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– “Nossa raça é uma raça de amos. Nós somos deuses sobre este planeta. Somos
tão diferentes das raças inferiores como eles são diferentes dos insetos. Na
verdade, comparados com nossa raça, as outras raças são bestas e animais, no
máximo, são gado. Nosso destino é governar sobre as raças inferiores. Nosso
reino terreno será governado com vara de ferro por nosso líder. As massas irão
lamber nossos pés e irão nos servir como nossos escravos” – Menachem Begin,
primeiro ministro de Israel entre 1977 a 1983 em um discurso dirigido ao
Knesset (parlamento israelense).
Chaim[1]
Weizman,
(1874-1952) – Nascido em Motol, Rússia, se nacionalizou britânico em 1910.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Weizman descobriu um método não aprovado de
fazer explosivos a partir de substâncias como a acetona e o álcool butílico
para ajudar nos esforços bélicos britânicos. Por isso, era muito instrumental
na segurança do governo britânico e seu compromisso com o sionismo que
posteriormente transformou-se na chamada “Promessa de Balfour” (que foi
certificada a Weizman através de uma carta). Também serviu como conselheiro
especial para o Ministério Britânico de provisões. Por seus esforços em favor
do projeto sionista, foi premiado para ser o primeiro dos primeiros ministros
de “Israel”.
David
Ben Gurion, Nascido
como David Green em Polônia, Rússia (agora Rússia). Assentou-se na Palestina em
1906. Como chefe da Agência Judaica para a Palestina de 1935 a 1948, Ben Gurion
direcionou todos os assuntos judaicos a transformar o país, de um
multiétnico/multicultural a um estado exclusivamente judeu “para perpetuar sua
natureza judaica”. Suas atividades oscilaram entre o desenvolvimento de terras
e assentamento dos imigrantes judeus a atividades secretas contra os nativos
palestinos e posteriormente (depois da revolução palestina de 1936 se rebelou
contra os governantes britânicos). Eis aqui um comentário das Memórias de Rabin
sobre Ben Gurion: “Caminhávamos juntos ao ar livre, Ben Gurion nos acompanhava.
Allon repetiu sua pergunta, ‘o que devemos fazer com a população palestina?’,
Ben Gurion moveu suas mãos em um gesto que quis dizer ‘expulsá-los para fora’”
(Memórias de Ytzhak Rabin, versão censurada, publicada no NY Times, em 23 de
outubro de 1979; a descrição de Rabin sobre a conquista de Lydda, depois da
conclusão do Plano Dalet).
Moše
Šarett, (1894-1965), nasceu
na Rússia, seu nome original era Šertok. Em 1906 assentou-se na Palestina onde
foi membro ativo no Movimento Trabalhista. Em 1933 foi nomeado chefe do
departamento política da Agenda judaica na Palestina. Šarett foi o mais próximo
a Ben Gurion em sua “luta pela independência do estado judaico”. Em 1948 foi
nomeado ministro dos assuntos exteriores e de 1953 a 1955 serviu como primeiro
ministro. Šarett viu o fortalecimento da posição israelense através da aliança
mais que através da confrontação. Sua colocação como premiê por Ben Gurion em
1955 e retirada em 1956, refletiu o movimento em “Israel” para a confrontação
que resulto una Guerra árabe-israelense de 1956.
Levi
Eškol, (1895-1969)
Nascido como Levi Školnik na Ucrânia (então sob controle russo). Na Primeira
Guerra Mundial, serviu na legião judaica, que apoiou as forças britânicas na
Palestina. Mudou-se para a Palestina e ajudou na construção do Haganah, um
grupo terrorista judaico clandestino que protagonizou a limpeza étnica dos
nativos palestinos entre 1947-1949.
