terça-feira, 12 de julho de 2016

A família em desconstrução linguística.

     Faço aqui mais uma compilação de textos outrora postados no Facebook, com pequenas adaptações, que inicialmente iam a direções divergentes, mas que terminaram se harmonizando, e que lidam com o tão falado ataque à família tradicional frequentemente levantado pelos conservadores.0
Um grande problema deste tema advém da imprecisão do termo central, portanto é necessário antes de tudo esclarecê-lo, pois originalmente 'família' significava a totalidade das pessoas e posses de uma determinada 'casa', ou 'domínio', inclusos aí escravos, servos, vassalos, animais etc., mas evidentemente tal conceituação não mais se aplica no contexto atual.
Assim, em primeiro lugar, passemos a uma definição conceitual que visa suprir uma carência semântica originária no próprio termo em si.
O QUE É FAMÍLIA?
Trata-se de um conceito no qual o rastreamento etimológico pouco pode ajudar, uma vez que o que o senso comum ou as leis entendem a seu respeito pouco ou nada tem a ver com o que tal termo originalmente designa. Portanto, é necessário observar os usos da palavra e deduzir qual é seu núcleo essencial.
Ora, quando dizemos que certo grupo de pessoas não originalmente relacionadas é "como se fosse uma família", é porque entendemos que originalmente 'família' é algo distinto, e está indissociavelmente ligada ao parentesco, uma vez que ninguém nega que "é da família" alguém que ela sequer conheça, mas com o qual compartilhe alguma consanguinidade.
Assim, é imperioso reconhecer que o que entendemos originalmente por família é: "CONJUNTO DE PESSOAS RELACIONADAS POR LAÇOS DE PARENTESCO."
Eu duvido que alguém consiga achar uma definição notavelmente diferente que faça algum sentido. TODA E QUALQUER DEFINIÇÃO pressupõe uma GENERALIDADE (que coloca o item definido num grupo) e uma ESPECIFICIDADE (que a destaca neste grupo). Exemplo: Um morcego é um mamífero (generalidade) que voa (especificidade). Assim, uma Família é um Grupo de Pessoas (generalidade) relacionada por parentesco (especificidade, que a distingue de outros tipos de grupos).
Daí deduz-se que todos os membros de uma família, no sentido original, são consanguineamente relacionados EXCETO os conjugues! Mas se os cônjuges, Marido e Esposa, não são originalmente parentes, é por meio deles que as relações de parentesco se instituem. Uma família só existe porque em algum momento um homem e uma mulher tiveram descendentes que, estes sim, estão geneticamente interligados.
Conclusão: É IMPOSSÍVEL HAVER SENTIDO NO CONCEITO DE FAMÍLIA FORA DO ÂMBITO REPRODUTIVO! Como seria possível estabelecer os laços de parentesco? Baseado em que se reconheceria a consanguinidade?
É nesse sentido que se diz que a família é a CÉLULA da Sociedade, visto ser a célula uma entidade reprodutiva cujo conjunto total compõe um organismo. Como a Humanidade, e a Sociedade, só persistem graças a Reprodução, esta tem que ser instanciada numa instituição sobre a qual existe algum grau de estabilidade e controle. É preciso uma alienação delirante para achar que uma sociedade pode sobreviver a uma desregulação total da reprodução biológica. 1
Isso não exclui casais sem filhos, visto que eles ainda conservam um potencial reprodutivo. E quanto aos casais absolutamente não reprodutivos, como os homossexuais, só resta considerá-los 'família' num sentido analógico.
Isso nada tem a ver com a permissividade ou não do casamento homoafetivo, que não deveria ser restringido por questões semânticas. Mas a distinção entre uma instituição da qual a mera perpetuação da sociedade depende, e uma união civil que além de não poder cooperar diretamente na função reprodutiva, ainda dependerá diretamente dela, TEM QUE SER MANTIDA! A Mente Humana não pode funcionar sem categorias conceituais bem definidas, e querer esvaziar os conceitos até sua completa inoperância só pode arruinar qualquer possibilidade de inteligência.
Uma coisa é dar aos homossexuais o direito de instituir uniões "como se fosse uma família", ou mesmo conceder-lhes a oportunidade de adotar crianças e colaborar da educação delas, o que considerando a existência de crianças abandonadas pela reprodução desregulada, pode ser uma solução.
