terça-feira, 31 de maio de 2022

O caso Carolina Cimenti e o ataque à língua portuguesa

Foto – Carolina Cimenti, correspondente da Globo nos Estados Unidos.

Mais uma vez, recordar é viver.

Quem acha que o ataque que hoje vemos à língua portuguesa é um fenômeno isolado do resto do mundo está muito enganado. Como também muito enganado está quem acha que isso começou agora, com a famigerada linguagem neutra. E igualmente enganado está quem acha que isso terminará nesse ponto.

Recentemente, a jornalista da Globo News Carolina Cimenti, correspondente da emissora da família Marinho nos Estados Unidos desde 2016, teve que se desculpar em rede nacional por usar a palavra denegrir (uma palavra de origem latina, que nada tem de racista) durante a transmissão do “Globo News em pauta” do dia 24 de maio de 2022.

Ela usou a palavra em questão ao falar sobre o ministro Damien Abad, recém-nomeado por Emanuel Macron para o cargo do ministério da Solidariedade, Autonomia e Pessoas com deficiência, sobre o qual recaem acusações de violência sexual por parte de duas mulheres.

Ao usar a palavra em questão, ela tomou uma corrigida do apresentador Marcelo Cosme. Ele chamou a atenção da colega com as seguintes palavras: “Nós cometemos escorregões às vezes, e precisamos lembrar para não acontecer. Você usou uma palavra que nós não usamos mais: denegrir. Como nós temos essa liberdade, quis chamar sua atenção para você se desculpar e não comentaremos mais sobre isso”. A jornalista em seguida pediu perdão, certamente temerosa de um eventual cancelamento dela em redes sociais por parte de certas militâncias de justiceiros sociais.

Mas as coisas não param por ai.

Um pouco antes disso, em sete de maio de 2022, tivemos um bizarro discurso durante o lançamento da chama Lula-Alckmin. Pérolas dignas de vestibular foram proferidas pela apresentadora:

“Quero aqui fazer um escurecimento, ou esclarecimento. Como nós respeitamos as leis, a legislação e as instituições, é importante avisar e deixar claro ou escuro que hoje nós não estamos lançando candidaturas, nós estamos lançando sim um movimento (...) estou aqui para dizer que vamos juntas, vamos juntos, vamos todas e todos em busca da felicidade de fazer esse país sorrir de novo (...) e garantir que todas, todos e todes brasileiros tenham o direito (...)”.

Além disso, antes disso vi um pouco da nova novela do SBT, “Poliana Moça” (novela estilo Violetta estrelada por Sophia Valverde e continuação de “As Aventuras de Poliana”, produzida entre 2018 e 2020), e fiquei abismado de ver que a favela que lá aparece é chamada de comunidade.

Recuando mais no tempo, em 2020, a renomada historiadora Lilia Schwarcz (a mesma a qual nós respondemos em “Freeza e Rei Vegeta – parte VIII”, mas por conta de um vídeo mais recente por ela publicado), autora de obras sobre o Império e a Primeira República Brasileira, postou um vídeo com o seguinte título: “16 termos racistas para abolir de seu vocabulário”. Entre essas palavras e expressões estão inclusas denegrir, mulata, lista negra, mercado negro, boçal, criado mudo e a “coisa está preta”.


Hoje muito se fala na (suposta) necessidade de implantação da famigerada linguagem neutra (também conhecida como não binária) no idioma português sob o pretexto da criação de uma linguagem inclusiva para determinadas minorias sexuais (em especial o pessoal da sopinha de letras).

Levando em consideração todo esse histórico de ataques sutis ao idioma sob o pretexto do combate ao racismo que já vem de muitos anos atrás, enfim chegou a hora de ligarmos os pontos.

Em minha humilde opinião, essa história toda a respeito da linguagem neutra (que pode ser vista na novela da Rede Globo “Cara e Coragem”) nada mais é que o escalonamento natural e inexorável do fato de que lá atrás, há uns 10, 15 anos, uma série de malabarismos linguísticos começou a ser feita em nome do combate ao racismo secular da sociedade brasileira.

Segundo tais malabarismos, uma língua limpinha e cheirosa, um arremedo de novilíngua a la 1984, foi criado na qual favela passou a ser chamada de comunidade. Negro virou afrodescendente. Índio virou povo originário. É errado utilizar palavras e expressões como denegrir, criado mudo e “as coisas estão pretas”. Entre tantas outras coisas.

E o que é isso, se não um terraplanismo linguístico? Visto que, por exemplo, palavras como denegrir nada têm haver com racismo, e dessa forma distorcendo os significados das palavras de forma a levar adiante a agenda deles?

Uma das poucas vozes que se posicionaram contra esses malabarismos linguísticos foi o professor José Paulo Netto. Em uma palestra datada de 2012, o professor de Juiz de Fora e militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) ele se queixa disso e classifica isso como uma “hipocrisia pequeno-burguesa”.

Anos mais tarde, mais precisamente, em 2018, o professor e comentarista político Marco Antônio Villa também se queixa desses malabarismos linguísticos. Chama isso de uma farsa montada por intelectuais da zona sul do Rio de Janeiro, entre outras pessoas.