Golda
Meir, (1898-1978)
Nascida como Golda Mabovitz em Kiev, Ucrânia. Sua família emigrou a Milwaukee
em 1906. Em 1921, junto com seu marido Morris Meyerson (o nome foi mudado para
Meir em 1956), transferiram e assentaram-se na Palestina. Declarou: “não existe
um povo palestino”. Seus acordos secretos com o rei Abdullah (da Transjordânia)
em 1947 foram cruciais em frustrar a formação do Estado Palestino e o controle
hashemita sobre o que atualmente se conhece como “Margem Ocidental (ou
Cisjordânia)” (ver Avi Šalim em “A colisão através do Jordão”).
Menahem
Begin, Nascido
em Brest-Litovsk, Rússia (agora Brest, Belarus). Em 1930, se converteu em um
membro ativo do movimento sionista clandestino terrorista e transferiu-se para
a Palestina em 1942 de onde se envolveu em atos terroristas como atentados nas
zonas de civis palestinos. Procurado por assassinatos pelo Governo Britânicos,
por essas atividades, chamou os palestinos de “baratas”.
Ytzhak
Šamir, Nascido
em 1915 em Ružany[2],
uma aldeia do leste da Polônia. Seu sobrenome era Jazwernicki[3]
e o mudou. Se alistou no Irgun Zvai Leumi, um grupo terrorista judeu clandestino
em 1937, foi envolvido em vários atentados terroristas contra civis. Em 1940
Šamir se juntou com o partido extremista Lohamei Herut Yisrael, ou Gangue
Stern. Foi detido duas vezes pelas autoridades britânicas por suas atividades
terroristas e fugiu para a França em 1946. Quando foi criado Israel, voltou e
trabalhou no Mossad, Agência israelense de informação responsável da
continuação do terrorismo contra os nativos palestinos.
Ytzhak
Rabin, (1922-1995)
nascido em Jerusalém de pais colonos sionistas. Em 1941, Rabin se alistou no
Palmaj, uma unidade do exército terrorista clandestina judeu de 1947 a 1948
quando o grupo foi envolvido em operações de limpeza étnica dos habitantes
palestinos (segundo Benni Morris que documentou a expulsão dos cidadãos
palestinos em Lod e Ramle, foram levados a cabo sob o mando de Rabin). Famoso
como ministro de defesa israelense no final dos anos 80 por “romper ossos” dos
manifestantes palestinos (a maioria crianças). Rabin uma vez disse “O processo
de paz de Oslo, é um novo instrumento para obter os objetivos tradicionais de
Israel. Henry Kissinger disse ‘pedi a Rabin para que faça concessões, e me
respondeu que não pôde porque Israel é demasiado débil. Então lhe dei armas, e
voltou a contestar-me, que no tinha que fazer concessões porque Israel agora é
forte’” (do Findley’s Deliberate Deceptions p. 199). Ytzhak Rabin uma vez disso
(no Knesset): “Com todos os seus erros, o partido trabalhista fez mais e segue
sendo capaz de fazer mais. Nós nunca temos falado sobre Jerusalém. Nós apenas
temos feito ‘fait accompli’. Fomos nós que falamos de Jerusalém [a parte
anexada]. Os americanos não disseram nada, porque temos construido estes bairros
de forma inteligente”.
Ehud
Barak, Nascido como
Ehud Borg, filho de imigrantes da Europa do Leste na Palestina. Posteriormente
adotou o nome hebreu de Barak. Começou seu treinamento e serviço militar em
1959. Foi membro de uma unidade de assassinatos secretos que assassinou a um
número de líderes políticos palestinos no Líbano (por exemplo, Beirute 1976) e
o assassinato de líderes da resistência nos territórios ocupados. Foi
recompensado com sua rápida ascensão no exército como chefe de exército mais
jovem da história israelense.
