Foto – Moeda nazi-sionista.
No começo de 1935, um navio de
passageiros destinado à Haifa na Palestina deixou o porto alemão de
Bremerhaven. A popa dele levava as letras hebraicas para seu nome, “Tel Aviv”,
enquanto que um estandarte da suástica flutuava do mastro. E embora o navio era
de propriedade sionista, seu capitão era um membro do Partido Nacional
Socialista. Muitos anos mais tarde um viajante a bordo do navio recordou a
combinação simbólica como um “absurdo metafísico1”. Absurdo ou não,
isto é apenas uma vinheta de um capítulo pouco conhecido da história. A ampla
colaboração entre o Sionismo e o Terceiro Reich de Hitler.
Metas
em comum
Ao longo dos anos, pessoas em muitos
países diferentes engalfinharam-se com a “Questão Judaica”: o que é, qual é o
papel apropriado dos judeus em uma sociedade não judaica? Durante os anos 1930,
os sionistas judeus e os nacional-socialistas alemães compartilharam visões
similares em como lidar com essa questão complicada. Eles concordavam que os
judeus e os alemães eram nacionalistas distintamente diferentes, e que os
judeus não pertenciam à Alemanha. Os judeus vivendo no Reich deveriam ser,
portanto, considerados como “Alemães de fé judaica”, mas como membros de uma
comunidade nacional em separado. O sionismo (nacionalismo judaico) também
implica uma obrigação dos judeus sionistas de reassentarem-se na Palestina, “a
terra pátria judaica”. Eles dificilmente poderiam se considerar sionistas
sinceros e ao mesmo tempo reivindicar direitos iguais na Alemanha ou qualquer
outra nação “estrangeira”.
Theodor Herzl (1860-1904), o fundador
do sionismo moderno, sustentou que o antissemitismo não é uma aberração, mas
uma reposta natural e compreensível pelos não judeus para alienar as atitudes e
o comportamento judaicos. A única solução, ele argumentou, é para os judeus
reconhecerem a realidade e viverem em um estado próprio em separado. “A questão
judaica existe onde quer que os judeus habitem em números perceptíveis”, ele
escreveu em seu trabalho mais influente, o Estado Judaico. “Onde não existe,
ela é trazida por judeus vindouros... Eu acredito que entendo o antissemitismo,
que é um fenômeno muito complexo. Eu considero esse desenvolvimento como um
judeu, sem ódio ou temor”. A questão judaica, ele sustentou, não é social ou
religiosa. “É uma questão nacional. Para resolvê-la nós devemos, acima de tudo,
faze-la um assunto de política internacional...” Independentemente de sua
cidadania, Herzl insistiu, os judeus não constituem meramente uma comunidade
religiosa, mas uma nacionalidade, um povo, um Volk2. O sionismo,
escreveu Herzl, ofereceu ao mundo a bem-vinda “solução final à questão judaica3”.
Seis meses após Hitler chegar ao
poder, a Federação Sionista da Alemanha (de longe o maior grupo sionista da
Alemanha) enviou um memorando detalhado ao novo governo que revisou as relações
germano-judaicas e formalmente ofereceu apoio sionista em “resolver” a
vexatória “questão judaica”. O primeiro passado, ela sugeriu, tinha que ser um
franco reconhecimento de diferenças nacionais fundamentais4.
“O sionismo não tem ilusões sobre a
dificuldade da condição judaica, que consiste acima de tudo em um padrão de
ocupação anormal e na falha de uma postura intelectual e moral não enraizada em
uma tradição própria. O sionismo reconheceu décadas atrás que como resultado da
tendência de assimilação, sintomas de deterioração estavam fadados a
aparecer...
O sionismo acredita que um nascimento
da vida nacional de um povo, que está agora acontecendo na Alemanha através da
ênfase em seu caráter cristão e nacional, também precisa acontecer no grupo
nacional judaico. Para o povo judeu, também, origem nacional, religião, destino
comum e um senso de sua singularidade deve ser de importância decisiva na
formação de sua existência. Isto significado que o individualismo egoísta da
era liberal deve ser superado e substituído com um senso de comunidade e
responsabilidade coletiva...
Nós acreditamos que é precisamente a
nova [Nacional Socialista] Alemanha que pode, através de ousada resolutividade
no manuseio da questão judaica, tomar um passo decisivo para superar um
problema que, em realidade, terá de ser tratado pela maioria dos povos
europeus...
Nosso reconhecimento da nacionalidade
judaica proporciona um relacionamento claro ao povo alemão e suas realidades
nacional e racial. Precisamente porque nós não queremos falsificar estes
fundamentos, porque nós também somos contra casamento misto e somos pela
manutenção da pureza do grupo judaico e rejeitamos quaisquer transgressores no
domínio cultural, nós – tendo sido educados na língua germânica e cultura
germânica – podemos demonstrar um interesse nos trabalhos e valores da cultura
germânica com admiração e simpatia interna...
Por seus objetivos práticos, o
sionismo almeja ser capaz de conquistar a colaboração até mesmo de um governo
fundamentalmente hostil aos judeus, porque no tratamento da Questão Judaica não
estão envolvidos sentimentos, mas um problema real cuja solução interessa a
todas as pessoas e no presente momento especial ao povo alemão...
Propaganda de boicote – tal como está
acontecendo no presente momento levada adiante contra a Alemanha de muitas
formas – é em essência não-sionista, porque o sionismo não quer enfrentar mas
convencer e construir...
Nós não estamos cegos para o fato de
que a questão judaica existe e irá continuar a existir. Da situação anormal dos
judeus para eles resultam em desvantagens severas, mas também condições
escassamente toleráveis para outros povos”.
O jornal da Federação, o Jüdische
Rundschau (“Revista Judaica”), proclamou a mesma mensagem: “O sionismo
reconhece a existência de um problema judaica e desejos para uma solução de
longo alcance e construtiva. Para esse propósito o sionismo deseja obter a
assistência de todos os povos, quer sejam eles pró ou anti-judaicos, porque,
nessa visão, nós estamos lidando com um problema concreto e não sentimental, a
solução da qual todos os povos estão interessados5”. Um jovem rabino
berlinense, Joachim Prinz, que posteriormente se estabeleceu nos Estados Unidos
e se tornou chefe do Congresso Americano Judaico, escreveu em seu livro de
1934, Wir Juden (“Nós Judeus”), que a Revolução Nacional Socialista na Alemanha
significa “Comunidade judaica para os judeus”. Ele explicou: “Nenhum
subterfúgio pode nos salvar agora. No lugar da assimilação nós desejamos um
novo conceito: reconhecimento da nação judaica e raça judaica6”.