Também digna de nota é a música “Favela vive 2”, de MV Bill. Na música do rapper carioca, este também critica esse tipo de malabarismo linguístico. Segundo um trecho da música do rapper, “não dá para acreditar que vai mudar se trocar o nome de favela para comunidade. Pouco importa a nomenclatura se falta cultura”.

Na trama de Poliana Moça, pelo que eu vi, na favela em questão atua um bandido chamado Cobra (e antes dele no mesmo local atuava um bandido chamado Rato em “As aventuras de Poliana”). E então lhes pergunto: acaso mudando o nome de favela ou cortiço para comunidade bandidos como o Rato e o Cobra (assim como qualquer um que tenha reinado por lá antes deles e que vier a reinar depois deles) vão deixar de extorquir, chantagear e pisar em cima das pessoas que lá moram? E também irá mudar as condições de vida das pessoas que lá moram? Fará com que as residências dessa localidade deixem de ser precárias? Acabará também com os surtos de doenças que periodicamente por em locais como esses? Os moradores da favela enfim terão acesso a bens como água encanada e esgoto? A resposta para todas essas perguntas é um sonoro não.

Ontem, a língua portuguesa foi acusada de ser racista por conta da presença de palavras como denegrir, criado mudo e outras que supostamente fazem alusão ao período da escravidão negra no Brasil. Hoje, a aposta está sendo dobrada por meio de acusações de que a mesma língua portuguesa é sexista, machista por causa da divisão de gêneros e até mesmo transfóbica por não comportar gênero neutro (um gênero que geralmente é usado para se referir a coisas e objetos nos idiomas que a usam, como o alemão, o russo, o grego, o romeno, o polonês e o tcheco). E amanhã, o que mais virá? Não sei o que virá depois, mas uma coisa é certa: está se criando uma situação na qual será errado você falar o idioma pátrio corretamente. Não só errado, como também passível de estigma e cancelamento em redes sociais por zelotes justiceiros sociais e até mesmo de multa ou prisão, na pior das hipóteses. Da mesma forma que, por exemplo, um dia será errado você ser heterossexual, cis-gênero ou comer carne de verdade. Entre tantas outras coisas.

Em 1991, Enéas Carneiro fez uma pequena participação na Praça É Nossa, no SBT. Na ocasião, ele dividiu a bancada com Carlos Alberto da Nóbrega e o finado Borges de Barros (que interpretou o Mendigo Milionário no programa em questão e que se tornou notório por dublar personagens como o Doutor Smith em Perdidos no Espaço, Moe Howard em Três Patetas, Pinguim em Batman anos 1960, Edin em Jaspion, Gigars em Cavaleiros do Zodíaco e Mestre do Haduko em Street Fighter II Victory). Lá, o pronista, finado em 2007, expressou indignação com pequenos erros de português que à época podiam ser vistos em ruas de grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Uma coisa é certa: ele deve estar se revirando do túmulo vendo o que está acontecendo agora. Pois o que ele viu à época é café pequeno perto do que vemos hoje.


Fontes:

Comentarista se desculpou após usar o termo “denegrir” ao vivo. Disponível em: Comentarista se desculpou após usar o termo 'denegrir' ao vivo (uol.com.br)

Correspondente da Globo nos Estados Unidos usa termo racista e é corrigida por apresentador ao vivo. Disponível em: Carolina Cimenti usa termo racista e é corrigida por apresentador ao vivo

Denegrir – origem da palavra denegrir. Disponível em: Origem da palavra DENEGRIR - Etimologia - Dicionário Etimológico (dicionarioetimologico.com.br)

Jornalista da Globo é obrigada a pedir desculpas por usar a palavra “denegrir”. Disponível em: Jornalista da Globo é obrigada por apresentador a pedir desculpas por usar a palavra "denegrir" - YouTube

quarta-feira, 18 de maio de 2022

Companhia Disney a serviço de Sodoma (texto traduzido do russo + comentários meus)

 

“Falar sobre o homossexualismo em um contexto positivo ou neutro, o mais alto e frequentemente possível” – assim estabelece o primeiro princípio da propaganda gay. A ideia que está na base desta regra é bem simples: quanto mais vocês se chocam com determinado comportamento, então ele se mostra cada vez mais normal. É exatamente com isso que se engaja a companhia cinematográfica de Walt Disney, que começou a promover o homossexualismo (mesmo em seu próprio detrimento) ainda muito antes de isso se tornar mainstream. A abundância de temas homossexuais em produções destinadas a crianças levou a um boicote de nove anos da Disney por parte da American Family Association[1].

Desde 1991 a Disney World realiza anualmente os “Dias Gays” (Gay Days), onde a libertinagem e consumo de narcóticos na frente de crianças causou repúdio até mesmo por parte de determinados ativistas LGBT.

Desde 1995 a Disney concede benefícios privilégios especiais aos funcionários que se encontram em coabitação homossexual. A companhia cinematográfica ativamente se posicionou contra a lei da proteção do casamento que determinava o casamento como “a união de um homem e uma mulher”. Cerimônias nupciais de mesmo sexo são realizadas nos territórios de Walt Disney desde 2007.

