Foto - Manifestação na Avenida Paulista, 13/03/2016.
O que falar a respeito
das manifestações que tiveram lugar em várias partes do país no dia 13 de março
de 2016, pedindo em sua maioria o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a
prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva? Resumindo a ópera: os
manifestantes, muitos deles certamente lobotomizados pela grande mídia (que de
isenta nada tem, que fique bem claro) e por figuras como os jornalistas Marco
Antônio Villa, Diogo Mainardi, Miriam Leitão, Arnaldo Jabor e Carlos Alberto
Sardenberg e o astrólogo metido a filósofo Olavo de Carvalho, foi lá brincar de
Euromaidan e Primavera Árabe.
E por qual motivo, razão
ou circunstância o autor desse texto diz isso? Como cidadão brasileiro, tenho
muito medo de que o Brasil, em decorrência dessas manifestações todas, venha a
ter um destino similar ao que tiveram países como Venezuela, Líbia, Síria,
Egito e Ucrânia nos últimos anos, todos eles vitimados por revoluções coloridas
e as guerras intestinas e/ou tentativas de golpes de estado decorrentes. Além
disso, não desejamos ser bucha de canhão e assim compactar com os jogos de
poder que a classe dominante faz por trás das cortinas do poder. O título desse
artigo é uma referência a uma encíclica publicada pelo papa Pio XI em 1937, Mit
Brennender Sorge[1]
(em português “com ardente preocupação”), a respeito da preocupação do então papa
romano com a ascensão do nazismo na Alemanha.
A minha grande
preocupação é que, com toda essa onda de histeria anti-petista que vemos nessas
manifestações, o Brasil venha a ter destino similar ou idêntico ao que tiveram
os citados países. O que o Euromaidan trouxe de bom para a Ucrânia? Nada,
absolutamente nada. O povo tanto protestou nas ruas de Kiev e outras cidades da
antiga república soviética, pensando que com a entrada do país na União
Européia tudo ia melhorar de uma hora para outra como se fosse um passe de
mágica (sendo que uma eventual Ucrânia na União Européia será nada mais que uma
nova Grécia), e no fim de tudo o que aconteceu foi que um corrupto, no caso o
ex-presidente Viktor Yanukovych, foi deposto e em seu lugar entrou outro
corrupto, o atual presidente Petro Poroshenko. O que para muitos incautos no
Ocidente pareceu a Ucrânia se libertando do suposto jugo russo em realidade não
passou de uma briga entre oligarcas: saiu um oligarca mais ligado à Rússia e
agora temos no poder em Kiev um oligarca tão ou mais corrupto quanto seu
antecessor, só que mais ligado ao Ocidente. Sem contar com o fato de que o
país, após o golpe civil-oligárquico de 2014, entrou em uma espiral de caos e
guerra civil que não tem previsão de chegar ao fim. Bandos de neonazistas (os
quais não passam de peões nas mãos dos oligarcas, muitos deles judeus) pululam nas
ruas ucranianas e desejam fazer uma limpeza étnica contra as minorias étnicas
do país, em especial os russos do sul e do leste do país. Ante essa situação, o
povo da Criméia organizou um referendo em que foi decidido que a Península do
Mar Negro voltaria a ser parte da Rússia, e no Donbass (região sudeste da
Ucrânia, próxima a fronteira com a Rússia e banhada pelo Rio Don), também
através de referendos, as repúblicas de Lugansk e Donetsk se separaram de Kiev,
que desde então promove uma guerra genocida contra as duas repúblicas.
E a Primavera Árabe, o
que ela trouxe de bom para países como Líbia, Síria, Egito e Tunísia? Também nada.
