Sabem, há tal
observação, quando os animais, nossos menores irmãos, se comunicam com o homem,
eles se humanizam – entendem o idioma, manifestam suas emoções. Também o homem,
quando ele na Igreja se comunica com Deus, ele mesmo se torna semelhante a
Deus.
Mas o mundo
moderno propõe um embuste. A cultura de massas impõe a diversão e o prazer:
viva intensamente, morra jovem. Para isso todos os meios são bons: diversões,
narcóticos, sexo desordenado, homossexualismo. E como resultado o homem se torna
depravado, que matou sua alma. A própria cultura tradicional propõe outro
modelo de comportamento: é preciso estudar, trabalhar, restringir-se,
corresponder aos padrões morais. E apenas tal vida leva a bons frutos.
- A revolução
comportamental de muitas maneiras destrói a família tradicional...
- É observado
que no casamento é fácil ou na primeira metade da vida, ou na segunda. Se na
primeira metade é fácil, significa que as pessoas vivem para si, pela
satisfação. E na segunda metade da vida eles colhem frutos amargos: não têm
crianças, começam as doenças, eles não necessários a ninguém, e eles já não se
amam entre si, por que na base do casamento deles se encontra apenas o
princípio sexual, animal. Quando um cônjuge adoece, o outro o abandona ou
encontra um substituto mais jovem que ele. Tudo termina na solidão e no vazio.
Mas na
cultura tradicional as pessoas na primeira metade da vida, enquanto elas são
jovens, enquanto elas têm forças, trabalham, geram e educam crianças. E a
segunda metade da vida eles desfrutam com os frutos de seus esforços. Eles
vivem cercados por cuidado, eles têm netos. Eles se deleitam com uma velhice
longeva. A cultura tradicional dá os frutos em vida.
Fonte:
postagem do grupo do VK Volk Gomofob/Волк Гомофоб, 23/08/2020.
É a transição a uma época de ciborgues, híbridos, mutantes, quimeras e virtual, apenas a Tradição salva as pessoas.
A tendência
do transhumanismo ganha popularidade em todo o mundo, principalmente no
Ocidente, onde ela surgiu. O símbolo dela é um círculo com a letra latina H –
de human, humano – e o emblema Plus: “H+”.
O que esta
tendência da moda, que traz a ideia de progresso até o fim lógico, promete a
seus adeptos e com o que ele ameaça a todas as pessoas, explica o filósofo e
politólogo Aleksandr Dugin.
O
transhumanismo prevê a criação com base na espécie humana de criaturas mais
perfeitas – por meio do uso de todos os meios do progresso tecnológico. “É
alcançar por meio do aperfeiçoamento de todas as partes do organismo humano por
meio da mudança deles para peças artificiais, indistinguíveis das partes do
corpo e dos órgãos internos. Aqui mesmo pertencem à tecnologia imitações da
criação ou da inscrição da criação em portadores separados – cartografia,
mapeamento do cérebro. As mais novas descobertas na área da estrutura do genoma
permitem empreender o ajustamento dos organismos (melhorar as qualidades deles)
e no nível básico”, - enumera o filósofo.
Dessa forma, consta
Dugin, fala-se, nem mais nem menos, sobre a criação da “pós-humanidade, que será livre de doenças, imperfeições e no
fim das contas alcança a imortalidade física”. Presume-se que o corpo pode ser “alterado
ou corrigido”, e depois de um tempo “imprimir em três impressoras D”, e “as redes
virtuais se tornam um novo meio de habitação, gradativamente empurrando por
completo a realidade habitual para nós”.
O filósofo
adverte que o transhumanismo não é simplesmente uma ocupação de excêntricos,
designers ou fanáticos do progresso tecnológico. É o “vetor resultante dos
últimos séculos, quando a humanidade acreditou seriamente no mito do progresso
e evolução”. Portanto, o “H+” é “a última conclusão lógica de toda a época da
Nova Era, a Moderna”.
A ideia principal
da Moderna, lembra Dugin, era a libertação do homem de todas as limitações que
o amarram. De início da religião, das tradições, da sociedade estamental. Depois,
caíram sob o golpe o Estado e a Nação, que os liberais tentam substituir na
sociedade civil. Depois – “aboliram a ideia normativa sobre os gêneros e a
família normal, legalizando as mais diversas formas de mutações de gênero e
deturpações”.
E tudo isso
passou, consta o filósofo, no campo da aparição e aperfeiçoamento de novas
formas de produção, tecnologia de computação, sucessos na programação e síntese
de novos materiais. Como resultado gradativamente a ideologia e a tecnologia se
fundiram em algo inteiro e indivisível: o progresso tecnológico se tornou um
fator ideológico, e a ideologia, por seu turno, se tornou nada mais que uma tecnologia,
com o que se explica a mudança pelos estrategistas políticos das classificações
de formas da política.
