Faço
aqui mais uma compilação de textos outrora postados no Facebook, com pequenas
adaptações, que inicialmente iam a direções divergentes, mas que terminaram se
harmonizando, e que lidam com o tão falado ataque à família tradicional
frequentemente levantado pelos conservadores.0
Um
grande problema deste tema advém da imprecisão do termo central, portanto é
necessário antes de tudo esclarecê-lo, pois originalmente 'família' significava
a totalidade das pessoas e posses de uma determinada 'casa', ou 'domínio',
inclusos aí escravos, servos, vassalos, animais etc., mas evidentemente tal
conceituação não mais se aplica no contexto atual.
Assim,
em primeiro lugar, passemos a uma definição conceitual que visa suprir uma
carência semântica originária no próprio termo em si.
O
QUE É FAMÍLIA?
Trata-se
de um conceito no qual o rastreamento etimológico pouco pode ajudar, uma vez
que o que o senso comum ou as leis entendem a seu respeito pouco ou nada tem a
ver com o que tal termo originalmente designa. Portanto, é necessário observar
os usos da palavra e deduzir qual é seu núcleo essencial.
Ora,
quando dizemos que certo grupo de pessoas não originalmente relacionadas é "como
se fosse uma família", é porque entendemos que originalmente 'família'
é algo distinto, e está indissociavelmente ligada ao parentesco, uma vez que
ninguém nega que "é da família" alguém que ela sequer conheça, mas
com o qual compartilhe alguma consanguinidade.
Assim,
é imperioso reconhecer que o que entendemos originalmente por família é:
"CONJUNTO DE PESSOAS RELACIONADAS POR LAÇOS DE PARENTESCO."
Eu
duvido que alguém consiga achar uma definição notavelmente diferente que faça
algum sentido. TODA E QUALQUER DEFINIÇÃO pressupõe uma GENERALIDADE (que
coloca o item definido num grupo) e uma ESPECIFICIDADE (que a destaca
neste grupo). Exemplo: Um morcego é um mamífero (generalidade) que
voa (especificidade). Assim, uma Família é um Grupo de Pessoas (generalidade)
relacionada por parentesco (especificidade, que a distingue de outros tipos
de grupos).
Daí
deduz-se que todos os membros de uma família, no sentido original, são consanguineamente
relacionados EXCETO os conjugues! Mas se os cônjuges, Marido e Esposa, não são
originalmente parentes, é por meio deles que as relações de parentesco se
instituem. Uma família só existe porque em algum momento um homem e uma mulher
tiveram descendentes que, estes sim, estão geneticamente interligados.
Conclusão:
É IMPOSSÍVEL HAVER SENTIDO NO CONCEITO DE FAMÍLIA FORA DO ÂMBITO REPRODUTIVO!
Como seria possível estabelecer os laços de parentesco? Baseado em que se
reconheceria a consanguinidade?
É
nesse sentido que se diz que a família é a CÉLULA da Sociedade, visto ser a
célula uma entidade reprodutiva cujo conjunto total compõe um organismo. Como a
Humanidade, e a Sociedade, só persistem graças a Reprodução, esta tem que ser
instanciada numa instituição sobre a qual existe algum grau de estabilidade e
controle. É preciso uma alienação delirante para achar que uma sociedade pode
sobreviver a uma desregulação total da reprodução biológica. 1
Isso
não exclui casais sem filhos, visto que eles ainda conservam um potencial
reprodutivo. E quanto aos casais absolutamente não reprodutivos, como os
homossexuais, só resta considerá-los 'família' num sentido analógico.
Isso
nada tem a ver com a permissividade ou não do casamento homoafetivo, que não
deveria ser restringido por questões semânticas. Mas a distinção entre uma
instituição da qual a mera perpetuação da sociedade depende, e uma união civil
que além de não poder cooperar diretamente na função reprodutiva, ainda
dependerá diretamente dela, TEM QUE SER MANTIDA! A Mente Humana não pode
funcionar sem categorias conceituais bem definidas, e querer esvaziar os
conceitos até sua completa inoperância só pode arruinar qualquer possibilidade
de inteligência.
