sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Sionismo e antissemitismo: uma estranha aliança ao longo da história (por Allan C. Brownfeld; tradução do inglês para o português)



Allan C. Brownfeld é um colunista sindicalizado e editor associado do Lincoln Review, um jornal publicado pelo Lincoln Institute for Research and Education, e editor do Issues, o jornal trimestral do Conselho Americano para o Judaísmo. Este artigo foi reimpresso da edição de Julho-Agosto de 1998 do Washington Report on Middle East Affairs (P.O. Box 53062, Washington, DC 20009).
Tem sido por muitos anos uma tática da parte daqueles que almejam silenciar o debate aberto e discussão da política dos EUA no Oriente Médio acusar os críticos de Israel de “antissemitismo”.
Em um artigo amplamente discutido entitulado "J'Accuse" (Commentary, Setembro de 1983), Norman Podhoretz acusou os principais jornalistas da América, jornais e redes de televisão de “antissemitismo” por causa de sua reportagem sobre a guerra no Líbano e seu criticismo da conduta de Israel. Entre aqueles que foram tão acusados estão Anthony Lewis do The New York Times,  Nicholas von Hoffman, Joseph Harsch do The Christian Science Monitor, Rowland Evans, Robert Novak, Mary McGrory, Richard Cohen e Alfred Friendly do The Washington Post e muitos outros. Estes indivíduos e suas novas organizações não foram criticados por reportagens ruins ou péssimos padrões jornalísticos; ao invés disso, eles foram o assunto da acusação de antissemitismo.
Podhoretz declarou: "... O início da sabedoria em pensar sobre essa questão é reconhecer que a vilificação de Israel é o fenômeno para ser endereçado, não o comportamento israelense que o provocou... aqui nós estamos lidando com uma erupção do antissemitismo”.
Para compreender Norman Podhoretz e outros que se envolveram em tais acusações, nós devemos reconhecer que o termo “antissemitismo” experimentou uma grande transformação. Até recentemente, aqueles culpados dessa ofensa foram amplamente entendidas como sendo aqueles que irracionalmente antipatizavam os judeus e o Judaísmo. Hoje, entretanto, o termo é usado de uma maneira bem diferente – uma que trata não apenas a liberdade de expressão como também ameaça banalizar o próprio antissemitismo.
O antissemitismo tem sido redefinido para significar tudo que se opor às políticas e interesses de Israel. Pode-se dizer que o início dessa redefinição data, em parte, da publicação de 1974 do livro O Novo Antissemitismo por Arnold Forster e Benjamin R. Epstein, líderes da Liga Anti-Difamação da B’nai B’rith. A natureza do “novo” antissemitismo, de acordo com Forster e Epstein, não é necessariamente aos judeus enquanto judeus, ou ao judaísmo, mas ao invés disso uma atitude crítica a Israel e suas políticas.
Posteriormente, Nathan Perhnutter, quando ele era diretor da Liga Anti-Difamação, disse que “Tem havido uma transformação do Antissemitismo americano em tempos recentes. A bruta intolerância anti-judaica outrora tão comum neste país, é hoje incômodo... Enquete após enquete indicam que os judeus são um dos grupos mais bem considerados da América”.
Posturas ‘semiticamente neutras'
Perlmutter, entretanto, recusou-se a declarar vitória sobre tal bigotry. Ao invés disso, ele a redefiniu. Ele declarou:
“A busca por paz no Oriente Médio está cheia de campos minados para os interesses judaicos... Preocupações judaicas que são confrontadas pelas posturas semiticamente neutras daqueles que acreditam que se apenas Israel faria isso ou aquilo, o Oriente Médio poderia tornar-se tranquilo e a avenida do Ocidente a seus interesses estratégicos e lucros no Golfo Pérsico poderiam ser assegurados. Mas a qual custo para a segurança de Israel? A segurança de Israel, disse claramente, significa mais aos judeus hoje que a posição deles nas enquetes de opinião...”
O que Perlmutter fez foi substituir o termo “interesses judaicos” pelo que é, em realidade, “interesses israelenses”. Ao trocar os termos do debate, ele criou a situação no qual qualquer um é crítico de Israel se torna, ipso facto, “antissemita”.