Mas daí a dizer que não há qualquer diferença entre uma família em seu sentido original e uma no sentido conotativo é ataque a um conceito sem o qual a própria sociedade seria incompreensível.
DISPUTA SEMÂNTICA
Quando alguém ao apoiar abertamente o casamento homossexual e o direito aos casais homossexuais de adotarem crianças e gozarem de todos os benefícios legais, ainda assim desperta a ira dos homossexualistas pelo simples fato de insistir em distinguir o conceito de família, como uma unidade reprodutiva, das demais uniões afetivas absolutamente não reprodutivas, mesmo que isso em nada afete os legítimos direitos desta últimas, fica então evidente que o que está em jogo nada tem a ver com direitos, mas sim com uma batalha semântica.
Parece ser mais importante redefinir os termos até sua completa inoperância do que garantir que pessoas tenham direitos reconhecidos, e para compreender porque isso é tão crucial para essa linha de pensamento, é inevitável explorar um pouco dos conceitos de Filosofia Analítica e Estruturalismo.
Sempre existiu na humanidade certa crença mística no poder das palavras, presente nas concepções primevas de que saber o nome de algo dá poder sobre o mesmo, permitindo feitiçarias. A noção de "palavras mágicas", que criam a realidade pelo simples pronunciar. O Logos Gerador, o Verbo Criador, onde Deus "assim dizendo", assim se realiza. Os nomes proibidos, misteriosos, que somente os iniciados podem conhecer ou pronunciar. Enfim, uma miríade de misticismos nômicos.
Mas o pensamento racional deu pouca atenção a essa noção. Por mais de 2000 anos os filósofos consideraram que as palavras apenas apontavam para realidades independentes. Ideias perpétuas, entes universais que eram apenas parcial e precariamente veiculados pela linguagem.
Somente no Século XX essa noção veio de fato a ser questionada, com a idéia de que palavras são mais que meras representações imperfeitas de realidades externas, e que são, sim, capazes de criar a realidade, estipulando conceitos, produzindo um universo simbólico e construindo a realidade cultural que se transforma em realidade concreta.
Pensadores como Gottlob Frege, George E. Moore, Bertrand Russel e Ludwig Wittgenstein instituíram o que hoje chamamos de Filosofia da Linguagem, praticamente indistinguível da Filosofia Analítica.
Já pensadores como Ferdinand Saussure, Michael Foucault e Jacques Derrida, ajudaram a edificar o Estruturalismo, que se misturando com Positivistas Lógicos, Marxistas e outras tendências, em resumo, propõem mais ou menos que a realidade é fortemente influenciada, se não totalmente construída, por uma cadeia de símbolos e relações de significados linguísticos, e que as simples edificações de conceitos, por meio de novas palavras, bem como a supressão de outros pela dessignificação de palavras usuais, tem potencial crucial para redefinir o próprio mundo.
Você pode nunca ter ouvido falar de nada disso, mas é exatamente o que está em jogo nessa disputa de significados proposta por homossexualistas, feministas e outras abordagens que flertam com o "politicamente correto". A ideia de que é preciso ressignificar os termos para "desconstruir" a realidade, e depois por meio de uma nova semântica, edificar uma nova. Aquilo que os críticos apelidaram orwellianamente de "Novilíngua".
De fato, é muito difícil negar que existe um grande poder constitutivo nas palavras, visto serem elas nosso portal de acesso ao universo cultural. Mas existe nítido exagero na esperança de que é possível redefinir a realidade pela simples manipulação linguística, uma vez que estamos fortemente ancorados numa realidade física pré-linguística, fato que os culturalistas costumam negar ferozmente, não raro crendo na absoluta ausência de algo fora do âmbito da linguagem.
Por essa linha de pensamento, alterar a realidade pressupõe a necessidade incontornável de dominar o pensamento, e para isso é preciso controlar por completo o plano linguístico. A grande maioria dos militantes que vivem hasteando bandeiras com palavras de ordem, claro, não faz a mínima ideia de sobre que tipo de sistemas de pensamento estão se fundamentando, e nem essa é a função deles. Agem apenas como soldados rasos obedecendo a ordens de um comando invisível que já pensou em tudo isso muito antes deles verem a luz pela primeira vez.
