Por Marcus Valerio XR
Em notícia do assassinato de uma transexual (fisicamente homem, psicologicamente mulher) de 19 anos, no estado do RS, o delegado que investigou o caso declarou: ["Não enxergo crime de homofobia, até porque todos estavam envolvidos numa relação homossexual."]
O deputado Jean Wyllys,
sem qualquer conhecimento direto além da mera reportagem do UOL sobre o crime
(que já foi solucionado pelo delegado tendo os acusados já sido identificados e
só não estando presos por serem menores de idade) e sem qualquer consideração
pelo trabalho de quem já fez sua parte para impedir que mais um homicídio fique
em solução, simplesmente decidiu ofender o profissional: ["É muita burrice
numa frase só."] Além de, na sequência, estender sua crítica e acusações
de "Xfobias" a todo o corpo policial e a toda a sociedade.
Em seu Facebook, utilizou
dois argumentos, um de baixíssimo nível, e outro mais interessante e que merece
maior detalhamento. O primeiro: ["Vamos, por enquanto, deixar de lado a
confusão entre homofobia e transfobia (...). Em primeiro lugar, devemos
esclarecer que a relação entre esses jovens e a Nickolle não foi ‘homossexual’,
já que eles têm uma identidade de gênero masculina e ela, feminina. Quando um
homem faz sexo com uma mulher, seja ela cisgênero ou transgênero, essa relação
é heterossexual."] O que confirma, pela enésima vez, o que venho dizendo
há anos. Que o movimento LGBTT, que é apenas um braço do Feminismo, está mais
interessado na absoluta falsificação da realidade do que numa real defesa de
segmentos sociais marginalizados.
Primeiro, que a relação
sexual é classificada de acordo com os sexos físicos do envolvidos. Se os dois envolvidos
são de sexos diferentes, a relação é hétero, se são do mesmo sexo, é homo! O
que poderia ser mais simples, direto, e objetivo do que isso? É assim que
podemos classificar também como homossexuais relações entre animais, e é assim
que podemos ter um fundamento material racional para qualquer efeito. Havendo
uma relação homossexual masculina saberemos de antemão, por exemplo, que não
existe risco de gravidez, que não pode ter havido sexo vaginal, e que ambas as
partes estão aptas a promover a penetração bem como inevitavelmente terá havido
sexo anal e/ou felação.
Mas a realidade objetiva
pouco importa para Jean Wyllys e seus "transrealistas" que tentam
substituir a materialidade concreta por seus delírios esquizofrênicos. Tão
pouco importa a realidade subjetiva da esmagadora maioria da humanidade, na
qual o impulso sexual é primordialmente direcionado ao corpo, e secundariamente
à mente. Principalmente entre os homens. Os heterossexuais sentirão atração
imediata por um corpo feminino atraente mesmo que não façam a menor ideia de
qual seria a identidade de gênero em questão. E se é verdade que um
comportamento excessivamente masculino pode prejudicar ou mesmo matar essa
atração inicial, isso ocorre justo porque tal comportamento irá emular
características típicas da maioria esmagadora das pessoas de sexo oposto. O
inverso ocorre entre os homossexuais, só havendo uma flexibilidade maior nos
bissexuais.
Para no mínimo 90% das
pessoas, noutra pessoa do mesmo sexo uma mente do gênero oposto não terá
eficácia alguma em lhes despertar apetite sexual! E mesmo o evidente fato de
muitos transgêneros, como a vítima do crime em questão, emularem ao máximo
possível a aparência do sexo oposto, pode ter mais a ver com o desejo de
simular o sexo que desejaria ter do que uma real esperança de obter um
relacionamento com homens heterossexuais.
O fato é que os rapazes
em questão promoveram uma relação homossexual, sendo então, no mínimo,
bissexuais. Mas definitivamente não são heterossexuais. Pois nem mesmo a melhor
simulação de feminilidade seria suficiente para convencer um homem heterossexual
a levar adiante uma relação sexual se a realidade física de outro homem se
revelar no momento em que acabar a eficácia da emulação.