A seguir seguem exemplos de personagens LGBT na produção da Disney.

O travesti Divine serviu de modelo para a bruxa Úrsula do desenho “A Pequena Sereia”.

Uma dupla de lésbicas da série animada “Doutora Brinquedos”.

Dupla de lésbicas do desenho “À procura de Dory”. A arraia-transgênero sobre a qual a lésbica assumida que dubla Dory Ellen DeGeneres revelou antes do lançamento do filme foi cortada na versão que saiu para locação.

Casal de lésbicas do seriado “Boa sorte, Charlie!”.

“Nas etapas iniciais as lésbicas deveriam ser apresentadas de forma mais visível que os gays, já que a relação dos heterossexuais em relação às lésbicas é menos hostil, e os preconceitos deles confusos e não tão numerosos. As mulheres, geralmente, são percebidas de forma menos ameaçadora e mais vulnerável que os homens, e, portanto, é mais provável de despertar simpatia”, receitam os elaboradores da propaganda gay, e a Disney está de acordo com eles.

Ruby e Dorothy do seriado “Era uma vez”.

Seriado sobre adolescentes homossexuais “Andi Mack”.

Par homossexual de antílopes do desenho “Zootopia”. Dos créditos tornou-se sabido que eles têm um sobrenome duplo: Oryx-Antlerson, que atesta sobre a “união matrimonial” entre eles, por assim dizer.

Dupla de homossexuais do desenho “Gravity Falls”.


Duplas homossexuais se beijando do desenho “Star versus as Forças do Mal”.

Coming-out no seriado televisivo “The Lodge: música e segredos”.

No novo filme “A Bela e a Fera” Lefu é um homossexual assumido.

No desenho “Frozen”, o lojista Oaken, se dirigindo a um homem com quatro crianças na sauna, balbucia afetuosamente: “Olá, família!”.

Além disso, muitos acham que a relação das irmãs sugere uma alusão às relações homossexuais.

Nas redes sociais ocidentais foi lançada a campanha “Dê a Elsa uma namorada”, que exorta a companhia cinematográfica tornar claro o significado velado. O jornal britânico Telegraph escreve o seguinte:

“Frozen é o mais amigável aos LGBT de todos os filmes da Disney até hoje. O lojista Oaken é considerado a primeira representação explícita de personagem LGBT na história do estúdio... As habilidades mágicas de Elsa são consideradas como uma metáfora da homossexualidade, e o filme é dedicado a se assumir. A música vencedora do Oscar Let It Go[2], onde Elsa festeja o reconhecimento de sua verdadeira essência, se tornou hino LGBT... Os participantes da campanha pedem para que o subtexto torne clara e revele a homossexualidade de Elsa na continuação programada para 2019”.

Texto da canção:

“Não podem vir, não podem ver
Sempre a boa menina deve ser
Encobrir, não sentir, nunca saberão
Mas agora vão

Livre estou, livre estou
Não posso mais segurar
Livre estou, livre estou
Eu saí pra não voltar
Não me importa o que vão falar
Tempestade vem
O frio não vai mesmo me incomodar”


O curta-metragem “Out[3]” apresenta o primeiro herói protagonista que é um homossexual assumido.

No desenho “Onward[4]” aparece uma policial ciclope violeta, a oficial Specter, que é uma lésbica assumida (e como tal dublada).

Lésbicas se beijando em “Star Wars: Episódio IX – a ascensão de Skywalker”.

Personagens LGBT na série animada “Casa Coruja”.

Linha temática da Disney para crianças por ocasião do “Mês do orgulho” 2021.

Fonte: КОМПАНИЯ ДИСНЕЯ НА СЛУЖБЕ СОДОМА (vk.com)

MEUS COMENTÁRIOS

Recordar é viver.

Lembram-se da polêmica entre o Felipe Neto e o Silas Malafaia, de 2017, na qual o garoto colorido saiu em defesa da Disney depois que o pastor protestante conclamou a um boicote ao conglomerado cinematográfico depois que cenas de beijos entre pessoas do mesmo sexo foram veiculadas no desenho Star versus as forças do mal, um desenho dedicado ao público infanto-juvenil (e não um desenho como South Park que é destinado a uma audiência mais madura)? Pois bem, nesse texto de 2018 por mim traduzido estão as imagens que foram o pivô da polêmica entre os dois (e na qual o canal Meteoro, como não poderia deixar de ser, cerrou fileiras com o garoto colorido e a Disney).





E essa é a mesma Disney que nos últimos anos veio adquirindo estúdios como a Lucas Films e até mesmo a Marvel e a Fox. Agora os últimos lançamentos de heróis do selo Marvel e os últimos episódios de Star Wars estão sendo lançados pela Disney. A Anastasia virou princesa Disney, e os Simpsons também agora são da Disney. A propósito, será que um dia o Bob Esponja também será da Disney (caso um dia a Nickelodeon venha a ser adquirida pela Disney ou com ela se fundir)? Ou será que nesses jogos do mercado acionário um dia veremos a mesma Disney ser engolida por algum outro conglomerado, que nem aconteceu com a Monsanto?

