domingo, 4 de fevereiro de 2024

Resposta a Marcelo Andrade - de onde vem a abertura das Igrejas ao ativismo LGBT?

Foto – Marcelo Andrade

O Professor Marcelo Andrade postou no dia 22 de janeiro do presente ano um vídeo a respeito do Padre Júlio Lancellotti, intitulado “Padre Júlio Lancellotti e a infiltração comunista na Igreja Católica!”. No presente texto, vou responder a uma fala que o Professor disse logo no começo do vídeo (por volta de um minuto e 20 segundos de vídeo), no qual diz que o Padre Júlio Lancellotti vem fazendo uma defesa e promoção do comunismo por meio da defesa de certas pautas.

Como de praxe, sempre destilando um anti-comunismo tacanho e rasteiro, tão típico de tipos como ele (aliás, vale registrar que Leonardo Bruno, o Conde Louppeaux, um sujeito de direita, teceu críticas a Marcelo Andrade no vídeo “O que a direita é [e não o que ela diz ser]?).

Primeiro de tudo: não nutrimos grande simpatia pela figura do Padre Júlio Lancellotti, o qual há tempos vem atuando nas ruas da cidade de São Paulo junto a moradores de rua, e sua atuação vem sendo objeto de controvérsia, em especial da parte dos detratores do sacerdote católico. Tais controvérsias levaram ao estabelecimento de uma CPI por parte do vereador Rubens Nunes, antigo membro do MBL, na qual se pretende investigar a atuação de ONGs que atuam em áreas empobrecidas de São Paulo, em especial a cracolândia.

E, como não poderia deixar de ser, esse episódio gerou polarização entre os diversos grupos políticos, com a direita atacando o sacerdote e a esquerda, incluindo figuras como o atual Presidente Lula, Marina Silva e Guilherme Boulos, se posicionando a favor do mesmo. Tal episódio é sintomático do fato de que a política brasileira vem caminhando a passos largos para se transformar em um grande manicômio, no qual tudo vale para atacar o outro lado. Até mesmo defender as figuras mais questionáveis possíveis.

Para jogar ainda mais lenha na fogueira nas controvérsias envolvendo a figura de Júlio Lancellotti, saiu um vídeo obsceno dele, datado de 2019, no qual ele aparece se masturbando junto a um menor de idade chamado Matheus Rocha Nunes, de 16 anos à época (e cuja veracidade foi confirmada pelos peritos Jacqueline Tirotti e Reginaldo Tirotti – os quais anteriormente trabalharam em casos envolvendo Magno Malta e Celso Russomano, dois políticos da direita brasileira), além de troca de mensagens de conteúdo similar entre as duas partes por meio da rede social WhatsApp. A denúncia, entretanto, foi arquivada pela Arquidiocese de São Paulo.

Um padre da Igreja Católica, uma figura da qual esperamos lisura, santidade, retidão e honestidade em seus atos, estar envolvido em atos desta natureza é por si só algo lamentável e abominável. E é muito mais grave que, por exemplo, a Andressa Urach, uma mulher que há vários carnavais leva uma vida mundana, fazer os vídeos indecentes dela (e ainda por cima envolver o filho dela nessa brincadeira). É o tipo de atitude que ajuda a colocar o prejudicar o nome e o prestígio já combalido da Igreja Católica Apostólica Romana no limbo (se bem que eu, particularmente, penso que os casos de pedofilia na Igreja Católica são usados como um meio de ocultar e desviar a atenção dos casos de pedofilia em Hollywood, entre eles casos como o do finado Jeffrey Epstein e sua ilha particular – no qual estão envolvidos altos figurões da política americana como o ex-presidente Bill Clinton, do mundo do showbusiness americano e até da realeza britânica).