Ariel
Sharon, seu nome real
Arik Scheinerman, nascido na Palestina durante a ocupação britânica em 1929, de
pais imigrantes russos colonos sionistas na Palestina. Em 1953, organizou a
infame “Unidade 101” distribuindo o terror ao longo das fronteiras da
Palestina, aterrorizando as populações civis palestinas para obriga-las a fugir
de seus lugares e terras próximas às fronteiras. Em 14 de outubro de 1953,
Sharon e sua unidade cometeram um massacre na aldeia de Qibya (então sob a
jurisdição jordaniana). Ben Gurion mentiu quando disse que o massacre foi
cometido por enfurecidos fazendeiros judeus (como se demonstrou com os
documentos posteriormente). 69 civis palestinos dos anos 70 foram assassinados
(a maioria mulheres e crianças). Suas tropas, no começo dos anos 70 foram
encarregadas de “pacificar Gaza”. Impôs uma brutal política de repressão,
dinamitando lugares e derrubando campos de refugiados inteiros, impondo severos
castigos coletivos e encarcerando a centenas de cidadãos palestinos. Toda a
zona foi transformada em uma prisão. Foi o impulsionador do projeto dos
assentamentos, na fundação do partido extremista Likud e um número
indeterminado de “logros”. Foi o arquiteto da invasão do Líbano. Seus
mercenários financiados e armados da Falange, sob suas ordens cometeram os
massacres dos campos de refugiados palestinos de Sabra e Šatila. Sendo
atualmente investigado e demandado por Crimes contra a Humanidade. Seus crimes
continuam até nossos dias.
Šimon
Peres, seu verdadeiro
nome Šimon Perski, nasceu em 1923 em Wisznia[4],
Polônia (hoje Belarus). Junto com seus padres, veio à Palestina em 1934 (sob
mandato britânico). Se alistou no grupo terrorista judaico Haganah e serviu
como chefe de seus recursos humanos em 1940. Foi o arquiteto do programa
nuclear israelense. Nomeado em 1953 como diretor geral do Ministro da Defesa,
imediatamente começou a explorar o desenvolvimento nuclear. Nos anos 50 e
finais dos 60 Israel desenvolveu seu programa nuclear primário com a ajuda da
França, mantendo a doutrina “ambígua” de Peres. Os EUA e Grã Bretanha entre
outros países, olharam para o outro lado. Foi premiado com o Prêmio Nobel da
Paz pelos acordos de Oslo. O Comitê Nobel recentemente firmou uma carta
questionando por tê-lo premiado com o Nobel da paz (baseando-se sobre suas
ações recentes como membro do governo de Šaron).
* O Prof. Mazin Qumsiyeh é um
cientista genético da Universidade de Yale, EUA e cofundador da Coalizão
Palestina Direito ao retorno, Al-Awda.
Material original: http://islam-radio.net//islam/spanish/sion/lideres-sionistas.htm
Comentários:
Infelizmente, Jair Bolsonaro sagrou-se
vencedor no pleito presidencial de 2018. Algo para mim previsível, diga-se de
passagem, tendo em vista todo o clima de histeria burra antipetista que o
Brasil vivencia desde 2012 (e não raro tenho a impressão de que o próprio
Haddad não quis vencer esse pleito). E o curioso é que o mesmo Bolsonaro que
antes de Dilma Rousseff ser eleito presidente pela primeira vez, nos idos de
2009 e 2010, dizia que a gaúcha não poderia ser eleita presidente da República
por seu passado de envolvimento em grupos de guerrilha como o Colina e o
VAR-Palmares. Pela lógica do político carioca, Begin, Ben Gurion, Weizman, Peres,
Šaron, Rabin, Meir e outros que ocuparam o cargo de premiê em Israel não poderiam
ter sido ocupado tal cargo, já que, como o texto acima mostra, também
aprontaram das suas antes de se tornarem premiês.
Entre outras coisas, Bolsonaro, um
partidário do sionismo cristão, pretende transferir a embaixada brasileira em
Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Em outras palavras, quer reconhecer
Jerusalém como capital de Israel. Infelizmente, não vi a esquerda que tanto
bateu na tecla do que ele pensa sobre determinados grupos como gays, lésbicas,
negros, mulheres e outros discutir com o político a respeito desse assunto de
real importância. E assim a esquerda cometeu um erro crasso (se é que a
esquerda, nessas eleições desde o início fraudulentas, quis realmente ganhar).