Assim as
pessoas do Ocidente “se aproximaram da última fase da libertação da humanidade
das fronteiras que o limitam: no Ocidente já não têm religião, nem Estado no
sentido pleno da palavra, nem hierarquia política, nem famílias normais”.
Em outras
palavras, todas as formas de superação dos limites – ou seja, de transgressão –
foram completamente atravessadas. Restou fazer apenas um passo final – atravessar
a fronteira da própria espécie humana. Isso é o “H+” – a última palavra do
liberalismo. Portanto, o transhumanismo, sublinha Dugin, “não é um estranho
fenômeno colateral do desenvolvimento tecnológico, é o fim lógico da Nova Era,
nós deveríamos se aproximar disso – para a época dos ciborgues, híbridos,
mutantes e quimeras, e nós estamos nos aproximamos disso”.
Dugin não
duvida que nos dias de hoje a maioria esmagadora da humanidade não está pronta
para se transformar em ciborgues ou mutantes, entretanto “quem o pergunta, é a
maioria da humanidade?”
“Toda a
história é feita pelas elites. As massas nunca estão preparadas para nada. Mas isso
não tem absolutamente nenhum sentido. Não estão prontas – preparam-nos, tanto
que ninguém nota”, reconhece o filósofo.
Dugin está
convencido de que “o transhumanismo é inevitável nesse caso, se nós aceitarmos
a tendência principal da Nova Era – fé no progresso, desenvolvimento e
aperfeiçoamento da humanidade”.
“Esta
religião – mais precisamente, pseudoreligião – do progresso introduziu na
Europa e no mundo a Iluminação – ele lembra. – Gradativamente esta heresia substituiu
ou empurrou para a periferia todas as formas tradicionais de religião,
sobretudo o cristianismo“.
O filósofo adverte
que nesse caminho do progressivo é impossível ficar no meio do caminho:
“Dizendo ‘a’, nós somos forçados a dizer ‘b’, ‘v’, ‘g’ e todas as outras letras
do alfabeto. ‘H+’ é a última letra. Depois se inicia o idioma de computador”.
A luta de
princípios contra o transhumanismo conduzem os tradicionalistas coerentes e
fundamentais, que rejeitam não apenas esta última mutação, mas toda a Moderna –
a própria ideia de progresso, desenvolvimento, mapa científico do mundo,
democracia e liberalismo. Como observa Dugin, eles “aprovaram e aprovam Deus, a
Igreja, o Império, os Estamentos, a Potência e os costumes populares”, entendo
muito bem que “o mundo moderno – isso não é progresso, mas resultado da
decadência, o reinado do Anticristo”. Portanto, avisa o filósofo, lutar contra
o ‘H+’, a última transformação da Moderna, aceitando outros lados dela, é sem
sentido. Isso significa que “se nós quisermos mudar nosso destino, é voltar ao
passado e entender em que lugar nós cometemos o erro fatal”.
No fim o
filósofo avisa que o transhumanismo é o processo de cujas mãos: “A crença
sagrada confirma que o diabo pode de quase tudo. Mas ele não pode criar o
homem. Ele é capaz apenas de parodiá-lo, criar um simulacro dele. ‘H+’ – é
obviamente um plano dele”.
Meus comentários:
HENŠIN!!!!
Gostaria de
aproveitar a presente postagem dupla para falar de uma famosa série japonesa
que fez grande sucesso aqui no Brasil na primeira metade dos anos 1990, Kamen
Rider Black. Pois no próximo domingo, dia 30 de agosto de 2020, teremos a
reestreia na TV brasileira de Kamen Rider Black após um hiato de 26 anos, dessa vez pela
Rede Bandeirantes. O licenciamento do seriado
nipônico ficou por conta da Sato Company, do empresário nipo-brasileiro Nelson
Sato (o mesmo que na época do boom dos tokusatsu no Brasil após o sucesso de
Jaspion e Changeman trouxe para cá Cybercop, em 1990). Black será veiculado no
horário das 11h50, entrando no lugar de Jaspion, que teve seus 46 episódios
concluídos concluído no último domingo.
Kamen Rider
Black é a oitava série de toda a franquia Kamen Rider, criada pelo famoso
mangaká Šotaro Išinomori (1938 – 1998) nos anos 1970, e foi veiculada na TV
japonesa entre 4 de outubro de 1987 a 9 de outubro de 1988, com 51 episódios ao
todo e mais dois filmes. Black ainda foi a única série da franquia Kamen Rider
que teve uma sequência direta, Kamen Rider Black RX, com 47 episódios mais um
filme.