Mas independente da conduta de Júlio Lancellotti, do que ele tenha feito ou não entre quatro paredes nessa e em outras ocasiões e dos posicionamentos político-ideológicos do mesmo, o fato é que toda a polêmica envolvendo a figura dele veio em momento oportuno para as ONGs que atuam junto a ele, bem no momento em que elas se tornaram alvo de uma CPI em São Paulo. Tais ONGs, em locais como a cracolândia, atuam no sentido de perpetuar os problemas e lucrar com os mesmos, e não resolvê-los de fato. E mais do que isso: a especulação imobiliária e as ONGs são as duas faces da mesma moeda do problema em questão. A primeira cria o problema e as segundas os perpetua, mantendo os moradores de rua naquela situação lamentável.

Foto – Padre Júlio Lancellotti.

O principal motivo pelo qual nós não nutrimos simpatia pelo referido sacerdote (sobre o qual pairam polêmicas até hoje mal esclarecidas, incluindo o caso da Pajero de 2007) é que ele, há tempos, vem fazendo pregação a favor do ativismo LGBT (movimento esse que na Rússia é considerado extremista e proscrito por lei) dentro de Igrejas.

Ele, entre outras coisas, chegou ao ponto de em uma ocasião, dentro de uma Igreja (e detalhe: em plena missa), de divulgar o livro “Teologia e os LGBT+”, de Luís Correa Lima. Também participou do filme-documentário “São Marino”, do ano retrasado, a respeito da história de Santa Marina de Bitínia, santa que viveu entre os séculos IV e V no que hoje é a Síria e o Líbano (à época partes do Império Romano do Oriente), no qual ele lança um olhar totalmente anacrônico sobre a personalidade histórica em questão, sem levar todo o contexto histórico em que ela viveu. Visto que Santa Marina é apresentada no filme em questão não como uma santa canonizada pela Igreja, e sim como um travesti, uma transexual dos tempos antigos. Se a intenção de um documentário desses, ao qual ele emprestou seu prestígio ao participar do mesmo como narrador, não era de apresentar transexualismo (algo do qual eu, particularmente, tenho muitas reservas) como algo lindo e maravilhoso e que não há nada de mais em se submeter a cirurgias de “mudança de sexo”, e de legitimar o ativismo LGBT hodierno por meio de exemplos como o de uma santa que se disfarçou de homem dentro de um determinado contexto (tal qual, por exemplo, a Mulan na história chinesa, que se disfarçou de homem para poder servir ao exército), já não sei mais o que é.



E que fique bem claro uma coisa. Ao contrário do que muita gente pode pensar, o Padre Júlio Lancellotti vem fazendo, de abrir a Igreja ao ativismo LGBT, é algo que vem não de países ditos comunistas, ou mesmo esquerdistas, como a República Popular da China, a Coréia do Norte, Cuba, Vietnã, Venezuela bolivariana ou Nicarágua. Ou mesmo das finadas União Soviética, República Popular da Mongólia, Alemanha Oriental, Líbia verde ou Iraque baathista. Vem de países capitalistas tais como Inglaterra, Alemanha, Holanda e países nórdicos (aliás, vale lembrar que o lixo ideológico que tanto a esquerda quanto a direita brasileira consomem hoje em dia vem das universidades e think-thanks europeus e norte-americanos).

Comecemos pela Alemanha. Em 2019, foi lançado o movimento “Assembleia Sinodal”, fórum de diálogo criado com vistas a promover reformas dentro do catolicismo dentro do país. E entre as pautas, maior abertura para relacionamentos LGBT, acabar com o celibato para os padres e ter mulheres como diaconisas.

Segundo notícia que saiu no portal Deutsche Welle (onda alemã) datada de 10 de maio de 2021, mais de cem igrejas católicas da nação de Goethe, Richard Wagner e Nietzsche, ligadas ao movimento em questão, passaram a abençoar casais homossexuais sob o lema “o amor vence” (lema esse que certamente será evocado quando resolverem dobrar a aposta e trazer coisas piores e ainda mais nefastas às Igrejas), em resposta a uma decisão do Vaticano em não aprovar a união entre pessoas do mesmo sexo, sob a justificativa de que estas não seriam parte do plano divino e de que Deus “não pode abençoar o pecado”.

