quarta-feira, 20 de julho de 2016

Jean Wyllys e seu acessório de sandices.

Por Marcus Valerio XR


Em notícia do assassinato de uma transexual (fisicamente homem, psicologicamente mulher) de 19 anos, no estado do RS, o delegado que investigou o caso declarou: ["Não enxergo crime de homofobia, até porque todos estavam envolvidos numa relação homossexual."]
O deputado Jean Wyllys, sem qualquer conhecimento direto além da mera reportagem do UOL sobre o crime (que já foi solucionado pelo delegado tendo os acusados já sido identificados e só não estando presos por serem menores de idade) e sem qualquer consideração pelo trabalho de quem já fez sua parte para impedir que mais um homicídio fique em solução, simplesmente decidiu ofender o profissional: ["É muita burrice numa frase só."] Além de, na sequência, estender sua crítica e acusações de "Xfobias" a todo o corpo policial e a toda a sociedade.
Em seu Facebook, utilizou dois argumentos, um de baixíssimo nível, e outro mais interessante e que merece maior detalhamento. O primeiro: ["Vamos, por enquanto, deixar de lado a confusão entre homofobia e transfobia (...). Em primeiro lugar, devemos esclarecer que a relação entre esses jovens e a Nickolle não foi ‘homossexual’, já que eles têm uma identidade de gênero masculina e ela, feminina. Quando um homem faz sexo com uma mulher, seja ela cisgênero ou transgênero, essa relação é heterossexual."] O que confirma, pela enésima vez, o que venho dizendo há anos. Que o movimento LGBTT, que é apenas um braço do Feminismo, está mais interessado na absoluta falsificação da realidade do que numa real defesa de segmentos sociais marginalizados.
Primeiro, que a relação sexual é classificada de acordo com os sexos físicos do envolvidos. Se os dois envolvidos são de sexos diferentes, a relação é hétero, se são do mesmo sexo, é homo! O que poderia ser mais simples, direto, e objetivo do que isso? É assim que podemos classificar também como homossexuais relações entre animais, e é assim que podemos ter um fundamento material racional para qualquer efeito. Havendo uma relação homossexual masculina saberemos de antemão, por exemplo, que não existe risco de gravidez, que não pode ter havido sexo vaginal, e que ambas as partes estão aptas a promover a penetração bem como inevitavelmente terá havido sexo anal e/ou felação.
Mas a realidade objetiva pouco importa para Jean Wyllys e seus "transrealistas" que tentam substituir a materialidade concreta por seus delírios esquizofrênicos. Tão pouco importa a realidade subjetiva da esmagadora maioria da humanidade, na qual o impulso sexual é primordialmente direcionado ao corpo, e secundariamente à mente. Principalmente entre os homens. Os heterossexuais sentirão atração imediata por um corpo feminino atraente mesmo que não façam a menor ideia de qual seria a identidade de gênero em questão. E se é verdade que um comportamento excessivamente masculino pode prejudicar ou mesmo matar essa atração inicial, isso ocorre justo porque tal comportamento irá emular características típicas da maioria esmagadora das pessoas de sexo oposto. O inverso ocorre entre os homossexuais, só havendo uma flexibilidade maior nos bissexuais.
Para no mínimo 90% das pessoas, noutra pessoa do mesmo sexo uma mente do gênero oposto não terá eficácia alguma em lhes despertar apetite sexual! E mesmo o evidente fato de muitos transgêneros, como a vítima do crime em questão, emularem ao máximo possível a aparência do sexo oposto, pode ter mais a ver com o desejo de simular o sexo que desejaria ter do que uma real esperança de obter um relacionamento com homens heterossexuais.
O fato é que os rapazes em questão promoveram uma relação homossexual, sendo então, no mínimo, bissexuais. Mas definitivamente não são heterossexuais. Pois nem mesmo a melhor simulação de feminilidade seria suficiente para convencer um homem heterossexual a levar adiante uma relação sexual se a realidade física de outro homem se revelar no momento em que acabar a eficácia da emulação.
Voltando a relacionar a questão física, lembremos que existem os bigêneros, que são pessoas que podem assumir características mentais de ambos os gêneros quer simultânea, quer alternadamente. E se é possível num determinado momento um deles mudar sua identidade de gênero, evidentemente não pode mudar seu sexo físico.
É exatamente pelo fato do sexo ser o dado concreto e objetivo, que não pode ser negado tal como pode sê-lo o dado mental subjetivo sobre o qual jamais teremos plena certeza de ser um fenômeno real ou forjado, que não tem o menor cabimento basearmos nossa percepção e conceituação da realidade nos dados duvidosos. Por isso definimos a separação de banheiros pelo sexo, e não pelo gênero. Por isso apelamos à realidade palpável, a única estável e confiável, exatamente o que o Feminismo LGBTT quer destruir, substituindo por uma narrativa debiloide cuja completa ausência de fundamentação demanda que somente uma autoridade política ideológica determine a realidade por decreto.
