O Deputado do Congresso Nacional do Brasil Eduardo Bolsonaro, filho do Presidente da nação Jair Bolsonaro, propôs proibir o uso de simbologia comunista e nazista.
Ele
apresentou ao Parlamento um projeto de lei correspondente. Propõe-se a proibir
“a fabricação, comercialização, difusão e demonstração” de coisas com “a imagem
da foice e do martelo, da estrela de cinco pontas ou da suástica” com o fim de
“propaganda do comunismo e do nazismo”.
Pela violação
da proibição se propõe a punir com a pena de prisão o prazo penitenciário de
nove a 15 anos, relata a TASS.
Eduardo
Bolsonaro também apela para renomear “ruas, linhas, praças, pontes, edifícios e
estabelecimentos sociais”, nomes dos quais são associados ao comunismo ou ao
nazismo.
O filho do
Presidente do Brasil confessou que a ele “inspirou a lei ucraniana”. Ele não
esconde que almeja proibir principalmente os símbolos comunistas.
Além disso, o
Deputado na verdade equipara os crimes do Holocausto à fome massiva na União
Soviética no começo dos anos 1930, que implicou em numerosas vítimas nos
territórios da Ucrânia, Bielorrússia, Cáucaso setentrional, região do Volga,
Ural meridional, Sibéria Ocidental e Cazaquistão. Ele também atribui à
liderança da União Soviética responsabilidade pelo atraso das operações
militares na Europa no fim da Segunda Guerra Mundial com o objetivo da formação
de um bloco de nações socialistas e a criação da “cortina de ferro”.
Eduardo
Bolsonaro é o líder do Comitê da Câmara dos Deputados para Relações
Internacionais e Defesa Nacional. Ele segue visões ultradireitistas.
Kiev de todas
as formas enfatiza a “oposição” da Ucrânia contra a União Soviética, esquecendo
sobre os territórios recebidos da União Soviética, sem os quais não poderia
existir a Ucrânia moderna.
Nos quadros
da descomunização na Ucrânia houve renomeações de milhares de objetos
geográficos e outros, e milhares de monumentos derrubados (1300 deles eram
monumentos a Vladimir Lenin).
Meus comentários:
Foto – O tweet de 03 sobre o Projeto de lei 4425/20.Impressionante
notar que tal notícia não tem sido veiculada de forma massiva na imprensa
brasileira, enquanto que na imprensa russa houve repercussão e da qual tomei
conhecimento por meio do Cristiano Alves, dono do blog A Página Vermelha e do
canal do You Tube Vozcom, um dos poucos que estão dando a devida atenção a essa
notícia que nós aqui estamos reproduzindo. Na Internet brasileira vi essa
notícia sendo divulgada em sites como o TV247, a revista Fórum e o blog da
Cidadania do lado da esquerda, e do lado da direita sites e blogs como o
República de Curitiba, assim como em sites em francês, italiano, espanhol,
inglês e russo. Aposto que se o 03 resolvesse criar uma lei que proíbe o uso da
bandeira arco-íris a esquerda brasileira estaria em polvorosa. Diria que era um
ataque à democracia e aos direitos humanos fundamentais de determinados grupos
minoritários. Pelo visto não foi à toa que Diego Fusaro disse em entrevista do
ano passado que as esquerdas atuais deixaram de ser vermelhas para serem cor de
rosa e trocaram a foice e o martelo pelo arco-íris.
Primeiro de
tudo, é interessante notar que o 03 quer usar da força de um projeto de lei, o
projeto de lei 4425/20, para criminalizar o comunismo e o nazismo sob o
pretexto de que ambas as ideologias mataram milhões de pessoas no século
passado. Para justificar seu
posicionamento, 03 diz que essa medida é para impedir futuros genocídios e chegou
ao ponto de postar no Twitter dele duas imagens, uma do Holodomor e outra do
Holocausto nazista. E detalhe: a foto atribuída como sendo do Holodomor na
verdade é uma foto da fome ocorrida em Madras, na Índia britânica, entre 1876 a
1878.
Mas e o
sionismo do qual ele, seu pai e seus irmãos são partidários, como esse fica na
equação (há fotos de 02 e 03 em Israel com camisa do Mossad e da IDF)? O
sionismo que antes de 1948 colaborou ativamente com os antissemitas tanto da
Rússia tzarista (vide encontro de Theodor Herzl com Plehve em São Petersburgo,
então capital russa) quanto do caso Dreyfus e da Alemanha nazista (vide acordo
Ha’avara, que em grande medida ajudou a viabilizar economicamente a existência
de Israel), grupos sionistas de guerrilha como o Irgun, o Haganah e o Lehi (nos
quais participaram muitas figuras que depois se notabilizaram na vida política
israelense, entre eles Itzhak Šamir, Menachem Begin, Itzhak Rabin e Levi Eškol
– e o curioso é que Bolsonaro e os filhos dele muito encheram a boca para falar
do passado de Dilma e outros petistas e nunca soltaram um piu sobre o passado guerrilheiro
das primeiras lideranças de Israel) promoveram vários atentados e assassinatos antes
da fundação de Israel (como o do hotel Rei David em 1946 e o assassinato do
conde sueco Folke Bernadotte em 1948). Isso para não falar do que vem fazendo
na Palestina desde 1948. Ou seja, criminalizemos apenas quem convém a nós.
