sexta-feira, 18 de setembro de 2020

A língua portuguesa é machista? (texto tirado do Facebook com comentários meus).

 

Como esta página trata de nomes, finalmente, tomei fôlego para opinar sobre a tal da “gramática inclusiva” que tenho visto nas universidades e em alguns grupos ativistas.

Alegando que a língua portuguesa seria machista, muitos têm empregado palavras que seriam “neutras”: usam outro grafema no lugar da vogal (amig@s, alunes, diretor_s, professorxs), os dois gêneros em todas as frases (os caros seguidores e as caras seguidoras talvez se sintam cansadas e cansados de ler coisas assim) ou apresentam as duas vogais (as/os prezadas/os amigas/os já devem ter lido algo assim).

O grande problema dessa percepção machista da gramática portuguesa é confundir gênero gramatical com gênero/sexo biológico (ou identitário). O gênero gramatical não reflete necessariamente o sexo da pessoa. Caso contrário, teríamos que fazer uma revisão profunda em palavras como ‘a criança, a vítima, a testemunha, a pessoa’, nas quais os masculinos não estariam contemplados. O poeta, o canalha, o déspota, o motorista seriam menos homens porque a palavra termina com <a>?

Isso é uma característica que herdamos do latim. No latim, há os gêneros masculino, feminino e neutro. O neutro serve para coisas, grupos de homens e mulheres (ou machos e fêmeas) e grupos onde o sexo não é relevante. Com a evolução do latim para o português, apenas por uma questão de similaridade de pronúncia, o gênero neutro se mesclou ao masculino. Por exemplo, ‘amicus’ (masc.) e ‘amicum’ (neutro) viraram amigo em português; ‘amica’ ficou amiga.

Então, a palavra masculina não se refere só a homem.

Se alguém disser “não tenho amigo algum”, entendo que ela não tem amizade com nenhuma pessoa. Se quiser salientar que não tem amigos do sexo masculino, terá que dizer “eu não tenho amigo homem”. Isso é porque amigo, naquele contexto, não denota sexo (é neutro).

Já o feminino, é um gênero muito particular, bem marcado. As mulheres têm um gênero gramatical que as identifica como grupo. Em “as professoras” não há dúvidas da composição, 100% feminina. Se a Língua Portuguesa fosse machista, os homens teriam um gênero que os representasse como grupo, só deles.

Depois de procurarem cabelo em ovo, os acusadores da gramática machista apresentam “soluções” que não são práticas. Vejamos...

Apresentar os dois gêneros deixa qualquer texto cansativo. Já li artigos que empregam o tempo todo “professoras e professores”, “alunas e alunos”, “todos e todas” e confesso que essa inclusão dos gêneros em prol de uma pretendida igualdade gramatical tornou a leitura pesada e bem menos convidativa. Usar “os/as jogadores/as” tiram também a fluidez da lida.

Normalmente, quem adota <x>, <@> e similares para não marcar o gênero, negligencia deliberadamente mais outros aspectos práticos. Esses grafemas tornam as palavras impronunciáveis, gerando desconforto à leitura e, principalmente, à pronúncia. Como se lê “alunxs”?

Além disso, o que se chama de “gramática inclusiva” acaba contraditoriamente excluindo outros grupos (!). Palavras com <x> e <@> não ajudam disléxicos, estrangeiros, cegos que usam aplicativos de leitura, pessoas com todo tipo de problema de visão, alunos em fase inicial de alfabetização, pessoas com dificuldade cognitiva de leitura, e outras mais.

Por esses e outros motivos, uso de <@>, <x> e similares tem criado uma aversão em parte da população. Muitas pessoas deixam de aderir a campanhas e movimentos importantes só por causa disso. Já ouvi estudantes dizerem que não participam “dessas coisas de calourxs” por causa da escrita. Então, acho que se essa prática afasta em vez de agregar, não vale a pena.

Eu coaduno com o movimento pela igualdade entre os gêneros, mas acho que levá-lo para o campo gramatical, acusando a existência de uma “gramática machista”, é algo desnecessário e que não agrega à causa. Nesses casos, perdem-se tempo e foco em questões gramaticais em detrimento aos de ordem prática, que é o que realmente interessa.

Fonte: Postagem da página Facebook “Nomes Científicos”, 05/08/2019.

Meus comentários:

Hoje começam a falar em uma gramática neutra, que visa, supostamente, uma maior inclusão das assim chamadas pessoas de sexualidade não-binária. Um até propõe a criação do sistema “ile” de pronomes. Que m* será que certas pessoas têm na cabeça para pensar numa coisa dessas? Essa gente não raro me passa a impressão de que eles falam como se fossem o Mussum. Que por sua vez perto dessa gente parece um professor de português e dos bons. Na prática, o que se vê é a língua portuguesa sendo submetida a uma verdadeira tábula rasa e sendo mutilada de forma similar a que uma boa parte dessas mesmas pessoas que propõem gramática neutra foram quando se submeteram à cirurgia de "mudança" de sexo.

Primeiro de tudo, alguns detalhes gramaticais: como dito acima, gênero gramatical e gênero biológico não são a mesma coisa. E sabiam que a nossa língua possui alguns pronomes neutros? A língua portuguesa faz parte do ramo neolatino da família linguística indo-europeia, junto com o espanhol, o francês, o italiano, o romeno e outras línguas menores. E no latim, assim como em idiomas como o russo (diga-se de passagem, no russo existem palavras diferentes para o gênero gramatical e o gênero biológico – a palavra para o primeiro é rod/род, enquanto que a para o segundo é pol/пол), o polonês e o alemão, há o gênero neutro (chamado de gênero médio no russo, ou srednij rod/средний род). Por algum motivo, dentro da língua portuguesa, tal gênero foi com o tempo sendo absorvido pelo gênero masculino, mas alguns resquícios dele sobraram, como é o caso dos pronomes demonstrativos isso, isto e aquilo e as declinações dos mesmos: disso, disto e daquilo (caso genitivo), nisso, nisto e naquilo (caso preposicional) e àquilo (caso dativo). Resquícios de gênero neutro também podem ser encontrados, por exemplo, no inglês por meio do pronome pessoal it e no espanhol por meio dos pronomes demonstrativos eso, esto e aquello. Tendo em vista tal fato, para que ficar criando novos pronomes neutros? Para que ficar inventando moda? Não acham melhor usar os pronomes neutros que já existem em nossa língua? E mais: se acham que vão acabar com o preconceito desfigurando e mutilando a língua portuguesa, eles estão muito enganados. Só irão jogar ainda mais lenha na fogueira. E é por causa de pessoas que falam em tais porcarias que existem pessoas como Bolsonaro, Crivella, Feliciano, Malafaia, Damares e outros dessa estirpe.

E segundo: essa história de linguagem neutra não surgiu do nada. Tem toda uma série de precedentes cujas raízes profundas remontam ao politicamente correto dos últimos 30 anos e todos os “não me toque” decorrentes disso. A partir dai o politicamente correto criou seu próprio projeto de novilíngua limpinha e cheirosinha bem ao estilo 1984, sobre a qual o professor José Paulo Netto fala em palestra de 2012, na qual, entre tantas outras coisas, favela não pode mais ser chamada enquanto tal, agora é tudo comunidade. Negro agora é afrodescendente, índio agora é povo originário, entre outros tantos exemplos. Tipo de linguagem esse que a Professora Lilia Schwarcz, recentemente cancelada nas redes sociais por causa da crítica feita ao novo clipe da Beyoncé, é apologista sob o pretexto de combater o racismo. Segundo as palavras do próprio José Paulo Netto, isso é uma hipocrisia pequeno burguesa que não muda nada na realidade concreta das pessoas e/ou dos lugares em questão. A periferia carioca continua sendo um local miserável, sem água, sem esgoto, cujos habitantes levam uma vida bem precária debaixo do tacão da polícia e da milícia. Os ditos povos originários continuam tendo suas terras invadidas por grileiros, garimpeiros e madeireiros e mortos por jagunços de grandes fazendeiros. E por ai vai. E parafraseando o que foi dito pelo professor mineiro na palestra em questão, não contem conosco para o politicamente correto.

E uma indagação: o terraplanismo, que é advogado por muitos partidários do presidente Bolsonaro, é comumente tido, e com razão, como uma teoria anticientífica. Mas e a ideologia de gênero, que advoga milhares de gênero, gêneros fluídos, a existência de pessoas de gênero não-binário e que para a pessoa o que importa não é o que ela é, mas o que ela acha que é (ou seja, a fantasia subjetiva dela – assim, se fulano de tal acha que é um transformer, então ele é um transformer. E ai de quem disser um piu contrário a isso, que será na hora cancelado), porque que não é vista da mesma maneira? E sendo que eles vivem dando tapas na cara da ciência o tempo todo e não são enquadrados enquanto tais? Por que como disse em artigo anterior, a ideologia de gênero nada mais é que o terraplanismo da esquerda identitária. Eles se queixam dos terraplanistas e a crença deles no formato plano da Terra, sendo que nesse ponto eles não ficam nem pouco atrás deles. É por não tratar essa gente como Napoleões de hospício que esse tipo de coisa acontece.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Filho de Bolsonaro quis repetir no Brasil a descomunização ucraniana (notícia traduzida do russo).

O Deputado do Congresso Nacional do Brasil Eduardo Bolsonaro, filho do Presidente da nação Jair Bolsonaro, propôs proibir o uso de simbologia comunista e nazista.

Ele apresentou ao Parlamento um projeto de lei correspondente. Propõe-se a proibir “a fabricação, comercialização, difusão e demonstração” de coisas com “a imagem da foice e do martelo, da estrela de cinco pontas ou da suástica” com o fim de “propaganda do comunismo e do nazismo”.

Pela violação da proibição se propõe a punir com a pena de prisão o prazo penitenciário de nove a 15 anos, relata a TASS.

