Figura
1 – Jair Bolsonaro e Jean Wyllys, as duas faces da
mesma moeda: a hegemonia liberal no Brasil.
Por Lucas Novaes.
É notório o crescimento na
popularidade do deputado Jair Bolsonaro nos últimos anos. O até então filiado
ao Partido Progressista (PP) ficou famoso devido ao envolvimento em diversas
polêmicas com outros políticos e figuras da mídia tais como Maria do Rosário,
Jean Wyllys e a cantora Preta Gil. Seus comentários e opiniões frequentemente rotulados
como sexistas, racistas, homofóbicos e elitistas tem sido amplamente divulgados
pela mídia brasileira e organizações de direitos humanos. Apesar de seus casos
polêmicos terem aparecido nos órgãos da mídia em um tom de chacota, a exposição
atribuída ao deputado acabou fazendo com que sua fama aumentasse ainda mais. Em
sua campanha para deputado federal em 2010, Jair conseguiu cerca de 120 mil
votos. Após diversas polêmicas e brigas com as esquerdas (tanto liberais como
ortodoxas), Bolsonaro atingiu a marca de 460 mil votos nas eleições de 2014,
“puxando” outros dois candidatos de seu partido para a câmara dos deputados.
Agora que já é conhecido em
grande parte do país e visto como uma esperança em favor da “moral e dos bons
costumes, contra o comunismo e a vagabundagem”, o deputado fluminense já almeja
novos ares: quer ser candidato a presidência da república em 2018. O primeiro
passo já foi dado: Bolsonaro abandonou sua filiação ao PP (onde enfrentava
divergências ideológicas) e agora é o mais novo integrante do Partido Social
Cristão (PSC), onde poderá se sentir mais em casa.
Em seus tempestuosos
discursos no Plenário, Bolsonaro seguidamente denuncia os supostos planos do
Partido dos Trabalhadores para a implantação de uma “ditadura comunista
bolivariana” no Brasil (entre eles a tal história do Foro de São Paulo). Também
periodicamente criticava a política exterior brasileira por relacionar-se com
nações que ele vê como a escória do mundo tais como Irã, Venezuela, Cuba,
Líbia, Rússia e Coréia do Norte, assim como o passado de muitos petistas que
participaram da luta armada contra o Regime Civil-Militar nos anos 1960 e 1970.
Ele também se mostra contra as ideologias e movimentos liberais em favor do
casamento homossexual, aborto e divisão do país em raças que desejam impor um
novo pensamento à maioria religiosa. Isso tem levado muitas pessoas a o
considerar como um exemplo de nacionalista que defende os interesses
brasileiros. Mas até que ponto isso é verdade? Estaria o deputado interessado
em ver um Brasil livre e soberano ou ele é apenas mais um demagogo oportunista
buscando autopromoção? Nesta postagem, mostraremos que ele não somente se
encaixa no segundo caso, como também possui interesses que vão contra a
independência política, militar e ideológica do território brasileiro e de seu
povo.
Figura
2 - Imagem veiculada na internet retrata Jair Bolsonaro como um exemplo de
"patriota" brasileiro.
O
QUE É NACIONALISMO NO CONTEXTO BRASILEIRO?
Primeiramente, é necessário
deixar claro que quando mencionamos a palavra “nacionalista”, o fazemos com
base no pensamento genuíno de defesa dos interesses nacionais (de ordem
econômica, política e social), manifestada na história recente do Brasil tanto
por elementos de esquerda, como é caso do governo de Getúlio Vargas, suas
“campanhas de nacionalização” e defesa dos interesses trabalhistas, como por
retóricas mais à direita, caso do saudoso Enéas Ferreira Carneiro (já falecido e que
jamais teve a oportunidade de incorporar suas ideias ao projeto político
brasileiro).
A
AMEAÇA NÃO É COMUNISTA, E SIM LIBERAL E NORTE-AMERICANA.
Tanto Enéas como Getúlio
Vargas estavam conscientes de que o Brasil deveria seguir um caminho próprio de
desenvolvimento e independente dos interesses de organizações privadas ou
nações de caráter dominador como os Estados Unidos da América (as primeiras
como instrumento do segundo). Vargas, enquanto no poder, contribuiu com a
independência brasileira por meio da nacionalização da economia, investimento
nas indústrias de base e valorização do trabalhador. Nos anos 1990 e 2000,
Enéas, uma figura muito menos influente, utilizava seu curto tempo de
propaganda eleitoral gratuita para expor os interesses primeiro-mundistas norte-americanos
e europeus presentes em nossos candidatos à presidência, tais como a
legalização das drogas e a submissão econômica do Brasil às potências
estrangeiras.
Figura
3 - Enéas, ícone messiânico brasileiro, jamais apoiaria Jair Bolsonaro e sua
guinada ao “conservadorismo” liberal americano.
