Foto - Cironaro.
Reflexão
XXII – O identitarismo ao qual parte significativa da esquerda aderiu
principalmente após o fim da Guerra Fria e o surgimento de governos
socialdemocratas tais como Bill Clinton nos EUA, François Mitterrand na França,
Tony Blair na Inglaterra e Gerhard Schroeder na Alemanha, tem se mostrado o
coveiro da esquerda a nível global. Na medida em que os partidos de esquerda
começaram a se preocupar mais se o gay ou a lésbica podem ou não casar na
Igreja, se o homem transexual que acha que é mulher pode ou não jogar em
competições esportivas femininas ou se aborto tem que liberar ou não que o
indivíduo de classe baixa poder comer três vezes por dia e desfrutar de
segurança transformaram-se em verdadeiras ONGs de direitos humanos e deixaram
para trás um espaço que agora os populistas de direita ocupam. Portanto, não é
de surpreender que o identitarismo passou a ser malvisto por aqueles que hoje
se sentem mais representados por partidos como os alemães AfD e Pegida, os
italianos Cinco Estrelas e Lega Nord, o grego Aurora Dourada, os húngaros
Jobbik e Fidesz, o polonês Prawo i Sprawiedliwość (lei e justiça), o francês
Rassemblement National (antigo Front National) e outros que muitos partidos da
esquerda tradicional. Segundo Rui Costa Pimenta, dirigente do PCO, a política
identitária tem um caráter reacionário, na medida em que se trata de um
elemento de confusão que instiga a briga de pequenos clãs, não representa
nenhum setor das grandes massas, é sectária e particularista por ser uma
espécie de nacionalismo, reformista no pior sentido da palavra a ponto de achar
que uma lei resolve o problema de determinado grupo sem se dar conta de quem
faz, executa e julga as leis e que se trata de algo a ser combatido.
Reflexão
XXIII – Os ressentimentos privados de que Jessé Souza fala não surgiram do
nada. A defesa de minorias, da maneira como é feita, cria uma situação na qual
aliena grandes parcelas da população a ponto de criar uma situação na qual com
o tempo será errado você ser homem, branco, heterossexual, cis e que não
comungue com essa degeneração toda. Isso principalmente a partir do momento em
que as militâncias politicamente corretas tornam-se cada vez mais agressivas e
agridem qualquer um que diga algo que não seja do agrado deles (vide que
fizeram nas redes sociais com o Bernardinho depois que ele disse que o Tiffany
é um homem e com a J. K. Rowling depois que ela disse que o sexo biológico é
real e que só mulheres menstruam). Em nome do combate ao preconceito, vivem
dando tapas e bofetadas na cara do bom senso ao achar que é bonito homens
transexuais participarem de ligas esportivas femininas (que, diga-se de passagem, é a mesmíssima coisa que você colocar ciborgues e/ou monstros mutantes para jogarem ao lado de humanos normais - imagine só, o Wolverine ou o Hulk jogando em um time de futebol junto com humanos normais, que bonito que seria, não?), por exemplo. E isso
invariavelmente joga o povão no colo de gente como Crivella, Feliciano,
Malafaia e outros dessa estirpe.
Reflexão
XXIV – Enquanto que em países como a Rússia, a Polônia e a Hungria Putin, Duda
e Órban tomam medidas contra a propagação da ideologia de gênero e proíbem a
entrada das ONGs ligadas ao megaespeculador George Soros, a esquerda no
Ocidente defende toda essa degeneração ligada ao projeto da sociedade aberta de
Soros e Popper. A tal ponto que vemos figuras como o Henry Bugalho defender o
megaespeculador quando gente da direita o ataca (quando a esquerda deveria
afirmar a venalidade de Soros e ao mesmo apontar as imprecisões do discurso da
direita e que ele, entre outras coisas, conspirou em favor da debacle do bloco
soviético e o apoio a revoluções coloridas). Tais exemplos são bem
paradigmáticos do fosso que vem se formando entre líderes como Putin, Órban e
Duda de um lado e de outro a esquerda que embarcou na onda do identitarismo.
Reflexão
XXV – O sujeito que perdeu o emprego porque a fábrica na qual trabalhava se
mudou para a China em busca de mão-de-obra mais barata está mais preocupado com
o que: em ter um emprego decente, poder comer três vezes ao dia e desfrutar de um
SUS de qualidade, ou se a garota que engravidou de um desconhecido na balada ou
no baile funk pode ou não abortar, se a maconha do jovem universitário de alta
classe média é ou não legal e se o homossexual pode ou não casar na Igreja?
Óbvio que a primeira opção. E é por não se dar conta disso que a esquerda em
muitos países chegou ao ponto em que chegou. Diga-se de passagem, a defesa de
minorias do neoliberalismo progressista carrega em seu próprio âmago as
contradições que a levam à ruína.
Reflexão
XXVI – Como a esquerda cirandeira quer acabar com mazelas como homofobia,
racismo, preconceito e obscurantismo gerando na população sentimentos como
ódio, repulsa, repugnância e asco? Isso é o mesmo que querer lavar sangue com
sangue, ou querer apagar um incêndio com gasolina. Isso é o que, por exemplo, o
Felipe Neto (vulgo garoto colorido) faz quando trava polêmica com o Silas
Malafaia quando o pastor evangélico conclamou um boicote à Disney pelo fato de
ter sido veiculado em um desenho para o público infanto-juvenil (Star vs as forças do
mal) e não em um anime yaoi uma cena de um beijo entre dois homens, quando
posta no canal dele conteúdo inadequado a crianças (sendo que o público-alvo
dele é esse), lança livro para crianças com uma brincadeira inadequada para
elas e quando numa feira do livro fez uma compra massiva de HQs com cenas inadequadas
para menores de idade e a distribui sem o lacre negro que indica que tal
conteúdo é impróprio para certos públicos. Ou seja, qualquer coisa que se fale
contra determinados agora é racismo, homofobia, preconceito e outras palavras
do gênero, mesmo que o sujeito em questão esteja fazendo algo errado. Com isso,
está se criando uma bomba que para ser desarmada muito difícil será.
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