Eduardo Bolsonaro também apela para renomear “ruas, linhas, praças, pontes, edifícios e estabelecimentos sociais”, nomes dos quais são associados ao comunismo ou ao nazismo.

O filho do Presidente do Brasil confessou que a ele “inspirou a lei ucraniana”. Ele não esconde que almeja proibir principalmente os símbolos comunistas.

Além disso, o Deputado na verdade equipara os crimes do Holocausto à fome massiva na União Soviética no começo dos anos 1930, que implicou em numerosas vítimas nos territórios da Ucrânia, Bielorrússia, Cáucaso setentrional, região do Volga, Ural meridional, Sibéria Ocidental e Cazaquistão. Ele também atribui à liderança da União Soviética responsabilidade pelo atraso das operações militares na Europa no fim da Segunda Guerra Mundial com o objetivo da formação de um bloco de nações socialistas e a criação da “cortina de ferro”.

Eduardo Bolsonaro é o líder do Comitê da Câmara dos Deputados para Relações Internacionais e Defesa Nacional. Ele segue visões ultradireitistas.

Kiev de todas as formas enfatiza a “oposição” da Ucrânia contra a União Soviética, esquecendo sobre os territórios recebidos da União Soviética, sem os quais não poderia existir a Ucrânia moderna.

Nos quadros da descomunização na Ucrânia houve renomeações de milhares de objetos geográficos e outros, e milhares de monumentos derrubados (1300 deles eram monumentos a Vladimir Lenin).

Meus comentários:

Foto – O tweet de 03 sobre o Projeto de lei 4425/20.

Impressionante notar que tal notícia não tem sido veiculada de forma massiva na imprensa brasileira, enquanto que na imprensa russa houve repercussão e da qual tomei conhecimento por meio do Cristiano Alves, dono do blog A Página Vermelha e do canal do You Tube Vozcom, um dos poucos que estão dando a devida atenção a essa notícia que nós aqui estamos reproduzindo. Na Internet brasileira vi essa notícia sendo divulgada em sites como o TV247, a revista Fórum e o blog da Cidadania do lado da esquerda, e do lado da direita sites e blogs como o República de Curitiba, assim como em sites em francês, italiano, espanhol, inglês e russo. Aposto que se o 03 resolvesse criar uma lei que proíbe o uso da bandeira arco-íris a esquerda brasileira estaria em polvorosa. Diria que era um ataque à democracia e aos direitos humanos fundamentais de determinados grupos minoritários. Pelo visto não foi à toa que Diego Fusaro disse em entrevista do ano passado que as esquerdas atuais deixaram de ser vermelhas para serem cor de rosa e trocaram a foice e o martelo pelo arco-íris.

Primeiro de tudo, é interessante notar que o 03 quer usar da força de um projeto de lei, o projeto de lei 4425/20, para criminalizar o comunismo e o nazismo sob o pretexto de que ambas as ideologias mataram milhões de pessoas no século passado.  Para justificar seu posicionamento, 03 diz que essa medida é para impedir futuros genocídios e chegou ao ponto de postar no Twitter dele duas imagens, uma do Holodomor e outra do Holocausto nazista. E detalhe: a foto atribuída como sendo do Holodomor na verdade é uma foto da fome ocorrida em Madras, na Índia britânica, entre 1876 a 1878.

Foto – O tweet em questão de 03, no qual atribui ao Holodomor uma foto da fome de Madras, ocorrida entre 1876 a 1878.

Mas e o sionismo do qual ele, seu pai e seus irmãos são partidários, como esse fica na equação (há fotos de 02 e 03 em Israel com camisa do Mossad e da IDF)? O sionismo que antes de 1948 colaborou ativamente com os antissemitas tanto da Rússia tzarista (vide encontro de Theodor Herzl com Plehve em São Petersburgo, então capital russa) quanto do caso Dreyfus e da Alemanha nazista (vide acordo Ha’avara, que em grande medida ajudou a viabilizar economicamente a existência de Israel), grupos sionistas de guerrilha como o Irgun, o Haganah e o Lehi (nos quais participaram muitas figuras que depois se notabilizaram na vida política israelense, entre eles Itzhak Šamir, Menachem Begin, Itzhak Rabin e Levi Eškol – e o curioso é que Bolsonaro e os filhos dele muito encheram a boca para falar do passado de Dilma e outros petistas e nunca soltaram um piu sobre o passado guerrilheiro das primeiras lideranças de Israel) promoveram vários atentados e assassinatos antes da fundação de Israel (como o do hotel Rei David em 1946 e o assassinato do conde sueco Folke Bernadotte em 1948). Isso para não falar do que vem fazendo na Palestina desde 1948. Ou seja, criminalizemos apenas quem convém a nós.

Foto – Carlos Bolsonaro com camisa do Mossad e Eduardo Bolsonaro com camisa da IDF em Israel. Foto de 2016.

A propósito, há uma foto de 2016 na qual 02 e 03 desfilam pelas ruas de Jerusalém em que o primeiro veste uma camisa do Mossad e o segundo uma camisa da IDF de Israel. A mesma IDF que cometeu crimes de guerra em ações militares na Faixa de Gaza em 2008/2009 e 2014. Além disso, há fotos do mesmo 03 trajando uma camiseta homenageando o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos principais torturadores da ditadura civil-militar brasileira. O mesmo Ustra que, segundo as palavras de Bozo pai durante a votação do impeachment na Câmara dos Deputados, era o pavor de Dilma Rousseff. Que moral será que o 03 pensa que tem para propor uma lei dessas? Nenhuma.

Foto – Eduardo Bolsonaro com camisa homenageando Carlos Alberto Brilhante Ustra, finado em 2015.

Assim vemos como as peças todas se encaixam. O elo Bolsonaro-Ucrânia fica cada vez mais evidente. Em meio à pandemia da Covid-19, vimos manifestações nas ruas a favor do Presidente miliciano na qual apareceram bandeiras do Pravyj Sektor, um dos grupos paramilitares de Extrema Direita que desempenharam papel decisivo no golpe de Estado do Euromaidan na Ucrânia há seis anos. Por causa de pessoas dessa estirpe que o povo da Crimeia quis voltar a ser parte da Rússia e os russos étnicos da Ucrânia oriental proclamaram as Repúblicas de Donetsk e Lugansk. E sem esquecer as mensagens no Twitter nas quais a Sara Winter disse que era preciso “ucranizar” o Brasil.

Foto – A bandeira rubro-negra do Setor de Direita em manifestação pró-Bolsonaro. São Paulo, 2020.

A presença da bandeira do Setor de Direita (segundo matéria do blog da Cidadania de junho foi trazida pelo instrutor de segurança Alex Silva (residente na Ucrânia desde 2014 e que veio ao Brasil para abrir uma filial de academia de tiro e táticas militares) em manifestações bolsonaristas não passou despercebida. Veículos de comunicação como a Revista Veja e o blog da Cidadania reportaram tal ocorrido na ocasião. E em resposta à Veja o embaixador da Ucrânia no Brasil, Rostyslav Tronenko, publicou uma nota na qual afirma que tais símbolos não tem nenhuma relação com neonazismo, que a bandeira rubro-negra simboliza a terra ucraniana e que seu uso remonta ao século XVI por cossacos e que o tridente é o brasão oficial do Estado ucraniano desde os tempos de São Vladimir de Kiev (isso sendo que o estado ucraniano moderno é uma construção do século XX). Para respondê-lo, usemos o jacaré do bom e velho Brizola. A bandeira em questão usa as cores da do Setor de Direita (que por sua vez também são as mesmas usadas pela colaboracionista OUN-UPA na Segunda Guerra Mundial), usa essas cores em conjunto com o tridente ucraniano na mesma estética do Setor de Direita e estava no meio de uma manifestação em favor de um político de extrema direita. Como essa bandeira não é a do Setor de Direita, e como ela, dado o contexto em questão, não está vinculada a movimentos e políticos de extrema direita? Ainda mais quando vemos que o terceiro filho desse mesmo político em questão quer introduzir no Brasil uma lei que criminaliza o nazismo e o comunismo baseada na lei existente na Ucrânia?

E, diga-se de passagem, mais uma vez o governo Bolsonaro destila sua macaquice, já que se trata de uma lei que existe em países da Europa oriental como a Ucrânia, a Letônia e a Lituânia (na primeira desde 2015, na segunda desde 2013 e na terceira desde 2008), que servem basicamente para blindar os colaboradores dos nazistas desses países todos ao mesmo em que fazem de Hitler um boi de piranha. Ou seja, Hitler, Goebbels, Goering, Hess, Rosenberg e companhia limitada são jogados para serem devorados pelas piranhas, enquanto que Bandera, Šukhevič e outros colaboradores locais dos nazistas atravessam o rio ilesos (os quais inclusive chegaram a formar divisões da Waffen SS). No caso brasileiro, vão criminalizar por meio dessa lei esdrúxula figuras como Lula, Brizola, Jango, João Amazonas, Nelson Werneck Sodré e Luís Carlos Prestes e ao mesmo tempo serão acobertados Sílvio Frota, os terroristas do atentado ao Riocentro em 1981, o coronel Ustra e outros torturadores do período civil-militar, os assassinos da Marielle, o Ronnie Lessa, o Adriano da Nóbrega e outros milicianos amigos da família Bolsonaro. Esses vão ser os bois que atravessarão o rio sem arranhão algum.

Ou seja, estamos caminhando para uma situação na qual você poderá desfilar tranquilamente pelas ruas vestindo uma camisa homenageando o coronel Ustra e até mesmo bandeiras de grupos de extrema direita como o Setor de Direita, ao mesmo tempo em que pode pegar de 9 a 15 anos por usar a foice e o martelo ou a suástica.