Muito pelo contrário. Também trouxe caos, violência e instabilidade interna
para os países por ela afetados. A Líbia, que sob o governo de Muammar
al-Kadaffi era o país africano com o maior IDH, hoje se encontra esfacelada
como país, sem autoridade central alguma e dividida entre diversos bandos
terroristas. O Egito sofreu seguidas mudanças de governos desde a queda de
Hosni Mubarak em 2011. Tunísia idem após a queda de Ben Ali. A Síria se
encontra sob uma sangrenta guerra civil que opõe o governo Assad (agora apoiado
por países como Irã e Rússia) e grupos terroristas como o Front al-Nusra (ramo
sírio da Al Qaeda) e o Estado Islâmico que se arrasta por cinco anos. E o caos
gerado por toda essa onda de instabilidade no norte da África e no Oriente
Médio tem levado milhares de pessoas desses lugares a buscarem asilo na Europa
(com parte significativa deles sendo em realidade gente ligada a grupos
wahhabitas como o Estado Islâmico se passando por refugiados e que estão também
tocando o caos e o terror na Europa).
Resumindo a ópera: na
Ucrânia, as manifestações começaram com liberais nas ruas e terminaram com
bandos neofascistas russófobos que professam o mesmo ideário que os
colaboradores ucranianos dos alemães na Segunda Guerra Mundial professavam. E
nos países árabes em questão, as manifestações também começaram com liberais
nas ruas e terminaram em Estado Islâmico, Al Qaeda e outros grupos terroristas
de matiz wahhabita. E a Venezuela, por sua vez, após o falecimento de Hugo
Chávez e a eleição de seu sucessor Nicolás Maduro, igualmente está atolada em
uma situação de guerra intestina que opõe os partidários do regime bolivariano
(no poder desde 1999) e os opositores (os quais almejam a restauração da 4ª
República, onde o país era uma versão sul-americana das petro-monarquias do
Golfo Pérsico), os quais muitas vezes recorrem a atos de terrorismo (como foi
no caso do episódio das guarimbas de fevereiro de 2014). O país também enfrenta
uma guerra econômica perpetrada pelas elites venezuelanas, a ponto de se esconder
das prateleiras dos supermercados produtos de primeira necessidade e assim
gerando filas e mais filas (ou seja, a mesma tática usada no Chile contra
Salvador Allende). Em outras palavras, nosso receio é que uma eventual
revolução colorida (revoluções essas que em realidade não passam de golpes de
estado e que são dirigidas de fora através de ONGs estrangeiras e de grupos
nacionais por eles patrocinados, a exemplo do Movimento Brasil Livre e do Vem
para a Rua) no Brasil ou algo do tipo traga desdobramentos similares aos vistos
nesses países.
Foto
– Mapa que mostra os países que sofreram com golpes de estado que recebem o
elegante nome de Revoluções Coloridas (da Revolução dos Cravos em Portugal no
ano de 1974 em diante).
Também compartilhamos do
medo de que o Doutor Pirula tem a respeito dessa onda de ódio anti-petista e de
toda a histeria que nela vem embutida com a desculpa de ser contra o partido de
Lula, Dilma, José Genoíno e José Dirceu. Com ele também concordo que o PT
merece essas reações contrárias. O problema que nós vemos é para onde esse
descontentamento é direcionado e como ele é expresso, criticando-o apenas por
causa dos casos de corrupção (e o que é pior, tratando desse problema apenas no
plano moral e fazendo a mesma fanfarra com o tema que a UDN e Carlos Lacerda faziam
nos anos 1950 e 1960 e que o próprio PT fazia quando ainda era oposição). Do
contrário, sem esse devido direcionamento das críticas e manifestações ao PT e
sem o devido resgate da bandeira do trabalhismo de Vargas, Jango e Brizola,
toda e qualquer manifestação que aparecer nas ruas de protesto contra o atual governo
será brincadeira de Euromaidan e Primavera Árabe.