E esse comando, embora tenha uma noção bem melhor do que pretende e de como funciona o mundo, também está enfrentando uma severa crise intelectual, já tendo se dado conta da larga inadequação de seus pressupostos teóricos à realidade que querem transformar.
Mas tudo isso é irrelevante para seus financiadores, que muito menos crédulos em fórmulas mágicas e ideologias salvadoras, sabem apenas que a confusão que isso gera lhes é útil, razão pela qual injetam bilhões de dólares (acreditando mais na força dos números que das palavras) de suas fortunas por meio de Fundações, ONGs e órgãos governamentais fazendo com que milhões de ativistas panacas jurem estar lutando contra a opressão, especialmente a capitalista, ao mesmo tempo em que os ajudam a ficar mais e mais poderosos e endinheirados.
*
Muito posteriormente, a essência dessa disputa foi repercutida nacionalmente por um de nossos lastimáveis debates presidenciais, quando Levy Fidelix, ainda que de forma grosseira e chula, evocou basicamente o mesmo princípio conceitual intrínseco ao ironizar o casal gay pela máxima "órgão excretor não reproduz", e outras, despertando assim a fúria da militância homossexualista.
De fato, poderia ter dito algo equivalente de forma muito mais elegante, clara, e mesmo simpática, mas no que se refere ao resultado não creio que faria diferença. O que revoltou sobremaneira o PSOL e demais simpatizantes da causa foi o fato dele ter se atrevido a apontar a realidade, o que é intolerável para quem está se esforçando em nublá-la o máximo possível.
Quando se investe tamanho e sincero esforço nas roupas invisíveis do rei, gastando bilhões de dólares em campanhas e métodos sofisticados de controle de massas de militantes que se dispõem a trabalhar de graça para quem poderia lhes pagar muito bem, vir alguém simplesmente declarar o fato óbvio de que o rei está nu não é algo que possa ser perdoado.
Dito resumidamente, a conceituação que estrutura a frase do Fidelix foi óbvia, como eu mesmo disse, ela é, simplificadamente: "Minha senhora, Família só faz sentido como uma unidade reprodutiva. Um casal homossexual não pode se reproduzir, logo, não é uma família."
O DANO COGNITIVO NA PRÁTICA
Não é problema em si haver casais homossexuais ou estes terem tais ou quais direitos. O problema é, por meio da distorção do significado das palavras, querer negar a realidade concreta como se até mesmo a natureza aceitasse ser transformada por meio da simples redefinição semântica.
E uma série de evidências tem sido fartas em demonstrar que é exatamente essa a proposta de grande parte, se não a maior, dos movimentos homossexualistas, ao ponto de tal redefinição trabalhar até mesmo contra seus interesses. Vejamos por exemplo o fato relatado na notícia Casal Gay descobre que os dois são filhos do mesmo pai após teste de DNA em programa (de TV)2
E onde também se lê que os rapazes ficaram arrasados com a "terrível" descoberta!
Fazendo o favor de sair do terreno das ficções fantásticas incorretamente políticas e pensando em termos realistas sobre o porquê de haver um tabu e toda uma repressão social contra relacionamentos afetivos entre irmãos, o motivo, evidentemente, é de ordem fundamentalmente biológica, pois indivíduos com DNA muito parecido tem risco muitíssimo maior de gerar descendentes com problemas genéticos (entre eles a hemofilia, a qual flagelou com muitos dos descendentes da rainha Vitória da Inglaterra devido justamente a casamentos consanguíneos entre as várias casas reais europeias), visto que um mesmo gene defeituoso pode acabar sendo repassado devido ao fato de poder estar presente em ambos os genitores, sem ser depurado pelo processo de recombinação típico entre indivíduos de genética mais distinta. Além do mero ganho geral da maior variabilidade.