Uma
coisa é dar aos homossexuais o direito de instituir uniões "como se
fosse uma família", ou mesmo conceder-lhes a oportunidade de adotar
crianças e colaborar da educação delas, o que considerando a existência de
crianças abandonadas pela reprodução desregulada, pode ser uma solução.
Mas
daí a dizer que não há qualquer diferença entre uma família em seu sentido
original e uma no sentido conotativo é ataque a um conceito sem o qual a
própria sociedade seria incompreensível.
DISPUTA
SEMÂNTICA
Quando
alguém ao apoiar abertamente o casamento homossexual e o direito aos casais
homossexuais de adotarem crianças e gozarem de todos os benefícios legais,
ainda assim desperta a ira dos homossexualistas pelo simples fato de insistir
em distinguir o conceito de família, como uma unidade reprodutiva, das demais
uniões afetivas absolutamente não reprodutivas, mesmo que isso em nada afete os
legítimos direitos desta últimas, fica então evidente que o que está em jogo
nada tem a ver com direitos, mas sim com uma batalha semântica.
Parece
ser mais importante redefinir os termos até sua completa inoperância do que
garantir que pessoas tenham direitos reconhecidos, e para compreender porque
isso é tão crucial para essa linha de pensamento, é inevitável explorar um
pouco dos conceitos de Filosofia Analítica e Estruturalismo.
Sempre
existiu na humanidade certa crença mística no poder das palavras, presente nas
concepções primevas de que saber o nome de algo dá poder sobre o mesmo,
permitindo feitiçarias. A noção de "palavras mágicas", que criam a
realidade pelo simples pronunciar. O Logos Gerador, o Verbo Criador, onde Deus
"assim dizendo", assim se realiza. Os nomes proibidos, misteriosos,
que somente os iniciados podem conhecer ou pronunciar. Enfim, uma miríade de
misticismos nômicos.
Mas
o pensamento racional deu pouca atenção a essa noção. Por mais de 2000 anos os
filósofos consideraram que as palavras apenas apontavam para realidades
independentes. Ideias perpétuas, entes universais que eram apenas parcial e
precariamente veiculados pela linguagem.
Somente
no Século XX essa noção veio de fato a ser questionada, com a idéia de que
palavras são mais que meras representações imperfeitas de realidades externas,
e que são, sim, capazes de criar a realidade, estipulando conceitos, produzindo
um universo simbólico e construindo a realidade cultural que se transforma em
realidade concreta.
Pensadores
como Gottlob Frege, George E. Moore, Bertrand Russel e Ludwig Wittgenstein
instituíram o que hoje chamamos de Filosofia da Linguagem, praticamente
indistinguível da Filosofia Analítica.
Já
pensadores como Ferdinand Saussure, Michael Foucault e Jacques Derrida,
ajudaram a edificar o Estruturalismo, que se misturando com Positivistas
Lógicos, Marxistas e outras tendências, em resumo, propõem mais ou menos que a
realidade é fortemente influenciada, se não totalmente construída, por uma
cadeia de símbolos e relações de significados linguísticos, e que as simples
edificações de conceitos, por meio de novas palavras, bem como a supressão de
outros pela dessignificação de palavras usuais, tem potencial crucial para
redefinir o próprio mundo.
Você
pode nunca ter ouvido falar de nada disso, mas é exatamente o que está em jogo
nessa disputa de significados proposta por homossexualistas, feministas e
outras abordagens que flertam com o "politicamente correto". A ideia
de que é preciso ressignificar os termos para "desconstruir" a
realidade, e depois por meio de uma nova semântica, edificar uma nova. Aquilo
que os críticos apelidaram orwellianamente de "Novilíngua".
De
fato, é muito difícil negar que existe um grande poder constitutivo nas
palavras, visto serem elas nosso portal de acesso ao universo cultural. Mas
existe nítido exagero na esperança de que é possível redefinir a realidade pela
simples manipulação linguística, uma vez que estamos fortemente ancorados numa
realidade física pré-linguística, fato que os culturalistas costumam negar
ferozmente, não raro crendo na absoluta ausência de algo fora do âmbito da
linguagem.