A tática de utilizar o termo “antissemitismo” como uma arma contra dissidentes não é de agora. Dorothy Thompson, a distinta jornalista que foi um dos primeiros inimigos do nazismo, viu-se ela mesma criticando as políticas de Israel logo após sua criação. Apesar de sua valente cruzada contra Hitler, ela, também, foi sujeita a acusação de “antissemitismo.” Em uma carta ao The Jewish Newsletter (6 de abril de 1951) ela escreveu:
Realmente, eu acho que ênfase contínua deve ser colocada sobre o prejuízo extremo à comunidade judaica de rotular pessoas como eu mesma como antissemítica... O Estado de Israel tem que aprender a viver na mesma atmosfera do livre criticismo que cada outro Estado no mundo deve tolerar... Existem muitos assuntos nos quais escritores neste país estão, por causa destas pressões, se tornando covardes e mesquinhos. Mas as pessoas não gostam de serem covardes e mesquinhas, toda vez que alguém cede a tal pressão alguém está cheio de desprezo e seu autodesprezo se manifesta em um ressentimento daqueles que o causaram.
Um quarto de século depois, o colunista Carl Rowan (Washington Star, 5 de fevereiro de 1975) relatou:
“Quando eu escrevi minha coluna recente sobre o que eu percebo como sendo uma erosão sutil de apoio a Israel nessa cidade, eu não tinha a menor ilusão de qual seria a reação. Eu estava preparado para um bombardeio de cartas a mim e jornais trazendo minha coluna me acusando de ser ‘antissemítico’... O correio encontrou minhas piores expectativas... Este choramingo de xingamentos sem base é certamente um caminho para tornar amigos em inimigos”.
O que poucos americanos compreendem é que tem sido uma longa aliança história – do fim do século XIX até os dias de hoje – entre o sionismo e os verdadeiros antissemitas – daqueles que planejaram os pogroms na Rússia tzarista à própria Alemanha Nazista. A razão pela afinidade de que muitos líderes sionistas sentiram por antissemitas se torna clara conforme esta história emerge.
Theodor Herzl
Quando Theodor Herzl, o fundador do sionismo político moderno, serviu em Paris como correspondente para um jornal de Viena, ele esteve em um contato próximo com os principais antissemitas da época. Em sua biografia de Herzl, Labirinto do Exílio, Ernst Pawel informa que aqueles que financiaram e editaram o La Libre Parole, um periódico dedicado “à defesa da França Católica contra ateus, republicanos, franco-maçons e judeus”, regularmente convidava Herzl para suas casas.
Aludindo a tais conservadores e suas publicações, Pawel escreveu que Herzl “viu-se ele próprio cativado” por tais homens e suas idéias:
“La France Juive [de Edouard Drumont] atingiu-o como uma performance brilhante e – bem similar [o notável Questão Judaica de Eugenl Dühring dez anos depois – ele aflorou emoções poderosas e contraditórias... Em 12 de junho de 1895, enquanto estava trabalhando no Der Judenstaat, [Herzl] notou em seu diário, ‘muito da minha atual liberdade conceitual eu devo à Drumont, porque ele é um artista’. O elogio parece extravagante, mas Drumont retribuiu no ano seguinte com uma resenha brilhante do livro de Herzl em La Parole Libre”.
No fim, Pawel argumenta, "Paris mudou Herzl, e os antissemitas franceses debilitaram a irônica complacência irônica dos judeus não judeus”. Contudo Herzl não foi completamente contrariado com o antissemitismo. Em uma carta particular a Moritz Benedikt, escrita nos dias finais de 1892, ele escreve: “eu não considero o movimento antissemita totalmente danoso. Ele irá inibir a exibição ostensiva da riqueza conspícua, refreará o comportamento inescrupuloso de financistas judeus, e contribuirá de muitas formas para a educação dos judeus... a esse respeito nós parecemos estar de acordo.”