Colaboração
ativa
Nessa base de ideologias similares
sobre pertencimento étnico e nacional, Nacional-Socialistas e sionistas
trabalharam juntos pelo que cada grupo acreditou ser de seu próprio interesse
nacional. Com resultado, o governo hitlerista vigorosamente apoiou o sionismo e
a emigração judaica para a Palestina de 1933 até 1940-1941, quando a Segunda
Guerra Mundial impediu colaboração extensiva.
Mesmo quando o Terceiro Reich se
tornou cada vez mais entrincheirado, muitos judeus alemães, provavelmente a
maioria, continuou a se considerarem, por vezes com orgulho considerável, como alemães
em primeiro lugar. Poucos eram entusiásticos sobre puxar as raízes para começar
uma vida nova em uma Palestina distante. Não obstante, mais e mais judeus
alemães se voltaram para o sionismo durante esse período. Até o fim de 1938, o
movimento sionista floresceu na Alemanha sob Hitler. A circulação do
quinzenário da Federação Sionista Jüdische Rundschau cresceu enormente. Inúmeros
livros sionistas foram publicados. “O trabalho sionista estava em seu pleno
andamento” na Alemanha durante estes anos, a Encyclopaedia Judaica nota. Uma
convenção sionista realizada em Berlim em 1936 refletiu “em sua composição a
vigorosa vida festiva dos sionistas alemães7”.
A SS era particularmente entusiástica
em seu apoio ao sionismo. Um documento de posição da SS de junho de 1934 urgiu
apoio ativo e de ampla escala para o sionismo da parte do governo e do Partido
como a melhor forma de encorajar a emigração dos judeus alemães para a
Palestina. Isso exigiria uma crescente autoconsciência judaica. Escolas
judaicas, ligas esportivas judaicas, organizações culturais judaicas – em
resumo, tudo que poderia estimular esta nova percepção e autoconsciência –
deveria ser promovido, o papel recomendou8.
O oficial da SS Leopold von
Mildenstein e o oficial da Federação Sionista Kurt Tuchlter visitaram a
Palestina juntos por seis meses para avaliar o desenvolvimento sionista lá.
Baseado nessas observações de primeira mão, von Mildenstein escreveu uma série
de doze artigos ilustrados para o importante jornal berlinense Der Angriff que
apareceu no fim de 1934 com o título “Um nazista viaja pela Palestina”. A série
expressou grande admiração pelo espírito pioneiro e os êxitos dos colonos
judeus. O autodesenvolvimento sionista, von Mildenstein escreveu, produziu um
novo tipo de judeu. Ele elogiou o sionismo como um grande benefício tanto para
o povo judeu quanto para todo o mundo. Um lar nacional judaico na Palestina,
ele escreveu em seu artigo final, “apontou o caminho para curar uma ferida
secular no corpo do mundo: a questão judaica”. Der Angriff publicou uma medalha
especial, com uma suástica em um lado e uma Estrela de David em outro, para
comemorar a visita conjunta sionista-SS. Poucos meses depois os artigos
apareceram, von Mildenstein foi promovido para a chefia do departamento de
assuntos judaicos do serviço de segurança da SS com a intenção de apoiar a
migração e o desenvolvimento sionista mais efetivamente9.
O jornal oficial da SS, Das Schwarze
Korps, proclamou seu apoio ao sionismo em um editorial de primeira página de
maio de 1935: “Pode não estar muito longe o tempo aonde a Palestina irá
novamente ser capaz de receber seus filhos que foram perdidos há mais de mil
anos. Nossos bons votos, junto com boa vontade oficial, vá com eles10”.
Quatro meses depois, um artigo similar apareceu no periódico da SS11:
“O reconhecimento dos judeus como uma
comunidade racial baseada no sangue e não na religião conduz o governo alemão a
garantir sem reserva a separação racial dessa comunidade. O governo se encontra
em acordo completo com o grande movimento espiritual dentro dos judeus, o
chamado sionismo, com seu reconhecimento da solidariedade dos judeus ao redor
do mundo e sua rejeição de todas as noções de assimilação. Nessa base, a
Alemanha leva a cabo medidas que irão certamente exercer um papel significativo
no futuro na condução do problema judaico ao redor do mundo”.
Uma importante linha de navegação alemã
iniciou um serviço direto de linha de passageiros de Hamburgo a Haifa,
Palestina, em outubro de 1933 provendo “comida estritamente košer em seus
navios, sob a supervisão do rabinato de Hamburgo12”.
Com apoio oficial, os sionistas
trabalharam incansavelmente para “reeducar” os judeus da Alemanha. Como o
historiador americano Francis Nicosia expressou em sua pesquisa de 1985, O
Terceiro Reich e a Questão Palestina: “Os sionistas foram encorajados a levar
sua mensagem à comunidade judaica, para coletar dinheiro, para mostrar filmes
sobre a Palestina e de modo geral educar os judeus alemães sobre a Palestina.
Houve pressão considerável para instruir aos judeus na Alemanha para pararem de
se identificarem como alemães e para despertar uma identidade nacional judaica neles13”.
Em uma entrevista após a guerra, o
antigo chefe da Federação Sionista da Alemanha, Doutor Hans Friedenthal,
resumiu a situação: “A Gestapo fez de tudo nesses dias para promover a imigração,
particularmente para a Palestina. Nós às vezes recebemos seu apoio quando nós
requeremos algo de outras autoridades a respeito de preparações para emigração14”.
No Congresso do Partido Nacional
Socialista de setembro de 1935, o Reichstag adotou as chamadas “leis de
Nuremberg” que proibiram casamentos e relações sexuais entre judeus e alemães
e, na realidade, proclamaram os judeus uma minoria nacional alienígena. Alguns
dias depois o sionista Jüdische Rundschau editorialmente deu boas vindas às
novas medidas15.