A propósito,
há uma foto de 2016 na qual 02 e 03 desfilam pelas ruas de Jerusalém em que o
primeiro veste uma camisa do Mossad e o segundo uma camisa da IDF de Israel. A
mesma IDF que cometeu crimes de guerra em ações militares na Faixa de Gaza em
2008/2009 e 2014. Além disso, há fotos do mesmo 03 trajando uma camiseta
homenageando o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos principais
torturadores da ditadura civil-militar brasileira. O mesmo Ustra que, segundo
as palavras de Bozo pai durante a votação do impeachment na Câmara dos
Deputados, era o pavor de Dilma Rousseff. Que moral será que o 03 pensa que tem
para propor uma lei dessas? Nenhuma.
Assim vemos
como as peças todas se encaixam. O elo Bolsonaro-Ucrânia fica cada vez mais
evidente. Em meio à pandemia da Covid-19, vimos manifestações nas ruas a favor
do Presidente miliciano na qual apareceram bandeiras do Pravyj Sektor, um dos
grupos paramilitares de Extrema Direita que desempenharam papel decisivo no
golpe de Estado do Euromaidan na Ucrânia há seis anos. Por causa de pessoas dessa
estirpe que o povo da Crimeia quis voltar a ser parte da Rússia e os russos
étnicos da Ucrânia oriental proclamaram as Repúblicas de Donetsk e Lugansk. E sem
esquecer as mensagens no Twitter nas quais a Sara Winter disse que era preciso
“ucranizar” o Brasil.
A presença da bandeira do Setor de Direita (segundo matéria do blog da Cidadania de junho foi trazida pelo instrutor de segurança Alex Silva (residente na Ucrânia desde 2014 e que veio ao Brasil para abrir uma filial de academia de tiro e táticas militares) em manifestações bolsonaristas não passou despercebida. Veículos de comunicação como a Revista Veja e o blog da Cidadania reportaram tal ocorrido na ocasião. E em resposta à Veja o embaixador da Ucrânia no Brasil, Rostyslav Tronenko, publicou uma nota na qual afirma que tais símbolos não tem nenhuma relação com neonazismo, que a bandeira rubro-negra simboliza a terra ucraniana e que seu uso remonta ao século XVI por cossacos e que o tridente é o brasão oficial do Estado ucraniano desde os tempos de São Vladimir de Kiev (isso sendo que o estado ucraniano moderno é uma construção do século XX). Para respondê-lo, usemos o jacaré do bom e velho Brizola. A bandeira em questão usa as cores da do Setor de Direita (que por sua vez também são as mesmas usadas pela colaboracionista OUN-UPA na Segunda Guerra Mundial), usa essas cores em conjunto com o tridente ucraniano na mesma estética do Setor de Direita e estava no meio de uma manifestação em favor de um político de extrema direita. Como essa bandeira não é a do Setor de Direita, e como ela, dado o contexto em questão, não está vinculada a movimentos e políticos de extrema direita? Ainda mais quando vemos que o terceiro filho desse mesmo político em questão quer introduzir no Brasil uma lei que criminaliza o nazismo e o comunismo baseada na lei existente na Ucrânia?
E, diga-se de
passagem, mais uma vez o governo Bolsonaro destila sua macaquice, já que se
trata de uma lei que existe em países da Europa oriental como a Ucrânia, a
Letônia e a Lituânia (na primeira desde 2015, na segunda desde 2013 e na terceira
desde 2008), que servem basicamente para blindar os colaboradores dos nazistas
desses países todos ao mesmo em que fazem de Hitler um boi de piranha. Ou seja,
Hitler, Goebbels, Goering, Hess, Rosenberg e companhia limitada são jogados
para serem devorados pelas piranhas, enquanto que Bandera, Šukhevič e outros
colaboradores locais dos nazistas atravessam o rio ilesos (os quais inclusive
chegaram a formar divisões da Waffen SS). No caso brasileiro, vão criminalizar
por meio dessa lei esdrúxula figuras como Lula, Brizola, Jango, João Amazonas,
Nelson Werneck Sodré e Luís Carlos Prestes e ao mesmo tempo serão acobertados
Sílvio Frota, os terroristas do atentado ao Riocentro em 1981, o coronel Ustra
e outros torturadores do período civil-militar, os assassinos da Marielle, o
Ronnie Lessa, o Adriano da Nóbrega e outros milicianos amigos da família
Bolsonaro. Esses vão ser os bois que atravessarão o rio sem arranhão algum.