Voltando a relacionar a
questão física, lembremos que existem os bigêneros, que são pessoas que podem
assumir características mentais de ambos os gêneros quer simultânea, quer
alternadamente. E se é possível num determinado momento um deles mudar sua
identidade de gênero, evidentemente não pode mudar seu sexo físico.
É exatamente pelo fato
do sexo ser o dado concreto e objetivo, que não pode ser negado tal como pode
sê-lo o dado mental subjetivo sobre o qual jamais teremos plena certeza de ser
um fenômeno real ou forjado, que não tem o menor cabimento basearmos nossa
percepção e conceituação da realidade nos dados duvidosos. Por isso definimos a
separação de banheiros pelo sexo, e não pelo gênero. Por isso apelamos à
realidade palpável, a única estável e confiável, exatamente o que o Feminismo
LGBTT quer destruir, substituindo por uma narrativa debiloide cuja completa
ausência de fundamentação demanda que somente uma autoridade política
ideológica determine a realidade por decreto.
Mas apesar dessa
grotesca afirmação de Jean Wyllys, seu segundo argumento na justificação de sua
ofensa ao delegado merece maior respeito.
["Mesmo se a vítima
fosse um homem gay e esses jovens, que têm uma vida social heterossexual, tivessem
mantido relações sexuais ocasionais com ele (...), a violência posterior
poderia ter sido motivada por homofobia sim. Esse tipo de crimes acontece com
bastante frequência. O assassinato (...) de um parceiro sexual ocasional por
parte de alguém que leva uma vida social heterossexual é uma forma de
"expiação" do pecado, de "purificação" doentia motivada
pela homofobia social internalizada pelo agressor."]
É verdade. E o que torna
a afirmação mais sensata é o "poderia" que previne a derrubada da
proposição pelo simples apontar que embora tal fato possa ocorrer, seria
necessária uma devida investigação sobre as motivações subjetivas do crime. Que
por sinal, só podem ser feitas efetivamente por quem está lidando diretamente
com ele, como o delegado em questão.
O problema é que apesar
de isoladamente esse argumento ser válido e apontar para uma realidade
plausível, que é o potencial criminoso de fortes impulsos psíquicos reprimidos,
ele simplesmente é contradito pelo próprio Jean Wyllys, que em seu primeiro
argumento declarou que a relação em questão NÃO FOI homossexual, e sim hétero!
Mas então como raios
isso poderia ser um crime de "homofobia"!? Seria antes um de
misoginia! Visto que segundo a doutrina inquebrantável LGBTT, o que determina a
realidade é a volição subjetiva da transexual. Se a vítima se sentia uma
mulher, logo, pelo Feminismo de Gênero, ela o era objetivamente! E assim não
teria podido haver uma relação homossexual e tão pouco um crime de motivação
homofóbica, visto que os criminosos teriam matado uma mulher, e não um
homossexual!
E como se vê mais
adiante, a provável intuição do deputado de que entrou em contradição inspirou
uma aparente tentativa de prevenir a percepção desse fato, ao declarar:
["O preconceito transfóbico não diferencia identidade de gênero com
orientação sexual e vê nessa relação uma relação homossexual, que envergonha
quem cedeu à tentação de experimentá-la. A violência brutal contra as pessoas
trans quer muitas vezes matar, com elas, o desejo que provocam."]
Mas então se eles viam
uma relação homossexual, a percepção subjetiva deles não deveria validar o fato
de que houve então exatamente isso?!
Jean Wyllys teria que se
decidir: Ou houve de fato uma relação homossexual, e que poderia validar a tese
de um crime de motivação homofóbica e derrubaria a primeira afirmação do
deputado, ou houve uma relação heterossexual conforme ele sustentou e então
derrubaria sua segunda afirmação de ter havido um crime "homofóbico".