BOLSONARO
REPRESENTA A POLÍTICA EXTERNA AMERICANA E SIONISTA
Jair Bolsonaro conseguiu
crescer explorando o descontentamento da classe média brasileira com o que
considera como “avanço do comunismo” (que nada mais é do que certa dose de
redistribuição de renda, muito insuficiente por sinal) e com os ativismos de
grupos de direitos humanos. Isso gerou a falsa impressão de que o político
represente os interesses da maioria da população. Na realidade, Jair Bolsonaro
é um apologista do domínio dos Estados Unidos sobre o mundo e não esconde esse
fato. Por exemplo, o deputado constantemente demonstra sua admiração pelo
Regime Militar brasileiro (1964-1985) e seu massacre aos opositores, regime
esse que obedecia a cartilha de Washington impedindo qualquer movimento
anticapitalista e antiliberal de triunfar na política nacional. O Brasil jamais
foi o mesmo depois de 1964 e mesmo os governos que vieram depois de 1985 jogam
de acordo com as mesmas regras estabelecidas pela ditadura. Além do apoio a
ditadura financiada pelos EUA, Bolsonaro também se posiciona em favor do
terrorismo israelense, responsável pela tortura e matança desenfreada de
palestinos. Em julho de 2014 o possível candidato a assumir o Palácio do
Planalto em 2018 até teve a vergonhosa atitude de enviar uma carta à embaixada
de Israel criticando a atitude de Dilma Rousseff por ter assumido uma posição
bilateral em relação ao conflito Israel-Palestina. Está claro que para o
político fluminense, os Estados Unidos e Israel possuem o direito de ditar as
regras do tabuleiro geopolítico. Qualquer um que se posicione contra ao domínio
do Primeiro Mundo receberá a alcunha de “terrorista” ou “inimigo da liberdade”.
As falcatruas de Bolsonaro
não param por aí: suas posições em relação ao plano econômico têm mudado
radicalmente a medida em que sua aceitação pela grande mídia aumenta. Caso não
lembrem, em aparição ao programa do Jô em 2007 na Rede Globo, Bolsonaro
defendeu sua afirmação de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deveria
ser fuzilado pela sua política de privatização das estatais como a Vale do Rio
Doce e as empresas de telecomunicação. Hoje, Bolsonaro está completamente
alinhado com o pensamento libertário econômico e defende a diminuição da
interferência do estado na economia e até mesmo a privatização da Petrobras. De
acordo com sua lógica contraditória, ele mesmo deveria ser fuzilado hoje.
Figura 4 - O Brasil ideal de
Jair Bolsonaro.
Tratando-se de suas intrigas
com ONGs de direitos humanos, Bolsonaro afirma que “cortaria todos os recursos para direitos humanos” caso tivesse a
chance de realizar tal alto. Certamente, muitas dessas organizações são
representantes dos interesses americanos e europeus travestidos de “defensores
das minorias” e são financiadas por esses mesmos países. Ativistas dessas
organizações se infiltraram em muitos partidos considerados de esquerda e são
bastante influentes. Aqui notamos uma certa contradição muito forte em qualquer
político liberal conservador brasileiro: seu desejo por fazer com que o Brasil
“atrasado” se adeque ao primeiro mundo desenvolvido, enquanto rejeita a própria
normalidade cultural desses países que tanto admira. Apesar de seus elogios à
democracia americana e aos costumes culturais europeus, Jair Bolsonaro seria
motivo de chacota nesses países marcados pelo domínio do secularismo e dos
interesses privados sobre as tradições dos povos. Se você realmente acredita
que as ONGs são um problema para o Brasil, não é se aproximando dos Estados
Unidos e outras potências imperialistas que o problema será resolvido.
NÃO
VIVEMOS MAIS A GUERRA FRIA
O Socialismo como potência
ideológica e geopolítica capaz de interferir nas decisões de outros países não
existe mais. A União Soviética caiu e o que existem hoje são alguns países
(tais como Cuba e Coréia do Norte) interessados em manter sua soberania e ser
deixados em paz. Muitos dos ditos “socialistas” de hoje vistos no Ocidente nada
mais são do que liberais de esquerda, inspirados nos movimentos da
contracultura nos Estados Unidos e na França durante os anos 1960. Apesar
disso, o comunismo continua sendo usado como bicho-papão para fomentar a
histeria conservadora anticomunista e pró-americana. Se você acredita que existe
algo chamado “Marxismo Cultural” e que vem sendo ensinado nas escolas desde os
anos 1960, olhe para o Brasil a sua volta: quantas pessoas que você parar na
rua podem te dar uma definição do que significa marxismo? A resposta é: quase
nenhuma. Não existe doutrinação comunista nas escolas. O que existe é a
propagação do consumismo cosmopolita e da confusão de termos políticos gerados
pelo próprio Liberalismo (interessado na ignorância do povo frente às
alternativas).