É verdade que a Disney não é a única que vem embarcando na onda de lacrar em desenhos animados destinados ao público infantil (o Cartoon Network e a Nickelodeon também estão nessa – vide desenhos como Avatar e Steven Universo), e que os pioneiros nisso (até onde eu sei) foram os japoneses em animes como Sailor Moon e Sakura Card Captors (ainda que nesse último as relações de teor homoafetivo fiquem mais na insinuação). Mas o fato é que a Disney vem colocando a coisa de uma forma avassaladora em suas produções, como se ela quisesse lacrar de propósito. Lacrar por lacrar, por assim dizer.

E o gozado (ou talvez o mais trágico) dessa história toda é que o mesmo Felipe Neto que em 2017 saiu em defesa da Disney sete anos antes disso, em 2010, disse que chegaria o dia em que seria errado você ser heterossexual no vídeo sobre as bandas coloridas, e que no vídeo sobre os colírios da Capricho, publicado também em 2010, disse que o Vida de Garoto era um pornô para crianças.


Como ele mesmo disse no vídeo em questão, datado de 2010, quando ele começou a dar seus primeiros passos no mundo do You Tube: “Está virando moda. A situação vai ficar tão escrota que daqui a pouco vai ser errado você ser heterossexual”. E agora ele é um dos que ajudam a tornar essa situação uma realidade (vide o episódio de 2019 da compra de massiva de exemplares de uma HQ).

E é por exemplos como esse que nós vemos o esquema de engenharia social que vem sendo há tempos montado no mundo todo pelos donos do poder mundial. Esquema esse que se dá por diversos meios: direitos LGBT, campanha contra armas, campanha contra cigarro e contra bebida alcoólica sob o pretexto da saúde pública, campanha a favor do aborto sob o pretexto dos direitos reprodutivos da mulher, campanha contra a carne debaixo de pretextos como aquecimento global ao mesmo tempo em que se promove veganismo, ataques ao idioma debaixo de pretextos como racismo em um primeiro momento (quando começaram a chamar favela de comunidade, entre outras coisas) e depois a homofobia e a transfobia (no caso da linguagem neutra), direitos animais sob o pretexto de supostos maus tratos a animais, entre tantos outros exemplos.

Como disse o Olavo de Carvalho (vulgo Sidi Muhammad Ibrahim Isa), em um vídeo de 2007, no qual discorre sobre as campanhas contra o cigarro sob o pretexto da saúde pública, em uma das poucas coisas em que concordo com ele:

“Todas essas campanhas são puro controle social. Tá certo, e note bem. E não é controle social esporádico, o que existe em implantação no mundo é uma concepção global de civilização no qual uma elite internacional prescreverá condutas para toda a humanidade. E condutas que saem da cabeça deles, por que eles acham que são mais do que gênios, eles acham que são profetas que tem na cabeça a solução de todos os males humanos e todo mundo tem que viver do jeito deles”.

Enquanto isso, a esquerda cirandeira e tipos como o Felipe Neto estão ai, defendendo esse tipo de pauta sob o pretexto de uma abstrata luta contra aquilo que eles classificam por palavras como fascismo, fundamentalismo religioso e obscurantismo, e nisso que acabam por cerrar fileiras com entidades e conglomerados como Disney e fundações ligadas aos donos do poder mundial como MacArthur, Ford e Rockefeller. Por essas e outras que, entre outras coisas, vemos na França a Marine Le Pen abocanhar votos que até então eram tradicionalmente dos partidos de esquerda.


NOTAS:

[1] Grupo fundamentalista cristã, baseado no Mississipi, que advoga uma ideologia de fundamentalismo protestante. Boicotou a Disney entre 1996 a 2005.

[2] “Livre Estou”, na tradução para o português brasileiro.

[3] Lançado sob o título "Segredos Mágicos" no Brasil e "Sair" em Portugal.

[4] Lançado sob o título "Dois Irmãos: uma jornada fantástica" no Brasil e "Bora Lá" em Portugal.

domingo, 15 de maio de 2022

Animais Fantásticos e Sailor Moon: o ontem e o hoje (parte II)

 

Foto – Cartaz do filme “Animais Fantásticos”.

Dando sequência à primeira parte do artigo Animais Fantásticos e Sailor Moon, publicado na sequência do spin-off da série de livros Harry Potter e na onda da pequena censura chinesa ao filme, trago aqui a segunda parte. Mais uma vez, falando sobre os dias em que os Estados Unidos, os mesmos Estados Unidos que hoje despontam na produção de conteúdo LGBT em desenhos destinados ao público infanto-juvenil, censuravam esse mesmo tipo de programa vindo de fora, em especial do Japão. Agora falando sobre o caso de Sakura Card Captors.

Foto – Pôster de Sakura Card Captors.