O livro de Herzl Der Judenstaat (“O Estado Judeu”) foi amplamente depreciado pelas lideranças judaicas da época, que viam a si mesmas como cidadãos franceses, alemães, ingleses ou austríacos e judeus por religião – sem interesse em um Estado Judaico separado. Os antissemitas, por outro lado, avidamente saudaram o trabalho de Herzl. Os argumentos de Herzl, Pawel assinala, eram “todos indistinguíveis daqueles usados pelos antissemitas”. Uma das primeiras revisões apareceu no Westungarischer Grenzbote[1], um jornal antissemita publicado em Bratislava por Ivan von Simonyi, um membro da Dieta[2] húngara. Ele elogiou tanto o livro quanto Herzl, e foi tão levado com seu entusiasmo que ele pagou a Herzl uma visita pessoa. Herzl escreveu em seu diário:
“Eu estranho seguidor, o antissemita de Bratislava Ivan von Simonyi veio me ver. Um sexagenário hipervivo, hiperfalante com uma estranha simpatia pelos judeus. Balança para frente e para trás entre fala perfeita racional e total absurdo, acredita no libelo de sangue[3] e ao mesmo tempo vem com as mais sensíveis ideias modernas. Me ama”.
Após o bárbaro pogrom de Kišinev de abril de 1901, quando centenas de judeus foram mortos ou feridos, Herzl veio à Rússia para negociar V. K. Plehve, o ministro do interior russo que incitou o pogrom. Herzl disse ao líder cultural judaico Chaim Žitlovskij: "Eu tenho uma promessa vinculativa de Plehve de que ele irá adquirir uma carta pela Palestina por nós em 15 anos no exterior. Há uma condição, entretanto, os revolucionários devem parar sua luta contra o governo russo."
Žitlovskij se irritou com Herzl por negociar com um assassino de judeus, e ciente de que Herzl foi enganado, persuadiu-o a abandonar a ideia. Ainda assim, as lideranças sionistas na Rússia concordaram com o governo de que a real responsabilidade pelos pogroms residia no Bund judaico, um grupo socialista que advogava reformas democráticas no regime tzarista. Os sionistas queriam que os judeus se mantivessem alheios à política russa até que fosse a hora de partir para a Palestina.
O chefe da polícia secreta em Moscou, S. V. Zubatov, era simpático ao sionismo como uma forma de calar os opositores judaicos do regime repressivo tzarista. Em seu livro O destino dos judeus, Roberta Strauss Feuerlicht relata que o Sionismo encantou muito ao chefe de polícia Zubatov, assim como a todos os antissemitas, porque ele leva o problema judaico para outro lugar. Tanto Zubatov quanto os sionistas almejavam destruir o Bund, Zubatov para proteger seu país, e os sionistas para proteger o deles. O sucesso do sionismo é baseado em um índice de miséria judaica; quanto maior a miséria, maior é o desejo de emigrar. A última coisa que os sionistas queriam era melhorar as condições na Rússia. Os sionistas serviram a Zubatov como espiões policiais e subversores do Bund...
Em seu livro História Judaica, Israel Šahak salienta que:
“Relações estreitas sempre existiram entre sionistas e antissemitas; exatamente como alguns dos conservadores europeus, os sionistas pensavam que eles poderiam ignorer o caráter ‘demoníaco’ do antissemitismo e usar os antissemitas para seus próprios propósitos... O próprio Herzl aliou-se com o notório Conde von Plehve, o ministro antissemita do tsar Nicolau II; Žabotinskij fez um pacto com Petljura, o líder reacionário ucraniano cujas forças massacraram cerca de 100.000 judeus em 1918-1921... Talvez o exemplo mais chocante desse tipo é o prazer com o qual lideranças sionistas na Alemanha deram boas vindas à ascensão de Hitler ao poder, por que eles compartilhavam sua crença na primazia da ‘raça’ e sua hostilidade à assimilação dos judeus entre os ‘arianos’. Eles parabenizar Hitler em seu triunfo sobre o inimigo em comum – as forças do liberalismo”.
`Nós Judeus'
O Doutor Joachim Prinz, um rabino sionista alemão que subsequentemente emigrou aos Estados Unidos, onde ele se tornou vice-presidente do Congresso Mundial Judaico e um líder na Organização Sionista Mundial, publicou em 1934 o livro Wir Juden (“Nós Judeus”) para celebrar a assim chamada Revolução Alemã e a derrota do liberalismo. Ele escreveu:
“O significado da Revolução Alemã para a nação alemã irá eventualmente ser claro para aqueles que a criaram e formaram sua imagem. Seu significado para nós deve ser estabelecido lá: a sorte do liberalismo está perdida. A única forma de vida política que auxiliou a assimilação judaica está afundada”.