Por
essa linha de pensamento, alterar a realidade pressupõe a necessidade
incontornável de dominar o pensamento, e para isso é preciso controlar por
completo o plano linguístico. A grande maioria dos militantes que vivem
hasteando bandeiras com palavras de ordem, claro, não faz a mínima ideia de
sobre que tipo de sistemas de pensamento estão se fundamentando, e nem essa é a
função deles. Agem apenas como soldados rasos obedecendo a ordens de um comando
invisível que já pensou em tudo isso muito antes deles verem a luz pela
primeira vez.
E
esse comando, embora tenha uma noção bem melhor do que pretende e de como
funciona o mundo, também está enfrentando uma severa crise intelectual, já
tendo se dado conta da larga inadequação de seus pressupostos teóricos à
realidade que querem transformar.
Mas
tudo isso é irrelevante para seus financiadores, que muito menos crédulos em
fórmulas mágicas e ideologias salvadoras, sabem apenas que a confusão que isso
gera lhes é útil, razão pela qual injetam bilhões de dólares (acreditando mais
na força dos números que das palavras) de suas fortunas por meio de Fundações,
ONGs e órgãos governamentais fazendo com que milhões de ativistas panacas jurem
estar lutando contra a opressão, especialmente a capitalista, ao mesmo tempo em
que os ajudam a ficar mais e mais poderosos e endinheirados.
*
Muito
posteriormente, a essência dessa disputa foi repercutida nacionalmente por um
de nossos lastimáveis debates presidenciais, quando Levy Fidelix, ainda que de
forma grosseira e chula, evocou basicamente o mesmo princípio conceitual
intrínseco ao ironizar o casal gay pela máxima "órgão excretor não
reproduz", e outras, despertando assim a fúria da militância
homossexualista.
De
fato, poderia ter dito algo equivalente de forma muito mais elegante, clara, e
mesmo simpática, mas no que se refere ao resultado não creio que faria
diferença. O que revoltou sobremaneira o PSOL e demais simpatizantes da causa
foi o fato dele ter se atrevido a apontar a realidade, o que é intolerável para
quem está se esforçando em nublá-la o máximo possível.
Quando
se investe tamanho e sincero esforço nas roupas invisíveis do rei, gastando
bilhões de dólares em campanhas e métodos sofisticados de controle de massas de
militantes que se dispõem a trabalhar de graça para quem poderia lhes pagar
muito bem, vir alguém simplesmente declarar o fato óbvio de que o rei está nu
não é algo que possa ser perdoado.
Dito
resumidamente, a conceituação que estrutura a frase do Fidelix foi óbvia, como
eu mesmo disse, ela é, simplificadamente: "Minha senhora, Família só
faz sentido como uma unidade reprodutiva. Um casal homossexual não pode se
reproduzir, logo, não é uma família."
O
DANO COGNITIVO NA PRÁTICA
Não
é problema em si haver casais homossexuais ou estes terem tais ou quais
direitos. O problema é, por meio da distorção do significado das palavras,
querer negar a realidade concreta como se até mesmo a natureza aceitasse ser
transformada por meio da simples redefinição semântica.
E
uma série de evidências tem sido fartas em demonstrar que é exatamente essa a
proposta de grande parte, se não a maior, dos movimentos homossexualistas, ao
ponto de tal redefinição trabalhar até mesmo contra seus interesses. Vejamos
por exemplo o fato relatado na notícia Casal Gay descobre que os dois são
filhos do mesmo pai após teste de DNA em programa (de TV)2
E
onde também se lê que os rapazes ficaram arrasados com a "terrível"
descoberta!
Fazendo
o favor de sair do terreno das ficções fantásticas incorretamente políticas e
pensando em termos realistas sobre o porquê de haver um tabu e toda uma
repressão social contra relacionamentos afetivos entre irmãos, o motivo,
evidentemente, é de ordem fundamentalmente biológica, pois indivíduos com DNA
muito parecido tem risco muitíssimo maior de gerar descendentes com problemas
genéticos (entre eles a hemofilia, a qual flagelou com muitos dos descendentes
da rainha Vitória da Inglaterra devido justamente a casamentos consanguíneos
entre as várias casas reais europeias), visto que um mesmo gene defeituoso pode
acabar sendo repassado devido ao fato de poder estar presente em ambos os
genitores, sem ser depurado pelo processo de recombinação típico entre
indivíduos de genética mais distinta. Além do mero ganho geral da maior
variabilidade.