Tal qual Sailor Moon, Guerreiras Mágicas de Reyarth, Corrector Yui e outras obras famosas aqui no Brasil, Sakura Card Captors pertence ao gênero garota mágica (em japonês mahō šodžo). Conta sobre as aventuras da jovem garota de 10 anos Sakura Kinomoto. Órfã de mãe, Sakura vive junto com seu pai e seu irmão na cidade fictícia de Tomoeda, e sua vida vira de cabeça para baixo quando ela, acidentalmente, abre um livro misterioso chamado Livro Clow.

Desse livro saem 52 cartas mágicas que pela força de uma tempestade vento causada pela magia da carta Vento, as quais são levadas e espalhadas por toda a cidade de Tomoeda. A partir desse momento, com a ajuda do guardião das cartas Kerberos (um ser similar a um animal de pelúcia bem pequeno), Sakura tornou-se a encarregada de captura-las novamente.

As aventuras de Sakura Kinomoto foram originalmente publicadas em 1996, nas páginas da revista de publicação mensal Nakayoši, a mesma revista que publicou outras obras do gênero garota mágica como Sailor Moon, Guerreiras Mágicas de Reyarth, Tokyo Mew Mew (Super Gatinhas no Brasil) e outras tantas. A publicação durou até 2000, e 50 capítulos divididos em 12 edições foram publicadas no total. Uma nova sequência, “Clear Card Hen”, foi lançada em 2016, também pelas páginas da Nakayoši.

O estúdio responsável pela publicação foi o Clamp (o mesmo estúdio que publicou obras conhecidas no Brasil tais como Guerreiras Mágicas de Reyarth, xxx Holic, Angelic Layer, Chobits, Tokyo Babylon, RG Veda e outras), um estúdio formado nos anos 1980 atualmente composto por quatro integrantes femininas.

Foto – As quatro integrantes do estúdio Clamp. Anime Expo 2006.

Em 1998, a obra do Clamp ganhou uma versão animada por parte do estúdio Madhouse. 70 episódios, veiculados pela emissora NHK entre 7 de abril de 1998 e 21 de março de 2000, foram produzidos ao todo, mais dois filmes e quatro OVAs. Como o anime foi produzido quando o mangá ainda estava em produção, algumas sequências inexistentes nos quadrinhos, os chamados fillers (não raro malvistos por parte do fandom de obras advindas de algum mangá), foram criados na versão animada de forma a evitar que esta alcançasse a história do mangá. Cartas adicionais foram criadas exclusivamente para a versão animada (no mangá são 19, ao passo que no anime são 52), assim como a personagem Li Meiling, a prima de Šoran.

Como não poderia deixar de ser, em decorrência do grande sucesso em seu país natal, Sakura Card Captors deu o ar de sua graça no Ocidente. E a empresa encarregada de trazer a obra do Clamp aos Estados Unidos foi a canadense Nelvana (empresa famosa pela produção de desenhos como As aventuras de Babar, Inspetor Bugiganga, O Pequeno Urso, Ursinhos Carinhosos, as aventuras de Tintin e Backyardigans, entre outros. Adquirida em 2000 pela Corus Entertainment).

Com vistas a adequar a obra do CLAMP ao público masculino, a Nelvana adaptou toda a série, fazendo alterações na cronologia, enredo, trilha sonora e resumindo-a a 39 episódios, além de rebatizá-la como Cardcaptors e colocando o Šoran como protagonista, ao passo que a Sakura foi transformada em coadjuvante.

Foto – Sakura e Tomoyo.

Uma das principais censuras às quais o anime foi submetido é relacionada à melhor amiga de Sakura (rebatizada de Sakura Avalon na versão americana), Tomoyo Daidōdži (rebatizada de Madison Taylor).

Tomoyo é a melhor amiga de Sakura, e pelas entrelinhas percebe-se que a primeira tem uma queda pela segunda. Filha de uma mãe empresária muito rica, Sonomi Daidōdži, Tomoyo faz de tudo para agradar Sakura. E não só isso: Tomoyo, que ficou muito feliz ao saber do fato de que a amiga se tornou Card Captor, passou a acompanha-la nas missões, a provê-la com roupas especiais para as missões e até a filmá-la.

Na dublagem americana, a queda de Tomoyo por Sakura é removida e todo diálogo aludindo aos sentimentos dela pela amiga foram editados de forma a soarem como nada mais que um sentimento platônico.

Foto – Touya (direita), Sakura (meio) e Yukito (esquerda).

Como já ditto antes, Sakura tem um irmão mais velho chamado Touya. Gentil, atlético e bem sucedido entre as mulheres a ponto de ter muitas delas sob seus pés. Durante certo tempo, namorou uma das professoras do colégio, Kaho Mizuki.

Seu melhor amigo é Yukito Tsukiširo (Julian Star na dublagem americana). O mesmo Yukito ao qual Sakura demonstra ter uma queda no começo da obra. Pois bem, Touya e Yukito possuem sentimentos não ditos um ao outro, a ponto de o primeiro sacrificar seu poder sobrenatural para salvar a vida do segundo.

Essa relação entre o irmão e o melhor amigo do irmão de Sakura é riscada por completo da dublagem americana e os dois são apresentados como amigos bem próximos.

Foto – Šoran e Yukito.