“A Alemanha... Está atendendo às
demandas do Congresso Sionista Mundial quando ele declarou os judeus que agora
vivem na Alemanha como sendo uma minoria nacional. Uma vez que os judeus foram
rotulados como uma minoria nacional é novamente possível estabelecer relações
normais entre a nação germânica e os judeus. As novas terras dão à minoria
judaica na Alemanha sua própria vida cultural, sua própria vida nacional. No
futuro, será capaz de dar forma à suas próprias escolas, seu próprio teatro, e suas
próprias associações esportivas. Em resumo, pode criar seu próprio futuro em
todos os aspectos da vida nacional...”
A Alemanha deu à minoria judaica a
oportunidade de viver por si mesma, e está oferecendo proteção estatal para
esta vida em separado da minoria judaica: o processo de crescimento da
comunidade judaica irá desse modo ser encorajado e uma contribuição será feita
ao estabelecimento de relações mais toleráveis entre as duas nações.
Georg Kareski, o chefe tanto da
“Revisionista” Organização Estatal Sionista quanto da Liga Cultural Judaica, e
antigo chefe da Comunidade Judaica berlinense, declarou em uma entrevista ao
jornal berlinense Der Angriff no fim de 193516:
“Por muitos anos eu considerei a
completa separação dos assuntos culturais dos dois povos [judeus e alemães]
como uma pré-condição para viverem juntos sem conflito... Por muito tempo eu
apoio tal separação, desde que esteja fundada no respeito à nacionalidade
alienígena. As leis de Nuremberg... parecem-me, a despeito de suas provisões
legais, para confirmar completamente com este desejo para uma vida separada
baseada no respeito mútuo... Esta interrupção do processo de dissolução em
muitas comunidades judaicas, que tem sido promovido através de casamentos
mistos é, portanto, de um ponto de vista judaico, completamente bem vindo”.
Líderes sionistas em outros países
ecoaram estas visões. Stephen S. Wise, presidente do Congresso Judaico
Americano e do Congresso Mundial Judaico, disse em um comício em Nova York em
junho de 1938: “eu não sou um cidadão americano de fé judaica, eu sou um
judeu... Hitler estava certo em uma coisa. Ele chama o povo judeu de raça e nós
somos uma raça17”.
O especialista em assuntos judaicos do
Ministério do Interior, Doutor Bernhard Lösener, expressou apoio ao sionismo em
um artigo que apareceu na edição de novembro de 1935 do Reichsverwaltungsblatt
oficial18:
“Se os judeus já tivessem seu próprio
Estado no qual a maioria deles estavam assentados, então a questão judaica
poderia ser considerada como completamente resolvida hoje, também para os
próprios judeus. A menor quantidade de oposição às ideias subjacentes às leis
de Nuremberg foi mostrada pelos sionistas, porque eles percebem imediatamente
que essas leis representam a única solução correta também para o povo judeu.
Para cada nação deve ter seu próprio Estado como a expressão externa de sua
nacionalidade particular”.
Em cooperação com as autoridades alemãs,
grupos sionistas organizaram uma rede de cerca de quarenta campos e centros
agrícolas através da Alemanha onde possíveis colonos eram treinados para suas
novas vidas na Palestina. Embora as leis de Nuremberg proibissem os judeus de
ostentarem a bandeira germânica, aos judeus era garantido o direito de ostentar
a bandeira nacional azul e branca judaica. A bandeira que um dia seria adotada
por Israel foi arvorada nos campos e centros sionistas na Alemanha hitlerista19.
O serviço de segurança de Himmler
cooperou com o Haganah, a organização sionista militar clandestina na
Palestina. A agência SS pagou ao oficial do Haganah Feivel Polkes para
informação sobre a situação na Alemanha e por ajuda no direcionamento da
emigração judaica para aquele país. Enquanto isso, o Haganah foi mantido bem
informado sobre os planos alemães por um espião que eles conseguiram plantar
nos quarteis generais de Berlin da SS20. A colaboração entre SS e
Haganah incluiu até mesmo entregas secretas de armas alemãs a colonos judeus
para uso em escaramuças com árabes palestinos21.
Na sequência da explosão de violência
e destruição da “Kristallnacht” (noite dos cristais) de novembro de 1938, a SS
rapidamente ajudou a organização sionista a recuperar-se e a continuar seu
trabalho na Alemanha, embora agora sob supervisão mais restringida22.
Ressalvas
oficiais
O apoio alemão ao sionismo não foi
ilimitado. O governo e oficiais do partido estavam bem atentados da campanha
contínua de poderosas comunidades judaicas nos Estados Unidos, Inglaterra e
outros países para mobilizar “seus” governos e concidadãos contra a Alemanha.
Enquanto a comunidade judaica internacional permaneceu implacavelmente hostil à
Alemanha Nacional Socialista, e enquanto a grande maioria dos judeus ao redor
do mundo mostrou pouco afã para reassentarem-se na “terra prometida” sionista,
um Estado judaico soberano na Palestina não seria realmente “solucionada” a
questão judaica internacional. Em vez disso, oficiais alemães argumentaram,
isso poderia fortalecer enormemente esta perigosa campanha anti-alemã. O apoio
germânico ao sionismo foi por isso limitado ao apoio para uma pátria nacional
judaica na Palestina sob controle britânico, não um Estado judaico soberano23.
Um Estado judaico na Palestina, o
Ministro das Relações Exteriores informou aos diplomatas em junho de 1937, não
estaria no interesse da Alemanha não porque seria incapaz de absorver todos os
judeus ao redor do globo, mas serviria apenas como uma base de poder adicional
para a comunidade judaica internacional, da mesma maneira que Moscou serviu
como uma base para o comunismo internacional24. Refletindo uma
espécie de mudança na política oficial, a imprensa alemã expressou uma simpatia
muito grande em 1937 à resistência árabe palestina às ambições sionistas, em um
momento onde a tensão e conflito entre judeus árabes na Palestina estava
crescendo drasticamente25.
Um boletim circular do Ministério das
Relações Exteriores de 22 de junho de 1937 advertiu que a despeito do apoio aos
assentamentos judaicos na Palestina, “seria, no entanto, um erro presumir que a
Alemanha apoia a formação de uma estrutura de Estado na Palestina sob alguma
forma de controle judaico. Em vista da agitação anti-germânica da comunidade
judaica internacional, a Alemanha não pode concordar que a formação de um
Estado judaico palestino poderia ajudar no desenvolvimento pacífico das nações
do mundo26”. “A proclamação de um Estado judaica ou uma Palestina
administrada por judeus”, alertou um memorando interno pela seção dos assuntos
judaicos da SS, “poderia criar um novo inimigo para a Alemanha, um que poderia
ter uma influência profunda nos desdobramentos do Oriente Médio”. Outra agência
da SS previu que um Estado judaico “poderia trabalhar para trazer proteção
especial de minoria aos judeus em cada país, assim sendo dando proteção legal à
atividade exploradora da comunidade judaica mundial27”. Em janeiro
de 1939, o novo ministro dos assuntos estrangeiros, Joachim von Ribbentrop,
igualmente alertou em outro boletim circular que “A Alemanha deveria considerar
a formação de um Estado judaico como perigosa” porque “poderia acarretar um
aumento internacional no poder para a comunidade judaica internacional28”.