Essa
realidade é percebida pela cultura, de forma semiconsciente, tendo sido muito
provavelmente objeto de seleção natural de grupos sociais, que passam então a
gerar valores morais no sentido de diminuir essa prática minimizando o número
de indivíduos com doenças congênitas, e aumentando as chances de sobrevivência
a adaptação pelo enriquecimento da diversidade genética.
E
é ridículo ter que dizê-lo, mas vivemos num contexto onde é preciso chamar
atenção para o fato óbvio de que isso SÓ SE APLICA A UMA UNIDADE REPRODUTIVA!
Isto é, um CASAL NORMAL FORMADO ENTRE UM HOMEM E UMA MULHER!
Sendo
um casal homossexual não reprodutivo, então porque raios descobrir que são
irmãos (paternais) se tornaria um problema?!
A
explicação é evidente. O movimento ideológico em questão não quer simplesmente
oferecer uma alternativa válida como meio de vida, mas sim deliberadamente
distorcer tanto a realidade e nublar tanto a diferença entre casais héteros
reprodutivos e casais homo não reprodutivos que chega ao ponto desses últimos
sequer usufruírem das vantagens de não serem unidades geneticamente férteis!
Que
casais hétero se preocupem com isso, mesmo num contexto onde os recursos
tecnológicos permitiriam minimizar o problema, ainda faz sentido devido ao fato
de que seu fundamento conceitual é a reprodução, cujo risco inevitavelmente
será elevado.
Mas
obviamente nada disso se aplica ao casal homossexual, principalmente o
masculino, que está ainda mais distante do sonho de uma reprodução cruzada
artificial do que o casal homo feminino.
Daí
temos, ainda que de forma também semiconsciente, a disputa semântica
supracitada. Com conservadores tentando resguardá-lo somente para as unidades
reprodutivas, enquanto, progressistas querem esvaziá-lo por completo estendendo
o conceito também para unidades estéreis.
Não
pelo termo específico em si. O que realmente importa é que a diferença entre
uma unidade reprodutiva e uma estéril tem que ser evidente, de preferência por
meio de uma palavra distintiva, para que se possa aplicar de forma minimamente
compreensível, e eficiente, abordagens, sociais, jurídicas, médicas etc.
Mas
o que temos não é mera luta por direitos perfeitamente compreensíveis e
justificáveis, e sim um esforço colossal para dissolver os mais primordiais
fundamentos operativos da cognição humana, o que parece ser tão prioritário que
até mesmo atropela o mero bem-estar dos grupos que deveriam estar sendo
beneficiados pelas conquistas progressistas.
O
PROJETO ANTI-FAMILIAR CONFESSADO
Em
28/11/2004, em resposta a um Criacionista que supôs que por eu me declarar
Progressista seria também a favor de Aborto e Casamento "Arco-Íris",
respondi:
"Não
dou a mínima para a questão da União Civil Homossexual. Na verdade, acho de
certa forma até um atraso de mentalidade, uma vez que a tendência futura, creio
ser, a cada vez maior dissolução do próprio conceito de União Civil. E acho
mesmo que o Casamento, como instituição Civil, deveria ser abolido. (...).
Qualquer um pode fazer um testamento declarando como herdeiro quem ele quiser!
Não é preciso ser "casado" para isso. O único problema restante é o
da moradia. Isso poderia ser resolvido, tanto no caso de casais héteros ou
homos, com um simples contrato de propriedade misto, colocando as duas partes
com direitos iguais. (...) "estados civis". São, hoje em dia, uma
inutilidade que só serve para atrapalhar. E aí, como se não bastasse a
dificuldade que vai ser esse processo de eliminação desse dinossauro
institucional, ainda me aparece propostas para ampliá-lo ainda mais!" 3
Mais
de uma década depois após a tardia e recente vitória simbólica do Casamento
Homossexual nos EUA, vejo na Carta Capital, após louvá-la, o seguinte:
"O verdadeiro avanço
civilizatório, inclusive, não seria o reconhecimento do casamento entre pessoas
do mesmo sexo, mas a própria extinção do casamento civil. O Estado deveria se
limitar a criar regras nas relações patrimoniais entre as pessoas, sem interferir
nas opções amorosas ou sexuais de cada um, ou seja, na forma como seres adultos
estabelecem suas relações afetivas, que são de domínio eminentemente privado. A
extinção da figura do casamento civil é o verdadeiro debate para se atingir uma
forma de convivência social mais civilizada e para se preservar a verdadeira
liberdade individual de opção afetiva e erótica." 4
Que
é claro, não passa de macacaqueamento de opiniões norte americanas, como as
manifestadas em The Nation - What's Next to LGBT Movement? que propõe
basicamente a mesma coisa. 5 A diferença é que minha antiga ideia era
passar direto para o fim da União Civil, enquanto as sapiências aí defenderam
primeiro a extensão desta para os homossexuais, para DEPOIS defender sua
extinção!