Os países árabes já manifestaram que
vão retaliar comercialmente o Brasil caso o político carioca resolva de fato
fazer o que pretende fazer, o que representaria uma agressão aos palestinos.
Segundo dados de Miriam Leitão, enquanto que o Brasil tem um superávit
comercial de US$ 7,7 bilhões com os países árabes, tem um déficit de US$ 527
milhões com Israel. No que pode custar muito caro ao que ainda resta da
indústria e do agronegócio nacional (e depois Bolsonaro, hipocritamente, fala
que quer fazer uma política exterior livre de direcionamentos ideológicos).
Questão de tempo será vermos nas ruas de cidades como Benghazi, Cairo, Rabat,
Casablanca, Damasco, Aleppo, Bagdá, Sirte, Mosul, Kirkuk, Tripoli, Argel, Tunis
e tantas outras bandeiras brasileiras sendo queimadas junto com bandeiras de
Israel e dos EUA (e quem sabe até retratos e bonecos do próprio Bolsonaro).
E não é só isso, um dos filhos de Jair
Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo Estado de São Paulo, lançou
há dois anos o projeto de lei 5358/16, que criminaliza não apenas o nazismo
como também o comunismo. Caso venha a ser aprovado futuramente (algo bem
provável a meu ver, diga-se de passagem), serão punidos todos aqueles que distribuírem
propaganda com o símbolo da foice e do martelo e quem fizer apologia a regimes
comunistas. Isso sob o pretexto de que regimes comunistas supostamente mataram
mais de 100 milhões de pessoas ao redor do mundo e teriam implantado censura à
imprensa, a opiniões e a religiões. E o curioso é que ele, seu pai e seus
irmãos são apoiadores e apologistas do sionismo (a tal ponto que falam em
trazer tecnologia de Israel para resolver o problema da seca no Nordeste), que
tem todo um histórico não apenas de crimes e massacres sobre o povo palestino
(incluindo os citados no texto acima (que a julgar por seu conteúdo é do começo
dos anos 2000), entre eles os massacres de Sabra e Chatila perpetrados por
Ariel Šaron em 1982) como também de discriminação sobre os palestinos que ainda
vivem em solo israelense. Ou seja, que moral será que o holding familiar
Bolsonaro (parafraseando o professor Ricardo Costa Oliveira) tem para falar em
criminalizar nazismo e comunismo sendo que tem ossos a esconder em seu armário?
Logo eles, que volta e meia fazem apologia do sionismo israelense? Se é assim
então, que se proíbam não só os símbolos relacionados ao movimento sionista
como também ao regime cívico-militar que eles igualmente também apoiam. São uns
grandes hipócritas.
Foto
– Bolsonaro (vulgo Zobo) sendo batizado no Rio Jordão pelo pastor Everaldo. Isso enquanto o
impeachment de Dilma Rousseff corria no Senado.
Fontes:
Bolsonaro explica porque Dilma não
pode ser presidente. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mpPtjF5U1fY&ab_channel=CarlosBolsonaro
Brasil deve perder bilhões com
submissão de Bolsonaro a Netanyahu. Disponível em: https://www.brasil247.com/pt/247/mundo/373948/Brasil-deve-perder-bilhões-com-submissão-de-Bolsonaro-a-Netanyahu.htm
Hamas urges Brazil to drop plan to
move embassy to Quds (em inglês). Disponível em: http://iqna.ir/en/news/3467127/hamas-urges-brazil-to-drop-plan-to-move-embassy-to-quds
NOTAS:
[1] Leia-se “Rraim”. No hebraico, assim
como em idiomas como o alemão, o polonês e o tcheco, a partícula ch tem o som
de r aspirado.
[2] Leia-se “Rujany”.
[3] Leia-se “Iazvernitski”. No polonês o
j tem valor de i curto, o w de v e o c de ts.
[4] Leia-se “Vichnia”. No polonês o sz o
mesmo do ch no português e no francês, do sh no inglês, do s no húngaro e do š
em idiomas como o tcheco, o eslovaco, o lituano, o letão, o sérvio-croata e
outros.
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