Que fique bem claro uma
coisa aos desavisados e a aqueles que eventualmente nos chamarem de “petralhas”,
“vocês são pagos pelo PT” e acusações similares: não somos favoráveis ao Partido
dos Trabalhadores e suas políticas (muito pelo contrário), mas nem por isso compactuamos
com essa onda de histeria reciclada da Marcha da Família com Deus pela
Liberdade de 1964. Nossa antipatia para
com o Partido dos Trabalhadores não é devido aos casos de corrupção que
periodicamente aparecem no noticiário (em outras palavras, não compactuamos com
esse ranço udenista e moralista que a coxinhada pró-golpe exala), e sim devido às
debilidades do projeto político que tem adotado desde no mínimo 2002, onde em
nome da governabilidade Lula e sua trupe preferiram conchavar com o poder
econômico estabelecido na Avenida Paulista, com o agronegócio e com os mais
reacionários e fisiológicos partidos do Brasil que apear do poder essa mesma
classe tal como Getúlio Vargas fez em 1930 quando apeou do poder a oligarquia
cafeeira que até então mandava e desmandava no Brasil e assim fazer várias
reformas estruturais necessárias ao desenvolvimento brasileiro, incluindo a
reforma agrária, reforma tributária, reforma educacional, reforma científica, auditoria
das dívidas interna e externa, entre outras tantas. Esse modelo conciliatório
adotado pelo PT desde que assumiu o governo, o qual era favorecido pela
conjuntura dos tempos de bonança da economia global, era inclusive elogiado e
admirado pela oposição venezuelana a Hugo Chávez por seu entendimento com essa
mesma classe dominante. Uma coisa há de ser ressaltada a respeito dos anos
petistas no Brasil: na virada de 2002 para 2003, Lula e o PT assumiram o
governo no Brasil, mas não o poder de fato, o qual continuou nas mãos dessa
oligarquia e suas distintas frações. E uma diferença abissal há entre assumir o
governo e assumir o poder de fato. E depois certas pessoas falam que o PT segue
a ordens supranacionais vindas de fora, sendo que as ordens que Lula e sua
trupe seguem em realidade não vêm de fora do país, e sim de dentro.
E essa mesma oligarquia,
como Nildo Ouriques vem pontuando nos últimos tempos, nenhum interesse em ver
Dilma sofrer um impeachment tem. Pelo contrário. O que ela quer, segundo a
opinião do professor catarinense, é sangrá-la até o fim de seu mandato como se
fosse um touro de tourada cheio de espadas cravadas em seu corpo, ao mesmo
tempo em que a popularidade de Lula perante o povo é destruída pelas recorrentes
denúncias da Operação Lava Jato, de forma a enfraquecer e/ou inviabilizar a sua
candidatura para o pleito eleitoral de 2018 e facilitar a vitória do candidato
tucano (que mais provavelmente será Geraldo Alckmin ou José Serra). E o mais
trágico dessa manifestação e de outras anteriores (assim como outras
vindouras), é ver o povão, além de brincar de Euromaidan e Primavera Árabe,
sendo massa de manobra desses jogos de poder das classes dominantes. As mesmas
classes dominantes as quais Lula e Dilma serviram como se fossem cães
amestrados todos esses anos enquanto a economia global vivenciava anos de bonança,
mas que agora, ante a crise econômica mundial que ai se encontra, está
descartando como se fosse lixo e de tudo fazendo para deles se livrar o mais
rápido possível em sua ânsia por lucros cada vez maiores de seus negócios.
Foto
– O PT e suas relações com a classe dominante, de 2003 até hoje.
Agora a respeito das
manifestações em si (compostas em sua a maioria por pessoas de classe média e alguns
pobres que pensam ser da classe média, as quais como sempre levam junto consigo sua costumeira
mediocridade e seu cretinismo em manifestações desse tipo e fazer seu típico
papelão nas ruas, a ponto de ir para as ruas trajando a camisa da seleção
brasileira que tem em seu peito o emblema da CBF, uma organização notoriamente
corrupta), em especial das palavras de ordem que nela apareceram. Primeiro
falemos a respeito daqueles que pedem o impeachment da presidente Dilma e a
prisão de Lula e outros petistas. Pelo visto eles não sabem que, caso a presidente
sofra de fato impeachment, quem assumirá seu posto não será o Aécio Neves,
muito menos Ronaldo Caiado, Jair Bolsonaro, José Serra, Alckmin ou algo que o
valha. Também não terá novas eleições nem nada disso. O que vai acontecer é que
Michel Temer irá assumir o lugar de Dilma. E caso ele também seja implicado, os
próximos da linha de sucessão serão Renan Calheiros e Eduardo Cunha. Se for
para Dilma ser deposta e em seu lugar entrar essa gente, preferimos que a
petista fique no poder até o final de seu mandato. Pelo visto esse povo que vai
as ruas brincar de Euromaidan e Primavera Árabe destilar sua mediocridade e
alienação costumeiras e seu udenismo latente não se dá conta disso.
