domingo, 8 de agosto de 2021

Granola e a estátua de Bardock (ensaio)

Esse é um ensaio de capítulo único que eu mesmo escrevi esses dias, no qual o Granola, o principal antagonista da atual saga do mangá de Dragon Ball Super, a saga Granola, para em um planeta e lá encontra uma estátua que lhe traz péssimas recordações. Espero que gostem:

Enquanto vagava pelo espaço em sua nave, Granola para em um planeta, o planeta VX, que nos tempos em que estava sob o domínio de Freeza era o planeta Freeza número 38. Granola parou no planeta em questão para reabastecer a nave de combustível e víveres, e depois disso dará sequência à viagem.

No planeta VX, Granola aproveitou a parada no planeta que outrora esteve sob o domínio de Freeza para sair um pouco da nave e tomar um pouco de ar. E, enquanto andava pelo planeta VX, ele vê algo que o deixa nem um pouco feliz: um monumento dedicado a Bardock, o saiyano que liderou o massacre dos cerealianos a muitos anos, antes mesmo de Freeza destruir o Planeta Vegeta.

Ao ver a estátua do pai de Goku (vulgo Kakarotto) e Raditz e avô paterno de Gohan e Goten, invariavelmente emergiram em Granola lembranças do dia em que o povo cerealiano foi exterminado pelos saiyanos a mando de Freeza. Lembranças bem dolorosas do tempo em que ele ainda era um infante, diga-se de passagem.

Ao olhar para a estátua de Bardock, Granola vê que aquele aspecto lhe é um tanto familiar, apesar do fato de que na ocasião do massacre de seu povo todos os saiyanos estavam transformados em macacos gigantes (Oozaru), uma habilidade típica deles que se manifesta sempre que olham para uma lua cheia e que eleva o poder deles em cerca de 10 vezes. Mas que ao mesmo tempo acarreta na perda da racionalidade de seu usuário, a exceção de uns poucos saiyanos de elite que são capazes de mantê-la mesmo sob tal transformação.

Granola nota que a cicatriz na bochecha do saiyano retratado lhe é bem familiar, assim como seu traje (já que são as armaduras típicas do exército de Freeza), e invariavelmente remetem ao fatídico dia do massacre de seu povo. E, ao olhar nos olhos da estátua de Bardock, Granola inevitavelmente ferve de ódio e indignação. Perguntas surgem na cabeça dele.

O que Granola ainda não sabe é que antes de erguerem a estátua a qual ele olha no presente momento havia um grande monumento dedicado a Freeza. Mas, depois que Freeza foi vencido e depois morto e seu império com o tempo foi se estilhaçando (já que Freeza não teve um sucessor à altura dele, que fosse capaz de manter seu império unido sob uma única autoridade), novas forças políticas surgiram no Planeta VX.

As forças políticas em questão colaboraram ativamente com Freeza até o momento de sua inglória queda. Da forma mais oportunista possível, eles começaram a se opor a Freeza, criaram toda uma imagem de resistentes ao jugo do imperador do Universo ao longo de anos e assim conseguiram manter-se no poder.

E nisso eles ordenaram a derrubada das estátuas dedicadas a Freeza em todo o planeta VX e no lugar, sob os auspícios de certos ativistas, ergueram estátuas dedicadas a figuras que se insurgiram contra o imperador do Universo, tanto do planeta VX quanto de outros mais longínquos. E uma dessas figuras é Bardock. Ergueram uma estátua dedicada ao pai de Goku e Raditz por ele ter tombado em combate contra Freeza defendendo seu planeta natal.

Os nativos do planeta conhecem Bardock por meio de livros de história que falam sobre o genocídio dos saiyanos perpetrado por Freeza. E nesses livros fala-se que Bardock lutou até o fim para proteger seu planeta natal de ser destruído pelo Imperador do Universo (obviamente, sob ordens diretas de Bills, o deus da destruição do sétimo universo). Até que ele foi engolido pela Supernova de Freeza e morreu junto com seu planeta natal.