A mente sã e honesta
teria que abrir mão de uma das afirmações ou no mínimo reformular o discurso na
tentativa de conciliá-las por alguma terceira via. E sequer entrou na temática
da "transfobia", que na realidade deveria ser a real motivação
alegada pela ideologia LGBTT.
Obviamente, eu
recomendaria derrubar o surrealismo inicial e insistir na tese de um crime
"homofóbico" cedendo à confusão, que o próprio deputado aceitou por
um momento, entre "homofobia" e "transfobia". Isso ao menos
permitiria um argumento que respeita minimamente a realidade física para ser
averiguado, contestando a afirmação do delegado que o simples fato de um
homossexual ter sido morto por outro homossexual não necessariamente excluiria
a classificação de "homofóbico" ao crime.
Aliás por ter antes
falado em prevenir detecções de imposturas intelectual, acrescento que Jean
Wyllys também já parece estar se prevenindo para uma possível confrontação com
um fato inevitável. ["Trata-se de um tipo específico de crime de ódio
motivado por transfobia e/ou homofobia que, embora não possamos generalizar
(porque a maioria das vezes o agressor não tem relações coma vítima), não é
incomum."]
A afirmação, porém, é
falsa. Na maioria das vezes o agressor tem sim relação, afetiva e ou sexual,
com a vítima. Assim como a maioria dos homens é assassinado por outros homens,
e dentro deste grupo a maioria expressiva das vítimas sendo homens negros
também é assassinada por outros homens negros, a maioria dos homossexuais
também é assassinada por outros homossexuais (ao menos no mundo ocidental). Até
porque uma coisa dita por Wyllys, e frequentemente repetida por outros
ativistas, tem um notável fundo de verdade. Grande parte, se não a maioria, das
motivações de violência contra homossexuais provêm de uma homossexualidade
reprimida no todo ou em parte.
Com isso a afirmação de
que tais assassinatos sejam motivados por "homofobia" demanda uma
melhor explicação, que o deputado curiosamente antecipou, de modo que seria
bem-vinda num debate deste tema, onde poderia ser melhor examinada. E adianto
que possivelmente apenas mudaria o foco de uma "homofobia" social
para a homofobia no seu sentido original, isto é, o medo íntimo de ser, si
próprio, um homossexual. Mas foi usada apenas como um recurso de embasamento na
tentativa de desqualificar e humilhar um profissional que cumpriu exemplarmente
seu papel na investigação do assassinato de uma transmulher, o que nos lembra,
mais uma vez, que isso é menos importante para o movimento LGBTT do que
falsificar a realidade.
O delegado chegou a
protestar no post de Jean Wyllys, com uma extrema polidez, humildade e cortesia
que o deputado simplesmente não merecia, e ainda fazendo várias concessões à
causa LGBTT bem como à própria figura do parlamentar, que foi elogiado enquanto
o delegado se defendia de um modo elegante, mas excessivamente submisso.
E isso lembra outro fato
que também já cansei de dizer principalmente aos críticos do neoesquerdismo:
NÃO SE PODE DEMONSTRAR FRAQUEZA E HUMILDADE PERANTE A MILITÂNCIA FEMINISTA E
LGBTT!!!
A resposta do deputado
ao delegado foi ainda mais grosseira, agressiva e intransigente. E isso porque
ele sequer contestou as afirmações do modo que fiz aqui. Apenas protestou por
ter sido ofendido e explicou porque tirou a conclusão de não ter havido "homofobia"
envolvida no caso, devido aos fatos que apurou.
A resposta de Jean
Wyllys provocou desaprovação até mesmo em muitos de seus apoiadores, que
suplicaram por um tratamento mais amigável ao delegado. Ao mesmo tempo, entre
os vários comentários em favor do delegado, os comentários que o atacaram
também estupida e intolerantemente deixam claríssima a marca registrada do
pensamento ideológico em questão, se prontificando inclusive a replicar a
infindável lista de fraudes estatísticas, falsificações de fatos e sofismas
torpes na tentativa de "esclarecê-lo", leia-se, doutriná-lo.