Algo digno de nota
nessas manifestações é a exaltação ao juiz Moro feita pelos manifestantes.
Muitos deles o vêm como um paladino da justiça, aquele que está limpando o
Brasil do mal secular da corrupção e visões similares. Cartazes com os dizeres
“#MexeucomMoromexeucomigo” apareceram nas manifestações, assim como máscaras
dele e de Newton Ishii (o japonês da PF), entre outras coisas.
Foto
– Manifestante com cartaz com o dizer “#MexeucomMoromexeucomigo”.
Eles, do alto de sua
ignorância, pensam que a justiça que ai está é um órgão isento, ilibado, que
tem como objetivo zelar pelo bem de todos os cidadãos brasileiros e que está
acima dos interesses de classes sociais, sendo em realidade trata-se de uma
instituição que está ai para servir aos interesses da classe dominante. E o
próprio juiz Moro, que vem de uma família muito ligada ao tucanato, em
realidade nada mais é que uma das peças desse jogo de poder da mesma classe
dominante (assim como a Operação Lava Jato em si). Peça essa que será
descartada sem a menor cerimônia a hora em que não tiver mais utilidade alguma a
seus superiores. Ou então quando resolver sair do script ao qual lhe foi incumbido.
Assim sendo, ele está muito longe de ser o herói que muitos pintam. Apenas se
tornará quando deixar de lado o seletivismo em suas investigações e passar a
investigar outros partidos, incluindo o tucanato. A julgar pela maneira
extremamente seletiva como Moro e sua equipe conduzem a Operação Lava Jato, o
que irá acontecer é o seguinte: apenas a corrupção petista chegará ao fim. A de
outros partidos continuará grassando do mesmo jeito, só que não terão o mesmo
escrutínio da parte da grande mídia (a qual historicamente sempre teve uma
predileção maior pelo tucanato que pelos petistas) que a corrupção petista tem.
E a população, do alto de sua ingenuidade, achará que a corrupção foi extirpada
passará a tratar Moro como aquele que moralizou o país. Em contra-partida, bem
diferente da extremamente midiatizada Operação Lava Jato, a recente iniciativa
de se fazer auditoria da dívida foi vetada pela própria presidente Dilma, além
de ter recebido da grande mídia verdadeiro silêncio de cemitério. Imaginamos
a montanha de falcatruas dessa mesma classe dominante (a qual usa a dívida como
um instrumento de enriquecimento e assalto ao Estado), em conluio com empresas
multinacionais, investidores nacionais e internacionais, bancos e outros, uma
eventual auditoria não irá revelar.
E o pior de tudo é ver
que nessa manifestação estiveram presentes figuras como Jair Bolsonaro, Aécio
Neves, Ronaldo Caiado, Geraldo Alckmin e outros que nenhuma moral tem para
falar que Dilma, Lula e o PT são corruptos e adjetivações similares. São o sujo
falando do mal lavado. Além dos patéticos elementos que lá foram pedir
intervenção militar constitucional. Pelo visto, esse povo ainda vive no clima
da guerra fria e acha em suas mentes pequenas que o PT é comunista, bolivariano
e porretes linguísticos similares. Há quem diga que o próprio Lula foi uma cria
do general Golbery do Couto e Silva, para criar dentro da própria esquerda
brasileira e dentro do contexto de abertura política um contraponto a Leonel
Brizola (que era o verdadeiro pesadelo das classes dominantes e do capital
multinacional aqui estabelecido). E a essa tarefa Lula e o PT cumpriram muito
bem sua função, já que Brizola faleceu em 2004 sem ter sido presidente do
Brasil. Se isso tudo vier à tona um dia a todos nós, quero muito ver se esses acéfalos
continuarão tendo moral para ficar pedindo intervenção militar e qual será a
cara deles ao ver que Lula e o PT são crias dos mesmos militares que eles pedem
que voltem ao poder. Sem contar que a ignorância histórica desses elementos,
que mal sabem o que foi o golpe de 1964 e o motivo pelo qual ele aconteceu
(tema esse que será abordado em um próximo artigo), além do fato de que hoje
não há um clima real para que um golpe como o de 1964 ocorra novamente.