O próprio Hitler em pessoa revisou toda
essa questão no começo de 1938, e a despeito de seu ceticismo de longa data das
ambições e inquietações sionistas que suas políticas poderiam contribuir para a
formação de um Estado judaico, decidiu apoiar a migração judaica para a
Palestina ainda mais vigorosamente. A expectativa de livrar a Alemanha de seus
judeus, ele concluiu, prevaleceria sobre os possíveis perigos29.
Enquanto isso, o governo britânico
impôs restrições ainda mais drásticas na imigração judaica a Palestina em 1937,
1938 e 1939. Em resposta, o serviço de segurança da SS firmou uma aliança
secreta com a agência sionista clandestina Mossad le-Aliya Bet para traficar
judeus ilegalmente para a Palestina. Como resultado dessa colaboração
intensiva, vários comboios de navios conseguiram chegar à Palestina passando
por canhoneiras britânicas. A migração judaica, tanto legal quanto ilegal, da
Alemanha (incluindo Áustria) para a Palestina aumentou dramaticamente em 1938 e
1939. Outros 10.000 judeus estavam programados para partir em outubro de 1939,
mas o estalar da guerra em setembro colocou um fim ao esforço. Contudo, as
autoridades alemãs continuaram a promover emigração judaica indireta para a
Palestina em 1941 e 194130. Mesmo em março de 1942, ao menos um
campo de treinamento “kibutz” sionista oficialmente autorizado para potenciais
emigrantes continuou a operar na Alemanha hitlerista31.
O
acordo de transferência
A peça central da cooperação
germano-sionista durante a era Hitler foi o acordo de transferência, um pacto
que permitiu dezenas de milhares de judeus alemães migrarem à Palestina com sua
riqueza. O acordo, também conhecido como Ha’avara (Hebraico para
“transferência”) foi concluído em agosto de 1933 após conversações entre
oficiais alemães e Chaim Arlosoroff, secretário político da Agência Judaica, o
centro palestino da Organização Mundial Sionista32.
Através desse arranjo incomum, cada
judeu vinculado à Palestina depositava dinheiro em uma conta especial na
Alemanha. O dinheiro foi usado para comprar ferramentas agrícolas feitas na
Alemanha, materiais de construção, bombas hidráulicas, fertilizantes, e assim
por diante, que foram exportados para a Palestina e lá vendidos por uma
companhia Ha’avara de propriedade judaica em Tel Aviv. O dinheiro das vendas
foi dado ao emigrante judeu na sua chegada à Palestina em um montante
correspondente a seu depósito na Alemanha. Produtos germânicos choveram na
Palestina através do Ha’avara, que foi suplementado pouco tempo depois com um
acordo de permuta no qual laranjas palestinas foram trocadas por madeira,
automóveis, maquinário agrícola e outros produtos alemães. O Acordo assim
serviu à meta sionista de trazer colonos judeus e capital de desenvolvimento à
Palestina, enquanto simultaneamente serviu à meta germânica de libertar o país
de um grupo alienígena indesejável.
Delegados no Congresso Sionista de
1933 em Praga vigorosamente debateram os méritos do acordo. Alguns temiam que o
pacto pudesse minar o boicote econômico internacional judaico contra a
Alemanha. Mas os oficiais sionistas tranquilizaram o Congresso. Sam Cohen, uma
figura chave por trás do acordo Ha’avara, enfatizou que o acordo não era
economicamente vantajoso à Alemanha. Arthur Ruppin, especialista em emigração
da Organização Sionista que ajudou a negociar o pacto, pontuou que “O Acordo de
transferência de forma alguma interferiu com o movimento de boicote, uma vez
que nenhuma nova moeda irá fluir na Alemanha como resultado do acordo33...”
O Congresso Sionista de 1935, reunião na Suíça, esmagadoramente endossou o
pacto. Em 1936, a Agência Judaica (o “governo das sombras” sionista na
Palestina) assumiu o controle direto do Ha’avara, que permaneceu em vigor até a
Segunda Guerra Mundial forçar seu abandono.
Alguns oficiais alemães se opuseram ao
arranjo. O cônsul geral da Alemanha em Jerusalém, Walter Döhle, por exemplo,
criticou fortemente o acordo várias vezes em 1937. Ele ressaltou que ele custou
à Alemanha as divisas que os produtos exportados para a Palestina através do
pacto poderiam trazer se fossem vendidos em outro lugar. A venda de monopólio
do Ha’avara dos produtos alemães para a Alemanha por meio de uma agência
judaica naturalmente lá enfureceu homens de negócios alemães e árabes. O apoio
alemão ao sionismo poderia levar a uma perda de mercados alemães no mundo
árabe. O governo britânico também se ressentiu do acordo34. Um
boletim interno do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha de junho de
1937 referiu-se aos “sacrifícios de divisas” que resultou do Ha’avara35.
Um memorando interno de dezembro de
1937 do Ministério do Interior da Alemanha avaliou o impacto do Acordo de
Transferência: “Não há dúvida de que o acordo Ha’avara contribuiu mais
significantemente para o desenvolvimento muito rápido da Palestina a partir de
1933. O acordo forneceu não apenas a maior fonte de dinheiro (da Alemanha!),
mas também o grupo mais inteligente de imigrantes, e finalmente ele trouxe ao
país as máquinas e produtos industriais essenciais ao desenvolvimento”. A
vantagem principal do pacto, o memorando informou, era a emigração de um grande
número de judeus à Palestina, o mais desejado país-alvo no que diz respeito à
Alemanha. Mas o papel também notou os importantes inconvenientes apontados pelo
cônsul Döhle e outros. O ministro do Interior, continuou, concluiu que as
desvantagens no acordo agora prevaleceram sobre as vantagens e que, portanto,
deveria ser encerrado36.