Mais recentemente, segundo notícia publicada no mesmo portal e datada do dia 10 de março do ano passado, as Igrejas alemãs ligadas a esse movimento passaram a abençoar casais de pessoas do mesmo sexo, e ainda por cima pretendiam estender as bênçãos a divorciados e pessoas que casaram novamente no civil.

Por conta das posturas progressistas advindas da Assembleia Sinodal há o risco de que a Igreja Católica Apostólica Romana venha a sofrer o segundo cisma germânico, com consequências talvez ainda mais graves e dramáticas que o cisma luterano do século XVI.

E, para não ficarmos presos apenas à Igreja Católica e colocarmos a coisa em um contexto ainda mais amplo, bênçãos a relações de mesmo sexo também ocorrem em Igrejas protestantes. Desde 2016, ano em que ocorreu em Berlim o primeiro casamento entre dois homens em uma igreja alemã, solenidades matrimoniais de mesmo sexo têm sido feitas na Igreja Evangélica da Renânia e na Igreja Protestante de Baden. Outras denominações religiosas na Alemanha também passaram a realizar tais cerimônias, tais como a Igreja Evangélica Reformada na Alemanha, a Igreja Evangélica de Bremen, a Igreja Protestante em Hesse e Nassau, a Igreja Evangélica do Palatinado e a Igreja Luterana Evangélica em Brunswick.

E não é só na Alemanha que isso vem acontecendo. Falemos um pouco da Holanda, um dos países há muito tempo campeões em matéria de ativismo e políticas de cultura woke. Segundo informações do artigo da Wikipédia em inglês sobre casamento do mesmo sexo no país de Erasmo de Roterdã e de Baruch de Espinoza:

Desde a metade dos anos 1960, solenidades religiosas de relações do mesmo sexo tem ocorrido em algumas igrejas holandesas. Os Remonstrantes Holandeses foram a primeira denominação cristã da Europa a oficialmente permitir tais solenidades em 1986. A Igreja Menonita na Holanda também permite solenidades de casamentos do mesmo sexo. A Velha Igreja Católica da Holanda tem permitido a seus ministros realizar casamentos do mesmo sexo em seus locais de culto desde 2006.

A Igreja Protestante na Holanda, a maior denominação protestante na Holanda, tem permitido a suas congregações realizar casamentos do mesmo sexo como uma união de amor e fé diante de Deus desde 2004, e, na prática, muitas Igrejas agora conduzem tais cerimônias.

Na vizinha Bélgica, desde 2007 que a Igreja Protestante Unida na Bélgica passou a permitir a realização de uniões do mesmo sexo em suas congregações, e um pouco mais ao sul a Igreja Protestante Unida da França desde 2015 permite benção por parte de seus pastores a tais uniões. Em julho de 2021 um casamento entre duas pastoras lésbicas foi celebrado em uma Igreja protestante em Montpellier. Outras denominações religiosas também realizam tais solenidades, tais como as Velhas Igrejas Católicas e grupos druidas bretões.

Mais a oeste, na Inglaterra (onde o casamento entre pessoas do mesmo sexo é permitido por lei desde 2013), a Igreja Anglicana não apenas há tempos vem celebrando casamentos entre pessoas do mesmo sexo, como também ordenando sacerdotes LGBT, incluindo transexuais. Vide o caso de Rachel Mann, o primeiro arquidiácono transexual da Igreja Anglicana. Segundo notícia que saiu no grupo do VK “Volk Gomofob”, em 22 de janeiro do presente ano (por mim traduzida):

E de novo a Inglaterra. A manchete de um grande artigo do The Telegraph na semana passada: O primeiro arcediago trans da Igreja Anglicana: “Eu prometi que não vou colocar a sacerdócio acima do amor”.