Essa realidade é percebida pela cultura, de forma semiconsciente, tendo sido muito provavelmente objeto de seleção natural de grupos sociais, que passam então a gerar valores morais no sentido de diminuir essa prática minimizando o número de indivíduos com doenças congênitas, e aumentando as chances de sobrevivência a adaptação pelo enriquecimento da diversidade genética.
E é ridículo ter que dizê-lo, mas vivemos num contexto onde é preciso chamar atenção para o fato óbvio de que isso SÓ SE APLICA A UMA UNIDADE REPRODUTIVA! Isto é, um CASAL NORMAL FORMADO ENTRE UM HOMEM E UMA MULHER!
Sendo um casal homossexual não reprodutivo, então porque raios descobrir que são irmãos (paternais) se tornaria um problema?!
A explicação é evidente. O movimento ideológico em questão não quer simplesmente oferecer uma alternativa válida como meio de vida, mas sim deliberadamente distorcer tanto a realidade e nublar tanto a diferença entre casais héteros reprodutivos e casais homo não reprodutivos que chega ao ponto desses últimos sequer usufruírem das vantagens de não serem unidades geneticamente férteis!
Que casais hétero se preocupem com isso, mesmo num contexto onde os recursos tecnológicos permitiriam minimizar o problema, ainda faz sentido devido ao fato de que seu fundamento conceitual é a reprodução, cujo risco inevitavelmente será elevado.
Mas obviamente nada disso se aplica ao casal homossexual, principalmente o masculino, que está ainda mais distante do sonho de uma reprodução cruzada artificial do que o casal homo feminino.
Daí temos, ainda que de forma também semiconsciente, a disputa semântica supracitada. Com conservadores tentando resguardá-lo somente para as unidades reprodutivas, enquanto, progressistas querem esvaziá-lo por completo estendendo o conceito também para unidades estéreis.
Não pelo termo específico em si. O que realmente importa é que a diferença entre uma unidade reprodutiva e uma estéril tem que ser evidente, de preferência por meio de uma palavra distintiva, para que se possa aplicar de forma minimamente compreensível, e eficiente, abordagens, sociais, jurídicas, médicas etc.
Mas o que temos não é mera luta por direitos perfeitamente compreensíveis e justificáveis, e sim um esforço colossal para dissolver os mais primordiais fundamentos operativos da cognição humana, o que parece ser tão prioritário que até mesmo atropela o mero bem-estar dos grupos que deveriam estar sendo beneficiados pelas conquistas progressistas.
O PROJETO ANTI-FAMILIAR CONFESSADO
Em 28/11/2004, em resposta a um Criacionista que supôs que por eu me declarar Progressista seria também a favor de Aborto e Casamento "Arco-Íris", respondi:
"Não dou a mínima para a questão da União Civil Homossexual. Na verdade, acho de certa forma até um atraso de mentalidade, uma vez que a tendência futura, creio ser, a cada vez maior dissolução do próprio conceito de União Civil. E acho mesmo que o Casamento, como instituição Civil, deveria ser abolido. (...). Qualquer um pode fazer um testamento declarando como herdeiro quem ele quiser! Não é preciso ser "casado" para isso. O único problema restante é o da moradia. Isso poderia ser resolvido, tanto no caso de casais héteros ou homos, com um simples contrato de propriedade misto, colocando as duas partes com direitos iguais. (...) "estados civis". São, hoje em dia, uma inutilidade que só serve para atrapalhar. E aí, como se não bastasse a dificuldade que vai ser esse processo de eliminação desse dinossauro institucional, ainda me aparece propostas para ampliá-lo ainda mais!" 3
Mais de uma década depois após a tardia e recente vitória simbólica do Casamento Homossexual nos EUA, vejo na Carta Capital, após louvá-la, o seguinte:
"O verdadeiro avanço civilizatório, inclusive, não seria o reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas a própria extinção do casamento civil. O Estado deveria se limitar a criar regras nas relações patrimoniais entre as pessoas, sem interferir nas opções amorosas ou sexuais de cada um, ou seja, na forma como seres adultos estabelecem suas relações afetivas, que são de domínio eminentemente privado. A extinção da figura do casamento civil é o verdadeiro debate para se atingir uma forma de convivência social mais civilizada e para se preservar a verdadeira liberdade individual de opção afetiva e erótica." 4