Ou seja,
estamos caminhando para uma situação na qual você poderá desfilar
tranquilamente pelas ruas vestindo uma camisa homenageando o coronel Ustra e
até mesmo bandeiras de grupos de extrema direita como o Setor de Direita, ao
mesmo tempo em que pode pegar de 9 a 15 anos por usar a foice e o martelo ou a
suástica.
Eu,
particularmente, acho o 03 pior e bem mais perigoso que o próprio pai. Ele, que
chegou a falar em um novo AI-5 e que bastava um cabo e um soldado para fechar o
Congresso. Também foi indicado por Steve Bannon (de cuja prisão nós não
comemoramos, diga-se de passagem, por tratar-se de uma clara demonstração de
força do Deep State norte-americano – que é muito pior que qualquer Bannon da
vida) para ser o líder sul-americano do The Movement, a internacional de
extrema direita capitaneada por Steve Bannon. Que é o verdadeiro ministro das
relações exteriores do governo Bolsonaro, sendo Ernesto Araújo um mero boneco
de ventríloquo. E que chegou a ser cotado para ser o embaixador do Brasil em Washington
por seu próprio pai e que na época foi ridicularizado por ele ter sido um mero
fritador de hambúrgueres enquanto morou nos EUA e por seu péssimo inglês, sendo que tratou-se
de uma clara manobra para criar um elo direto da família Bolsonaro com a
extrema direita norte-americana e europeia, com Bannon e com o Olavo de
Carvalho (vulgo Sidi Muhammad Ibrahim Isa). E o pior é que a esquerda, nessa e
em tantos outros episódios, caiu nessa isca jogada pela direita.
Foto – Eduardo Bolsonaro e Bannon juntos em 2018, no
aniversário do líder do The Movement.
Fontes:
Bannon
anuncia Eduardo Bolsonaro como líder sul-americano de movimento de direita
populista. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/02/bannon-anuncia-eduardo-bolsonaro-como-lider-sul-americano-de-movimento-de-ultradireita.shtml
Carta da
Embaixada da Ucrânia ao diretor de redação da Veja. Disponível em: https://brazil.mfa.gov.ua/pt/news/carta-da-embaixada-da-ucrania-no-brasil-ao-diretor-de-redacao-da-veja
Dono de
bandeira neonazista treina grupos paramilitares. Disponível em: https://blogdacidadania.com.br/2020/06/dono-de-bandeira-neonazista-treina-grupos-paramilitares/
Eduardo
Bolsonaro apresenta projeto de lei em que tenta equiparar comunismo ao nazismo.
Disponível em: https://www.brasil247.com/brasil/eduardo-bolsonaro-apresenta-projeto-de-lei-em-que-tenta-equiparar-comunismo-ao-nazismo
Eduardo
Bolsonaro: falsificador dublê da história. Disponível em: http://apaginavermelha.blogspot.com/2020/09/eduardo-bolsonaro-falsificador-duble-de.html
Esteban
Hernandez – Entrevista com Diego Fusaro: idiotas de esquerda combatem um
fascismo inexistente e aceitam o mercado. Disponível em: https://legio-victrix.blogspot.com/2020/08/esteban-hernandez-entrevista-com-diego.html
La historia
de los líderes de lo terrorismo sionista-israeli (em espanhol). Disponível em: https://www.nodo50.org/pretextos/isrrael1.htm?fbclid=IwAR1kCpchrHJoIoVhmaVBcoc4jSyIL3nEjrKSVqlpGTKK6hzKhHvuRnONGf0
Сын Болсонару захотел повторить в Бразилии
украинскую декоммунизацию (em russo). Disponível em: https://vz.ru/news/2020/9/2/1058127.html
The hidden
history of Zionism (em inglês). Disponível em: https://mail.islam-radio.net/historia/zionism/schoenman_zionazi.html
Zionism and
anti-Semitism: a strange alliance through history (em inglês). Disponível
em: https://mail.islam-radio.net/historia/zionism/zistrngallianc.html
Não é a toa que os casos de infecções - e até mesmo de reinfecções - seguidos de óbitos seguem subindo sem parar, após um período de refreada. Essa multidão eufórica saindo às ruas, a maioria de eleitores dos Bolsonaros, está colaborando para este cenário caótico, se infectam e saem disseminando o vírus deliberadamente, e a tendência são os hospitais entrarem em colapso, ao ponto de ter que escolher quem será salvo. Triste dilema! Não fosse por esse bando de energúmenos empedernidos, crentes que a pandemia já passou, poderíamos estar um pouco melhor agora, mas estão repetindo os mesmos erros cometidos durante a gripe espanhola, em 1918. E pior: já temos quase QUATRO VEZES o número de óbitos durante a influenza dos primeiros decênios do século XX (que é de até 35 mil mortes). Como levar um presidente assim a sério? E como disse o economista Carlos Schroer, do canal "Brasileiro Sem Fronteiras" do Youtube, este homem precisa ser imediatamente removido do poder, e PRESO!
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