Foto - A serpente chocando seus ovos.
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Alguns grupos como a Nova Resistência (https://www.facebook.com/novaresistenciabrasil/photos/a.504357659741639/1329929323851131/?type=3&theater) e a Legião Nacional Trabalhista (http://lntbrasil.com.br/a-esquerda-vai-acabar-reelegendo-jair-bolsonaro/?fbclid=IwAR1SdDm_4cvNO1wSPHEeOteC-iIj1QQl_rEy7xX7GhNBEYEK-YUhp7TMhJk) atribuem
o triunfo de Bolsonaro em 2018 à adesão do PT e outros partidos de esquerda ao
identitarismo inspirado pelo Partido Democrata dos EUA. Os partidários de Ciro
Gomes (assim como o próprio), do alto da verborragia deles, atribuem o triunfo do miliciano carioca a
uma suposta má vontade do PT para com ele. E Nildo Ouriques diz que o triunfo
do miliciano se deveu ao desgaste daquilo que ele chama de sistema petucano e
que nada teve haver com Steve Bannon e o esquema de comunicação Cambridge
Analytica (http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/586304-o-governo-bolsonaro-trara-mais-violencia-e-desigualdade-mas-a-esquerda-liberal-nao-tem-respostas-a-altura-entrevista-com-nildo-ouriques). Será que tais narrativas fazem sentido? (Introdução).
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A partir de 2013, tanto a elite brasileira quanto a norte-americana se irmanam
contra a hegemonia popular petista (página 99).
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Segundo denúncias do WikiLeaks, desde meados de 2009 juízes e procuradores
brasileiros têm sido treinados por agentes americanos por meio de diversas
formas de “cooperação informal”. Moro é uma figura carimbada desses “cursos de
capacitação” (página 100).
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Por conta da prévia colonização da esquerda brasileira pelo discurso do
moralismo de fancaria da direita, foi o próprio governo Dilma, por meio de seu
Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (a quem Paulo Henrique Amorim em vida
carinhosamente chamava de “Zé da Justiça”), que criou em 2013 as condições
legais para o lawfare da Lava Jato (página 100).
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Isso por meio da lei 12.850/13, que tipifica os crimes de organização criminosa
e obstrução da justiça, dessa forma permitindo expedientes como “delações
premiadas” e “prisões cautelares”. Por meio dessas armas, a Lava Jato pratica,
de forma legalizada, tortura psicológica com prisões cautelares, extorsão e
fraude (página 100).
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E soma-se a isso o apoio da imprensa venal, Globo à frente (que passa a dar
total apoio a tais narrativas por mais mentirosas que fossem) (página 100).
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A partir daquele momento, a Lava Jato entra em ação, se transformando em uma
espécie de “bomba atômica” da guerra híbrida dos EUA no Brasil. E sua ação logo
começa a reverberar na vida política brasileira (página 101).
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Com a Lava Jato, criou-se uma espécie de “legalidade paralela”, na qual o
Estado passa a ser dominado não mais por uma lógica que tende a ser impessoal,
a da lei. Em seu lugar, entram interesses privados e corporativos de toda
espécie, que agem como “partidos privados” que colonizam o falso moralismo do
combate à corrupção (página 101).
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Isso tudo feito em aberta cooperação ilegal com os órgãos americanos de
espionagem no comando da Operação (página 101).
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Moro e Dallagnol, em conjunto com sua máfia de procuradores no MP e juízes
coniventes, passam a atuar de forma aberta como partido político e grupo de
pressão autônomo. Assim, o dito combate à corrupção é só uma fachada para
legitimar a mudança de governo no tapetão, que era de interesse tanto de forças
internas quanto externas (páginas 102-103).
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Entretanto, a maioria da esquerda não se dá conta dos reais objetivos da Lava
Jato. É exigida blindagem da Lava Jato até mesmo por movimentos populares e sindicatos.
A Lava Jato passa a agir como partido privado e como organização criminosa,
colonizando a justiça e adaptando os procedimentos legais a seus interesses
políticos. Por meio de dossiês, ameaças e extorsões, passa a ter o poder de
condenar e absolver e mantem os tribunais subservientes (página 103).