Outro objeto de censura por parte da versão americana de Sakura Card Captors envolvendo a relação entre Yukito e Li Šoran. Em um primeiro momento, tanto Šoran quanto Sakura sentem atração por Yukito, o melhor amigo do irmão de Sakura. O primeiro costuma fugir ou ficar envergonhado na presença de Yukito, ao passo que a segunda fica toda animada ao vê-lo (a ponto de na dublagem brasileira dizer “ai, ai, ai Yukito!”). No fim da história, os dois Card Captors ficam juntos, e a dublagem americana também tratou de remover tal triângulo amoroso.

Foto – Sonomi e Nadešiko, as mães de Tomoyo e Sakura.

Falemos agora a respeito de Sonomi Daidōdži, a mãe de Tomoyo e dona da Companhia Daidōdži (uma grande companhia de brinquedos), e a finada mãe de Sakura e Touya, Nadešiko, que faleceu quando a protagonista tinha três anos. Sonomi e Nadešiko são primas de primeiro grau, e aqui cabe um parênteses: no Japão um relacionamento entre primos de primeiro grau não são considerados errados e primos até podem se casar legalmente.

Na obra, a mãe de Tomoyo adora a sobrinha, tratando-a como se fosse a própria filha dela. Posteriormente, revela-se que a senhora Daidōdži amou a mãe de Sakura desde o jardim de infância. A tal ponto que Sonomi passou a odiar Fudžitaka Kinomoto, o pai de Sakura e Touya, depois que a prima o trocou por ele e a culpa-lo pela morte dela. A versão americana, de forma a evitar confusão, omitiu isso e as apresentou como amigas ao invés de primas.

Foto – Rika (esquerda) e Professor Terada (direita).

Além das censuras acima citadas, também houve outras censuras, incluindo a omissão do fato de que os pais de Sakura se casaram quando a mãe tinha 16 de anos e o pai 25 (segundo as alterações feitas pela dublagem americana, Nadešiko apenas se apaixonou por Fudžitaka aos 16 e só depois disso os dois se casaram) e a eliminação de referências de qualquer teor romântico na relação entre a aluna Rika, de 10 anos, e o professor Terada, 20 anos mais velho (no lugar, a reação de Rika é apresentada como sendo uma timidez em relação ao professor e à autoridade dele).

No Brasil, Sakura Card Captors foi um dos muitos animes que vieram na trilha do sucesso de Pokémon e Dragon Ball Z no fim dos anos 1990. E, diga-se de passagem, foi a segunda obra do Clamp a vir para cá, visto que em 1996 o SBT para cá trouxe Guerreiras Mágicas de Reyarth (que à época veio junto do primeiro Dragon Ball, de Street Fighter II Victory e de Fly).

Sakura Card Captors recebeu dublagem por parte do tradicional estúdio paulista BKS, sob a direção de Denise Simonetto na primeira temporada e de Patrícia Scalvi na segunda e terceira temporadas. A voz da protagonista, por seu turno, ficou a cargo de Daniela Piquet (que na mesma época dublou a Serena em Sailor Moon e a Misao em Samurai X e mais tarde veio a dublar a Demi Lovato em produções como Camp Rock e Sunny entre Estrelas).

A emissora responsável por trazer as aventuras de Sakura ao Brasil foi o Cartoon Network pelas mãos da distribuidora Cloverway (responsável pela distribuição do anime por toda a América Latina) e da empresa Imagine Action DáLicença, do empresário Luiz Angelotti, que antes distribuiu para cá Dragon Ball Z, Digimon e outros. Por isso que muitas dessas alterações vistas nos EUA não vieram ao Brasil, como a do título e do protagonista do desenho. Entretanto, as alterações relacionadas às relações românticas não convencionais essas sim foram omitidas da versão brasileira. Estreou em 1º de novembro de 2000, junto com Sailor Moon R.

O mangá, por seu turno, veio em maio de 2001 junto com Samurai X, no formato meio-tankobon, com 24 edições semanais sendo publicadas ao todo, sendo os primeiros títulos lançados pela editora JBC. Na TV aberta, foi veiculado pela Rede Globo em 2001 e em 2006 passou a ser exibido pelo canal Boomerang, depois que este fez uma radical reformulação de sua grade. Mais recentemente, ganhou uma exibição pela Loading TV em 2020.

O mangá, por seu turno, ganhou uma nova edição em 2012 com páginas coloridas e em 12 edições, no formato tankobon. Outros produtos licenciados também foram lançados no Brasil, incluindo álbum de figurinhas, revistas de passatempo e até mesmo uma revista especial por parte da editora Conrad que rendeu nove edições.