Algo também digno de
nota nessa manifestação do último domingo foram as vaias que políticos como
Aécio Neves e Geraldo Alckmin receberam na manifestação quando os políticos
tucanos chegaram à Avenida Paulista. Entretanto, nós não nos empolgamos com
essas vaias. Por que vai que entre aqueles que os vaiaram não haviam
partidários da Intervenção Militar e/ou de Bolsonaro? O mesmo Bolsonaro que, de
acordo com uma pesquisa feita pelo instituto Paraná Pesquisas na Avenida
Paulista, possui uma popularidade considerável entre aqueles que foram lá se
manifestar. Pelo visto os manifestantes, muitos dos quais certamente se dizem
apartidários, na verdade estão de saco cheio dos partidos tradicionais
(tucanato incluso). Há tempos, muita gente reclama por ai que no Brasil faltam
autênticos partidos de direita. E o que esse pessoal em realidade quer dizer?
Que eles gostariam de ver um partido de direita ideologicamente mais próximo do
Partido Republicano dos EUA, tão truculento quanto seus congêneres
norte-americanos e livre do que eles chamam de influências esquerdistas/comunistas
nos partidos políticos brasileiros (lembrando que o PSDB, ideologicamente, se
aproxima muito mais do Partido Democrata que do Partido Republicano. Ou seja,
aqui ele pode ser considerado de direita por ser oposto ao PT, mas ao mesmo
tempo em países como os EUA, a Inglaterra e a Alemanha seria considerado de
esquerda). E não apenas isso, que esse partido também seja um partido do mainstream
político da nação e divida o bolo republicano brasileiro com algum outro
partido. E é por isso que políticos que mais se aproximam ideologicamente dos
republicanos norte-americanos como Jair Bolsonaro e Marco Feliciano cada vez
mais são populares.
Foto
– Manifestantes pró-Bolsonaro na Avenida Paulista.
Se um dia isso vier a se
consumar, a política partidária brasileira será uma verdadeira cópia xerox da
política partidária norte-americana. Em comum com o petucanato, essa direita
republicanóide que está se desenvolvendo no Brasil e pouco a pouco galgando popularidade
entre as massas compartilha o ranço de matiz udenista no tocante a temas como a
corrupção, assim como o uso constante de termos como comunismo e bolivarianismo
como porretes linguísticos reciclados do macarthismo e da Marcha da Família com
Deus pela Liberdade. Ou seja, tanto fala no tema e nada fala de suas raízes
profundas. Por motivos já explicados em artigo anterior, políticos como Jair
Bolsonaro e Marco Feliciano são um verdadeiro canto da sereia para a população.
Os dois políticos do PSC (Partido Social Cristão) são representantes de uma
direita de, parafraseando o grande pensador francês Alain Soral, professam aquilo
que chamamos de a direita dos valores sem a esquerda do trabalho. Ou seja, uma
direita que ataca a nível nacional o Gregório Duvivier, a Alessandra Negrini, a
Bárbara Paz e o Jean Wyllys e a nível internacional a Ariana Grande, a Madonna,
a Lady Gaga e a Katy Perry, mas ao mesmo tempo fecha os olhos para a FIESP, a
FEBRABAN, a Vale privatizada e a BOVESPA a nível nacional e a nível
internacional o George Soros, o Rockefeller, o Rotschild e o JP Morgan.
Resumindo a ópera, ataca o maconhista e o abortista da mídia, mas não faz o
mesmo com o abortista e o maconhista engravatado que está no poder econômico. Ataca
os peões, mas não o rei. Sendo que um não existe sem o outro e vice-versa. No
fim, não passam de uns conservadores de meia-tigela que aplicam o típico
discurso udenista para a questão da degradação moral e inversão de valores dos
últimos tempos.