Mas apesar dessa grotesca afirmação de Jean Wyllys, seu segundo argumento na justificação de sua ofensa ao delegado merece maior respeito.
["Mesmo se a vítima fosse um homem gay e esses jovens, que têm uma vida social heterossexual, tivessem mantido relações sexuais ocasionais com ele (...), a violência posterior poderia ter sido motivada por homofobia sim. Esse tipo de crimes acontece com bastante frequência. O assassinato (...) de um parceiro sexual ocasional por parte de alguém que leva uma vida social heterossexual é uma forma de "expiação" do pecado, de "purificação" doentia motivada pela homofobia social internalizada pelo agressor."]
É verdade. E o que torna a afirmação mais sensata é o "poderia" que previne a derrubada da proposição pelo simples apontar que embora tal fato possa ocorrer, seria necessária uma devida investigação sobre as motivações subjetivas do crime. Que por sinal, só podem ser feitas efetivamente por quem está lidando diretamente com ele, como o delegado em questão.
O problema é que apesar de isoladamente esse argumento ser válido e apontar para uma realidade plausível, que é o potencial criminoso de fortes impulsos psíquicos reprimidos, ele simplesmente é contradito pelo próprio Jean Wyllys, que em seu primeiro argumento declarou que a relação em questão NÃO FOI homossexual, e sim hétero!
Mas então como raios isso poderia ser um crime de "homofobia"!? Seria antes um de misoginia! Visto que segundo a doutrina inquebrantável LGBTT, o que determina a realidade é a volição subjetiva da transexual. Se a vítima se sentia uma mulher, logo, pelo Feminismo de Gênero, ela o era objetivamente! E assim não teria podido haver uma relação homossexual e tão pouco um crime de motivação homofóbica, visto que os criminosos teriam matado uma mulher, e não um homossexual!
E como se vê mais adiante, a provável intuição do deputado de que entrou em contradição inspirou uma aparente tentativa de prevenir a percepção desse fato, ao declarar: ["O preconceito transfóbico não diferencia identidade de gênero com orientação sexual e vê nessa relação uma relação homossexual, que envergonha quem cedeu à tentação de experimentá-la. A violência brutal contra as pessoas trans quer muitas vezes matar, com elas, o desejo que provocam."]
Mas então se eles viam uma relação homossexual, a percepção subjetiva deles não deveria validar o fato de que houve então exatamente isso?!
Jean Wyllys teria que se decidir: Ou houve de fato uma relação homossexual, e que poderia validar a tese de um crime de motivação homofóbica e derrubaria a primeira afirmação do deputado, ou houve uma relação heterossexual conforme ele sustentou e então derrubaria sua segunda afirmação de ter havido um crime "homofóbico".
A mente sã e honesta teria que abrir mão de uma das afirmações ou no mínimo reformular o discurso na tentativa de conciliá-las por alguma terceira via. E sequer entrou na temática da "transfobia", que na realidade deveria ser a real motivação alegada pela ideologia LGBTT.
Obviamente, eu recomendaria derrubar o surrealismo inicial e insistir na tese de um crime "homofóbico" cedendo à confusão, que o próprio deputado aceitou por um momento, entre "homofobia" e "transfobia". Isso ao menos permitiria um argumento que respeita minimamente a realidade física para ser averiguado, contestando a afirmação do delegado que o simples fato de um homossexual ter sido morto por outro homossexual não necessariamente excluiria a classificação de "homofóbico" ao crime.
Aliás por ter antes falado em prevenir detecções de imposturas intelectual, acrescento que Jean Wyllys também já parece estar se prevenindo para uma possível confrontação com um fato inevitável. ["Trata-se de um tipo específico de crime de ódio motivado por transfobia e/ou homofobia que, embora não possamos generalizar (porque a maioria das vezes o agressor não tem relações coma vítima), não é incomum."]
A afirmação, porém, é falsa. Na maioria das vezes o agressor tem sim relação, afetiva e ou sexual, com a vítima. Assim como a maioria dos homens é assassinado por outros homens, e dentro deste grupo a maioria expressiva das vítimas sendo homens negros também é assassinada por outros homens negros, a maioria dos homossexuais também é assassinada por outros homossexuais (ao menos no mundo ocidental). Até porque uma coisa dita por Wyllys, e frequentemente repetida por outros ativistas, tem um notável fundo de verdade. Grande parte, se não a maioria, das motivações de violência contra homossexuais provêm de uma homossexualidade reprimida no todo ou em parte.
Com isso a afirmação de que tais assassinatos sejam motivados por "homofobia" demanda uma melhor explicação, que o deputado curiosamente antecipou, de modo que seria bem-vinda num debate deste tema, onde poderia ser melhor examinada. E adianto que possivelmente apenas mudaria o foco de uma "homofobia" social para a homofobia no seu sentido original, isto é, o medo íntimo de ser, si próprio, um homossexual. Mas foi usada apenas como um recurso de embasamento na tentativa de desqualificar e humilhar um profissional que cumpriu exemplarmente seu papel na investigação do assassinato de uma transmulher, o que nos lembra, mais uma vez, que isso é menos importante para o movimento LGBTT do que falsificar a realidade.