“Toda mulher que se torna homem entra no Reino dos Céus, - diz Jesus a seus discípulos no ‘evangelho gnóstico de Tomé’. Mas e o homem que se faz mulher?”.

O homem que se imagina como mulher cita um “evangelho” imaginário. E isso é hoje denominado de cristianismo, glória a Deus, na Inglaterra, e não na Rússia.

“Renascida nos dois sentidos desta palavra”, a escritora Rachel Mann passou pela operação de mudança de sexo em 2003 e foi ordenada na Igreja Anglicana em 2005, e no ano passado foi nomeado como o primeiro arcediago transexual da Igreja Anglicana. Durante este período ele também publicou 14 livros de ficção, livros sobre teologia e poesia e conquistou popularidade como apresentador televisivo religioso da Britânia.

*LGBT – movimento reconhecido como extremista e proibido na Rússia, a assim chamada “mudança de sexo” é “fora da lei”.

Foto – Notícia do The Telegraph sobre a ordenação do primeiro arquidiácono transexual da Igreja Anglicana. Cortesia: Volk Gomofob.

Além disso, a Igreja Anglicana no começo do ano passado, após meio decênio de discussão interna, passou a admitir bênçãos a casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo, embora continue a afirmar que o sacramento do matrimônio é restrito apenas a uniões entre um homem e uma mulher.

E a coisa não para por ai: meses mais tarde, mais precisamente em dezembro último, a mesma Igreja Anglicana abençoou uma união entre pessoas do mesmo sexo. E detalhe: as pessoas em questão, Catherine Bond e Jane Pearce, são duas reverendas.

Ainda na anglosfera, falemos um pouco a respeito dos Estados Unidos e do Canadá.

Nos EUA, em 2015, a Igreja Presbiteriana local decidiu autorizar a realização de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Também fazem tais cerimônias denominações religiosas tais como a Igreja Episcopal dos Estados Unidos, a Igreja Evangélica Luterana e a Igreja Reformada da América.

No Canadá, promovem solenidades matrimoniais entre pessoas do mesmo sexo denominações religiosas como A Igreja Unida do Canadá, a Igreja Unitária Universalista, a Sociedade Religiosa dos amigos (quakers), a Comunidade Eclesiástica Metropolitana e a Igreja Evangélica Luterana no Canadá.

A Igreja Anglicana do Canadá, por seu turno, se encontra dividida a respeito deste tema entre aqueles favoráveis e aqueles contrários. Em 2016 o Sínodo Geral da Igreja Anglicana passou uma moção inicial para realizar matrimônios do mesmo sexo em suas Igrejas. Entretanto, em 2019, o Sínodo Geral não aprovou a moção em sua segunda leitura porque recebeu apoio de pelo menos três quartos de seus bispos. Entretanto, algumas dioceses vêm realizando tais cerimônias, incluindo a de Toronto, Ottawa, Columbia Britânica e outras. E, para deixar as coisas ainda piores a respeito do Canadá, em 2016 a Suprema Corte do Canadá legalizou relações entre animais e seres humanos (bestialismo), conquanto não haja penetração.

Saindo dos países de língua inglesa, falemos um pouco sobre os países nórdicos. Na Noruega, desde 2016 uniões religiosas entre pessoas do mesmo sexo são permitidas dentro da Igreja Luterana. Em 2021, uma igreja norueguesa realizou uma cerimônia de mudança de nome para pessoa transexual. Também no país de Edvarg Grieg e de Edvard Munch, há uma lei que pune quem critique pessoas de orientação sexual não tradicional até mesmo em suas casas. Na Suécia, este tipo de união é permitido desde 2009 e na Dinamarca desde 2012.

Aliás, falando em Dinamarca, vejam essa lamentável notícia que saiu também no grupo Volk Gomofob, datada de 30 de janeiro do presente ano:

Na Dinamarca, “O Museu da Mulher” foi rebatizado de “Museu do Gênero”.

