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– Logo de “Liberdade, Liberdade”, a atual novela global das 23h00.
No dia 12 de julho de
2016, na novela das 23h00 da Rede Globo, “Liberdade, Liberdade”, houve uma de
sexo entre dois homens, interpretados pelos atores Caio Blat e Ricardo Pereira.
A repercussão em torno dessa cena foi grande, como não poderia deixar de ser. Alguns
internautas em redes sociais comentaram que gostaram da cena em questão e
chegaram até a agradecer à Rede Globo. Maitê Proença disse que essa cena foi um
marco na história da TV brasileira. Entretanto, para mim, isso não me
surpreende nem um pouco. A Rede Globo tem todo um histórico de cenas e
temáticas GLBTT em suas novelas que remonta desde a década retrasada. E o que
ela faz em suas novelas, diga-se de passagem, é em sua essência repetir aqui o
que muitos seriados dos Estados Unidos e da Inglaterra fazem (entre eles
Sherlock, Doctor Who, Glee e outros), ou do que no Japão animes e mangás dos
gêneros yaoi e yuri fazem (o primeiro é destinado ao público gay e o segundo ao
público lésbico. Em outras palavras, hentai para o público GLBTT).
Isso é mais um tapa na
cara daqueles que acham que a Globo é uma emissora totalmente conservadora (ou
seja, tanto no campo político quanto no campo moral). A emissora fundada por
Roberto Marinho, embora seja de fato conservadora em termos políticos, social e
moralmente falando não comunga com o discurso neoconservador republicanóide de
gente como Jair Bolsonaro e seus filhos, Marco Feliciano, Magno Malta, Silas
Malafaia, Olavo de Carvalho (vulgo Sidi Muhammad Ibrahim) e outros. Apenas em
termos políticos é que o discurso da Rede Globo comunga com o das citadas
figuras, pois ambos não se sentem a vontade com um partido de massas no poder e
que eventualmente resolva fazer aqui no Brasil uma versão tupiniquim da Ley de Medios e assim ameaçando o status quo privilegiado da Rede Globo
dentro da mídia nacional, tal qual a citada lei fez na Argentina com
oligopólios de mídia como o El Clarín. Mas, enquanto Bolsonaro, Feliciano,
Malafaia e companhia limitada se mostram refratários a temas como liberação de
casamento entre pessoas do mesmo sexo, ideologia de gênero e liberação de
drogas e do aborto, o mesmo não se verifica não apenas com a Rede Globo como
também com outros veículos de comunicação de massa como a Revista Veja (o que
já foi explicado em artigos anteriores postados nesse blog).
E aí eu pergunto a
certos incautos: o que tem de revolucionário uma cena de sexo gay em uma novela
da Rede Globo (a ponto de ser algo estremeça as bases do atual sistema vigente)?
Tal cena é tão revolucionária quanto, por exemplo, a propaganda do Boticário do
dia dos namorados do ano passado, um filme de conteúdo pornográfico GLBTT nos
cinemas ou um mangá/anime dos gêneros yaoi e yuri nas bancas, livrarias e canais
de televisão do Japão: nada. E o que terá de revolucionário, por exemplo, se um
dia a Rede Globo, em uma futura novela, veicular uma cena de sexo lésbico ou
quem sabe até necrófilo, zoófilo ou pedófilo e/ou exibir um anime yaoi ou yuri?
Também nada. Revolucionário talvez apenas dentro da cabeça oca de gente como o
Olavo de Carvalho e seus colegas do Mídia sem Máscara, que, do alto de sua
tacanhice típica e costumeira, vêm comunismo em todos os lugares possíveis e
imagináveis (sendo que em realidade o que ele faz é trazer para o Brasil as
teorias conspiratórias dos republicanos estadunidenses). Alguns incautos acham
que a veiculação dessa cena em uma novela global é uma forma de combater o ódio
que muitos têm em relação aos homossexuais (assertiva essa que eu, diga-se de
passagem, acho no mínimo muito duvidosa quanto a seus efeitos práticos. Coisas
como essas invariavelmente acabam ajudando a fortalecer os Bolsonaros, os
Malafaias e os Felicianos da vida). Sendo que isso, em realidade, trata-se de
um ato de finalidade mercadológica visando explorar comercialmente o público
GLBTT. É o dedo de Midas do capital que tudo transforma em ouro (vulgo
mercadoria a ser vendida por determinado preço no mercado). Em outras palavras,
trata-se de capitalismo puro e simples. Pequenas Empresas, Grandes Negócios.