O delegado chegou a protestar no post de Jean Wyllys, com uma extrema polidez, humildade e cortesia que o deputado simplesmente não merecia, e ainda fazendo várias concessões à causa LGBTT bem como à própria figura do parlamentar, que foi elogiado enquanto o delegado se defendia de um modo elegante, mas excessivamente submisso.
E isso lembra outro fato que também já cansei de dizer principalmente aos críticos do neoesquerdismo: NÃO SE PODE DEMONSTRAR FRAQUEZA E HUMILDADE PERANTE A MILITÂNCIA FEMINISTA E LGBTT!!!
A resposta do deputado ao delegado foi ainda mais grosseira, agressiva e intransigente. E isso porque ele sequer contestou as afirmações do modo que fiz aqui. Apenas protestou por ter sido ofendido e explicou porque tirou a conclusão de não ter havido "homofobia" envolvida no caso, devido aos fatos que apurou.
A resposta de Jean Wyllys provocou desaprovação até mesmo em muitos de seus apoiadores, que suplicaram por um tratamento mais amigável ao delegado. Ao mesmo tempo, entre os vários comentários em favor do delegado, os comentários que o atacaram também estupida e intolerantemente deixam claríssima a marca registrada do pensamento ideológico em questão, se prontificando inclusive a replicar a infindável lista de fraudes estatísticas, falsificações de fatos e sofismas torpes na tentativa de "esclarecê-lo", leia-se, doutriná-lo.
O próprio Wyllys, como de costume em militantes de sua laia, mandou o delegado "ir estudar", entenda-se: Faça em você mesmo a lavagem cerebral que não conseguimos fazer em você! Recomendando inclusive a consulta a grupos LGBTT para ajudar na "solução" do caso, traduz-se: submeta o processo investigativo e pericial à doutrina ideológica e transforme o crime em mais munição para a patifaria farsesca que utilizamos na tentativa de lesar definitivamente a sociedade.
Ainda que tudo o que o deputado disse fosse a mais pura e clara verdade, o delegado teria cometido, no máximo, um simplismo de senso comum, merecendo, como muitos dos apoiadores do próprio Jean Wyllys sugeriram, ter sido instruído de forma amigável.
Mas na realidade quase nada do que disse é correto. E é daí que provêm a agressividade.
Mesmo quando se vê a vitória da mentira, a farsa manipulando o discurso e todo o poder nas mãos dos hipócritas, dos falsários e dos golpistas, a mente honesta e bem-intencionada que não se submete à massiva fraude à sua volta ainda tem o refúgio da própria verdade. Existe um efeito pacificador em ter dentro de si a clareza que falta ao mundo que o cerca, que costuma resultar num sentimento de serenidade que lhe dá forças para persistir. Estando habituada com a falsidade dominante, no fundo tem uma sensação de vitória por saber que a perversidade do mundo não a dominou, por mais trágico que seja a derrota externa da sociedade.
Mas quando se investe pesado na mentira com todo apoio dos poderosos, quando se deposita a vida na disseminação da fraude em conluio com hordas de alienados, quando se derrama tempo e dinheiro na falsificação ostensiva da realidade e se dedica de corpo e alma a corromper a realidade, e ainda assim não se consegue dominar, sequestrar e controlar completamente o pensamento da sociedade, tudo que resta ao farsante é o ódio! Uma intolerância quase desesperada por não conseguir fazer valer para todos aquilo que, no fundo, talvez ele próprio saiba ser uma fraude.
Ninguém se ofende mais em ter suas alegações contestadas do que o falsário.
Ou talvez não. Talvez não seja o caso de falar apenas em falsidade e perversidade, mas sim no produto final da investida desses vícios que contam com o massivo apoio do setor financeiro e consequentemente do aparato estatal. Talvez já seja a pura e simples insanidade plenamente manifestada. A loucura instituída por meio da mentira sistemática oficial.
O assédio do Feminismo, no caso de Segunda Onda da qual a Terceira é derivação espontânea e a doutrina LGBTT é mera expressão da Ideologia de Gênero, pode ter conseguido retumbante sucesso em sua corrupção da estrutura familiar social. Extremo êxito em monopolizar os grandes meios de comunicação e se impor à quase totalidade dos governos por meio do poder financeiro e do puro e simples vitimismo oportunista sempre efetivo às pessoas sensíveis e desinformadas.
Mas ainda assim não conseguiu doutrinar as massas. Ainda enfrenta resistência inviolável daqueles que a ele se opõem tendo a seu favor apenas a simples liberdade de pensamento e o acesso puro e direto a realidade, sem os filtros alienatórios das ideologias nefastas.
E diante disso, as massas já corrompidas na totalidade por essa insanidade instituída de cima para baixo pelos mais poderosos, só podem se torturar em ódio diante daquilo que para eles é sentido como uma derrota completa mesmo que seja uma simples ilha de lucidez cercada por um oceano de psicopatia generalizada.

REFERÊNCIAS:

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