Em honra deste evento “significativo” foi criada uma estátua que se tornou a cara do museu.

A estátua representa um transformista com sinais externos sexuais de um homem e uma mulher (nós cobrimos a vergonha, mas acredite em nossa palavra, ela lá está), que amamenta com o seio uma criança.

Segundo o propósito de figuras culturais locais o “homem que amamenta com o seio a criança” simboliza a sociedade dinamarquesa moderna.

Infelizmente, no mundo real, transformistas não podem ter filhos, quanto menos amamentá-los com o seio. Portanto, esta “obra de arte” pode influenciar de forma negativa na avaliação da percepção de mundo do jovem dinamarquês.

O movimento LGBT é reconhecido como extremista.

Por uma questão de discrição, preferi não reproduzir a imagem em questão no artigo.

Percebe-se que tal movimento, olhando as coisas dentro de um contexto maior e mais amplo, começou em Igrejas protestantes, em países como Noruega, Dinamarca, Holanda, Suécia, Bélgica, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos e Canadá (ou seja, os países campeões em matéria de ativismo e políticas de cultura woke). E agora começa esse movimento começa a bater as portas da Igreja Católica, e adentrou o próprio Papado por meio do documento “Fiducia Supplicans”.

Segundo o artigo da Wikipédia em inglês “Blessing of same-sex unions in Christian churches”, lá consta que a grande maioria das Igrejas que fazem esse tipo de bênção é do Ocidente “livre e democrático” que a direita brasileira de matiz neocon tanto defende, em especial da Europa Ocidental (Reino Unido incluso), da Escandinávia, Estados Unidos e Canadá, e mais algumas coisas na América do Sul e em outras partes do globo. Não tem nada de Rússia, China, Coréia do Norte, Cuba, Vietnã, Irã, Síria, Venezuela, Belarus e outros países que essa mesma direita tanto sataniza nessa lista. Também não há nada de Hungria na lista. E detalhe: a parte do leão dessas Igrejas que realizam esse tipo de solenidade são Igrejas de matiz protestante. O que mostra que o que o ativismo do senhor Júlio Lancellotti nada mais faz é trazer este movimento que vem desde locais como a Holanda, os países nórdicos e a América do Norte para o seio cá.

E de cereja do bolo, trago esta notícia, também cortesia da Volk Gomofob a respeito da Letônia, que foi parte integrante tanto do Império russo tzarista quanto da União Soviética.

O presidente da Letônia Edgars Rinkēvič colocou em vigor alterações na lei “Sobre os Notários”, as quais permitem firmar uniões de mesmo sexo no território da República, apesar de deputados de oposição do Sejm quiseram obter votações para elas no referendo. O texto do documento publicou a editora estatal Latvijas Vēstnesis.

‘O ato notarial de parceria é compilado por um notário, se duas pessoas fisicamente maiores de idade pessoalmente comparecerem perante o notário e manifestarem que relações pessoais estreitas os ligam, um lar em comum e a intenção de tomarem conta dele, assim como a intenção de se apoiarem um ao outro”, - é especificado nas alterações à lei adotada.

Cidadãos de qualquer sexo podem entrar em relações de parceria, nisso eles não devem ser casados. As alterações à “lei do Notoriato” foi adotadas pelo Sejm da Letônia em novembro de 2023. Em seguida, um grupo de deputados se dirigiu ao Presidente da República com um pedido de suspender a entrada em vigor da norma para submter a decisão à votação popular”.

Essa notícia é uma verdadeira torta na cara daqueles imbecis de direita que vivem associando comunismo com ativismo woke de modo geral. Visto que se trata da Letônia que após se tornar independente da União Soviética aderiu tanto à União Europeia quanto à OTAN.

Fico por aqui, ou querem mais?