Minha
justificativa para o fim da União Civil era que a evolução do divórcio livre (emenda
09/1977, Constituição de 1988, Código Civil de 2002), em especial a
equiparação das uniões estáveis ao casamento civil em comunhão parcial de bens,
a União Civil teria virado apenas um imbróglio burocrático não fosse o valor
cultural que é depositado na mesma pela população. Agora, após o golpe final da
emenda 66/2010, dentre os quais temos o fim das mudanças de sobrenome, o último
diferencial prático foi extinto.
Mas
hoje digo que o apego popular ao casamento civil se explica por ser este a
versão secularizada de um ritual religiosamente demarcado, além da necessidade
de um rito de passagem endossado não apenas pelo costume, mas por algo mais
sério que um mero acerto informal entre as partes. Aquele aval que em
sociedades mais primevas é mantido pela força e coesão cultural e simbólica que
supera em muito a burocracia estatal das civilizações mais desenvolvidas. Como
diz um surpreendentemente bom artigo de Frederick Hertz no Huffington Post:
"...casais do mesmo sexo estão
mais interessados no simbolismo social e aceitação da comunidade concedidos
pelo casamento, em oposição aos "frios" benefícios técnicos da
parceria estável ou união civil."
6
Tal
simbolismo cultural fez o casamento durar mesmo quando muitos apostavam em sua
extinção espontânea, e foi só quando notaram que o mesmo não iria desaparecer
tão cedo que a campanha pelo casamento homossexual se articulou de forma
política efetiva. Ou seja, enquanto o casamento era complicado e trabalhoso, os
movimentos homossexualistas não estavam assim tão interessados. E o
conquistaram quando, para praticamente todos os efeitos, ele já não significa
mais nada. Há vários recursos civis que permitem dispensá-lo totalmente.
Lembrando
que eles já podiam se casar antes. Temos exemplos de casais do mesmo sexo
vivendo juntos há décadas, mesmo antes dos movimentos LGBTT, plena e amplamente
reconhecidos por várias comunidades, ainda que existam rejeições e preconceitos
locais.
Por
que tanto barulho, e tantas cores, então?
Porque
aquilo que os conservadores têm dito há mais de meio século sobre tudo fazer
parte de um ataque sistemático à família tradicional é pura e simplesmente
verdade! No supracitado texto do The Nation isso é admitido abertamente
por apoiadores da causa feminista e LGBTT 5, pelo que se deduz que toda essa
luta foi simbólica e cultural, visto que no plano legal formal o casamento já
foi desmantelado. Era necessário então invadir o espaço simbólico. A famosa
"ocupação de espaços", e isso é Todos os Espaços Concebíveis.
Em
duas ou três décadas, a não ser que ocorra uma contrarrevolução cultural, nem
mesmo esse simbolismo terá mais qualquer valor. A única forma de ainda conferir
uma aura de importância ao casamento será nas comunidades mais religiosas, e
por isso mesmo várias iniciativas já começam a se mover para obrigar até mesmo
pessoas religiosas tradicionais a aceitar o casamento homossexual ou sofrer
punições legais.7
O
resultado será o fim prático da instituição que perdurou por milhares de anos e
que sustentou toda a história da civilização, fragilizada ao ponto da
irrelevância. Afinal, como diria o Irmão Carmelo, para evitar o
"casa-separa-casa-separa", melhor não casar!
E
a quem isso realmente interessa?
