Hoje, dia 28 de outubro de 2018, foi
ratificada a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na corrida presidencial. O ainda
deputado federal neoconservador derrotou Fernando Haddad (PT) por cerca de 55%
dos votos contra 45% do seu adversário. O que podemos dizer desta eleição?
Sem dúvidas, trata-se da eleição mais
fraudulenta de todos os tempos no Brasil (e me refiro não só a corrida
presidencial, mas também ás eleições gerais como um todo). É uma fraude porque
o povo não teve a liberdade de escolher quem queria. A ditadura judicial,
pressionada pelos altos escalões das forças armadas, tratou de excluir da
jogada candidatos inconvenientes (o caso mais famoso é, obviamente, o da prisão
de Luís Inácio Lula da Silva, mas também podemos falar da inelegibilidade de
Anthony Garotinho). E se os brasileiros não podem escolher seus candidatos,
então não há democracia neste país. Na verdade, o Brasil está longe de ser um
país democrático (esta ilusão vem sendo alimentada pela grande mídia e por
grande parte da esquerda).
Todo o processo eleitoral é rigidamente
controlado pelo Estado: a começar pelo pífio tempo que os políticos tem para
fazer campanha (52 dias). Como é que um candidato ao governo ou ao senado por
um estado grande como São Paulo ou Minas Gerais pode se eleger, sendo que para
isso tem que primeiro se tornar conhecido por milhões de pessoas em um período
curto de campanha, sem dinheiro nem tempo de televisão? Isso sem falar nas leis
que regulam aspectos absurdos da disputa como o tamanho dos cartazes de
propaganda, quais informações devem estar presentes nos "santinhos",
etc.
Desde 2015, quando as movimentações da
burguesia para derrubar Dilma Rousseff começaram, os partidos de esquerda
brasileiros como PT e PCdoB optaram por lutar contra essas ofensas pela via institucional. Então vieram as
palavras de ordem "Não vai ter golpe", "No senado não
passa", "No STF não passa". Todos os gritos de ação falharam.
Depois vieram os gritos "Fora Temer" e "Diretas Já". Nada
disso aconteceu. Depois, Lula foi preso e não há sinais de que seja solto. E,
por fim, um candidato golpista foi eleito ao cargo máximo da nação.
Depois de todos esses acontecimentos nos
últimos três anos, nem os mais incautos têm motivos para acreditar nas
instituições e no mito de que o Brasil é uma democracia. O Brasil está passando
por um processo de colonização cultural e econômica vindo dos Estados Unidos e
seus aliados. Esse processo não será parado com o pensamento liberal de crença
nas instituições. É necessário rejeitar tanto o discurso americanófilo e
sionista da direita como discurso pós-moderno e liberal da esquerda. A luta
pela soberania do país é o único caminho para a nossa salvação.
Fontes:
A esquerda tem que voltar a fazer o seu trabalho de base, nas periferias e no campo, nos sindicatos e associações. A esquerda deixou de fazer isso e esse espaço foi ocupado pela direita neoconservadora, através de igrejas evangélicas que doutrinam politicamente seus adeptos. Que esses 4 anos sirvam pra esquerda voltar a ser o que era, que em 2022 ela volta a vencer.
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