Que é claro, não passa de macacaqueamento de opiniões norte americanas, como as manifestadas em The Nation - What's Next to LGBT Movement? que propõe basicamente a mesma coisa. 5 A diferença é que minha antiga ideia era passar direto para o fim da União Civil, enquanto as sapiências aí defenderam primeiro a extensão desta para os homossexuais, para DEPOIS defender sua extinção!
Minha justificativa para o fim da União Civil era que a evolução do divórcio livre (emenda 09/1977, Constituição de 1988, Código Civil de 2002), em especial a equiparação das uniões estáveis ao casamento civil em comunhão parcial de bens, a União Civil teria virado apenas um imbróglio burocrático não fosse o valor cultural que é depositado na mesma pela população. Agora, após o golpe final da emenda 66/2010, dentre os quais temos o fim das mudanças de sobrenome, o último diferencial prático foi extinto.
Mas hoje digo que o apego popular ao casamento civil se explica por ser este a versão secularizada de um ritual religiosamente demarcado, além da necessidade de um rito de passagem endossado não apenas pelo costume, mas por algo mais sério que um mero acerto informal entre as partes. Aquele aval que em sociedades mais primevas é mantido pela força e coesão cultural e simbólica que supera em muito a burocracia estatal das civilizações mais desenvolvidas. Como diz um surpreendentemente bom artigo de Frederick Hertz no Huffington Post:
"...casais do mesmo sexo estão mais interessados no simbolismo social e aceitação da comunidade concedidos pelo casamento, em oposição aos "frios" benefícios técnicos da parceria estável ou união civil." 6
Tal simbolismo cultural fez o casamento durar mesmo quando muitos apostavam em sua extinção espontânea, e foi só quando notaram que o mesmo não iria desaparecer tão cedo que a campanha pelo casamento homossexual se articulou de forma política efetiva. Ou seja, enquanto o casamento era complicado e trabalhoso, os movimentos homossexualistas não estavam assim tão interessados. E o conquistaram quando, para praticamente todos os efeitos, ele já não significa mais nada. Há vários recursos civis que permitem dispensá-lo totalmente.
Lembrando que eles já podiam se casar antes. Temos exemplos de casais do mesmo sexo vivendo juntos há décadas, mesmo antes dos movimentos LGBTT, plena e amplamente reconhecidos por várias comunidades, ainda que existam rejeições e preconceitos locais.
Por que tanto barulho, e tantas cores, então?
Porque aquilo que os conservadores têm dito há mais de meio século sobre tudo fazer parte de um ataque sistemático à família tradicional é pura e simplesmente verdade! No supracitado texto do The Nation isso é admitido abertamente por apoiadores da causa feminista e LGBTT 5, pelo que se deduz que toda essa luta foi simbólica e cultural, visto que no plano legal formal o casamento já foi desmantelado. Era necessário então invadir o espaço simbólico. A famosa "ocupação de espaços", e isso é Todos os Espaços Concebíveis.
Em duas ou três décadas, a não ser que ocorra uma contrarrevolução cultural, nem mesmo esse simbolismo terá mais qualquer valor. A única forma de ainda conferir uma aura de importância ao casamento será nas comunidades mais religiosas, e por isso mesmo várias iniciativas já começam a se mover para obrigar até mesmo pessoas religiosas tradicionais a aceitar o casamento homossexual ou sofrer punições legais.7 
O resultado será o fim prático da instituição que perdurou por milhares de anos e que sustentou toda a história da civilização, fragilizada ao ponto da irrelevância. Afinal, como diria o Irmão Carmelo, para evitar o "casa-separa-casa-separa", melhor não casar!
E a quem isso realmente interessa?
Pergunte a quem detém o poder e que fomenta toda essa cruzada. Praticamente TODAS as Megacorporações internacionais bilionárias que manifestam escancaradamente seu apoio à causa, controladas por Oligarquias riquíssimas que, curiosamente, são a expressão máxima das famílias tradicionais perfeitamente estáveis, nas quais jamais se verá um único casamento homossexual! 8 