Além disso, isso se
trata de mais um exemplo da grande mídia corporativa privada submetendo a
população àquilo que Ludovico Silva (o qual, diga-se de passagem, é pouco
conhecido no Brasil) chamava de mais valia ideológica. Segundo o finado filósofo
marxista venezuelano, a mais valia ideológica seria a extensão da exploração que
o trabalhador é submetido na fábrica em casa, pois mesmo em seu lar a pessoa se
encontra presa à lógica do sistema de produção capitalista na medida em que é
exposta e eventualmente consome os produtos que a televisão divulga,
permanecendo em um estado de “produção” mesmo pensando que está em casa
descansando. Ideologicamente, a mais valia ideológica tem como finalidade
transformar o trabalhador em um guardião do sistema vigente, com a
superestrutura mental e ideológica sendo condicionada pela superestrutura
socioeconômica com a finalidade de reforçar a exploração do trabalho pela mesma
estrutura. Portanto, a televisão, tal qual instituições como o judiciário e
outras, é um órgão que tem partido, o partido do capital multinacional (e isso
é algo que os proponentes do Escola sem Partido ignoram olimpicamente, seja por
pura ignorância, por conveniência ou por má fé. Ou talvez porque não queiram
mexer com gente poderosa).
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– Ludovico Silva (1937 – 1988).
Um bom exemplo de
mais-valia ideológica e seu funcionamento é o fato de que hoje em dia, na
Inglaterra, segundo o vídeo russo “Методы пропанды извращений средствами
кинематографа” (Métodos de propaganda de perversões pelos meios
cinematográficos, em português), postado originalmente pelo canal do You Tube
“Научи Хорошему 2.0 (”Ensine o que é bom 2.0”), uma enquete foi feita por
sociólogos europeus e revelou-se que metade dos jovens britânicos não sabem se
são garotos ou garotas, e que apenas 46% dos britânicos de 18 a 24 anos
pesquisados se consideram totalmente heterossexuais, ao passo que essa
porcentagem entre os entrevistados britânicos acima de 60 anos sobe para 88%, para
78% entre os de 40 a 59 anos e para 58% entre os de 25 a 39 anos. A mesma pesquisa
também revelou que quase todos aqueles que se dizem de orientação sexual não
tradicional se tornaram assim por causa do que viam nos programas de televisão
que assistiam, e não por causa de defeitos congênitos. Em outras palavras, essas
pessoas em questão tratam-se de heterossexuais enrustidos que ficam bancando o gayzão
ou a sapatona para passarem uma imagem de descolados e moderninhos perante os
outros (ou seja, aquilo que eu chamo de homossexualismo de modinha). E esse
tipo de comportamento nada mais é que o mesmo do gay que fica bancando o heterossexual
para passar uma imagem de machão perante os outros, só que com sinal invertido.
O mesmo vídeo em questão
menciona a existência de cinco métodos de propaganda de perversões utilizados
pela mídia de massa: 1 – Introdução do tema das perversões no enredo da
produção, ou escolha para ecranização[1] de uma história originalmente
dedicada a pederastas; 2 – Uso do humor na exaltação/discussão do tema das perversões;
3 – Demonstração de perversões enquanto norma de conduta. Troca das palavras
“pederasta” e “pervertido” pelos eufemismos “gay”, “homossexual” e etc.. (ou
seja, dar um nome gourmet à coisa); 4 – Formação da imagem do pervertido como uma
personalidade refinada, criativa. Invoque nos espectadores emoções de empatia aos
sodomitas; 5 – Envolvimento de pervertidos assumidos nas filmagens dos filmes,
seus avanços em altos postos na esfera da mídia de massa e da cultura.
Obviamente que o sistema que aí está nenhum amor nutre pela comunidade GLBT e seus integrantes, apenas os
usa como massa de manobra para atingir seus objetivos. E, no momento em que
eles não mais forem úteis ao mesmo sistema, serão descartados como se fossem peões
de um jogo de xadrez. Grandes capitalistas estão por trás não são de movimentos
GLBT como também por trás de movimentos a favor do aborto, de liberação de
drogas como maconha e outras, de ideologia de gênero, entre outras porcarias
que eles apoiam e financiam através do dinheiro que eles fornecem através de suas
ONGs e fundações. Como parte da elite global que concentra em suas mãos o poder
e a maior parte da riqueza existente no globo, eles obviamente almejam a
perpetuação de seu status privilegiado ad
eternum. O que se faz através de uma estratégia de destruição moral das
massas e desvio de atenção de seus reais problemas. Assim, a atenção das massas
é desviada do combate ao poder de gente como George Soros, Rockefeller,
Rotschild (os mesmos Rotschild que eram os principais credores do Brasil nos
tempos do Império e da Primeira República), Bilderberg, irmãos Koch (os mesmos
que financiam aqui no Brasil grupos como o Movimento Brasil Livre) e outros
tubarões das finanças internacionais, ou mesmo de empresas transnacionais como
a Monsanto e as sete irmãs do petróleo (as mesmas que ajudaram a desestabilizar
o Oriente Médio e o norte da África) para coisas de importância muito menor
como identidade de gênero, sexualidade, a droga que consome, poder abortar ou
não depois de engravidar em uma balada ou uma micareta e porcarias afins.