Granola: “Como pode, como pode, os habitantes daqui glorificarem um assassino como o Bardock? Ele, que matou tantas pessoas a serviço de Freeza?! Em outras palavras, ele ajudou o Freeza a empilhar cadáveres! Isso é que eu não entendo! Acho que os nativos desse planeta não batem muito bem da cabeça!”.

Até que de repente surge na presença de Granola um nativo do planeta, que é um odiador ardoroso de Freeza e adorador dos saiyanos e outros povos que Freeza exterminou. Em especial dos saiyanos e de figuras como Bardock.

Nativo local: “Alto lá, estranho! Lave a tua boca para falar de Bardock, pois você está diante da estátua de um guerreiro de honrada memória que lutou até o fim para proteger o seu planeta natal das garras tirânicas de Freeza! Que a memória dele seja reverenciada e lembrada por todos nós, como um exemplo de valentia e coragem!”.

Ao ouvir as palavras em questão a respeito de Bardock, um dos verdugos de seu povo nativo, Granola se enfurece. E não é para menos, diga-se de passagem.

Granola: “Isso só pode ser uma piada, né? Bardock, honrada memória, lutou até o fim contra o Freeza... quem tem que lavar a boca é você, seu idiota! Bardock e seus homens devastaram vários planetas a serviço de Freeza, e um desses planetas foi o meu planeta natal, o Planeta Cereal! Não sei como vocês podem homenagear um sujeito desses”.

Nativo local: “Você não sabe de nada, jovem garoto. O que você disse não passa de mentiras, lorotas, para denegrir o imaculado nome dos saiyanos, que Freeza exterminou sem dó nem piedade, por temer o poder deles unidos! E é por isso que nós homenageamos guerreiros como Bardock. Para que os crimes perpetrados por Freeza jamais sejam esquecidos!”.

Granola: “Quem não sabe de nada é você, seu imbecil! Sim, por um lado, é verdade que o miserável do Freeza exterminou os saiyanos há muitos anos. Eu também detesto aquela lagartixa e gostaria muito de poder acabar com ele com as minhas próprias mãos. Mas, por outro, para isso o Freeza contou com os serviços de diversos colaboradores. E entre eles, os saiyanos, que serviram fielmente a Freeza até ele exterminá-los”.

O nativo então começa a sofismar.

Nativo local: “Mas o Freeza exterminou os saiyanos”.

Granola: “E você acha que o fato de Freeza ter levado os saiyanos às portas da extinção muda o fato de que eles não só destruíram com vários povos, incluindo o meu? Isso muda o fato de que eles empilharam tantos cadáveres e jorraram tanto sangue quanto Freeza? Sinceramente, acho que vocês desse planeta não sabem é de nada sobre quem foram os saiyanos”.

Nativo local: “Mas Freeza exterminou os saiyanos e isso é o que importa”.

O nativo continua a sofismar e Granola fica ainda mais furioso com ele. Uma briga entre os dois era questão de tempo. Até que um ancião viu a cena de quase briga e apartou a briga entre os dois. E esse senhor revela a Granola algumas memórias pregressas dele. Mais precisamente, de quando o planeta VX foi conquistado pelas tropas de Freeza. E revela, entre outras coisas, que quando Freeza conquistou o planeta VX, fez isso com o apoio de guerreiros saiyanos, e que Bardock tomou parte nesse massacre como um dos principais guerreiros saiyanos a serviço do filho do Rei Cold.

Depois de ouvir essa história, o nativo com o qual Granola estava discutindo baixa a bola e sai do local envergonhado. Já Granola, por seu turno, volta á nave e dá continuidade à jornada dele. “Como os habitantes desse planeta são estúpidos, pelo menos aquele que eu conheci...”, diz o cerealiano, que a despeito de sua mágoa pelos saiyanos poupou o monumento dedicado ao pai de Goku e Raditz. A propósito, como será que Granola pretende levar adiante sua vingança, tendo em vista que ele quer se vingar de seres bem poderosos?

Moral da história: O conquistado de hoje é o conquistador de ontem.


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