Foto – Black contra
Shadow Moon.
Três anos após
sua conclusão na TV nipônica, mais precisamente em 22 de abril de 1991, foi a
vez de Kamen Rider Black dar o ar de sua graça na TV brasileira, sendo dublado
no estúdio da finada Álamo e exibido na também finada Manchete. Na época, Black
veio licenciado pela Everest Vídeo (posteriormente Tikara Filmes) junto com
Spielvan (aqui chamado de Jaspion 2 – que era a grande aposta da finada
licenciadora na época) e Maskman, os quais por sua vez tiveram uma repercussão
mediana por aqui. A exibição de Black na TV brasileira pela Manchete durou até 15
de julho de 1994.
Mas espere, o
que seriados tokusatsu e transhumanismo têm haver, alguém me perguntaria? Aparentemente,
não tem nenhuma relação. Mas, se examinarmos bem, veremos que esse tema foi
abordado em várias dessas séries (tanto inéditas quanto aqui exibidas), e o
Kamen Rider Black é uma delas.
Kamen Rider
Black conta as aventuras de Issamu Minami (originalmente Kohtaro Minami),
interpretado por Tetsuo Kurata e dublado no Brasil por Élcio Sodré (o mesmo
dublador de personagens como Den Iga/Sharivan em Sharivan, Oyobu em Maskman, Horácio
Gomez Bolaños em várias produções dos seriados Chespirito, Širyu de Dragão em
Cavaleiros do Zodíaco, César da luz em Samurai Warriors, Akalanata de Fudomyoh
em Šurato e Borat no filme homônimo), que junto com seu irmão adotivo Nobuhiko
Akizuki nasceu durante um eclipse solar e que foram destinados a disputarem
pelo título de Imperador Secular da seita satânica Gorgom. Durante a noite do
aniversário de 19 anos deles, os dois foram sequestrados pelos Gorgom, que
depois de transformá-los em Imperadores Seculares almejava força-los a lutarem
entre si para ocupar o lugar do moribundo Grande Rei. Issamu seria transformado
em Black Sun e Nobuhiko em Shadow Moon, respectivamente. E para isso, nos
corpos dos dois foram implantadas uma pedra chamada King Stone, que confere
grandes poderes ao seu portador. Mas, ao contrário de Nobuhiko que não pode ser
salvo, Issamu conseguiu fugir antes da transformação dele ser concluída (via lavagem
cerebral), e após ser perseguido e atacado pelos três sacerdotes de Gorgom (Pérola,
Danker [originalmente Darom] e Baraom), transforma-se em Kamen Rider Black, o
qual passa a usar o poder a eles concedido pelos Gorgom para justamente lutar
contra eles e o projeto de dominação da Terra deles.
Foto – Os sacerdotes
de Gorgom, com Taurus (originalmente Birugenia) ao meio.
Diferente de
outras séries antes exibidas por aqui, Kamen Rider Black tinha uma trama mais
sombria e pesada, o que em grande medida ajudou a não apenas atrair a atenção do
público na época depois de tantas séries com tramas mais leves. E, além disso,
os vilões da vez, os Gorgom, não eram bem um Império maligno como o Gozma em
Changeman, o Império dos Monstros em Jaspion e o Império Subterrâneo Tube de
Maskman. Tinha mais ares de uma seita satânica, mas que ainda assim tinha seus
planos de dominação do plano terreno, cujos planos chegaram a envolver, entre
tantos outros, atiçar a cobiça da humanidade em ouro e imbecilizar a humanidade
usando uma cantora juvenil de sucesso como vetor.
Algo também
digno de nota em Kamen Rider Black é uma presença massiva de colaboradores
humanos nas fileiras dos Gorgom, enquanto que em outras séries estes aparecem
de forma mais esporádica e pontual (vide o Doutor Kamasawa nos episódios 13 e
14 de Changeman e em Jaspion o Zamurai no episódio 19 e o Silk e a gangue dele
no episódio 31). O mais notável deles é o Doutor Kuromatsu, que foi
interpretado no Japão por Susumu Kurobe (notório por ter interpretado nos anos
1970 o Hayata nas séries Ultraman) e dublado no Brasil pelo finado João Paulo
Ramalho (uma voz muito comum em produções dubladas pela Álamo nos anos 1980 e
primeiro metade dos anos 1990; emprestou sua voz a personagens como Aburamu em
Jiraya, Imperador Neroz em Metalder, Doutor Jean Marie em Jiban, Lúcifer no quarto
filme de Cavaleiros do Zodíaco e Hadler [primeira voz] em Fly: o pequeno
guerreiro, além de ter sido o principal dublador de Chuck Norris em São Paulo).