E, para não ficarmos presos apenas ao ativismo LGBT dentro de meios religiosos, vale lembrar que grandes veículos de mídia também apoiam esse tipo de pauta. Como é o caso da Disney, sobre a qual já falamos em outras oportunidades. A Disney, entre outras coisas, chegou a veicular cena de beijo entre dois homens em um episódio do desenho “Star vs as Forças do Mal”. Que se trata de um desenho destinado ao público infanto-juvenil, e não um desenho destinado a um público mais adulto como South Park. Situação essa que em 2017 gerou uma polêmica entre Silas Malafaia e Felipe Neto, na qual o pastor evangélico se posicionou contra a Disney (corretamente, diga-se de passagem) por conta da veiculação das cenas em questão e em resposta o moleque do cabelo colorido defendeu o conglomerado norte-americano. O que mostra que o expediente que hoje setores da esquerda brasileira usam para defender o Padre Júlio Lancellotti vem de vários carnavais e é uma prática recorrente da mesma. Não seria nenhuma surpresa ver essa mesma esquerda colorida defender até mesmo o diabo para atacar a direita bolsonarista.


Mas o pior ainda está por vir: mais para o final, o próprio Marcelo Andrade entra em contradição ao dizer que países historicamente socialistas como União Soviética e Cuba não davam abertura a esse tipo de pauta. Pelo que estamos vendo, coerência não é lá o forte de certos elementos da direita brasileira.

Entenda uma coisa, Marcelo Andrade: o modelo de sociedade que pessoas como o Padre Júlio Lancellotti, o Gregório Duvivier, o Felipe Neto, a Anielle Franco, a Marina Silva, o Jean Wyllys, o Ian Neves, o pessoal de canais do YouTube como o Meteoro e outros dessa mesma estirpe têm em mente e defendem não é aquele que existiu em países como as finadas União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, República Popular da Mongólia, Alemanha Oriental, Iugoslávia, Líbia verde e Iraque baathista, ou mesmo a República Popular da China, a República Popular Democrática da Coreia, a Síria baathista, a Cuba castrista ou a Venezuela bolivariana. E sim o que existe nos Estados Unidos em Estados tradicionalmente governados por políticos democratas como a Califórnia e Nova York, no Canadá de Justin Trudeau, na Holanda, na Inglaterra e nos países nórdicos. Em outras palavras, o pensamento desta gente está muito mais próximo de políticos democratas norte-americanos como os ex-presidentes Bill Clinton e Barack Obama e do premiê canadense Justin Trudeau que de Lenin, Stalin, Chorloogin Čojbalsan, Tito, Mao Zedong, Kim il-Sung, Gamal Abdel Nasser, Kwame Nkrumah, Ho Chi Minh, Muammar al-Kadaffi, Hafez al-Assad, Fidel Castro, Che Guevara, Thomas Sankara, Saddam Hussein, Slobodan Miloševiċ ou Hugo Chávez. Ou mesmo dos fundadores do socialismo científico, Karl Marx e Friedrich Engels (os quais ficaram horrorizados ao tomarem conhecimento dos livros deKarl Heinrich Ulrichs, um dos principais gurus do ativismo LGBT da época –segundo eles, os escritos de Ulrichs eram “obscenidades transformadas em teoria”).

E mais do que isso: do ponto visto político-ideológico, essa gente está muito mais próxima de grandes conglomerados capitalistas como a Disney, o Netflix e até mesmo a Rede Globo que de qualquer outro líder socialista ou nacionalista histórico. Resumindo a ópera: o figurino da esquerda mainstream brasileira ligada a partidos como o PSOL e o PT vem da Califórnia, enquanto que o da direita bolsonarista vem do Texas.