Apenas um homem poderia resolver a
controvérsia. Hitler pessoalmente reviu a política em julho e setembro de 1937,
e novamente em 1938, e cada vez decidiu manter o arranjo Ha’avara. A meta de
remover os judeus da Alemanha, ele concluiu, justificava os inconvenientes37.
O ministério da economia do Reich
ajudou a organizar outra companhia de transferência, a Agência de Comércio e
Investimento Internacional, ou ACII, através da qual judeus em países
estrangeiros poderiam ajudar os judeus alemães a emigrarem para a Palestina.
Quase $900.000 foram eventualmente canalizados através da ACII para os judeus
alemães na Palestina38. Outros países europeus ansiosos para
encorajar emigração judaica concluíram acordos com os sionistas inspirados no Ha'avara.
Em 1937 a Polônia autorizou a companhia de transferência Halifin (Hebraico para
“troca”). No fim do verão de 1939, Tchecoslováquia, Romênia, Hungria e Itália
assinaram acordos similares. O estalar da guerra em setembro de 1939,
entretanto, impediu a implementação de acordos de larga escala39.
Realizações
do Ha'avara
Entre 1933 a 1941, cerca de 600.000
judeus alemães emigraram para a Palestina por meio do Ha’avara e outros
arranjos germano-sionistas, ou cerca de 10% da população judaica da Alemanha em
1933 (estes judeus alemães perfaziam cerca de 15% da população judaica da
Palestina). Alguns emigrantes do Ha’avara transferiram considerável riqueza
pessoal da Alemanha para a Palestina. Como o historiador judaico Edwin Black
notou: “muitas dessas pessoas, em especial no fim dos anos 1930, foram
permitidos a transferir verdadeiras réplicas de suas casas e fábricas – de fato
réplicas brutas de sua própria existência40”.
O montante total transferido da Alemanha
para a Palestina por meio do Ha’avara entre agosto de 1933 e o final de 1939
foi 8.1 milhões de libras ou 139,57 milhões de marcos alemães (então
equivalente a mais de $40 milhões). Este montante incluiu 33,9 milhões de
marcos alemães ($13,8 milhões) fornecidos pelo Reichsbank em conexão com o
acordo41.
O historiador Black estimou que $70
milhões adicionais podem ter fluido para a Palestina por meio de acordos
comerciais corolários alemães e transações bancárias internacionais especiais.
Os fundos germânicos tiveram um impacto grande em um país tão subdesenvolvido
como a Palestina era nos anos 1930, ele pontou. Muitas grandes companhias
industriais foram construídas com capital da Alemanha, incluindo a Mekorot
sistemas hidráulicas e a firma têxtil Lodzia. O influxo de produtos e capital
Ha’avara, conclui Black, “produziu uma explosão econômica na Palestina judaica”
e foi um “fator indispensável na criação do Estado de Israel42”.
O acordo Ha’avara contribuiu
grandemente ao desenvolvimento judaico na Palestina e, portanto, indiretamente,
à fundação do Estado israelense. Um boletim circular do Ministério das Relações
Exteriores da Alemanha relatou, com certa inquietação, que “a transferência de
propriedade judaica fora da Alemanha [por meio do acordo Ha’avara] contribuiu
em uma escala não pequena para a fundação do Estado judaico na Palestina43”.
Antigos oficiais da companhia Ha’avara
na Palestina confirmaram essa visão em um estudo detalhado do Acordo de
Transferência publicado em 1972: “A atividade econômica possibilitada pelo
influxo de capital germânico e as transferências do Ha’avara para os setores
privado e público foram de grande importância para o desenvolvimento do país.
Muitas novas indústrias e companhias comerciais foram estabelecidas na
Palestina judaica, e muitas companhias que são muito importantes mesmo hoje na
economia do Estado de Israel devem sua existência ao Ha’avara44”. O
Doutor Ludwig Pinner, um oficial da companhia Ha’avara nos anos 1930,
posteriormente comentou que os imigrantes excepcionalmente competentes do
Ha’avara “contribuíram decisivamente” para o desenvolvimento econômico, social,
cultural e educacional da comunidade judaica da Palestina45.
O acordo de transferência foi o
exemplo de alcance mais longo de cooperação entre a Alemanha hitlerista e o
sionismo internacional. Por meio desse pacto, o Terceiro Reich de Hitler fez
mais que qualquer outro governo durante os anos 1930 para apoiar o
desenvolvimento judaico na Palestina.
Os
sionistas oferecem uma aliança militar com Hitler
No começo de janeiro de 1941 uma
pequena, mas importante organização sionista enviou uma proposta formal a
diplomatas alemães em Beirute para uma aliança político-militar com a Alemanha
do tempo de guerra. A oferta foi feita pelo subversivo radical “Lutadores pela
liberdade de Israel”, melhor conhecido como Lehi ou Gangue Stern. Seu líder,
Avraham Stern, tinha recentemente rompido com o radical nacionalista
“Organização Militar Nacional” (Irgun Zvai Leumi) sobre a atitude do grupo em
relação à Inglaterra, que efetivamente proibiu assentamento judaico adicional
da Palestina. Stern considerou a Inglaterra como o principal inimigo do
sionismo.
Esta proposta sionista digna de nota
“pela solução da questão judaica na Europa e a participação ativa do NMO [Lehi]
na guerra ao lado da Alemanha” vale a pena citar com alguma extensão46.
“Em seus discursos e declarações, os
principais políticos da Alemanha Nacional-Socialista muitas vezes enfatizaram
que uma Nova Ordem na Europa iria requerer como pré-requisito uma solução
radical da questão judaica pela evacuação (“Europa livre de judeus”).
A evacuação das massas judaicas da
Europa é uma precondição para a resolução da questão judaica. Entretanto, a
única maneira pela qual isso pode ser totalmente aceita é através do
assentamento dessas massas na terra natal do povo judeu, a Palestina, e pelo
estabelecimento de um Estado judaico em suas fronteiras históricas.
A meta da atividade política e os anos
de luta da parte do Movimento da Liberdade de Israel, a Organização Nacional
Militar na Palestina (Irgun Zvai Leumi), é para resolver o problema judaico
dessa maneira e então completamente libertar o povo judeu para sempre.