CONCLUSÃO:
Jair Bolsonaro nada mais é
do que uma falsa promessa. Ele não irá desafiar as elites dominantes e os
monopólios midiáticos, apenas reforçar ainda mais suas influências na opinião
pública brasileira. Seu maior sonho é implementar o controle americano total
sobre a política brasileira massacrando qualquer dissidência ou ameaça a esse
controle.
REFERÊNCIAS:
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirATENÇÃO: este blog não é uma democracia. Comentários estúpidos serão apagados sem aviso prévio.
ResponderExcluirlegal, mas entre os candidatos, meu voto com certeza vai pra ele. O que vc acha a respeito?
ResponderExcluirtipo, mesmo pra quem acha ele ruim, ele é o menos pior
ResponderExcluirConforme disse o professor Sérgio de Vasconcelos, um dos interessados em restaurar o Movimento Integralista Brasileiro, "Bolsonaro é um carreirista".
ResponderExcluirFoda demais o texto, parabéns. Tirou as palavras da minha boca. Permite compartilhar?
ResponderExcluirBolsonaro é um carreirista...
ResponderExcluirE que segundo o Professor Ricardo Costa de Oliveira, que estuda a questão do nepotismo na política brasileiro, criou uma espécie de holding familiar.
Excluiros mesmos que derrubaram o grande Getúlio Vargas são os ídolos de Bolsonaro, pós sabemos que um país emergente que não obedecer o monopólio das grandes potências sofre, conspiração ou morte.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirConcordo com toda a matéria, menos com o tocante ao regime militar Brasileiro. Em 1964 o perigo comunista era real, quadro muito diferente de 2016. Os comunistas tinham adotado o etapismo como estratégia de tomada de poder, e o governo Jango seria a fase burguesa da revolução, como a revolução de Fevereiro na Russia de 1917. Durante 21 anos o regime militar fez o Brasil passar da 46a economia do mundo, para 8a. A pobreza passou de 68 % da população para 35 % . A metade. Teve seus erros, como investir no crescimento baseado em endividamento em plena crise do petroleo, o que resultou em hiperinflação. Mas no balanço geral, dos males, foi o menor.
ResponderExcluirPrecisa comer merda para ter um blog? cara, na moral eu não estou querendo te ofender, mas se tu posta um texto idiota eu serei falso se não te chamar de retardado? a minha ofensa é para quem sabe você acorde, dentre tudo de pior foi isso...
ResponderExcluirSe você acredita que existe algo chamado “Marxismo Cultural” e que vem sendo ensinado nas escolas desde os anos 1960, olhe para o Brasil a sua volta: quantas pessoas que você parar na rua podem te dar uma definição do que significa marxismo? A resposta é: quase nenhuma. Não existe doutrinação comunista nas escolas. O que existe é a propagação do consumismo cosmopolita e da confusão de termos políticos gerados pelo próprio Liberalismo (interessado na ignorância do povo frente às alternativas).
Primeiro meu colega, serio mesmo? so pq as pessoas não sabem definir isso significa que nao existe? isso nem argumento é... Quem acredita no marxismo cultura justamente é usado deste modo, para que os tapados acreditem mas que não saibam o que esta sendo ensinado, ou é mais inteligente para os doutrinadores ensinarem de modo objetivo ou subjetivo, sinceramente. pode bloquear.
Rafael Bastos, você não conseguiu em nenhuma linha do que escreveu refutar os argumentos do texto acima. Você é burro e nem se deu conta disso. Aliás, você é o doutrinado no liberalismo cultural, capitalismo cultural, chame-o do que quiser, exceto marxismo cultural.
ExcluirFora Boçalnaro!!!
ResponderExcluirAlô?? E a revolução cultural, você esqueceu? Que ele só entrará se for de comum acordo como ZOG e com os Amerdocanos, é fato!
ResponderExcluirQuando falamos de economia é um fato verídico que o livre mercado é eficiente, quando falamos que o Bolsonaro está defendendo os interesses dos EUA é de fato que para que o país cresça não se deve nadar contra a maré é hoje sabemos que EUA é uma nação de sucesso e devemos nos espelhar nisto.
ResponderExcluirIncluindo adotar medidas protecionistas do mercado interno como os EUA tem feito desde os tempos de Alexander Hamilton?? Isso sim que impediu que os EUA tivesse o mesmo destino que Portugal e França tiveram depois que assinaram os tratados de Methuen (1703) e de Eden-Rayneval (1786) com a Inglaterra, não o livre mercado que vocês tanto apregoam.
ExcluirEu acredito, pelo fato de que tiver professores doutrinadores.
ResponderExcluirTeve professores doutrinadores sim, mas não nessa bobagem de marxismo cultural, mas sim nesse liberalismo de esquerda. Essas degenerações sociais e culturais existem no mundo capitalista, apenas.
ExcluirE o que são esses professores doutrinadores perto da mídia de massa, que tem um poder de doutrinação infinitamente superior ao deles??
ExcluirLixo puro lixo esse texto kkk Bolsonaro 2018
ResponderExcluirTu és muito burro.
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