Fontes:

Blessing of same sex unions in Christian churches (em inglês). Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Blessing_of_same-sex_unions_in_Christian_churches

Celebrar relacionamentos gays na Igreja é na verdade bastante católico. Disponível em: https://www.ihu.unisinos.br/categorias/622504-celebrar-relacionamentos-gays-na-igreja-e-na-verdade-bastante-catolico

Cristã finlandesa é absolvida das acusações por pregar a Bíblia. Disponível em: https://pleno.news/mundo/politica-internacional/crista-finlandesa-e-absolvida-das-acusacoes-por-pregar-a-biblia.html

Entre a alegria e o medo do cisma: a Igreja da Inglaterra abençoa casais do mesmo sexo pela primeira vez. Disponível em: https://www.ihu.unisinos.br/categorias/635376-entre-a-alegria-e-o-medo-do-cisma-a-igreja-da-inglaterra-abencoa-casais-do-mesmo-sexo-pela-primeira-vez

EXCLUSIVO: peritos atestaram veracidade dos vídeos se manifestem – “Contratem um profissional da polícia e vejam se há algo errado”. Disponível em: https://revistaoeste.com/politica/peritos-que-atestaram-veracidade-dos-videos-de-julio-lancellotti-se-manifestam/

Igrejas alemãs desafiam Vaticano e abençoam casais gays. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/igrejas-alem%C3%A3s-desafiam-vaticano-e-aben%C3%A7oam-casais-gays/a-57486572

Igrejas católicas alemãs vão ministrar bênçãos a casais gays. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/igrejas-cat%C3%B3licas-alem%C3%A3s-v%C3%A3o-ministrar-b%C3%AAn%C3%A7%C3%A3o-a-casais-gays/a-64952081

Igreja Anglicana rejeita reconhecer casamento gay, mas vai permitir benção a união civil homoafetiva. Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/01/19/igreja-anglicana-rejeita-reconhecer-casamento-gay-mas-vai-permitir-bencao-a-uniao-civil-homoafetiva.ghtml

Igreja luterana da Suécia aprova casamentos gays. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2009/10/091023_suecia_casamento_gay_rw

Igreja na Noruega realiza cerimônia de mudança de nome para trans. Disponível em: https://www.gospelprime.com.br/igreja-na-noruega-realiza-cerimonia-de-mudanca-de-nome-para-trans/

Igreja presbiteriana dos Estados Unidos aprova casamento gay. Disponível em: https://www.otempo.com.br/mundo/igreja-presbiteriana-dos-eua-aprova-casamento-gay-1.1010479

Igreja protestante da Noruega autoriza o casamento religioso entre gays. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2016/04/11/interna_internacional,751866/igreja-protestante-da-noruega-autoriza-o-casamento-religioso-entre-gay.shtml

Lei da Dinamarca obriga Igreja a celebrar casamento gay. Disponível em: https://www.paulopes.com.br/2012/06/lei-da-dinamarca-obriga-igreja-celebrar.html#gsc.tab=0

Lei na Noruega pune quem criticar pessoas LGBT, inclusive dentro de suas casas. Disponível em: https://www.gospelprime.com.br/lei-na-noruega-pune-quem-criticar-pessoas-lgbt-inclusive-dentro-de-suas-casas/

MUNDO: A mulher barbada austríaca e o beco sem saída do pós-modernismo. Disponível em: https://apaginavermelha.blogspot.com/2014/05/mundo-mulher-barbada-austriaca-e-o-beco.html

Same-sex marriage in France (em inglês). Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Same-sex_marriage_in_France

Same-sex marriage in Germany (em inglês). Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Same-sex_marriage_in_Germany

Same-sex marriage in Norway (em inglês). Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Same-sex_marriage_in_Norway

Suprema Corte do Canadá permite sexo entre pessoas e animais. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/mundo/suprema-corte-do-canada-permite-sexo-entre-pessoas-e-animais,c3f6d3283a5626301e554a198d8fdb7e5yje0ur9.html

Um comentário:

  1. A intenção da esquerda é essa; perpetuar a miséria. E figuras como Julio Lancelotti são seus idiotas úteis. Realmente, as ONGs não ajudam ninguém, e sim, se beneficiam da desgraça alheia, fazendo com que os problemas se perpetuem, enquanto elas nadam no dinheiro.

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