O NMO, que está muito familiarizado
com a boa vontade do governo do Reich Alemão e seus oficiais para as atividades
sionistas dentro da Alemanha e o programa de emigração sionista, considera que:
1. Interesses comuns podem existir
entre uma Nova Ordem Europeia baseada no conceito germânico e as verdadeiras
aspirações nacionais do povo judeu como encarnado pelo NMO.
2. É possível cooperação entre a
Alemanha nazista e uma comunidade judaica nacional-popular [Hebräertum].
3. O estabelecimento do Estado judaico
histórico em uma base nacional e totalitária, e vinculado por tratado com o
Reich alemão, poderia ser no interesse da manutenção e fortalecimento a futura
posição germânica de poder no Oriente Próximo.
Na base dessas considerações, e sob a
condição de que o governo do Reich alemão reconheça as aspirações nacionais do
Movimento da Libertação de Israel mencionado acima, o NMO na Palestina se
propõe a tomar parte ativa na guerra ao lado da Alemanha.
Esta oferta da parte do NMO pode
incluir atividade militar, política e informacional dentro da Palestina e, após
certas medidas organizativas, fora também. Junto com isso os homens judaicos da
Europa podem ser militarmente treinados e organizados em unidades militares sob
a liderança e comando do NMO. Eles podem tomar parte em operações de combate
pelo propósito de conquistar a Palestina, tal frente deveria ser por formada.
A participação indireta do Movimento
da Liberdade de Israel na Nova Ordem da Europa, já na fase preparatória,
combinada com uma solução positiva-radical do problema judaico europeu nas
bases de suas aspirações nacionais do povo judaico acima mencionado, poderia
fortalecer grandemente a fundação moral da Nova Ordem aos olhos da humanidade.
A cooperação do Movimento da Liberdade
de Israel poderia também ser consistente com um discurso recente pelo chanceler
do Reich alemão, no qual Hitler salientou que ele poderia utilizar qualquer
combinação com a intenção de isolar e derrotar a Inglaterra”.
Não há registro de qualquer reposta
germânica. Aceitação era de qualquer maneira muito improvável porque nessa
época a política alemã era decisivamente pró-árabe47. Notavelmente,
o grupo Stern procurou firmar um pacto com o Terceiro Reich em uma época quando
Hitler estava empenhado em exterminar os judeus já estavam em ampla circulação.
O Stern aparentemente ou não acreditou nessas histórias ou ele estava querendo
colaborar com o inimigo mortal de seu povo para ajudar a trazer um Estado
judaico48.
Um importante membro do Lehi na época
que o grupo fez esta oferta foi Yitzhak Šamir, que depois serviu como Ministro
do Exterior de Israel e em seguida, durante grande parte dos anos 1980 e até
junho de 1992, como primeiro ministro. Como chefe de operações do Lehi na
sequência da morte de Stern em 1942, Šamir organizou numerosos atos de terror,
incluindo o assassinato em novembro de 1944 do ministro britânico do Oriente
Médio Lord Moyne e o assassinato em setembro de 1948 do mediador sueco das
Nações Unidas Conde Bernadotte. Anos depois, quando Šamir foi perguntado sobre
a oferta de 1941, ele confirmou que ele estava ciente da proposta de aliança de
sua organização com a Alemanha do tempo de guerra49.
Conclusão
Apesar da hostilidade básica entre o
regime hitlerista e a comunidade judaica internacional, por muitos anos os
interesses judaico-sionistas e nacional-socialistas germânicos coincidiram. Em
colaboração com os sionistas por uma solução mutualmente desejável e humana
para uma questão complexa, o Terceiro Reich estava disposto a fazer sacrifícios
de divisas estrangeiras, prejudicar as relações com a Inglaterra e enfurecer os
árabes. De fato, durante os anos 1930 nenhuma nação fez mais para promover os
objetivos judaico-sionistas que a Alemanha de Hitler.
Notas
1. W. Martini, "Hebräisch unterm
Hakenkreuz," Die Welt (Hamburgo), 10 de janeiro de 1975. Citado em: Klaus
Polken, "Os contatos secretos: Sionismo e Alemanha Nazista, 1933-1941,"
Jornal dos Estudos Palestinos, Primavera-Verão de 1976, p. 65.
2. Citado em: Ingrid Weckert, Feuerzeichen: Die "Reichskristallnacht"
(Tübingen: Grabert, 1981), p. 212. Veja também: Th. Herzl, O Estado Judaico (Nova
York: Herzl Press, 1970), pp. 33, 35, 36, e, Edwin Black, O acordo de
transferência (Nova York: Macmillan, 1984), p. 73.
3. Th. Herzl, "Der Kongress," Welt, 4 de junho de 1897. Reimpresso em:
Theodor Herzls zionistische Schriften (Leon Kellner, ed.), erster Teil, Berlim:
J_discher Verlag, 1920, p. 190 (and p. 139).
4. Memorando de 21 de junho de 1933, em: L. Dawidowicz, Um leitor do holocausto
(Nova York: Behrman, 1976), pp. 150-155, e (em parte) em: Francis R. Nicosia, O
Terceiro Reich e a Questão Palestina (Austin: Universidade do Texas, 1985), p.
42.; Sobre o sionismo na Alemanha antes da ascensão de Hitler ao poder, veja: Donald
L. Niewyk, Os judeus na Alemanha Weimar (Baton Rouge: 1980), pp. 94-95,
126-131, 140-143.; F. Nicosia, Terceiro Reich (Austin: 1985), pp. 1-15.
5. Jüdische Rundschau (Berlim), 13 de junho de 1933. Citado em: Heinz Höhne, A
ordem da cabeça da morte (Nova York: Ballantine, pb., 1971, 1984), pp. 376-377.
6. Heinz Höhne, The Order of the Death's Head (Ballantine, 1971, 1984), p. 376.
7. "Berlin," Encyclopaedia Judaica (Nova York & Jerusalém: 1971),
Vol. 5, p. 648. Para uma olhada em um aspect dessa “vida vigorosa”, veja: J.-C.
Horak, "Propaganda de filme sionista na Alemanha nazista," Jornal
Histórico do Filme, Rádio e Televisão, Vol. 4, No. 1, 1984, pp. 49-58.
8. Francis R. Nicosia, O Terceiro Reich e a Questão Palestina (1985), pp.
54-55.; Karl A. Schleunes, The Twisted Road to Auschwitz (Urbana: Universidade
de Illinois, 1970, 1990), pp. 178-181.