Eu, particularmente, acho o 03 pior e bem mais perigoso que o próprio pai. Ele, que chegou a falar em um novo AI-5 e que bastava um cabo e um soldado para fechar o Congresso. Também foi indicado por Steve Bannon (de cuja prisão nós não comemoramos, diga-se de passagem, por tratar-se de uma clara demonstração de força do Deep State norte-americano – que é muito pior que qualquer Bannon da vida) para ser o líder sul-americano do The Movement, a internacional de extrema direita capitaneada por Steve Bannon. Que é o verdadeiro ministro das relações exteriores do governo Bolsonaro, sendo Ernesto Araújo um mero boneco de ventríloquo. E que chegou a ser cotado para ser o embaixador do Brasil em Washington por seu próprio pai e que na época foi ridicularizado por ele ter sido um mero fritador de hambúrgueres enquanto morou nos EUA  e por seu péssimo inglês, sendo que tratou-se de uma clara manobra para criar um elo direto da família Bolsonaro com a extrema direita norte-americana e europeia, com Bannon e com o Olavo de Carvalho (vulgo Sidi Muhammad Ibrahim Isa). E o pior é que a esquerda, nessa e em tantos outros episódios, caiu nessa isca jogada pela direita.

Foto – Eduardo Bolsonaro e Bannon juntos em 2018, no aniversário do líder do The Movement.

Fontes:

Bannon anuncia Eduardo Bolsonaro como líder sul-americano de movimento de direita populista. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/02/bannon-anuncia-eduardo-bolsonaro-como-lider-sul-americano-de-movimento-de-ultradireita.shtml

Carta da Embaixada da Ucrânia ao diretor de redação da Veja. Disponível em: https://brazil.mfa.gov.ua/pt/news/carta-da-embaixada-da-ucrania-no-brasil-ao-diretor-de-redacao-da-veja

Dono de bandeira neonazista treina grupos paramilitares. Disponível em: https://blogdacidadania.com.br/2020/06/dono-de-bandeira-neonazista-treina-grupos-paramilitares/

Eduardo Bolsonaro apresenta projeto de lei em que tenta equiparar comunismo ao nazismo. Disponível em: https://www.brasil247.com/brasil/eduardo-bolsonaro-apresenta-projeto-de-lei-em-que-tenta-equiparar-comunismo-ao-nazismo

Eduardo Bolsonaro: falsificador dublê da história. Disponível em: http://apaginavermelha.blogspot.com/2020/09/eduardo-bolsonaro-falsificador-duble-de.html

Esteban Hernandez – Entrevista com Diego Fusaro: idiotas de esquerda combatem um fascismo inexistente e aceitam o mercado. Disponível em: https://legio-victrix.blogspot.com/2020/08/esteban-hernandez-entrevista-com-diego.html

La historia de los líderes de lo terrorismo sionista-israeli (em espanhol). Disponível em: https://www.nodo50.org/pretextos/isrrael1.htm?fbclid=IwAR1kCpchrHJoIoVhmaVBcoc4jSyIL3nEjrKSVqlpGTKK6hzKhHvuRnONGf0

Сын Болсонару захотел повторить в Бразилии украинскую декоммунизацию (em russo). Disponível em: https://vz.ru/news/2020/9/2/1058127.html

The hidden history of Zionism (em inglês). Disponível em: https://mail.islam-radio.net/historia/zionism/schoenman_zionazi.html

Zionism and anti-Semitism: a strange alliance through history (em inglês). Disponível em: https://mail.islam-radio.net/historia/zionism/zistrngallianc.html

terça-feira, 1 de setembro de 2020

A Bela Adormecida - como o mundo do cinema estimula a tolerância (matéria traduzida do russo)

Depois que a criadora do desenho “A casa da coruja” Dana Terras contou sobre a bissexualidade da heroína principal, ficou finalmente claro: o carro chefe de Hollywood, o estúdio “Disney”, seriamente se ocupa com o ensino da tolerância junto às crianças e adolescentes. O “Izvestja” fez seu top-filmes sobre personagens não tradicionais, ao mesmo tempo esclarecendo junto aos especialistas que os filmes de família da “Disney” é indesejável ver na infância, e é melhor incutir tolerância a outros telespectadores, que já tem experiência na esfera sexual.

«A Bela e a Fera»

Antes do lançamento do remake do desenho homônimo com Emma Watson e Dan Stevenson nos principais papeis os criadores dele anunciaram que um dos personagens do conto é gay.  Em algum momento o herói de nome Le Fou de fato começa a experimentar sentimentos carinhosos em relação a seu camarada. Pelas palavras do diretor, o ativista LGBT Bill Condon, a aparição de tal herói é um tributo à memória do compositor, autor de canções da “Bela e a Fera” Howard Ashman, que era um gay assumido. Na América o filme passou bem, apenas um proprietário de um cineteatro particular no Alabama recusou a alugá-lo. Ele motivou sua decisão pelo fato de que levar seus netos a tal conto ele não pode, o que significa que a outras crianças mostra-lo não vale a pena. Na Rússia o filme saiu com a indicação 16+. O deputado Vitalij Milonov dirigiu-se ao Ministério da Cultura com a solicitação de verificar os cinemas sobre o assunto da propaganda do homossexualismo, mas se limitou a isso.

«Bob Esponja»

O estúdio Nickelodeon tornou gay o favorito das crianças, o herói de desenho animado Bob Esponja. Depois dos episódios nos quais Esponja vestiu-se em roupa feminina, os criadores do filme começaram a receber cartas de pais indignados, porque assimilaram o Bob Esponja como um rapaz. Os partidários da nova hipóstase objetaram que as esponjas marinhas são hermafroditas, de modo que à Esponja são estranhos preconceitos de gêneros. Mais uma parte dos espectadores a orientação do herói não surpreendeu – eles reconheceram que exatamente sempre assim pensaram sobre ele. Mas a maioria acusou o estúdio de que ele tenta reescrever a história do personagem em nome dos interesses LGBT. “Na infância eu não pensei sobre com quem dorme o Bob Esponja, eu simplesmente tinha empatia por ele”, escreveram usuários do Twitter. Na Rússia o filme recebeu a indicação 12+ e escapou de quais repreensões de imoralidade.

«Girl»

A estreia cinematográfica do diretor de 27 anos da Bélgica Lukas Dhont conta a história da jovem Lara, que sonha em se tornar bailarina. Ela nasceu como garoto, mas quer mudar o gênero. Na espera da operação ela viu-se obrigada a se disfarçar com a ajuda de uma fita adesiva, para que em uma academia de balé de prestígio não suspeitassem de nada. Nas filmagens do diretor inspirou a história real da dançarina-transexual Nora Monsecour, ela mesma ajudou no trabalho com o roteiro.

Na Rússia as mostras ocorreram de forma tranquila –disponibilizaram o filme para locação, atribuindo a indicação 18+. E no Ocidente desencadeou um escândalo. Apesar de que o filme recebeu um conjunto de prêmios de prestígio e foi indicado pela Bélgica ao “Oscar”, na sociedade transgênera ele gerou crítica. Acusaram o filme de que o executor do papel principal Viktor Polster, assim como o diretor e coautor de roteiro Angelo Tijssens não são transexuais, em relação com que o filme é cheio de falsos estereótipos. É um paradoxo, mas o conto sobre o transgênero caiu no gosto de pessoas comuns, ao invés daqueles por cujos direitos ele se posicionou.

«A garota dinamarquesa»

Na contagem desse filme do diretor Tom Hooper – sucesso no concurso do Festival Internacional de Cinema de Veneza, quatro nomeações da Academia Americana de Cinema e cinco dos acadêmicos de cinema da Britânia. Na Rússia homens saíram das seções de “A garota dinamarquesa” desafiadoramente.

Como no caso de “Girl”, na base do roteiro do filme – uma história real da primeira mulher-transgênera do mundo Lili Elbe. Segundo a trama, a artista Gerda pede a seu marido Ejnar posar para ela de vestido e meias, quando o modelo dela não vem para a sessão. Com o tempo Ejnar se acostuma ao papel e entende: ele veio ao mundo como homem por engano. Esta película, tal como “Girl”, melhor entenderam os naturais. Na opinião de críticos LGBT, depois da apresentação do filme têm-se a impressão de que o problema não está na natureza do herói principal, mas em um caso elementar. O que contradiz a tendência da comunidade LGBT de que inclinações particulares são dadas às pessoas no nascimento.

«Bohemian Rapsody»

Mais um filme-biografia sobre o vocalista do grupo Queen Freddy Mercury. O enredo do filme ganhador do Oscar do diretor Brian Singer foi completamente deslocado para a bissexualidade do ídolo pop. Sobre que Freddy Mercury de início amou Mary Austin e a considerava sua esposa, e então começou a experimentar atração por homens, era sabido. Revoltou os fãs do grupo que praticamente todo o filme foi dedicado a esse lado da vida dele, em especial a cena chave beijando o ídolo pop com um homem os revoltou. A Internet russófona deslumbra pelas referências sobre que nessas imagens das salas de cinema com revolta retiraram-se os espectadores do sexo masculino. As damas reagiram às inclinações do ídolo pop de forma bem mais pacífica.

Apenas para adultos

No caso de filmes adultos do tipo “Bohemian Rapsody” e “A garota dinamarquesa”, a questão da admissão ao aluguel é resolvida de forma simples. Conforme explicou ao “Izvestja” no Ministério da Cultura, existem regras claras: se o filme contem informação sobre relações sexuais não tradicionais, a ele será atribuído a marcação etária 18+. Já no caso de “Bob Esponja”, “A Bela e a Fera” e o vindouro “Casa da Coruja” o caso é mais complicado. Na Rússia pode-se ensinar a tolerância apenas junto a cidadãos maiores de idade, e em relação a crianças e adolescentes vigora a lei sobre a proibição da propaganda do homossexualismo entre menores de idade. Visto que o cinema é um instrumento eficaz de propaganda, não devem estar lá cenas de tipo similar.

“Que o príncipe continue a beijar a Bela Adormecida, mas que faça isso de forma casta. Nós não queremos que a princesa se encontre outra princesa como par”, discutem os usuários da Internet. Do ponto de vista da psicologia infantil tal abordagem é justificada, consideram os especialistas.