Fontes:

Card Captor Sakura. Disponível em: Cardcaptor Sakura – JBox

Card Captor Sakura; Tudo sobre CARD CAPTORS, o anime retalhado pelos EUA. Disponível em: Card Captor Sakura: Tudo sobre CARD CAPTORS, o anime retalhado pelos EUA | Midori Hoshi (wordpress.com)

10 coisas que você precisa saber sobre Sakura Card Captors. Disponível em: 10 Coisas que você precisa saber sobre Sakura Card Captors! (legiaodosherois.com.br)

15 ways CardCaptor Sakura had to be censored in America (em inglês).Disponível em: Ways Cardcaptor Sakura Had To Be Censored in America | ScreenRant

7 animes censurados no Ocidente! Disponível em: 7 animes censurados no ocidente (omelete.com.br)

O que há de errado com Card Captor Sakura? Ou... porque o Yošiyuki Terada deveria ser preso? Disponível em: O Doutor Nerd: O QUE HÁ DE ERRADO COM CARDCAPTOR SAKURA? OU... POR QUE O YOSHIYUKI TERADA DEVERIA SER PRESO? (doutornerds.blogspot.com)

Top 8: Animes Clássicos polêmicos! Disponível em: Top 8: Animes Clássicos Polêmicos! | Coxinha Nerd

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Resposta à verborragia do Ciro Gomes

 

Foto – Ciro Gomes, o camaleão do Ceará.

Em 21 de abril de 2022, o pedetista Ciro Gomes postou o vídeo “Ciro revela a verdade sobre a eleição de 2018”, de 88 segundos de duração. Um vídeo curto que é parte de uma sabatina dele com o Uol e a Folha de São Paulo no qual ele fala asneira atrás de asneira (coisa típica dele) a respeito da eleição de 2018. Aqui está a minha resposta à verborragia do camaleão do Ceará.

Vamos respondê-lo, por partes, por que esse tipo de coisa não pode ficar sem resposta.

Ele começa falando sobre as negociações para a formação de uma chapa entre ele e Haddad. Conclui dizendo que não queria se submeter ao Lula por ele ser um presidiário que não poderia se candidatar por conta da lei da ficha limpa.

Mais para o final, cita o fato de que todas as pesquisas mostravam que Bolsonaro seria o vitorioso e que o PT seria derrotado, que o único candidato que o venceria no nascedouro seria ele e que o sentimento dominante hoje no Brasil, na área da política, é o antipetismo.

Em que mundo será que ele vive? Pelo que eu vejo ele não vive nesse mundo.

Primeiro, como que um político como ele, que em pleitos eleitorais para presidente nunca passou dos 12%, iria concorrer no lugar de qualquer político do Partido dos Trabalhadores, que por sua vez possui uma penetração eleitoral muito maior e que elegeu para presidente até mesmo uma política não muito expressiva como a Dilma para a Presidência da República? É uma questão de bom senso eleitoral Haddad ter sido preferido no lugar do camaleão do Ceará. Tanto que no primeiro turno das eleições 2018 Haddad obteve 29% dos votos válidos, contra 12% de Ciro Gomes. Ou seja, mais que o dobro.

Segundo, ele se esquece de mencionar (ou talvez esteja omitindo por conveniência, de forma a justificar as afirmações descabidas dele) que as pesquisas da época, em cenários no qual Lula estava presente, davam vitória ao petista. As pesquisas com Bolsonaro na frente eram as pesquisas sem a presença de Lula. Talvez, por isso que prenderam Lula por meio de um processo no mínimo duvidoso e eivado da mais rasteira politicagem, visando antes de tudo beneficiar algum representante orgânico da elite brasileira.

Foto – Pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2018, antes de Lula ser preso.

Interessante notar que em uma dessas pesquisas Ciro Gomes estava atrás até mesmo de Alckmin e só um ponto à frente de Marina Silva (vulgo Blablarina). E que mesmo em pesquisas sem a presença de Lula, Bolsonaro estava bem à frente do próprio Ciro Gomes, como nessa abaixo, na qual ele está 16 pontos atrás do político carioca. O que desmente a ideia que ele vende por aí de que ele seria aquele que venceria o Bolsonaro “no nascedouro”, como ele mesmo diz.

Foto – Pesquisa de intenção de voto para as eleições de 2018, com Haddad no lugar de Lula.

Terceiro, salta aos olhos o fato de que ele fala como que se nunca tivesse sido o Ministro da Integração Nacional no primeiro governo Lula. Que ele manteve certa proximidade com o Lula e a Dilma durante anos, e que disse que sequestraria o Lula em uma embaixada para que não fosse preso. É muita ingenuidade (ou talvez má fé) acreditar que a máquina de notícias falsas do Bolsonaro, sob a assessoria de Steve Bannon, não ia se aproveitar desse fato para denegri-lo em um eventual segundo turno entre ele e o político carioca. E mesmo que não tivesse alguma ligação de longa data com o Partido dos Trabalhadores, eles arrumariam algum outro jeito de ferrá-lo.

Quarto, que em 2018 o buraco era bem mais embaixo do que ele pensa. O verdadeiro sentimento da população não era de antipetismo como ele diz (ou que ele induz a pensar por meio da verborragia dele), e sim de ódio à política tradicional que o Bolsonaro soube muito capitalizar em favor dele, decorrente de toda a terra arrasada e demonização da atividade política perpetrada pela Operação Lava Jato (que atribuiu toda sorte de mazela à atividade política, a ponto de taxa-la como o núcleo dos esquemas de corrupção – sendo que o verdadeiro núcleo é o sistema financeiro) a partir de 2014.