Pergunte
a quem detém o poder e que fomenta toda essa cruzada. Praticamente TODAS as
Megacorporações internacionais bilionárias que manifestam escancaradamente seu
apoio à causa, controladas por Oligarquias riquíssimas que, curiosamente, são a
expressão máxima das famílias tradicionais perfeitamente estáveis, nas quais
jamais se verá um único casamento homossexual! 8
Marcus
Valerio XR
Maio
de 2014 - julho de 2015
Referências
_____________________________________________________________________
0. O
texto originário, "O Que É Família?" foi postado em 28/05/14 (http://xr.pro.br/MAIO2014.HTML), bem como
inspirou outro post que depois recebeu uma formulação textual no meu site, em http://xr.pro.br/Ensaios/Disputa_Semantica.html, mas a discussão se estendeu não só nestes como também outros posts. Em https://www.facebook.com/MarcusValerioXR/posts/10204286489385376
apenas divulguei uma petição do Citizen-GO (único portal de petições on-line
internacional 100% popular e independente de grandes empresas, e que faz defesa
sistemática de causa conservadoras genuínas), que resultou noutra vasta
discussão.
Um ano
depois em 22/05/15 (http://xr.pro.br/MAIO2015.HTML)
publiquei o post que se tornou o trecho "O Dano Cognitivo na
Prática", com outra notável discussão subsequente. Já em 09/07/15 (http://xr.pro.br/JULHO2015.HTML)
publiquei o que viria a ser "O Projeto Anti-Familiar Confessado".
1.
Trato desse assunto especificamente no texto http://xr.pro.br/Ensaios/GenoGenese.html,
sobre como essa ignorância atinge até o alto escalão do poder, caso de Hillary
Clinton, e mostra num exemplo simples porque o mito da amazonas é inviável.
Também o texto http://br.avoiceformen.com/historia/em-defesa-do-patriarcado
versa sobre a regulação sexual.
7.
Exemplos em inglês:
e. E
em português temos uma compilação de várias referências comentadas, inclusive
destas acima, em http://www.actualidadereligiosa.blogspot.pt/2014/01/direitos-homossexuais-v-liberdade.html
8. As
evidências de financiamento de grupos econômicos à causas da neoesquerda sempre
dão algum trabalho, por serem algo que em geral os financiadores e financiados
preferirem manter discreto. Como irão manter a ilusão de que são lutas heróicas
de grupos oprimidos contra toda uma sociedade opressora? Ainda mais quando
estão associados à Esquerda. Mas temos alguns exemplos claros aqui.
Ford Foundation "Search Site" LGBT Rights
Grants
20 Foundations and Trusts that fund LGBT programs
22 LGBT Organizations You Need to Know
Neste
último, dirija-se a cada um dos sites e procure a seção de doações (donate /
support). Em muitas há opções regulares de doações que podem passar de 25 mil
dólares. E muitas vezes há detalhamentos em PDFs um tanto discretos. Nesses
detalhamentos pode-se ver o montante movimentado, não raro de milhões de
dólares anuais, e em alguns poucos há os parceiros explicitados.
Muito
mais simples e direto do que tudo isso, porém, é o famoso caso boticário, onde
foi amplamente noticiado o apoio expresso de 379 mega corporções internacionais
à causa do Casamento Gay, que comentei em https://www.facebook.com/MarcusValerioXR/posts/10207155546990023, onde disse:
"Note
que por mais que a sociedade se torne tolerante e inclusiva, ainda não muda o
fato de que os segmentos religiosos ainda são muito mais numerosos que os
segmentos que apoiam agendas LGBTT, e mesmo assim essas empresas, que poderiam
se omitir, decidem se expor publicamente.
Dentre
elas temos várias suspeitas de utilizar trabalho escravo na Ásia e na África,
que mudam suas fábricas de locais onde os trabalhadores atingiram um nível mais
elevado de vida (mergulhando-os em crises) para locais onde possam pagar
salários muito mais baixos, e que não se importam com as mortes de milhares de
trabalhadores em obras como as que estão preparando a Copa do Mundo de 2022 no
Qatar.
Mas
elas estão tão preocupadas com as causas LGBTT que se expuseram sem medo de que
algum concorrente pudesse levar vantagem sobre elas por meio da omissão, ou
mesmo de um apoio aberto às comunidades conservadoras que repudiam a causa.
Você
não acha que isso é digno de, NO MÍNIMO, alguma reflexão?"
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