- Se alguma novidade surge da qual a criança ainda não observa na vida real, ela dificilmente irá contribuir ao desenvolvimento dela. E aqui pode criar problemas. Tudo deve ser no contexto da idade e dos objetivos do desenvolvimento, - esclareceu a diretora da cadeira de psicologia da idade da Universidade Estatal de Moscou Olga Karabanova.

Cinema para todos

Os filmes da Disney com personagens não tradicionais nesse contexto não se encaixam. Mas atribuir a eles a categoria 18+ significa privar os filmes do status familiar. Então você é obrigado a manobrar, bem lá as cenas relevantes são apresentadas de forma tão delicada que é complicado à criança ignorante entender, sobre o que fala, e na disposição dos distribuidores há os status intermediários 12+ e 16+. Nessa idade, na opinião da psicóloga, o ensino da tolerância acontece de forma mais bem sucedida, visto que junto aos adolescentes já há determinados conhecimentos na esfera sexual. Entretanto, considera Olga Karabanova, para fazer a escolha é necessária uma idade mais madura.

Julgando pelos anúncios o projeto “Casa da Coruja” é cinema para adultos, mas no escritório de representação russo da companhia “Disney” não começou a falar sobre o aluguel vindouro. Nota-se que não vendo o filme é complicado julgar sobre o grau de periculosidade dele. Uma fonte no estúdio explicou que, bem provavelmente, o filme não vai ser lançado em ampla distribuição, o exibirão no canal televisivo.

Com o pedido de avaliar a tendência americana à tolerância sexual o “Izvestja” procurou a “Sojuzmultfilm”. Os representantes da companhia recusaram-se a conversar. Entretanto, a tolerância aos diferentes começa a formar a produção russa em seus trabalhos. Os novos projetos do estúdio “A zebra no cubículo” e “A vaca laranja” são criados em vistas à exportação no exterior. Segundo as palavras do diretor geral do estúdio Boris Maškovcev, estes filmes são imediatamente elaborados como cinema universal no bom senso, compreensível em qualquer país.

Fonte: https://iz.ru/1052518/natalia-vasileva-adelina-pavlov..

Meus comentários:



Foto – A diferença entre tolerância e aceitação, por Herbert Garrison.

Lembram que o Bolsonaro em 2018 muito falava em kit gay e mamadeira de piroca nas propagandas e discursos dele? Pois bem, desse kit gay que envolve grandes conglomerados internacionais do ramo do entretenimento como Disney, Netflix e Nickelodeon ele não fala. Por que será que o nosso Presidente miliciano assim age?

E, diga-se de passagem, que fique bem claro o seguinte: o que esses conglomerados de entretenimento promovem não é tolerância a determinados grupos, mas aceitação. Querem que aprovemos a conduta de tais grupos e as incentivemos, e quem disser um piu contrário a isso será cancelado pelo gabinete do ódio da esquerda identitária sem dó nem piedade sob rótulos do tipo homofóbico, transfóbico, preconceituoso, racista, machista, misógino, nazista, fascista, stalinista, maoísta, chavista, castrista, baathista, fundamentalista religioso, fanático, adepto da KKK e tantos outros afins. E esse tipo de atitude é o que inexoravelmente ajuda a alimentar gente como Malafaia, Feliciano, Crivella, Bolsonaro e outros dessa estirpe.

Interessante notar que nesse filme da Bela e a Fera de 2017 a protagonista do filme foi interpretada pela Emma Watson, que é apoiadora do movimento Black Lives Matter (basta visitar as contas dela em redes sociais e você verá isso) e que no episódio do cancelamento da J. K. Rowling resolveu fazer média com as militâncias politicamente corretas que a cancelaram nas redes sociais, quando não só ela, como também atores que participaram das adaptações cinematográficas de Harry Potter como Daniel Radcliffe (que depois do incidente passou a ser visto por tais militâncias como aquele que realmente escreveu Harry Potter – quero ver se eles vão continuar a assim pensar depois que o próprio Radcliffe resolver sair da linha deles, a propósito), deveriam ter feito é sair em defesa dela. Pois foi graças às obras da escritora britânica que ela alcançou a projeção que tem hoje, além do fato dela não se dar conta de que a bomba que ontem explodiu no colo da mãe do Harry Potter cedo ou tarde irá explodir no colo dela. Inexoravelmente, chegará a hora de ela passar maus bocados nas mãos do gabinete do ódio da esquerda identitária, e isso é questão de tempo.

E sobre o Bob Esponja, eu não entendo o que a Nickelodeon ganha com isso. Será que ela quer fazer um agrado a tais militâncias, ou será que há outros caroços mais nesse angu? Nas três primeiras temporadas e mesmo nas primeiras após o primeiro filme, Bob Esponja era um desenho de humor sofisticado e textos inteligentes para cada episódio (tanto que há alguns meses escrevemos um artigo sobre o episódio “Reinado de idiotas”, da 4ª temporada do desenho criado pelo finado Stephen Hillenburg), enquanto que nas últimas temporadas o declínio do texto das histórias é bem visível, praticamente só palhaçadas e bobeiras. O fato é que nesses episódios mais recentes não sinto o mesmo brilho dos episódios das primeiras temporadas. Teria alguma relação umbilical a lacração da Nickelodeon com a idiotização e imbecilização do roteiro dos episódios das últimas temporadas do Bob Esponja?

O fato é que hoje estúdios como a Disney, o Netflix e a Nickelodeon embarcam com tudo na onda da lacração, enquanto que há duas décadas e meia a TV americana pensava duas vezes antes de veicular esse tipo de conteúdo (vide as pesadas censuras que Sailor Moon recebeu nos EUA, na América Latina [Brasil incluso] e na Europa por causa da presença de personagens de orientação sexual não tradicional, como o caso das lésbicas Haruka e Mičiru, respectivamente a Sailor Urano e a Sailor Netuno, e o do personagem Zyosite, que foi transformado em mulher em países como os EUA e o Brasil). E ainda tivemos o caso do Netflix que dentro em breve irá veicular uma série que claramente faz apologia da pedofilia, “Cuties”. Diga-se de passagem, não vi a esquerda identitária (ou como os chineses carinhosamente a chamam, báizuŏ [白左, esquerda branca]) que tanto se indignou com o recente caso da garota de 10 anos que teve que abortar por uma questão de vida ou morte soltar um único piu sobre isso.

Eu cresci assistindo a desenhos como He-Man, Caverna do Dragão e Thundercats, os quais ao mesmo tempo em que passavam mensagens positivas ao público também tinham toda uma parte de ação que o cativava e apresentavam personagens marcantes e singulares, assim como seriados de humor pastelão como Chaves e Chapolin (originalmente El Chavo del Ocho e El Chapulín Colorado, respectivamente) e seriados live-action como Jaspion, Changeman e Kamen Rider Black. Posteriormente, já no boom dos animes dos anos 1990 e 2000 na TV brasileira, assisti a animações nipônicas como Cavaleiros do Zodíaco (originalmente Saint Seiya), Samurai Warriors (originalmente Samurai Troopers), Street Fighter II Victory, Fly: o pequeno guerreiro (originalmente Dragon Quest: Dai no Daibouken), Dragon Ball (todas as fases), Samurai X (originalmente Rurouni Kenšin), Inuyaša, Yu Yu Hakušo, Nightwalker e outros tantos, assim como desenhos de crítica social direcionados a uma audiência mais madura como Família Dinossauro, Simpsons e South Park e humorísticos como o programa chileno 31 Minutos (que segue a uma linha humorística similar a do Chaves e do Chapolin, só que usando fantoches no lugar de atores de carne e osso). Como também joguei jogos como Street Fighter, Mortal Kombat, Fatal Fury, os vários Super Mario, Turok, 007 versus Goldeneye, Banjo-Kazooie, Banjo-Tooie e outros tantos. E mais recentemente, tive contato via Internet com desenhos dos tempos soviéticos, todos eles inéditos no Brasil, tais como “Umka”, “Mamãe para o mamutinho” (originalmente “Mama dlja mamontënka/Мама для мамонтёнка”), a versão soviética do conto “A rainha da neve” e “O tigrinho no girassol” (originalmente Tigrënok na podsolnukhe/Тигрёнок на подсолнухе). Que igualmente passavam tais valores.

Eu tive acesso a essas e outras produções em minha juventude. Mas e meus futuros filhos que ainda estão por vir, assim como meus sobrinhos e filhos de amigos e amigas, o que será que eles terão que engolir? Serão esses os desenhos e seriados que nossos filhos, netos e bisnetos terão que assistir (e isso sem contar com youtubers e influenciadores digitais como Felipe Neto e outros dessa estirpe, igualmente venais)?

O meu maior receio quanto a toda essa história de lacração em desenhos animados, videojogos, séries e filmes não é nem tanto a veiculação de propaganda de sexualidade não tradicional em si mesma, mas o que pode vir a acontecer depois (algo que de certa forma “Cuties” confirma). Ou seja, de daqui um tempo estúdios como a Disney, a Nickelodeon e o Netflix resolverem dobrar, quiçá triplicar a aposta, ficarem cada vez atrevidos e ousados e começarem a veicular nas produções deles coisas ainda mais pesadas, incluindo pedofilia, zoofilia, necrofilia e transhumanismo. E ainda fazendo apologia disso tudo, quer seja aberta, quer seja velada. E nessa brincadeira toda transformando personagens como o Patrick Estrela e o Aang de Avatar em adeptos de alguma dessas parafilias. E a hora em que isso ocorrer, uma coisa é certa: a esquerda báizuŏ e movimentos a ela ligados terão uma culpa imensa no cartório, em sua ânsia por lacrar e por justiça social sem ligar para as consequências da brincadeira. Quem irá limpar toda a sujeira depois que os portões do inferno forem abertos? Ou será que vão gostar da coisa sob o pretexto da inclusão, da representatividade de minorias sexuais e da justiça social?