A vitória do nazismo descartou a assimilação e o casamento inter-religioso como uma opção para os judeus. “Nós não estamos tristes com isso,” disse o Doutor Prinz. Quanto ao fato de que os judeus estavam sendo forçados a se identificarem como judeus, ele disse “o cumprimento de nossos desejos.” Depois, ele afirma:
“Nós queremos que a assimilação seja substituída por uma nova lei: a declaração de pertencimento à Nação Judaica e à Raça Judaica. Um Estado construído sobre o princípio da pureza da nação e raça pode apenas ser honrado e respeitado por um judeu que declara seu pertencimento à sua própria raça. Tendo então assim declarado, ele nunca será capaz de lealdade falha a um Estado. O Estado não pode querer outros judeus, mas como declarar a si mesmos como pertencentes à nação deles...”
O Doutor Šahak compara a simpatia inicial de Prinz pelos nazistas com a de muitos que abraçaram a visão sionista, não entendendo por completo as possíveis implicações: “Certamente, o Doutor Prinz, como muitos outros simpatizantes iniciais e aliados do Nazismo, não percebeu onde que esse movimento estava levando...”
A proposta de aliança nazi-sionista
Contudo, ainda em janeiro de 1941, o grupo sionista LEHI, um de seus líderes, Yitzhak Šamir, que posteriormente tornou-se primeiro ministro de Israel, aproximou-se dos nazistas, usando o nome de sua organização aparentada, o Irgun (NMO). O adido naval na embaixada alemã na Turquia transmitiu a proposta do LEHI a seus superiores na Alemanha. Lemos em parte:
“É por vezes dito nos discursos e elocuções dos principais políticos da Alemanha Nacional Socialista que uma Nova Ordem na Europa requer como pré-requisito a radical solução da questão judaica através da evacuação. A evacuação das massas judaicas da Europa é uma precondição para resolver a Questão Judaica. Isso pode ser feito possível e completo através do assentamento dessas massas no lar do povo judeu, a Palestina, e através do estabelecimento de um estado judaico em suas fronteiras históricas”.
A proposta do LEHI continua:
"O NMO… é bem familiarizado com a boa vontade do governo do Reich Alemão e as autoridades dele em relação à atividade sionista dentro da Alemanha e em relação aos planos de emigração sionista.” Continua afirmando:
“O estabelecimento do Estado Judaico histórico em uma base nacional e totalitária e ligado por um tratado com o Reich Alemão estaria nos interesses do fortalecimento da futura posição de poder germânica no Oriente Próximo... O NMO na Palestina se oferece para tomar parte ativa na guerra ao lado da Alemanha… A cooperação do movimento da liberdade israelita pode também estar na linha com um dos recentes discursos do chanceler do Reich Alemão, no qual Herr[4] Hitler enfatizou que qualquer combinação e qualquer aliança poderia ser firmada a fim de isolar a Inglaterra e derrota-la”.
Os nazistas rejeitaram esta proposta para uma aliança porque, é relatado, eles consideraram o poder militar do Lehi “insignificante” [Para mais sobre isso, veja: M. Weber; “Sionismo e o Terceiro Reich” na edição de Julho-Agosto de 1993 do Journal, pp. 29-37.]
Rabbi David J. Goldberg, em seu livro Para a Terra Prometida: uma história do pensamento sionista, discute a vida e o pensamento do líder do sionismo revisionista, Vladimir Žabotinskij, que era a grande influência sobre a vida de Menachem Begin. “os princípios básicos da filosofia política de Žabotinskij”, escrete Goldberg:
“são subserviência ao conceito primordial de terra pátria: lealdade a um líder carismática, e a subordinação do conflito de classe aos objetivos nacionais. Isso irritou Žabotinskij quando ele, mais de 20 anos depois, foi acusado de imitar Mussolini e Hitler. Sua irritação era justificada: ele os anteviu... Dado que para Žabotinskij ecoando Garibaldi ‘não há valor no mundo mais alto que a nação e a terra pátria’, não é de todo surpreendente que ele possa ter recomendado uma aliança com um antissemita ucraniano nacionalista... Em 1911, em um ensaio intitulado ‘O jubileu de Ševčenko’, ‘ele elogiou o poeta xenófobo ucraniano por seu espírito nacionalista, apesar de ‘explosões de fúria selvagem contra os poloneses, os judeus e outros vizinhos’, e por provar que a alma ucraniana tem um ‘talento para independência cultural criativa, alcançando a esfera mais alta e sublime’”.