9. Jacob Boas, "Um nazista viaja pela Palestina," History Today (Londres),
Janeiro de 1980, pp. 33-38.
10. Reimpressão fac-símile da primeira página do Das Schwarze Korps, 15 de maio
de 1935, em: Janusz Piekalkiewicz, Israels Langer Arm (Frankfurt: Goverts,
1975), pp. 66-67. Também citado em: Heinz Höhne, A Ordem da cabeça da morte
(Ballantine, 1971, 1984), p. 377. Veja também: Erich Kern, ed., Verheimlichte
Dokumente (Munich: FZ-Verlag, 1988), p. 184.
11. Das Schwarze Korps, 26 de setembro de 1935. Citado em: F. Nicosia, O
Terceiro Reich e a Questão Palestina (1985), pp. 56-57.
12. Lenni Brenner, Sionismo na era dos ditadores (1983), p. 83.
13. F. Nicosia, O Terceiro Reich e a Questão Palestina (1985), p. 60. Veja
também: F. Nicosia, "O Yišuv e o Holocausto," The Journal of Modern
History (Chicago), Vol. 64, No. 3, Setembro de 1992, pp. 533-540.
14. F. Nicosia, O Terceiro Reich e a Questão Palestina (1985), p. 57.
15. Jüdische Rundschau, Sept. 17, 1935. Citado em: Yitzhak Arad, com Y. Gutman e
A. Margaliot, eds., Documentos no Holocausto (Jerusalém: Yad Vashem, 1981), pp.
82-83.
16. Der Angriff, 23 de dezembro de 1935, em: E. Kern, ed., Verheimlichte
Dokumente (Munique: 1988), p. 148.; F. Nicosia, Terceiro Reich (1985), p. 56.;
L. Brenner, Sionismo na era dos ditadores (1983), p. 138.; A. Margaliot, "A
Reação...,"Estudos Yad Vashem (Jerusalém), vol. 12, 1977, pp. 90-91.; Sobre
a notável carreira de Kareski, veja: H. Levine, "Um colaborador judaico na
Alemanha Nazista," História Centro-Europeia (Atlanta), Sept. 1975, pp.
251-281.
17. "O Doutor Wise clama aos judeus declararem-se como tais," New
York Herald Tribune, 13 de junho de 1938, p. 12.
18. F. Nicosia, O Terceiro Reich (1985), p. 53.
19. Lucy Dawidowicz, A guerra contra os judeus, 1933-1945 (Nova York: Bantam,
pb., 1976), pp. 253-254.; Max Nussbaum, "Sionismo sob Hitler,"
Congress Weekly (Nova York: Congresso Judaico Americano), 11 de setembro de
1942.; F. Nicosia, O Terceiro Reich (1985), pp. 58-60, 217.; Edwin Black, O
acordo de transferência (1984), p. 175.
20. H. Höhne, A ordem da cabeça da morte (Ballantine, pb., 1984), pp. 380-382.;
K. Schleunes, Estrada Tortuosa (1970, 1990), p. 226.; Informe secreto interno
da SS sobre F. Polkes, 17 de junho de 1937, em: John Mendelsohn, ed., O
Holocausto (Nova York: Garland, 1982), vol. 5, pp. 62-64.
21. F. Nicosia, Terceiro Reich (1985), pp. 63-64, 105, 219-220.
22. F. Nicosia, Terceiro Reich (1985), p. 160.
23. Esta distinção é também implícita na “declaração Balfour” em novembro de
1917, na qual o governo britânico expressou apoio para “um lar nacional para o
povo judeu”. Referente à população árabe lá majoritária, a Declaração
continuous cautelosamente, “sendo claramente compreendido que nada deve ser
feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades
não-judaicas existentes na Palestina”. O texto completo da declaração é
reproduzido em fac-símile em: Robert John, Por trás da declaração Balfour (IHR,
1988), p. 32.
24. F. Nicosia, Terceiro Reich (1985), p. 121.
25. F. Nicosia, Terceiro Reich (1985), p. 124.
26. David Yisraeli, O problema palestino nas políticas alemãs 1889-1945 (Universidade
de Bar-Ilan, Israel, 1974), p. 300.; Também em: Documentos na política externa
alemã, Série D, Vol. 5. Doc. No. 564 or 567.
27. K. Schleunes, The Twisted Road (1970, 1990), p. 209.
28. Circular de 25 de janeiro de 1939. Documento de Nuremberg 3358-PS. Tribunal
Militar Internacional, Julgamento dos principais criminosos de guerra perante o Tribunal Militar Internacional
(Nuremberg: 1947-1949), vol. 32, pp. 242-243. Conspiração e agressão nazista
(Washington, DC: 1946-1948), vol. 6, pp. 92-93.
29. F. Nicosia, Terceiro Reich (1985), pp. 141-144.; Sobre o olhar crítica de
Hitler do sionismo em Mein Kampf, veja esp. Vol. 1, Cap. 11. Citado em: Robert
Wistrich, O apocalipse de Hitler (Londres: 1985), p. 155.; Veja também: F.
Nicosia, Terceiro Reich (1985), pp. 26-28.; Hitler disse a seu ajudante do
exército em 1939 e novamente em 1941 que ele exigiu aos britânicos sobre
transferir todos os judeus da Alemanha para a Palestina ou o Egito. Os
britânicos rejeitaram a proposta, ele disse, porque isso iria causar mais
tumultos. Veja: H. v. Kotze, ed., Heeresadjutant bei Hitler (Stuttgart: 1974),
pp. 65, 95.
30. F. Nicosia, Terceiro Reich (1985), pp. 156, 160-164, 166-167.; H. Höhne, A
ordem da cabeça da morte (Ballantine, pb., 1984), pp. 392-394.; Jon e David
Kimche, As estradas secretas (Londres: Secker & Warburg, 1955), pp. 39-43. Veja
também: David Yisraeli, "O Terceiro Reich e a Palestina," Estudos do
Oriente Médio, Outubro de 1971, p. 347.; Bernard Wasserstein, A Inglaterra e os
judeus da Europa, 1939-1945 (1979), pp. 43, 49, 52, 60.; T. Kelly, "O
homem que enganou os nazistas," Washington Times, 28 de abril de 1987, pp.
1B, 4B. Baseado em entrevista com Willy Perl, autor de A conspiração do
Holocausto.