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Transhumanismo e a volta de Kamen Rider Black (dois textos traduzidos do russo).

O ideal do transhumanismo - a tentação de se tornar Deus sem ser Deus.

Sabem, há tal observação, quando os animais, nossos menores irmãos, se comunicam com o homem, eles se humanizam – entendem o idioma, manifestam suas emoções. Também o homem, quando ele na Igreja se comunica com Deus, ele mesmo se torna semelhante a Deus.

Mas o mundo moderno propõe um embuste. A cultura de massas impõe a diversão e o prazer: viva intensamente, morra jovem. Para isso todos os meios são bons: diversões, narcóticos, sexo desordenado, homossexualismo. E como resultado o homem se torna depravado, que matou sua alma. A própria cultura tradicional propõe outro modelo de comportamento: é preciso estudar, trabalhar, restringir-se, corresponder aos padrões morais. E apenas tal vida leva a bons frutos.

- A revolução comportamental de muitas maneiras destrói a família tradicional...

- É observado que no casamento é fácil ou na primeira metade da vida, ou na segunda. Se na primeira metade é fácil, significa que as pessoas vivem para si, pela satisfação. E na segunda metade da vida eles colhem frutos amargos: não têm crianças, começam as doenças, eles não necessários a ninguém, e eles já não se amam entre si, por que na base do casamento deles se encontra apenas o princípio sexual, animal. Quando um cônjuge adoece, o outro o abandona ou encontra um substituto mais jovem que ele. Tudo termina na solidão e no vazio.

Mas na cultura tradicional as pessoas na primeira metade da vida, enquanto elas são jovens, enquanto elas têm forças, trabalham, geram e educam crianças. E a segunda metade da vida eles desfrutam com os frutos de seus esforços. Eles vivem cercados por cuidado, eles têm netos. Eles se deleitam com uma velhice longeva. A cultura tradicional dá os frutos em vida.

Fonte: postagem do grupo do VK Volk Gomofob/Волк Гомофоб, 23/08/2020.

Aleksandr Dugin: Transhumanismo – ideia diabólica, sentença de morte à humanidade
É a transição a uma época de ciborgues, híbridos, mutantes, quimeras e virtual, apenas a Tradição salva as pessoas.

A tendência do transhumanismo ganha popularidade em todo o mundo, principalmente no Ocidente, onde ela surgiu. O símbolo dela é um círculo com a letra latina H – de human, humano – e o emblema Plus: “H+”.

O que esta tendência da moda, que traz a ideia de progresso até o fim lógico, promete a seus adeptos e com o que ele ameaça a todas as pessoas, explica o filósofo e politólogo Aleksandr Dugin.

O transhumanismo prevê a criação com base na espécie humana de criaturas mais perfeitas – por meio do uso de todos os meios do progresso tecnológico. “É alcançar por meio do aperfeiçoamento de todas as partes do organismo humano por meio da mudança deles para peças artificiais, indistinguíveis das partes do corpo e dos órgãos internos. Aqui mesmo pertencem à tecnologia imitações da criação ou da inscrição da criação em portadores separados – cartografia, mapeamento do cérebro. As mais novas descobertas na área da estrutura do genoma permitem empreender o ajustamento dos organismos (melhorar as qualidades deles) e no nível básico”, - enumera o filósofo.

Dessa forma, consta Dugin, fala-se, nem mais nem menos, sobre a criação da “pós-humanidade,  que será livre de doenças, imperfeições e no fim das contas alcança a imortalidade física”. Presume-se que o corpo pode ser “alterado ou corrigido”, e depois de um tempo “imprimir em três impressoras D”, e “as redes virtuais se tornam um novo meio de habitação, gradativamente empurrando por completo a realidade habitual para nós”.

O filósofo adverte que o transhumanismo não é simplesmente uma ocupação de excêntricos, designers ou fanáticos do progresso tecnológico. É o “vetor resultante dos últimos séculos, quando a humanidade acreditou seriamente no mito do progresso e evolução”. Portanto, o “H+” é “a última conclusão lógica de toda a época da Nova Era, a Moderna”.

A ideia principal da Moderna, lembra Dugin, era a libertação do homem de todas as limitações que o amarram. De início da religião, das tradições, da sociedade estamental. Depois, caíram sob o golpe o Estado e a Nação, que os liberais tentam substituir na sociedade civil. Depois – “aboliram a ideia normativa sobre os gêneros e a família normal, legalizando as mais diversas formas de mutações de gênero e deturpações”.

E tudo isso passou, consta o filósofo, no campo da aparição e aperfeiçoamento de novas formas de produção, tecnologia de computação, sucessos na programação e síntese de novos materiais. Como resultado gradativamente a ideologia e a tecnologia se fundiram em algo inteiro e indivisível: o progresso tecnológico se tornou um fator ideológico, e a ideologia, por seu turno, se tornou nada mais que uma tecnologia, com o que se explica a mudança pelos estrategistas políticos das classificações de formas da política.

Assim as pessoas do Ocidente “se aproximaram da última fase da libertação da humanidade das fronteiras que o limitam: no Ocidente já não têm religião, nem Estado no sentido pleno da palavra, nem hierarquia política, nem famílias normais”.

Em outras palavras, todas as formas de superação dos limites – ou seja, de transgressão – foram completamente atravessadas. Restou fazer apenas um passo final – atravessar a fronteira da própria espécie humana. Isso é o “H+” – a última palavra do liberalismo. Portanto, o transhumanismo, sublinha Dugin, “não é um estranho fenômeno colateral do desenvolvimento tecnológico, é o fim lógico da Nova Era, nós deveríamos se aproximar disso – para a época dos ciborgues, híbridos, mutantes e quimeras, e nós estamos nos aproximamos disso”.

Dugin não duvida que nos dias de hoje a maioria esmagadora da humanidade não está pronta para se transformar em ciborgues ou mutantes, entretanto “quem o pergunta, é a maioria da humanidade?”

“Toda a história é feita pelas elites. As massas nunca estão preparadas para nada. Mas isso não tem absolutamente nenhum sentido. Não estão prontas – preparam-nos, tanto que ninguém nota”, reconhece o filósofo.

Dugin está convencido de que “o transhumanismo é inevitável nesse caso, se nós aceitarmos a tendência principal da Nova Era – fé no progresso, desenvolvimento e aperfeiçoamento da humanidade”.

“Esta religião – mais precisamente, pseudoreligião – do progresso introduziu na Europa e no mundo a Iluminação – ele lembra. – Gradativamente esta heresia substituiu ou empurrou para a periferia todas as formas tradicionais de religião, sobretudo o cristianismo“.

O filósofo adverte que nesse caminho do progressivo é impossível ficar no meio do caminho: “Dizendo ‘a’, nós somos forçados a dizer ‘b’, ‘v’, ‘g’ e todas as outras letras do alfabeto. ‘H+’ é a última letra. Depois se inicia o idioma de computador”.

A luta de princípios contra o transhumanismo conduzem os tradicionalistas coerentes e fundamentais, que rejeitam não apenas esta última mutação, mas toda a Moderna – a própria ideia de progresso, desenvolvimento, mapa científico do mundo, democracia e liberalismo. Como observa Dugin, eles “aprovaram e aprovam Deus, a Igreja, o Império, os Estamentos, a Potência e os costumes populares”, entendo muito bem que “o mundo moderno – isso não é progresso, mas resultado da decadência, o reinado do Anticristo”. Portanto, avisa o filósofo, lutar contra o ‘H+’, a última transformação da Moderna, aceitando outros lados dela, é sem sentido. Isso significa que “se nós quisermos mudar nosso destino, é voltar ao passado e entender em que lugar nós cometemos o erro fatal”.

No fim o filósofo avisa que o transhumanismo é o processo de cujas mãos: “A crença sagrada confirma que o diabo pode de quase tudo. Mas ele não pode criar o homem. Ele é capaz apenas de parodiá-lo, criar um simulacro dele. ‘H+’ – é obviamente um plano dele”.

Fonte: https://tsargrad.tv/articles/aleksandr-dugin-transgumanizm-djavolskaja-zateja-smertnyj-prigovor-chelovechestvu_25615

Meus comentários:

HENŠIN!!!!

Gostaria de aproveitar a presente postagem dupla para falar de uma famosa série japonesa que fez grande sucesso aqui no Brasil na primeira metade dos anos 1990, Kamen Rider Black. Pois no próximo domingo, dia 30 de agosto de 2020, teremos a reestreia na TV brasileira de Kamen Rider Black após um hiato de 26 anos, dessa vez pela Rede Bandeirantes.  O licenciamento do seriado nipônico ficou por conta da Sato Company, do empresário nipo-brasileiro Nelson Sato (o mesmo que na época do boom dos tokusatsu no Brasil após o sucesso de Jaspion e Changeman trouxe para cá Cybercop, em 1990). Black será veiculado no horário das 11h50, entrando no lugar de Jaspion, que teve seus 46 episódios concluídos concluído no último domingo.

Kamen Rider Black é a oitava série de toda a franquia Kamen Rider, criada pelo famoso mangaká Šotaro Išinomori (1938 – 1998) nos anos 1970, e foi veiculada na TV japonesa entre 4 de outubro de 1987 a 9 de outubro de 1988, com 51 episódios ao todo e mais dois filmes. Black ainda foi a única série da franquia Kamen Rider que teve uma sequência direta, Kamen Rider Black RX, com 47 episódios mais um filme.

Foto – Black contra Shadow Moon.

Três anos após sua conclusão na TV nipônica, mais precisamente em 22 de abril de 1991, foi a vez de Kamen Rider Black dar o ar de sua graça na TV brasileira, sendo dublado no estúdio da finada Álamo e exibido na também finada Manchete. Na época, Black veio licenciado pela Everest Vídeo (posteriormente Tikara Filmes) junto com Spielvan (aqui chamado de Jaspion 2 – que era a grande aposta da finada licenciadora na época) e Maskman, os quais por sua vez tiveram uma repercussão mediana por aqui. A exibição de Black na TV brasileira pela Manchete durou até 15 de julho de 1994.