Em uma resenha do livro em Memory’s Kitchen: A Legacy from The Women of Terezin, Lore Dickstein, escrevendo no The New York Times Book Review, nota que “Anny Stern era uma das sortudas. Em 1939, após meses de confusão com a burocracia nazista, o exército de ocupação alemão nos calcanhares dela, ela fugiu para a Tchecoslováquia com seu jovem filho e emigrou para a Palestina. Na época da partida de Anny, a política nazista estimulava a emigração. ‘Você é um sionista?’ Adolf Eichmann, especialista de Hitler em assuntos judaicos, a perguntou. ‘Ja wohl’, ela respondeu. ‘Bom’, ele disse. ‘Eu também sou um sionista. Eu quero que todos os judeus partam para a Palestina’”.
Um 'Relacionamento próximo'
A questão que tem sido feita por muitos comentaristas que o sionismo tem uma relação próxima com o nazismo. Ambas as ideologias pensam sobre os judeus em uma maneira étnica e nacionalista. De fato, o teórico nazista Alfred Rosenberg frequentemente citava escritores sionistas para provar a tese dele de que os judeus não podem ser alemães.
Em seu estudo, O Significado da História Judaica, o rabino Jacob Agus faz esta avaliação:
“Nessa formulação extrema, os sionistas políticas concordam com o antissemitismo ressurgente nas seguintes proposições: 1. Que a emancipação dos judeus na Europa foi um erro. 2. Que os judeus podem operar nas terras da Europa apenas como uma influência disruptiva. 3. Que todos os judeus no mundo eram uma única “gente” a despeito dos diversos alinhamentos políticos deles. 4. Que todos os judeus, ao contrário de outros povos da Europa, eram únicos e não-integráveis; 5. Que o antissemitismo era a expressão natural do sentimento popular das nações europeias, consequentemente, inextirpável”.
O teórico nazista Rosenberg, que foi executado como resultado de sua condenação por crimes de guerra nos julgamentos de Nuremberg, declarou sob exame direito que estudou os escritos de historiadores judaicos [IMT, vol. 11, pp. 451-452]. Ele continuou:
“Parece-me que após uma época de generosa emancipação na direção dos movimentos nacionais do século XIX, uma parte importante da nação judaica encontrou seu caminho de volta à sua própria tradição e natureza, e segregou-se conscientemente cada vez mais de outras nações. Foi um problema que foi discutido em muitos congressos internacionais, e [Martin] Buber, em particular, um dos líderes espirituais da comunidade judaica europeia, declarou que os judeus deveriam retornar ao solo da Ásia, para que apenas lá as raízes do sangue judaico e o caráter nacional judaico possam ser encontrados”.
Reimpresso do
The Journal of Historical Review,
(Janeiro/Fevereiro de 1999)
The Journal of Historical Review:
P.O. Box 2739 , Newport Beach, CA 92659, USA. Assinatura: $40 por ano (doméstico).


Theodor Herzl


Menachem Begin discursando em um comício politico em Israel, 1948. Na frente está o emblema do partido Herut ("Liberdade"), que ele liderou (Este foi o antecessor do atual partido Likud). O emblema mostra um mapa do Eretz Israel, ou "Grande Israel," que inclui não apenas a Margem Ocidental, mas toda a Jordânia a suas fronteiras com o Iraque. Detrás, na parede, há um retrato do líder sionista Vladimir Žabotinskij. Nos anos que antecederam à fundação do Estado israelense em 1948, Begin liderou o Irgun Zvai Leumi, uma organização sionista terrorista. Posteriormente, ele serviu como primeiro-ministro de Israel, 1977-1983.


NOTAS:

[1] Em alemão “Fronteiras da Hungria Ocidental”.
[2] Denominação dada ao Parlamento nos tempos do Sacro Império Romano-Germânico e posteriormente usada em países como a Hungria, a Suécia, a Suíça, a Finlândia e o Japão.
[3] Alegações, geralmente sensacionalistas, de que uma pessoa ou um grupo delas participa de sacrifícios de outras pessoas, onde geralmente é dito que o sangue das vítimas (geralmente crianças) sacrificadas é utilizado em rituais e/ou atos de canibalismo.
[4] Pronome de tratamento honorífico alemão que significa senhor, lorde.

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