A propósito, o clima de ódio à política era tamanho na ocasião que eu, à época, tive a impressão de que os dias de votação em 2018 eram dias comuns, e não dias em que o futuro da nação estava para ser decidido.

Dessa forma, vejo que ele, assim como muitos outros, fica muito preso ao resultado do Segundo Turno ao analisar o resultado da eleição de 2018. E, dessa forma, não vê que os tucanos, que em todas as eleições de 1994 a 2014 sempre apareciam no Segundo Turno contra os petistas, não apenas não foram capazes de emplacar a candidatura de Geraldo Alckmin, como também estiveram de fora do Segundo Turno das eleições de 2018. Dessa forma, os grandes vencidos das eleições de 2018 não foram os petistas, e sim os políticos de partidos como PSDB, PMDB e DEM. Políticos com os quais o próprio Ciro Gomes, ao longo de sua longa carreira política, sempre andou junto (ele, para ser mais exato, É um desses políticos do famigerado centrão. Só não vê quem não quer).

Em outras palavras, ao falar que em antipetismo ele nada mais faz que fulanizar a situação, como se não houvesse outras forças políticas que foram tão ou mais rejeitadas quanto o Partido dos Trabalhadores em 2018. E assim tirando os amigos do centrão de longa data dele da reta.

Mas essa narrativa do antipetismo (em outras palavras, de usar o PT como uma espécie de bode expiatório ao mesmo tempo em que se esquece das tantas outras forças que também se queimaram por conta da Lava Jato, mais até que o próprio PT) é bem conveniente a ele, visto que ele pode se posar perante a população como o político novo, o honesto, a nova força de esquerda que veio para mudar o Brasil, que não está envolvido com toda essa podridão e que se opõe tanto ao Bolsonaro quanto ao Lula. Em outras palavras, uma narrativa para ao mesmo em que ele impulsiona uma espécie de terceira via eleitoral, dentro de uma perspectiva do projeto de poder pessoal dele.

Além disso, o Ciro Gomes, do alto das ilusões, do oportunismo e da vaidade típica dele, pelo visto acha que nas eleições 2018, em um eventual segundo turno entre ele e Bolsonaro, o Sérgio Moro não ia puxar algum podre pregresso dele com vistas a prejudicá-lo e desmoralizá-lo. Ele está muito enganado de achar que o Moro e sua camarilha não iam fazer com ele algo parecido com que fizeram com o Lula antes.

Sete dias mais tarde, ele postou o vídeo “Assista se não for petista fanático”, de 65 segundos de duração.

Nesse vídeo em questão ele começa se perguntando se por um acaso existiria Bolsonaro não fosse a contradição moral, corrupção generalizada e a crise econômica mais grave atual (que segundo ele foi produzida pelo Lula e pelo PT). Mais uma vez, vemos o camaleão do Ceará querendo colocar a culpa da ascensão de Bolsonaro ao poder ao PT.

Primeiro que o grande responsável pela ascensão do Bolsonaro ao poder, aquele que criou as condições necessárias para a ascensão ao poder dele, não foi outro senão a Operação Lava Jato, que aqui no Brasil reproduziu o desastre político que a Operação Mãos Limpas legou à Itália ao abrir as portas para Silvio Berlusconi, então magnata da mídia e presidente do Milan, tornar-se premiê da nação peninsular.

Ciro, para finalizar, uma pergunta retórica: o que você ganha com todas essas acusações ao Partido dos Trabalhadores, que bem ou mal tem uma penetração eleitoral muito maior que a tua e que você nunca terá? Qual será o teu jogo? Que público será que você está buscando? Só lhe digo uma coisa: se você acha que agindo dessa maneira, como um moleque, que você irá obter votos de esquerda, ou até mesmo de bolsonaristas desiludidos, sinto muito, mas você está muito enganado. Continuará sendo o saco de pancadas da esquerda e da direita que vem sendo há muito tempo.

Só espero que na hora em que o Lula morrer, que você, como um bom abutre político que é não venha hipocritamente querer se refestelar do cadáver político dele, a ponto de em um estalar de dedos dar uma de FHC (ou seja, de pedir ao mundo para esquecer de todas as ofensas que vem fazendo ao Lula e ao PT) e posar ao mundo como o grande herdeiro político dele.

Fontes:

ASSISTA SE NÃO FOR PETISTA FANÁTICO | Cortes Ciro Gomes. Disponível em: ASSISTA SE NÃO FOR PETISTA FANÁTICO | Cortes Ciro Games - YouTube

Ciro Gomes continua afirmando que a crise é do PT. Disponível em: Ciro Gomes continua afirmando que a crise é culpa do PT | Momentos do Reunião de Pauta - YouTube

CIRO REVELA A VERDADE SOBRE 2018 | Sabatina com Ciro | Uol e Folha. Disponível em: CIRO REVELA A VERDADE SOBRE 2018 | Sabatina com Ciro | UOL e Folha - YouTube

Pesquisa para presidente 2018: Lula, lidera sem ele, Bolsonaro dispara na frente. Disponível em: Pesquisa para presidente 2018: Lula lidera, sem ele, Bolsonaro dispara na frente - Sul 21