armadas, infra-estrutura e
outros tantos, e não gastos com funcionários públicos como muitos acham. Os
gastos do Bolsa Banqueiro consomem todo ano entre 40 a 50% do orçamento da
União. Enquanto isso, o Bolsa Família que a direita raivosa tanto olha como
“fábrica de vagabundos”, “esmola” e adjetivações similares consome apenas 0,47%
do mesmo orçamento (ou seja, apenas um ducentésimo. A mesma coisa que gastar
apenas R$ 0,05 de R$ 10,00). Em outras palavras, situações como a que foi
mostrada no vídeo em questão tem relação umbilical com as perdas
internacionais.
Foto
– Gastos do Governo Brasileiro, 2014.
E, verdade seja dita,
escândalos de corrupção como o mensalão e o petrolão são coisa de criança se comparados
ao que o país sofre todo ano com as perdas internacionais, com os primeiros
servindo de cortina de fumaça para esconder o segundo diante da população na
grande mídia (que por sua vez tem os bancos entre seus grandes patrocinadores e
anunciantes), que é a verdadeira corrupção que sangra e causa a miséria da
sociedade brasileira e mundial (haja vista que esse sistema possui atuação
global, como os recentes atritos da Argentina com os fundos abutres, a recente
crise grega com a Troika[5] e a auditoria da dívida
grega decorrente mostraram), ao mesmo tempo em que gera bonança para uma elite numericamente
bem restrita. Corrupção essa que consiste em um grande esquema de desvio do
dinheiro dos impostos do contribuinte para o bolso de uma elite rentista que
nada produz, trata um país como o Brasil como seu balcão de negócios particular
e que manda por trás das cortinas por meio de seu poder econômico, estando na hierarquia
de poder de uma nação acima até mesmo dos governantes formais de um país e
ditando as políticas sociais e econômicas de um país independente da ideologia
do partido que esteja no poder.
Foto
– Corrupção no atacado no Brasil, como realmente é.
Fontes:
“A dívida pública é um
mega-esquema de corrupção institucionalizado”. Disponível em:
Alain Soral – a verdade
sobre a imigração. Disponível em:
Ataques a dezenas de
mulheres na noite do réveillon choca a Alemanha. Disponível em:
Ataques sexuais em série
no Réveillon geram medo e revolta na Alemanha. Disponível em:
Bernard Henry Levy –
portrait of a islamofascist (em inglês). Disponível em: https://theremustbejustice.wordpress.com/2014/05/30/bernard-henry-levy-portrait-of-an-islamofascist-jew/
Charlie Hebdo é o meu
ovo! Disponível em:
Charlie Hebdo: la une “1
an après’’ (em francês). Disponível em :
Conferência Estadual dos
Bancários 2012. Disponível em:
Dr. Enéas – Momento de
Reflexão – Juros da dívida. Disponível em:
Especial PRONA – Doutor
Enéas – Parte 5/8. Disponível em:
Governo alemão defende
refugiados após onda de ataques. Disponível em:
IPVA+IPTU – Para onde
eles vão? Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=rr4Bd5snnic
“Não trabalharia no Charlie. Não tenho
por que desenhar Maomé sem roupa”. Disponível em:
O sistema da dívida em debate.
Disponível em:
OBAMA: Atentado em Bruxelas. Embargo
em Cuba! Disponível em:
Ruy Mauro Marini. Disponível em:
TV Plínio 50 – Dívida
pública. Disponível em:
Uso ocidental do
Islamismo. Disponível em:
Você deveria se indignar com o Bolsa
Banqueiro, isso sim! Disponível em:
NOTAS:
[1] Leia-se “Mudjarredin”, pois no árabe,
da mesma maneira que no persa, no inglês, no japonês, no hindu e em outros
idiomas, a partícula j tem valor de dj.
[2]
Sub-imperialismo é um conceito
criado pelo finado intelectual marxista brasileiro Ruy Mauro Marini (cuja obra
é muito conhecida na América Latina, mas pouco em seu país de origem) para
designar a política externa do Brasil (amparada pela burguesia do estado de São
Paulo) durante os anos do Regime Civil-Militar (1964 – 1985), onde almejava
buscar uma posição hegemônica na América do Sul e em partes da África, atuando
como uma espécie de intermediário dos países centrais da engrenagem capitalista
mundial e sendo um fator de desestabilização na região (haja vista o apoio
brasileiro a golpes como o no Chile em 1973). Da mesma forma as monarquias do
Golfo Pérsico exercem uma política similar no Mundo Islâmico (haja vista casos
como o apoio dado ao separatismo checheno contra a Rússia e mais recentemente o
apoio que esses estados deram a grupos terroristas na Síria e na Líbia contra
Assad e Kadaffi). Com a diferença que enquanto a política sub-imperialista do
Brasil na América Latina se dá através poder econômico (incluindo negócios de
empresas brasileiras em países como Bolívia, Equador, Panamá, Cuba, Argentina,
Venezuela e outros), a das petro-monarquias no Mundo Islâmico se dá através da
força bélica e ideológica.
[3] Leia-se “Anguela”, pois no alemão, de
modo similar a idiomas como o russo, o mongol e o japonês, o som da partícula g
não muda em função da vogal seguinte como nas línguas latinas e no inglês.
[4] Leia-se “Alen”, pois no francês a
partícula ai tem valor de e.
[5] Comissão composta por Fundo Monetário
Internacional, Comissão Européia e Banco Central Europeu.
Nota: esse artigo eu originalmente publiquei em janeiro na minha conta no Academia (a qual no mês seguinte foi marcada como suspeita. Inclusive suspeito que recebi censura lá), e aqui o estou repostando, só que com algumas alterações e adições no corpo do texto.
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