E onde entra a questão
da televisão e da mais valia ideológica que ela submete às pessoas nessa
história toda? Como dito acima, a televisão é um órgão cujo funcionamento está
dentro da lógica capitalista e que cujo partido é o dos interesses do grande
capital transnacional aqui estabelecido. E esses, por seu turno, a usam para
fazer valer seus interesses e levar adiante sua agenda de perpetuação de poder
(explicação essa que eu vejo como muito mais plausível do que as teorias de
conspiração que o Olavo de Carvalho e sua trupe vivem vomitando).
E isso também mostra o
quanto o ser humano se encontra moralmente decadente nos dias de hoje. E essa
não é a primeira vez que isso acontece: no processo de decadência e ocaso de
diversas civilizações ao longo da história o fator moral esteve largamente presente,
como foi o caso do Império Romano e da China Imperial. No caso romano, os
vários povos germânicos que durante séculos viviam nas fronteiras além dos rios
Reno e Danúbio são comumente vistos como os responsáveis pelo fim do Império
Romano. Entretanto, o que a ação deles e dos hunos fizeram foi nada mais que
destruir algo que já estava podre por dentro e o episódio da deposição de
Rômulo Augusto pelo chefe hérulo Odoacro em 476, o golpe de misericórdia que
pôs fim a existência do Império Romano Ocidental. Nos momentos de agonia final
do Império Romano Ocidental, a taxa de natalidade da população diminuiu muito,
ter filhos era visto como um fardo e práticas como o aborto e o infanticídio se
disseminaram cada vez mais, assim como orgias, banquetes, bebedeiras e a
prática crescente de atos sexuais não-tradicionais (zoofilia incluso), tornando
assim a sociedade romana cada vez mais hedonista. Na China do final da Dinastia
Qing[2] (1644 – 1912), houve o
problema da epidemia do vício em ópio principalmente a partir da derrota
sofrida para a Inglaterra na Primeira Guerra do Ópio (1839 – 1842). A situação chegou
a tal ponto que, quando Mao assumiu o poder, o país contava com cerca de 70
milhões de drogados não só em ópio como também em outras drogas como heroína e
morfina (ou seja, cerca de 12% de sua população). Apenas depois que o problema
do ópio foi resolvido (através da repressão ao tráfico e destruição da produção
da droga e toda a logística nela envolvida) que a China pode sair desse buraco.
Por fim, queremos deixar
bem claro que nada temos contra homossexuais enquanto seres humanos. Nessa
condição eles merecem todo nosso respeito e repudiamos todo e qualquer ato de
violência contra eles. Mas, por outro lado, o já mencionado homossexualismo de
modinha, esse sim merece nosso repúdio. Assim como repudiamos a exploração
comercial que a Rede Globo e outros grandes conglomerados de mídia nacionais e
internacionais fazem em cima deles, transformando esse estilo de vida em uma
espécie de mercadoria a ser consumida.
Foto
– Meme mostrando Batman falando a verdade para Robin a respeito da cena de sexo
gay em “Liberdade, Liberdade”, da Rede Globo.
Fontes:
A População da China.
Disponível em: http://br2.mofcom.gov.cn/article/aboutchina/population/200511/20051100722130.shtml
Cena de sexo gay em
“Liberdade, Liberdade” movimenta as redes sociais. Disponível em: http://ego.globo.com/famosos/noticia/2016/07/cena-de-sexo-gay-em-liberdade-liberdade-movimenta-redes-sociais.html
Cuando mueren las
naciones (em espanhol). Disponível em: http://www.ministeriosprobe.org/docs/naciones.html
Resenha – A mais valia
ideológica. Disponível em: http://www.ceppes.org.br/revista/edicoes-anteriores/edicao-agosto-de-2014-n-1-v-1/resenha-a-mais-valia-ideologica-ludovico-silva-editora-insular-208-paginas-2013
Métodos de programação
de perversão na TV (em russo com legendas em português). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=P3tLtHTiuh8
Quem são os irmãos Koch?
Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/politica/quem-sao-os-irmaos-koch-2894.html
RW: How Maoist Revolution wiped out drug addiction in China (em ingles).
Disponível em: http://revcom.us/a/china/opium.htm.
Sociedade: o frenesi dos
avatares coloridos e a doutrina dos manipulados. Disponível em: http://apaginavermelha.blogspot.com.br/2015/11/sociedade-o-frenesi-dos-avatares.html
Televisão: fábrica de
mais-valia ideológica. Disponível em: http://eteia.blogspot.com.br/2012/01/televisao-fabrica-de-mais-valia.html
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