O próprio Wyllys, como
de costume em militantes de sua laia, mandou o delegado "ir estudar",
entenda-se: Faça em você mesmo a lavagem cerebral que não conseguimos fazer em
você! Recomendando inclusive a consulta a grupos LGBTT para ajudar na
"solução" do caso, traduz-se: submeta o processo investigativo e
pericial à doutrina ideológica e transforme o crime em mais munição para a
patifaria farsesca que utilizamos na tentativa de lesar definitivamente a
sociedade.
Ainda que tudo o que o
deputado disse fosse a mais pura e clara verdade, o delegado teria cometido, no
máximo, um simplismo de senso comum, merecendo, como muitos dos apoiadores do
próprio Jean Wyllys sugeriram, ter sido instruído de forma amigável.
Mas na realidade quase
nada do que disse é correto. E é daí que provêm a agressividade.
Mesmo quando se vê a
vitória da mentira, a farsa manipulando o discurso e todo o poder nas mãos dos
hipócritas, dos falsários e dos golpistas, a mente honesta e bem-intencionada
que não se submete à massiva fraude à sua volta ainda tem o refúgio da própria
verdade. Existe um efeito pacificador em ter dentro de si a clareza que falta
ao mundo que o cerca, que costuma resultar num sentimento de serenidade que lhe
dá forças para persistir. Estando habituada com a falsidade dominante, no fundo
tem uma sensação de vitória por saber que a perversidade do mundo não a
dominou, por mais trágico que seja a derrota externa da sociedade.
Mas quando se investe pesado
na mentira com todo apoio dos poderosos, quando se deposita a vida na
disseminação da fraude em conluio com hordas de alienados, quando se derrama
tempo e dinheiro na falsificação ostensiva da realidade e se dedica de corpo e
alma a corromper a realidade, e ainda assim não se consegue dominar, sequestrar
e controlar completamente o pensamento da sociedade, tudo que resta ao farsante
é o ódio! Uma intolerância quase desesperada por não conseguir fazer valer para
todos aquilo que, no fundo, talvez ele próprio saiba ser uma fraude.
Ninguém se ofende mais
em ter suas alegações contestadas do que o falsário.
Ou talvez não. Talvez
não seja o caso de falar apenas em falsidade e perversidade, mas sim no produto
final da investida desses vícios que contam com o massivo apoio do setor
financeiro e consequentemente do aparato estatal. Talvez já seja a pura e
simples insanidade plenamente manifestada. A loucura instituída por meio da
mentira sistemática oficial.
O assédio do Feminismo,
no caso de Segunda Onda da qual a Terceira é derivação espontânea e a doutrina
LGBTT é mera expressão da Ideologia de Gênero, pode ter conseguido retumbante
sucesso em sua corrupção da estrutura familiar social. Extremo êxito em
monopolizar os grandes meios de comunicação e se impor à quase totalidade dos
governos por meio do poder financeiro e do puro e simples vitimismo oportunista
sempre efetivo às pessoas sensíveis e desinformadas.
Mas ainda assim não
conseguiu doutrinar as massas. Ainda enfrenta resistência inviolável daqueles
que a ele se opõem tendo a seu favor apenas a simples liberdade de pensamento e
o acesso puro e direto a realidade, sem os filtros alienatórios das ideologias
nefastas.
E diante disso, as
massas já corrompidas na totalidade por essa insanidade instituída de cima para
baixo pelos mais poderosos, só podem se torturar em ódio diante daquilo que
para eles é sentido como uma derrota completa mesmo que seja uma simples ilha
de lucidez cercada por um oceano de psicopatia generalizada.
REFERÊNCIAS:
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