Marcus Valerio XR
Maio de 2014 - julho de 2015

Referências
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0. O texto originário, "O Que É Família?" foi postado em 28/05/14 (http://xr.pro.br/MAIO2014.HTML), bem como inspirou outro post que depois recebeu uma formulação textual no meu site, em http://xr.pro.br/Ensaios/Disputa_Semantica.html, mas a discussão se estendeu não só nestes como também outros posts. Em https://www.facebook.com/MarcusValerioXR/posts/10204286489385376 apenas divulguei uma petição do Citizen-GO (único portal de petições on-line internacional 100% popular e independente de grandes empresas, e que faz defesa sistemática de causa conservadoras genuínas), que resultou noutra vasta discussão.

Um ano depois em 22/05/15 (http://xr.pro.br/MAIO2015.HTML) publiquei o post que se tornou o trecho "O Dano Cognitivo na Prática", com outra notável discussão subsequente. Já em 09/07/15 (http://xr.pro.br/JULHO2015.HTML) publiquei o que viria a ser "O Projeto Anti-Familiar Confessado".

1. Trato desse assunto especificamente no texto http://xr.pro.br/Ensaios/GenoGenese.html, sobre como essa ignorância atinge até o alto escalão do poder, caso de Hillary Clinton, e mostra num exemplo simples porque o mito da amazonas é inviável. Também o texto http://br.avoiceformen.com/historia/em-defesa-do-patriarcado versa sobre a regulação sexual.






7. Exemplos em inglês:
e. E em português temos uma compilação de várias referências comentadas, inclusive destas acima, em http://www.actualidadereligiosa.blogspot.pt/2014/01/direitos-homossexuais-v-liberdade.html

8. As evidências de financiamento de grupos econômicos à causas da neoesquerda sempre dão algum trabalho, por serem algo que em geral os financiadores e financiados preferirem manter discreto. Como irão manter a ilusão de que são lutas heróicas de grupos oprimidos contra toda uma sociedade opressora? Ainda mais quando estão associados à Esquerda. Mas temos alguns exemplos claros aqui.
Ford Foundation "Search Site" LGBT Rights Grants
20 Foundations and Trusts that fund LGBT programs
22 LGBT Organizations You Need to Know

Neste último, dirija-se a cada um dos sites e procure a seção de doações (donate / support). Em muitas há opções regulares de doações que podem passar de 25 mil dólares. E muitas vezes há detalhamentos em PDFs um tanto discretos. Nesses detalhamentos pode-se ver o montante movimentado, não raro de milhões de dólares anuais, e em alguns poucos há os parceiros explicitados.

Muito mais simples e direto do que tudo isso, porém, é o famoso caso boticário, onde foi amplamente noticiado o apoio expresso de 379 mega corporções internacionais à causa do Casamento Gay, que comentei em https://www.facebook.com/MarcusValerioXR/posts/10207155546990023, onde disse:

"Note que por mais que a sociedade se torne tolerante e inclusiva, ainda não muda o fato de que os segmentos religiosos ainda são muito mais numerosos que os segmentos que apoiam agendas LGBTT, e mesmo assim essas empresas, que poderiam se omitir, decidem se expor publicamente.

Dentre elas temos várias suspeitas de utilizar trabalho escravo na Ásia e na África, que mudam suas fábricas de locais onde os trabalhadores atingiram um nível mais elevado de vida (mergulhando-os em crises) para locais onde possam pagar salários muito mais baixos, e que não se importam com as mortes de milhares de trabalhadores em obras como as que estão preparando a Copa do Mundo de 2022 no Qatar.

Mas elas estão tão preocupadas com as causas LGBTT que se expuseram sem medo de que algum concorrente pudesse levar vantagem sobre elas por meio da omissão, ou mesmo de um apoio aberto às comunidades conservadoras que repudiam a causa.

Você não acha que isso é digno de, NO MÍNIMO, alguma reflexão?"

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