Kuromatsu é
um cientista, professor da Universidade de Tohto e ganhador do prêmio Nobel da
paz, que era o encarregado de transformar os humanos em monstros mutantes. Usa
seu trabalho na Universidade como um santuário para os mutantes de Gorgom e
como laboratório para conduzir suas experiências mutantes. Diga-se de passagem,
os 17 primeiros episódios da oitava série da franquia Kamen Rider dão
justamente ênfase a tais elementos, que agiam como se fosse uma quinta-coluna a
serviço de Gorgom na Terra (os quais por sua vez no primeiro terço da série
adotam uma estratégia de ação mais sorrateira e discreta). Todos eles
(incluindo Kuromatsu) almejando serem reconstruídos como monstros mutantes e
poderem desfrutar de vida eterna como monstros de Gorgom. Tal forma de atuação
por parte dos Gorgom dura até o episódio 18, quando Kuromatsu é morto pelos
sacerdotes de Gorgom e tem sua imagem usada pelo espadachim Taurus (Birugenia
no original). Após a morte de Taurus no episódio 35 e o despertar de Shadow
Moon, Gorgom declara guerra aberta à humanidade. E o resto é história.
Ou seja,
Issamu e Nobuhiko sendo transformados em Imperadores Seculares com grandes
poderes, Nobuhiko sendo transformado em Shadow Moon e tendo suas memórias
humanas apagadas, humanos como o Doutor Kuromatsu almejando serem reconstruídos
como monstros mutantes, Gorgom almejando criar um mundo distópico dominado por
monstros mutantes, tudo a haver com o transhumanismo.
Foto – Doutor Hideomi
Kuromatsu.
Em sua
exibição original na TV brasileira, Kamen Rider Black não teve seu último
episódio veiculado. Muito se especula o motivo pelo qual Black não teve seu
último episódio exibido, algo que também aconteceu com Spielvan, Jiban (que por
sua vez teve seus últimos episódios dublados na Dubrasil em 2010) e Cybercop.
Mas, recentemente, o último episódio da série foi enfim dublado no estúdio da
Centauro. A direção ficou sob os cuidados de Nelson Machado (dublador do Kiko em
Chaves, dos personagens de Carlos Villagrán Eslava em Chapolin, Darkwing Duck
no desenho homônimo, Robin Williams em filmes como Jumanji e do Blanka no filme
e no desenho americano de Street Fighter), que por sua vez também emprestou sua
voz ao Grande Rei. Élcio Sodré, Francisco Bretas (dublador de personagens como
os Reds de Flashman, Goggle Five e Maskman, Retsuga em Jiraya, Hyoga de Cisne
em Cavaleiros do Zodíaco, Kaiošin do Leste em Dragon Ball e Capitão em Pinguins
de Madagascar) e Luiz Antônio Lobue (dublador do Maohsaik em Sharivan,
Desguiller em Goggle Five, Aioria de Leão e Bado de Alkor [esse apenas na
segunda dublagem] em Cavaleiros do Zodíaco, Piccolo em Dragon Ball, Larry a
lagosta em Bob Esponja e Kowalski em Pinguins de Madagascar) repetem os papeis
de Issamu Minami/Black Sun, Nobuhiko Akizuki/Shadow Moon e narrador,
respectivamente (será que um dia enfim também veremos os pavorosos e confusos
episódios finais de Spielvan sendo dublados?).
Séries como
Kamen Rider Black mostram muito bem que temas como o transhumanismo podem muito
bem serem abordados até mesmo em produções destinadas ao público
infanto-juvenil (lembrando que o público-alvo da maioria das produções
tokusatsu é esse). Também é muito interessante notar que nessas séries, quando
você as vê pela primeira vez, há detalhes que passam batidos e que só depois de
muitos anos você nota, sendo a presença do transhumanismo uma delas no caso não
apenas de Kamen Rider Black, como também de muitas outras e até mesmo em animes
como Dragon Ball. E a propósito, dentro de algumas semanas, quando as exibições
de Changeman e Jiraya chegarem ao fim, estes vão ser substituídos por Flashman
e Jiban, respectivamente. Dentro em breve, faremos uma matéria sobre essas duas
séries, nas quais o tema do transhumanismo também é abordado.
Fontes:
Coluna do
Daileon #112 – Kamen Rider Black teve a melhor estreia de uma série tokusatsu.
Disponível em: https://www.jbox.com.br/2020/08/21/coluna-do-daileon112-kamen-rider-black-teve-a-melhor-estreia-de-uma-serie-tokusatsu/
Kamen Rider
Black substituirá Jaspion na Band. Disponível em: https://www.jbox.com.br/2020/08/16/kamen-rider-black-substituira-jaspion-na-band/