Mas espere, o que seriados tokusatsu e transhumanismo têm haver, alguém me perguntaria? Aparentemente, não tem nenhuma relação. Mas, se examinarmos bem, veremos que esse tema foi abordado em várias dessas séries (tanto inéditas quanto aqui exibidas), e o Kamen Rider Black é uma delas.

Kamen Rider Black conta as aventuras de Issamu Minami (originalmente Kohtaro Minami), interpretado por Tetsuo Kurata e dublado no Brasil por Élcio Sodré (o mesmo dublador de personagens como Den Iga/Sharivan em Sharivan, Oyobu em Maskman, Horácio Gomez Bolaños em várias produções dos seriados Chespirito, Širyu de Dragão em Cavaleiros do Zodíaco, César da luz em Samurai Warriors, Akalanata de Fudomyoh em Šurato e Borat no filme homônimo), que junto com seu irmão adotivo Nobuhiko Akizuki nasceu durante um eclipse solar e que foram destinados a disputarem pelo título de Imperador Secular da seita satânica Gorgom. Durante a noite do aniversário de 19 anos deles, os dois foram sequestrados pelos Gorgom, que depois de transformá-los em Imperadores Seculares almejava força-los a lutarem entre si para ocupar o lugar do moribundo Grande Rei. Issamu seria transformado em Black Sun e Nobuhiko em Shadow Moon, respectivamente. E para isso, nos corpos dos dois foram implantadas uma pedra chamada King Stone, que confere grandes poderes ao seu portador. Mas, ao contrário de Nobuhiko que não pode ser salvo, Issamu conseguiu fugir antes da transformação dele ser concluída (via lavagem cerebral), e após ser perseguido e atacado pelos três sacerdotes de Gorgom (Pérola, Danker [originalmente Darom] e Baraom), transforma-se em Kamen Rider Black, o qual passa a usar o poder a eles concedido pelos Gorgom para justamente lutar contra eles e o projeto de dominação da Terra deles.

Foto – Os sacerdotes de Gorgom, com Taurus (originalmente Birugenia) ao meio.

Diferente de outras séries antes exibidas por aqui, Kamen Rider Black tinha uma trama mais sombria e pesada, o que em grande medida ajudou a não apenas atrair a atenção do público na época depois de tantas séries com tramas mais leves. E, além disso, os vilões da vez, os Gorgom, não eram bem um Império maligno como o Gozma em Changeman, o Império dos Monstros em Jaspion e o Império Subterrâneo Tube de Maskman. Tinha mais ares de uma seita satânica, mas que ainda assim tinha seus planos de dominação do plano terreno, cujos planos chegaram a envolver, entre tantos outros, atiçar a cobiça da humanidade em ouro e imbecilizar a humanidade usando uma cantora juvenil de sucesso como vetor.

Algo também digno de nota em Kamen Rider Black é uma presença massiva de colaboradores humanos nas fileiras dos Gorgom, enquanto que em outras séries estes aparecem de forma mais esporádica e pontual (vide o Doutor Kamasawa nos episódios 13 e 14 de Changeman e em Jaspion o Zamurai no episódio 19 e o Silk e a gangue dele no episódio 31). O mais notável deles é o Doutor Kuromatsu, que foi interpretado no Japão por Susumu Kurobe (notório por ter interpretado nos anos 1970 o Hayata nas séries Ultraman) e dublado no Brasil pelo finado João Paulo Ramalho (uma voz muito comum em produções dubladas pela Álamo nos anos 1980 e primeiro metade dos anos 1990; emprestou sua voz a personagens como Aburamu em Jiraya, Imperador Neroz em Metalder, Doutor Jean Marie em Jiban, Lúcifer no quarto filme de Cavaleiros do Zodíaco e Hadler [primeira voz] em Fly: o pequeno guerreiro, além de ter sido o principal dublador de Chuck Norris em São Paulo).

Kuromatsu é um cientista, professor da Universidade de Tohto e ganhador do prêmio Nobel da paz, que era o encarregado de transformar os humanos em monstros mutantes. Usa seu trabalho na Universidade como um santuário para os mutantes de Gorgom e como laboratório para conduzir suas experiências mutantes. Diga-se de passagem, os 17 primeiros episódios da oitava série da franquia Kamen Rider dão justamente ênfase a tais elementos, que agiam como se fosse uma quinta-coluna a serviço de Gorgom na Terra (os quais por sua vez no primeiro terço da série adotam uma estratégia de ação mais sorrateira e discreta). Todos eles (incluindo Kuromatsu) almejando serem reconstruídos como monstros mutantes e poderem desfrutar de vida eterna como monstros de Gorgom. Tal forma de atuação por parte dos Gorgom dura até o episódio 18, quando Kuromatsu é morto pelos sacerdotes de Gorgom e tem sua imagem usada pelo espadachim Taurus (Birugenia no original). Após a morte de Taurus no episódio 35 e o despertar de Shadow Moon, Gorgom declara guerra aberta à humanidade. E o resto é história.

Ou seja, Issamu e Nobuhiko sendo transformados em Imperadores Seculares com grandes poderes, Nobuhiko sendo transformado em Shadow Moon e tendo suas memórias humanas apagadas, humanos como o Doutor Kuromatsu almejando serem reconstruídos como monstros mutantes, Gorgom almejando criar um mundo distópico dominado por monstros mutantes, tudo a haver com o transhumanismo. 

Foto – Doutor Hideomi Kuromatsu.

Em sua exibição original na TV brasileira, Kamen Rider Black não teve seu último episódio veiculado. Muito se especula o motivo pelo qual Black não teve seu último episódio exibido, algo que também aconteceu com Spielvan, Jiban (que por sua vez teve seus últimos episódios dublados na Dubrasil em 2010) e Cybercop. Mas, recentemente, o último episódio da série foi enfim dublado no estúdio da Centauro. A direção ficou sob os cuidados de Nelson Machado (dublador do Kiko em Chaves, dos personagens de Carlos Villagrán Eslava em Chapolin, Darkwing Duck no desenho homônimo, Robin Williams em filmes como Jumanji e do Blanka no filme e no desenho americano de Street Fighter), que por sua vez também emprestou sua voz ao Grande Rei. Élcio Sodré, Francisco Bretas (dublador de personagens como os Reds de Flashman, Goggle Five e Maskman, Retsuga em Jiraya, Hyoga de Cisne em Cavaleiros do Zodíaco, Kaiošin do Leste em Dragon Ball e Capitão em Pinguins de Madagascar) e Luiz Antônio Lobue (dublador do Maohsaik em Sharivan, Desguiller em Goggle Five, Aioria de Leão e Bado de Alkor [esse apenas na segunda dublagem] em Cavaleiros do Zodíaco, Piccolo em Dragon Ball, Larry a lagosta em Bob Esponja e Kowalski em Pinguins de Madagascar) repetem os papeis de Issamu Minami/Black Sun, Nobuhiko Akizuki/Shadow Moon e narrador, respectivamente (será que um dia enfim também veremos os pavorosos e confusos episódios finais de Spielvan sendo dublados?).

Séries como Kamen Rider Black mostram muito bem que temas como o transhumanismo podem muito bem serem abordados até mesmo em produções destinadas ao público infanto-juvenil (lembrando que o público-alvo da maioria das produções tokusatsu é esse). Também é muito interessante notar que nessas séries, quando você as vê pela primeira vez, há detalhes que passam batidos e que só depois de muitos anos você nota, sendo a presença do transhumanismo uma delas no caso não apenas de Kamen Rider Black, como também de muitas outras e até mesmo em animes como Dragon Ball. E a propósito, dentro de algumas semanas, quando as exibições de Changeman e Jiraya chegarem ao fim, estes vão ser substituídos por Flashman e Jiban, respectivamente. Dentro em breve, faremos uma matéria sobre essas duas séries, nas quais o tema do transhumanismo também é abordado.


Fontes:

Coluna do Daileon #112 – Kamen Rider Black teve a melhor estreia de uma série tokusatsu. Disponível em: https://www.jbox.com.br/2020/08/21/coluna-do-daileon112-kamen-rider-black-teve-a-melhor-estreia-de-uma-serie-tokusatsu/

Kamen Rider Black substituirá Jaspion na Band. Disponível em: https://www.jbox.com.br/2020/08/16/kamen-rider-black-substituira-jaspion-na-band/

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

A hipocrisia da esquerda identitária em quatro fases - assim nasce a cultura do cancelamento (imagem traduzida do russo).

 

De cima para baixo:

1 - Eu me posiciono a favor da liberdade de palavra e da liberdade de pensamentos.
2 - Cada homem tem o direito de se expressar como ele quiser e ninguém tem o direito de criticá-lo!
3 - Sim, eu sou um liberal! Mas e daí? Vivemos no século XXI.
4 - Mas acho as pessoas que não apoiam os LGBT e se posicionam a favor do modo de vida tradicional da família uns burros e grossos.

Meus comentários:

Primeiro de tudo, para evitar eventuais mal-entendidos: nós nada temos contra os homossexuais enquanto indivíduos. O que somos sim contra é a militância identitária LGBT e sua causa deletéria que no fim das contas apenas ajuda a alimentar os Bolsonaros, Felicianos e Malafaias da vida. Inclusive os homossexuais deveriam procurar se espelhar no finado Clodovil, que era um homem que respeitava a sociedade e que em vida dizia que não tinha orgulho da sexualidade dele, mas de quem ele era, e não em figuras desprezíveis como Luiz Mott e Jean Wyllys.