Por fim, gostaria de
deixar um recado ao povo brasileiro. Por favor, sejamos menos passionais, menos
manipulados pela grande mídia que sempre manufatura suas opiniões a favor de
seus interesses, se informarem melhor sobre o que acontece não só no nosso país
como também em outras partes do globo e não se comportem como se fossem peões descartáveis
de um grande jogo de xadrez. Na Ucrânia os oligarcas tiram proveito do ódio
secular que os neonazistas de lá sentem pela Rússia e assim os usam de bucha de
canhão em sua tentativa de meter a mão nas indústrias do Donbass. Vocês aqui no
Brasil estão fazendo o mesmo papelão que os integrantes de grupos paramilitares
russófobos da Ucrânia como o Setor de Direita e o Batalhão Azov[2] fazem. Goblin disse em seu
vídeo sobre a crise ucraniana que aqueles que se manifestaram e pularam
carnaval no Euromaidan ajudaram a empurrar o país para a guerra civil que se
arrasta até hoje. E se algo similar ao que aconteceu não só na Ucrânia como
também na Líbia, na Síria, no Egito, na Tunísia e na Venezuela vier a ocorrer
no Brasil, vocês que fizeram o mesmo em lugares como a Avenida Paulista serão
igualmente culpados por isso.
Foto
– Algumas das bizarrices vistas na manifestação do dia 13/03/2016.
Fontes:
A geopolítica da Lava
Jato. Disponível em: http://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras-midias/a-geopolitica-da-lava-jato/
Amarilis Demartini &
Caimmy de Sá – O ensaio do golpe da direita globalista no Brasil. Disponível
em:
Da primavera árabe ao
Brasil, como os EUA atuam na geopolítica. Disponível em: http://jornalggn.com.br/noticia/da-primavera-arabe-ao-brasil-como-os-eua-atuam-na-geopolitica
Dilma veta auditoria da
dívida pública por conflito com estado e municípios. Disponível em:
Direita brasileira quer
repetir receita ucraniana. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mBMNvhTYZsg
Líbia: a verdade que
eles não querem contar. Disponível em: https://juizofinal.wordpress.com/2011/06/19/libia-a-verdade-que-eles-nao-querem-contar/
Lula convocará as
massas? Disponível em:
Manifestações consagram
Bolsonaro, diz pesquisa realizada na Paulista. Disponível em:
Manifestantes se reúnem
em São Paulo para pedir impeachment de Dilma. Disponível em:
Nildo Ouriques – Tema:
Momento político. Disponível em: https://soundcloud.com/programafaixalivre/fl-10032016_2-nildo-ouriques-tema-momento-politico?utm_source=soundcloud&utm_campaign=wtshare&utm_medium=Facebook&utm_content=https%3A%2F%2Fsoundcloud.com%2Fprogramafaixalivre%2Ffl-10032016_2-nildo-ouriques-tema-momento-politico
Notícias sobre a Ucrânia
(em russo com legendas em português). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Kvb75WEYmEo
O que acontece se a
presidente Dilma sofrer impeachment? Disponível em:
Profesor Lupa – Brasil
(em espanhol). Disponível em:
PT criado e incentivado
por Golbery – A esquerda que a direita gosta. Disponível em:
Quem financia os
protestos do dia 13? Disponível em: http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2016/03/quem-sao-os-financiadores-dos-protestos-do-dia-13-2945.html
“Vagabundo”. Aécio
engole seu veneno. Disponível em: http://www.brasil247.com/pt/colunistas/altamiroborges/220948/Vagabundo-A%C3%A9cio-engole-seu-veneno!.htm
[1] Leia-se “Sorgue”, pois no alemão,
assim como em idiomas como o russo, o japonês, o mongol e outros, o som da
partícula g não muda em função da vogal seguinte, como por exemplo, no inglês e
nas línguas latinas.
[2] Leia-se “Azoff”, pois no russo,
quando uma palavra termina em v (cirílico в), automaticamente ganha som de
“ff”.
E com isso, temos uma nação totalmente lobotomizada e cega para a realidade. Incoerência, a gente vê por aqui.
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