31. Y. Arad, et al., eds., Documentos sobre o Holocausto (1981), p. 155. (O
kibutz de treinamento estava em Neuendorf, e pode ter funcionado mesmo depois
de março de 1942).
32. Sobre o acordo em geral, veja: Werner Feilchenfeld, et al.,
Haavara-Transfer nach Palästina (Tübingen: Mohr/Siebeck, 1972).; David
Yisraeli, "O Terceiro Reich e o Acordo de Transferência," Jornal da
História Contemporânea (London), nº. 2, 1971, pp. 129-148.;
"Haavara," Encyclopaedia Judaica (1971), vol. 7, pp. 1012-1013.; F.
Nicosia, O Terceiro Reich e a questão palestina (Austin: 1985), pp. 44-49.;
Raul Hilberg, A destruição dos judeus europeus (Nova York: Holmes & Meier,
1985), pp. 140-141.; O acordo de transferência, por Edwin Black, é detalhado e
útil. Entretanto, contem numerosas imprecisões e conclusões desatinadamente errôneas.
Veja, por exemplo, a resenha por Richard S. Levy em Comentário, setembro de
1984, pp. 68-71.
33. E. Black, O acordo de transferência (1984), pp. 328, 337.
34. Sobre a oposição ao Ha’avara em círculos oficiais alemães, veja: W.
Feilchenfeld, et al., Haavara-Transfer nach Palästina (1972), pp. 31-33.; D.
Yisraeli, "O Terceiro Reich," Jornal da História Contemporânea, 1971,
pp. 136-139.; F. Nicosia, O Terceiro Reich e a Questão Palestina, pp. 126-139.;
I. Weckert, Feuerzeichen (1981), pp. 226-227.; Rolf Vogel, Ein Stempel hat
gefehlt (Munique: Droemer Knaur, 1977), pp. 110 ff.
35. W. Feilchenfeld, et al., Haavara-Transferência (1972), p. 31. Texto inteiro
em: David Yisraeli, O problema palestino nas políticas alemãs 1889-1945
(Israel: 1974), pp. 298-300.
36. Interior Ministry internal memo (signed by State Secretary W. Stuckart),
Dec. 17, 1937, in: Helmut Eschwege, ed., Kennzeichen J (Berlin: 1966), pp.
132-136.
37. W. Feilchenfeld, et al, Haavara-Transferência (1972), p. 32.
38. E. Black, Acordo de Transferência, pp. 376-377.
39. E. Black, Acordo de Transferência (1984), pp. 376, 378.; F. Nicosia, Terceiro
Reich (1985), pp. 238-239 (n. 91).
40. E. Black, O acordo de transferência, p. 379.; F. Nicosia, Terceiro Reich,
pp. 212, 255 (n. 66).
41. W. Feilchenfeld, et al., Haavara-Transferência, p. 75.;
"Haavara," Encyclopaedia Judaica, (1971), Vol. 7, p. 1013.
42. E. Black, O acordo de transferência, pp. 379, 373, 382.
43. Circular de 25 de janeiro de 1939. Documento de Nuremberg 3358-PS. Tribunal
Militar Internacional, Julgamento dos principais criminosos de guerra peertante
o Tribunal Militar Internacional (Nuremberg: 1947-1949), Vol. 32, pp. 242-243.
44. Werner Feilchenfeld, et al., Haavara-Transfer nach Palästina (Tübingen:
Mohr/Siebeck, 1972). Citado em: Ingrid Weckert, Feuerzeichen (Tübingen:
Grabert, 1981), pp. 222-223.
45. W. Feilchenfeld, et al., Haavara-Transfer nach Palästina (1972). Citado em:
I. Weckert, Feuerzeichen (1981), p. 224.
46. Documentos originais em German Auswärtiges Amt Archiv, Bestand 47-59, E
224152 e E 234155-58. (Fotocópia em posse do autor).; Texto original complete
em alemão publicado em: David Yisraeli, O problema palestino nas políticas
alemãs 1889-1945 (Israel: 1974), pp. 315-317. Veja também: Klaus Polkhen,
"Os contatos secretos," Jornal dos estudos palestinos, Primavera-Verão
de 1976, pp. 78-80.; (Na época em que a oferta foi feita, o grupo Stern do Lehi
ainda se considerava como o verdadeiro Irgun/NMO).
47. Os nacionalistas árabes se opunham à Inglaterra, que então dominava grande
parte do mundo árabe, incluindo Egito, Iraque e Palestina. Como a Inglaterra e
a Alemanha estavam em guerra, a Alemanha cultivou apoio árabe. O líder dos
árabes palestinos, o grão-mufti de Jerusalém, Haj Amin el-Husseini, trabalhou de
perto com a Alemanha durante os anos da guerra. Após escapar da Palestina, ele
falava ao mundo árabe através da rádio alemão e ajudou a reunir recrutas
muçulmanos na Bósnia para a Waffen SS.
48. Israel Šahak, "Yitzhak Šamir,
Antes e agora," Middle East Policy (Washington, DC), Vol. 1, No. 1, (todo
o nº. 39), 1992, pp. 27-38.; Yehošafat Harkabi, Israel's Fateful Hour (Nova
York: Harper & Row, 1988), pp. 213-214. Citado em: Andrew J. Hurley, Israel
e a Nova Ordem Mundial (Santa Barbara, Calif.: 1991), pp. 93, 208-209.; Avišai
Margalit, "A vida violenta de Yitzhak Šamir," New York Review of
Books, 14 de maio de 1992, pp. 18-24.; Lenni Brenner, Sionismo na era dos
ditadores (1983), pp. 266-269.; L. Brenner, Judeus na América hoje (1986), pp.
175-177.; L. Brenner, "Yitzhak Šamir: ao lado de Hitler," Perspectivas
árabes (Liga dos Estados Árabes), Março de 1984, pp. 11-13.
49. Avišai Margalit, "A vida violenta de Yitzhak Šamir," New York
Review of Books, 14 de maio de 1992, pp. 18 - 24.; Lenni Brenner, Sionismo na
era dos ditadores (1983), pp. 266-269.; L. Brenner, judeus na América hoje
(1986), pp. 175-177.; L. Brenner, "Esqueletos no armário de Šamir"
Middle East International, 30 de setembro de 1983, pp. 15-16.; Sol Stern, L.
Rapoport, "O homem de Israel das sombras," Village Voice (Nova York),
3 de julho de 1984, pp. 13 ff.