Sobre a imagem em questão, encontrei-a no grupo do VK Medved Gomofob/Медведь Гомофоб. Ela mostra muito bem quem são aqueles que militam a favor das chamadas causas identitárias, tais como liberação do aborto e de narcóticos e direitos LGBTQ. Ou seja, aqueles que nos EUA são chamados de Social Justice Warriors, os quais acham que vão resolver problemas como homofobia e racismo criando uma situação na qual é errado você ser heterossexual, branco e cis. São pessoas que tanto falam em liberdade de expressão e de pensamentos, mas ao mesmo tempo, paradoxalmente, cancelam todos aqueles que dizem coisas que os desagradem na primeira oportunidade.

Particularmente, acho que faltou na imagem acima mais uma fase, na qual o indivíduo em questão passa a ofender e a cancelar pessoas nas redes sociais quando alguém diz comentários que desagradam a certas militâncias politicamente corretas (vide os recentes ocorridos com a J. K. Rowling, a Lilia Schwarcz e a Marília Mendonça), pois isso é o que tais pessoas merecem por serem tão grossas e estúpidas, até que um dia aprendam a ser mais tolerantes e a não apenas tolerar as diferenças, como também estimulá-las e ai de quem questionar isso.

Assim, passam a tratar certos grupos como vacas sagradas que não podem ser criticados de forma alguma. A tal ponto que para eles transfóbico é todo aquele que, por exemplo, é contra que homens transexuais joguem ao lado de mulheres em competições esportivas, que só mulheres menstruam e que diga que o sexo biológico é realidade e apenas dois existem: o masculino e o feminino. E homofóbico é todo aquele que é contra as pautas do movimento LGBTQ, como o casamento entre pessoas do mesmo sexo e outras tantas, e contra a veiculação de cenas de teor homoerótico em HQs e desenhos destinados ao público infantil de empresas como a Disney, a Nickelodeon e outras.

Por essa linha de raciocínio, então se você é contra a Black Lives Matter por ela ser composta por um bando de supremacistas negros que não tem o menor pudor em vandalizar lojas e humilhar cidadãos brancos nas ruas (além de só sair das tocas deles em tempos de eleição), então você é um racista que odeia raivosamente os negros e que deseja que a Ku Klux Klan extermine todos os negros do mundo. Se você é anti-sionista, então você é um anti-semita inveterado que quer que Hitler saia da tumba dele e promova um novo Holocausto. Se você é contra o wahabismo, então você é um islamofóbico cretino que quer que haja uma nova e massiva Inquisição contra os muçulmanos do mundo todo, como aquela que os reis católicos da Espanha promoveram contra os muçulmanos espanhóis na virada do século XV para o XVI. Se você é contra a independência do Tibete e não vai com a cara do Dalai Lama, então você é um budistofóbico que quer fazer com os budistas de hoje o que foi feito aos budistas japoneses durante a Era Meidži (movimento Haibutsu Kišaku, citado em animes como Samurai X e outros) e derrubar todos os Budas do mundo, como o que o Taliban fez no Afeganistão em 2001 com os Budas de Bamiyan. Se você é contra o feminismo radical por ver que as representantes desse movimento são umas supremacistas que não querem direitos iguais, mas privilégios, e/ou a liberação do aborto por entender que isso é uma brincadeira que vai exacerbar ainda mais o hedonismo e a cultura do descartável hoje existente na nossa sociedade (afinal, a moça que engravida de um desconhecido na balada agora pode ir à clínica de aborto mais próxima que tudo está resolvido - e assim a situação se repete como um círculo vicioso ad aeternum. Ou seja, uma verdadeira ode à inconsequência e à irresponsabilidade), além de atentar para a questão da indústria do aborto, então você é um misógino maldito que odeia as mulheres, atenta contra os direitos reprodutivos delas e quer exterminá-las todas. Se você é contra a liberação da pedofilia, então você tem um ódio mortal de todas as crianças do mundo e quer acabar com todas elas. Se você é contra ONGs de direitos animais como o PETA e também contra a liberação da zoofilia, então você odeia animais e quer vê-los sendo todos extintos por meio de uma caçada monstruosa e impiedosa a todos eles. E por ai vai. Estão vendo o quão perigosa é essa linha de raciocínio dessa gente? Precisa desenhar?

O fato é que agora você pertencer a determinados grupos minoritários da sociedade virou uma verdadeira carteirada. Agora você pode muito bem ser repreendido por fazer algo de errado e usar questões como racismo, homofobia e transfobia para rebater e calar seus críticos, algo similar ao que o Felipe Neto hoje faz com aqueles que o criticam por expor as crianças (que é o atual público-alvo dele) a conteúdos inapropriados a elas (entre eles vídeos cheios de palavrões e alguns comentários de teor homoerótico, além de uma brincadeira de conteúdo sexual no livro dele) usando como carteirada a questão política (por isso que não podemos deixar que a direita bolsonarista monopolize a crítica ao garoto colorido e outros influenciadores digitais tão ou mais venais que ele). Dessa forma, por exemplo, um homem transexual que acha que é uma mulher ou mesmo um sujeito que acha que é um coelho preso a um corpo humano não serão mais tratados como Napoleões de hospício, já que agora ele tem a muleta perfeita para tal.

Mas, de onde será que surgiu a famigerada cultura do cancelamento? Nada surge do nada, e a cultura do cancelamento não é exceção. Em um ensaio publicado em 1926 em um jornal londrino, Chesterton previu esse fenômeno com um século de antecedência ao dizer o seguinte: “Nós logo estaremos em um mundo no qual um homem pode ser silenciado por dizer que dois mais dois são quatro, no qual os gritos de um grupo furioso serão erguidos contra qualquer um que disser que as vacas têm chifres, no qual as pessoas irão perseguir a heresia de dizer que o triângulo é uma figura de três lados e enforcar um homem por enlouquecer uma multidão com a notícia de que a grama é verde”. O ovo da serpente chamada cultura do cancelamento foi chocado por ninguém menos que o politicamente correto em voga nos últimos 30 anos ao criar uma situação na qual a menor crítica a determinados grupos já é estigmatizada com palavras como racismo, homofobia, transfobia e outras afins. E junte a isso na receita da poção o fenômeno da “semiologização da realidade” (apud José Paulo Netto), no qual para um indivíduo a fantasia subjetiva está acima da realidade e não o contrário, mais o surgimento das redes sociais e uma crescente agressividade das militâncias politicamente corretas e mexa bem que pronto, a receita do desastre já está pronta. Agora a serpente saiu do ovo e está à solta, picando quem quer que ela venha a encontrar no caminho dela.


E que diferença há entre esses militantes de Internet da esquerda identitária que recentemente cancelaram nas redes sociais figuras como a J. K. Rowling, a Lilia Schwarcz e a Marília Mendonça por dizerem coisas que lhes desagradaram e o gabinete do ódio comandado pelo 02 e pelo 03, que por meio das redes sociais destrói a reputação daqueles que se desentenderam com Bozo pai, como foi o caso de Joice Hasselmann, Alexandre Frota, o finado Bebbiano e outros, ou mesmo a estrutura de gabinete do ódio que o Ciro Gomes e os partidários do político cearense estão criando também nas redes sociais na qual eles destroem a reputação do Lula, do PT e dos outros partidos da esquerda brasileira (o mesmo Cirão da Massa que, diga-se de passagem, acusa hipocritamente veículos como o Brasil 247 e o DCM de serem o gabinete do ódio petista)? Em essência, nenhuma. Os fins são os mesmos e os meios, idem. Apenas o muda a polaridade ideológica. Ou seja, até nisso a direita bolsonarista e a esquerda identitária se completam.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Os motins coloridos em Belarus e nos EUA (dois textos traduzidos do russo)

Situação de Belarus (por Aleksandr Dugin)

Sobre Belarus: por muito tempo não podiam entender o que acontece. De um lado, a típica revolução colorida pelos padrões de Soros. De outro, estilo incompreensível de interpretação dos meios de comunicação russos – com crítica aberta a Lukašenko. A história com a ČVK[1] mostrou-se uma operação especial do GUR[2] da Ucrânia. Com isso se explica.

Agora se tornou um pouco mais claro na totalidade. Moscou está insatisfeita com as oscilações de Lukašenko em relação à Criméia, à Ucrânia e a muitos outros pontos. Lukašenko está insatisfeito com Moscou em virtude da pressão direta e do encargo de conduzir os negócios com Minsk aos intermediários desagradáveis a Lukašenko – os oligarcas. As pretensões mútuas se remexem a partir dos dois lados. As eleições e protestos, assim como a reação das autoridades – nisso nada incomum. Nos EUA é levada uma guerra civil completa das mesmas forças – BLM, feministas e outros batalhões de Soros contra a “ditadura” de Trump. Sempre há insatisfeitos. Mas patrocinadores sérios junto aos insatisfeitos se encontram apenas em determinados momentos agudos politica e geopoliticamente. Em Belarus – Maidan, apoiada pelos globalistas – não exatamente pelos EUA, mas precisamente pelos globalistas, aqueles que agora nos próprios EUA derrubam Trump. E isso é perfeitamente independente de Lukašenko ser ruim ou bom. É uma revolução colorida nos interesses do mundo unipolar agonizante do liberalismo em colapso. Ou seja, por trás dos que se levantaram contra Lukašenko está de forma cristalina o puro mal. Isso não é o povo, isso é uma sociedade pós-moderna, que traz com os cascos o abismo.

Mas então de onde vem a reação dos meios de comunicação russos? É um absurdo em tais questões sérias agir pelo princípio: “acabou-se mal”, “bem feito para você”. A seguinte cadeia de raciocínios pode ser exatamente a única explicação lógica dessa reação russa sobre o que acontece em Belarus: Lukašenko torce a vara (em algo já torceu), o Ocidente o estigmatizou e começa a derrubá-lo seriamente, e a ele nada resta a fazer, a não ser recorrer à ajuda militar de Moscou. Além disso, a Lituânia e a Polônia podem determinar os eventos e criar para Lukašenko um perigo militar direto. Então nós traremos exércitos. Na Ucrânia não introduziram claramente, então pelo menos introduziremos na Bielorrússia fraterna. Eu entendo muito bem que essa não é uma estratégia muito sábia e particularmente não sutil. Mas se não há tal explicação, então não há nada em absoluto.