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A corrupção começa a ser usada, de novo, como arma simbólica contra a
população. Esse é o combustível da Lava Jato e das figuras abjetas que ela
ajudou a levar ao poder (páginas 103-104).
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A Lava Jato exerce influência política decisiva por meio do serviço sujo da
delação de Palocci em pleno clima eleitoral e da prisão ilegal e forjada de
Lula, o que permitiu a eleição de Bolsonaro. A história mostra que, no fim das
contas, os ditos paladinos da lei da moralidade são os maiores corruptos
(página 104).
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Na ficha suja da Lava Jato consta: milhões de desempregados e a destruição de
ramos industriais inteiros, que outrora exportavam tecnologia e eram
competitivos a nível internacional (página 104).
Reflexão
I – Sobre a Lava Jato, penso eu que Jessé Souza, nesse livro, deveria ter
dedicado pelo menos uns 2 ou 3 parágrafos à Operação Mãos Limpas (italiano Mani
Pulite), ocorrida na Itália entre 1992 a 1994. Não apenas pelo fato de a Lava
Jato ter sido inspirada na Mãos Limpas (vide o texto que Moro escreveu em 2004
sobre a Mãos Limpas - https://www.conjur.com.br/dl/artigo-moro-mani-pulite.pdf), como também o fato de que aqui no Brasil a Lava Jato
repetiu o desastre político que a operação comandada por Antonio de Pietro legou à Itália: a Mãos Limpas abriu o
caminho para Silvio Berlusconi, então magnata da mídia e presidente do AC Milan
que anos antes sabotou os esforços da Rede Globo de entrar no mercado italiano
via Tele Montecarlo (Paulo Henrique Amorim fala sobre isso no livro “O Quarto
Poder”), tornar-se premiê da Itália. Ao passo que no Brasil a Lava Jato, por
meio de uma série de manobras, criou as condições para que Jair Bolsonaro, um
militar expulso do Exército nos anos 1980 e que durante 30 anos foi um Deputado
inexpressivo do baixo clero, tornar-se Presidente da República.
Reflexão
II – As passagens acima elencadas mostram que a narrativa que Ciro Gomes e seus
partidários vendem não fazem sentido algum. Que a ascensão de Bolsonaro é um
processo bem mais complexo do que eles imaginam e que Bolsonaro nada mais é que
o fruto podre que a Lava Jato legou ao Brasil. Para ser mais preciso, Bolsonaro
é o verdadeiro legado da Lava Jato ao Brasil, depois de toda a terra arrasada
sobre o sistema político brasileiro nesses últimos seis anos e toda a ação
politiqueira dela visando beneficiar aos tucanos. E, além disso, Ciro Gomes foi
ministro da integração nacional no 1º governo Lula, manteve certa proximidade
com o PT nesses anos todos, se posicionou contra o impeachment de Dilma e dizia
que sequestraria o Lula em uma embaixada para que não fosse preso. Achar que em
um eventual segundo turno entre Ciro e Bolsonaro o sistema de comunicação de
Bolsonaro não ia usar isso para desmoralizar o pedetista é ser no mínimo
ingênuo. Isso para não falar do fato de que inventariam toda sorte de histórias
cabeludas para desmoralizá-lo do mesmo jeito, tal como foi feito com Haddad.
Reflexão
III – Quem acha que as forças internas e externas que derrubaram Dilma em 2016
por meio daquele processo fraudulento iam deixar que alguém se elegesse dois
anos depois com uma agenda sócio-político-econômica diferente da deles é ser no
mínimo muito idiota. E isso não apenas os ciristas, como também praticamente
toda a esquerda brasileira, não entende. Ou que na Bolívia vão deixar o Evo
Morales ou algum político a ele ligado subir ao poder pela via eleitoral depois
de tudo o que aconteceu no país andino no ano passado. Por isso que se diz que
as eleições 2018 foram uma fraude. Fica evidente que essa gente articulou um
golpe, investiu muito dinheiro sujo em um golpe e deu golpe para ficar só sair
do poder escorraçada.
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