Fonte: postagem de Aleksandr Dugin no perfil do Facebook dele, 17/08/2020.

Como estão interconectadas as sociedades BLM e LGBT?


BLM e LGBT – as duas porcarias mais estranhas, as mais entediantes, mas o principal, as mais destrutivas no mundo. Eles inflamam pela luta contra o racismo, contra a violência e discriminação em relação aos negros, esquecendo em absoluto sobre que eles mesmos também discriminam pessoas brancas. Os segundos são grandes esquisitões e psicopatas ainda maiores com desvios de orientação sexual, problemas com auto-identificação e a parte restante do buquê individual de diagnóstico deles. A propaganda de seus olhares de esquerda sob o molho da igualdade de todas as pessoas que rasga as cabeças de pessoas direitas une todos eles. O aborrecimento, ressentimento aos malvados brancos naturais, e nada mais.

Estas duas comunidades apoiam uma a outra, propagandeando ideias e visões dos outros. Um exemplo disso é a outrora grandiosa nação Alemanha, que chafurdou na política de esquerda liberal, que permitiu a todos dilacerar legalmente a nação em pedaços. A mesma exortação para votar na embaixada da Federação Russa em Berlim contra a emenda na nova constituição, com protestos diários perto dela. As ruas da Alemanha há muito tempo se dividem entre estas duas comunidades. Vergonha e ignomínia, eu digo a vocês. E isso não apenas com a Alemanha, infelizmente.

Nunca notaram as semelhanças de ações desses loucos? Infratores negros destruindo lojas, acusando os “rocizdas” brancos de violações de direitos e liberdades, que se disfarçam de negros, enquanto que o orgulho gay acusa os naturais de infração dos direitos e liberdades deles. Nisso tudo, ocasionalmente, enviam cartas a si próprios com ameaças, armam cenas onde os ofendem com palavras, se experimentam em um teatro dramático. Fazem um monte de paradas, ações de protestos, demonstrações e outras ações públicas em apoio de seus movimentos. Nas nações ocidentais eles se tornaram uma classe mais elevada em absoluto, tendo grandes direitos e liberdades do que as pessoas comuns.

Lutemos contra eles! Com quaisquer métodos e sem análise! Vitória por nós!

Fonte: postagem feita no dia 16 de agosto de 2020 no grupo do VK Rossijskoe anti-LGBT obŝestvo dviženije im. Jorgena/Росийское анти-ЛГБТ общество движение им. Йоргена.

Meus comentários:

Dessa vez quis fazer uma postagem um pouco diferenciada em relação às anteriores: quis fazer uma postagem dois em um, com dois textos traduzidos do russo que falam sobre o mesmo assunto – os motins coloridos que hoje estamos vendo tanto em Belarus quanto nos Estados Unidos.

Primeiro de tudo: os globalistas sobre os quais Dugin fala obviamente trata-se de grandes multibilionários como George Soros (o mesmo Soros que nos anos 1990 foi denunciado pelo Doutor Enéas como sendo um sujeito ligado ao narcotráfico internacional), os irmãos Koch e Elon Musk. Em todas as revoluções coloridas ocorridas no espaço pós-soviético desde os anos 1980 a mão do primeiro sempre está presente. Haja vista que nos últimos anos governos de países como Polônia, Hungria e Rússia trataram de expulsar as ONGs ligadas ao megaespeculador. O segundo apoiou ostensivamente a ação golpista no Brasil por meio de seus think thanks como a Atlas Network e a Students for Liberty. E o terceiro confessou sua participação no golpe contra Evo Morales na Bolívia (visando apropriar-se das reservas de lítio da nação andina, já que os carros elétricos da Tesla não funcionam sem lítio) e disse na cara dura que se for preciso dará golpe em quem ele quiser.

Recentemente, dando uma zapeada na TV, descobri no canal a cabo Nickelodeon um programa que claramente apoia o golpe colorido nos Estados Unidos sob a alegação do combate ao racismo. Tal programa é um especial do “Nick News” e foi veiculado na última segunda-feira, entre 23h30 a 0h30. Cheguei a dar uma olhada no programa em questão (que é apresentado pela cantora Alicia Keys, outra que adora bancar a mulher empoderada perante o público) por alguns minutos e eu simplesmente não tive estômago para continuar vendo.

Isso só pode ser uma piada de péssimo gosto. Como pode falar sobre combate ao racismo dando apoio a um movimento comandado por um bando de racistas que apoiam tudo o que não presta (incluindo a agenda da sodomia) e que vandalizam lojas e humilham cidadãos brancos nas ruas a ponto de fazê-los se ajoelharem perante eles? Fora o fato de que essa gente aborda o tema da forma mais rasteira e hipócrita possível, além de politiqueira.  Caso Joe Biden se eleja Presidente dos EUA, o que irá acontecer com toda essa conversa sobre o tema? Vai sumir do mapa como se nunca tivesse existido?

E a propósito, onde será que a Alicia Keys, a Beyoncé e a Nickelodeon estavam quando o Obama não apenas fez deportações massivas de mexicanos, como também bombardeou a Líbia e outros países africanos? A truculência policial da qual a Black Lives Matter tanto se queixa só existe agora, com o Trump no poder? Por que só agora com o Trump que vem ao caso, a ponto de ser motivo para massivos protestos? E quando será que veremos artistas que tanto falam em empoderamento feminino como a Alicia Keys e a Beyoncé pedirem por Black Lives Matter na Líbia, no Haiti ou na Libéria, onde negros são vendidos como escravos em mercados a céu aberto, por exemplo?

Curiosamente, é a mesma Nickelodeon que também embarcou na onda da lacração em desenhos animados PARA CRIANÇAS. A Nickelodeon encheu o desenho Avatar: a lenda de Korra de personagens com tais orientações e declarou que o Bob Esponja era gay (e detalhe: Bob Esponja é de uma espécie que se reproduz por um método assexuado – brotamento, além do fato de que isso foi feito só depois que o criador do desenho, Stephen Hillenburg, faleceu). Vejam como as coisas estão interligadas.

Uma vez, Brizola disse que se a Rede Globo apoia algo, então devemos ser contra. E se for contra algo, devemos apoiar. Se um grande conglomerado do showbusiness como a Nickelodeon está apoiando a revolução colorida nos EUA, então devemos ser contra isso. Não vai surpreender nem um pouco se programas similares aparecerem em canais da Disney e outros canais afins.

E falando em revoluções coloridas (vulgo Revoluções Felipe Neto), bandeiras coloridas também apareceram em Belarus nos protestos que pedem a queda de Lukašenko, no poder desde 1994. Vejam essa imagem que achei no grupo Medved Gomofob/Медведь Гомофоб:

São duas feministas lésbicas que se dizem psicólogas e que claramente apoiam a queda de Lukašenko (levando em consideração a bandeira branca-vermelha-branca, que foi a bandeira de Belarus entre o fim da URSS e a ascensão de Lukašenko, é agora usada pelos manifestantes que querem a queda de Lukašenko). O cartaz da esquerda diz: “Eu sou psicóloga. Nós organizamos ajuda psicológica grátis às pessoas que vivenciaram os eventos em Belarus. Compartilhem essa informação! #VivaBelarus #Psicologiapelosdireitosdohomem”, e a da direita “Eu sou psicóloga e apoio Belarus. Se é necessária ajuda psicológica a vocês – vocês podem recebe-la gratuitamente. Conosco mais de 120 especialistas. #vivaBelarus #psicólogospelosdireitosdohomem”.

E mais essa:

Enquanto que o motim colorido nos EUA tem a intenção de influenciar os resultados da eleição de novembro em favor de Joe Biden, a revolução colorida em Belarus, assim como a na Ucrânia há seis anos, tem a clara intenção de aumentar o cerco sobre a Rússia na fronteira ocidental. A mesma fronteira ocidental pela qual a Rússia foi invadida pela Polônia entre 1610 a 1612, pela Suécia na Guerra do Norte, pela França na Guerra Patriótica de 1812 e pela Alemanha nazista e seus aliados na Segunda Guerra Mundial. Em uma eventual queda de Lukašenko, será mais uma faca apontada para o pescoço russo (lembrando que em 1812 Napoleão adentrou no território russo por meio da Lituânia e de Belarus, e na Segunda Guerra Mundial Belarus também foi usada pelos nazistas e seus aliados centro-europeus para invadir a União Soviética).

Lembremo-nos do aviso do finado Slobodan Milošević na última entrevista dele, pouco antes de vir a falecer na prisão em Haia, em 2006:

“Russos! Eu agora me dirijo a todos os russos; nos Bálcãs também consideram como russos os habitantes da Ucrânia e de Belarus. Olhem para nós e lembrem-se – convosco farão o mesmo, quando vocês se dividirem e derem brecha. O Ocidente é um cão raivoso, ele vos agarrará na garganta. Irmãos lembrem-se do destino da Iugoslávia! Não permitam assim agir convosco!”

Milošević ai disse que disse que depois da queda da Iugoslávia o próximo alvo do Ocidente e de globalistas como Soros e Musk seria justamente a Rússia. Algo que fica evidente quando vemos o que se passa na Ucrânia desde 2004 e em Belarus agora. E depois da Rússia, fatalmente farão o mesmo com a China (com o ocorrido recente em Hong Kong sendo um ensaio, uma prévia, disso).

NOTAS:

[1] Sigla em russo para Častnaja voennaja kompanija/Частная военная компания (empresa militar privada).

[2] Em russo Glavnoe Upravlenije razvedki Ministerstvo Ukrainy/Главное управление разведки Министерство обороны Украины (Diretoria Central de intelgência do ministério da defesa da Ucrânia). Serviço de inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia.