segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Resposta a Thiago Braga - a indústria do Holodomor, ou do Holodomor enquanto enquanto avatar da russofobia hodierna

Foto – Thiago Braga.

Por meio do canal Brasão de Armas, Thiago Braga postou três vídeos a respeito do famigerado Holodomor nas últimas semanas. E em resposta a ele é que venho aqui escrever um artigo sobre o tema em questão. Tendo em vista que o mito do Holodomor é atualmente um dos principais alimentadores do ódio contra a Rússia que vemos hoje em dia.

Primeiro de tudo, a pergunta que fica no ar é: qual que é o jogo de Thiago Braga? O que Thiago Braga faz atualmente não é nada de novo. Visto que ele, como já dito antes, se utiliza do mesmo expediente que anteriormente tanto os irmãos Neto (Felipe Neto no tempo do Não faz sentido e Luccas Neto no tempo do Hater Sincero – depois de um tempo, ambos após fazerem o pé de meia deles passaram por um processo de branqueamento, jogaram os personagens que antes eles encarnavam para debaixo do tapete e hoje fazem de conta que eles nunca existiram) quanto o Nando Moura se utilizaram no passado para se promoverem na plataforma do You Tube.

Vendo o perfil ideológico do público que acompanha os vídeos dele nos dois canais dele (Brasão de Armas e Impérios AD), ao polemizar com pessoal de esquerda e pessoal islâmico, Thiago Braga quer dessa forma ganhar visibilidade e engajamento por parte do público dele. Em outras palavras, a típica manobra de jogar para a torcida.

E o pior de tudo é que se trata do mesmo Thiago Braga que em vídeo anterior queixou-se (e com razão) do ranço que muitos brasileiros têm em relação a Portugal. Até ai tudo bem. 

O problema é que ele não parece ter escrúpulo algum em alimentar preconceitos (e até mesmo ódio) em relação aos muçulmanos quando ele os retrata como decapitadores contumazes e que a prática de decapitação é algo inerente à religião fundada pelo profeta Muhammad no século VII (sendo que como Mansur Peixoto pontuou em um de seus vídeos, na França houve decapitação por meio de guilhotina até 1977 – ou seja, no ano do lançamento do primeiro Star Wars), e com pessoal de esquerda quando lança vídeos os espinafrando por meio de temas como mitos da Revolução Russa e Holodomor.

Não vai ser nenhuma surpresa se daqui algum um tempo alguma federação ou entidade islâmica do Brasil resolver mover processo judicial contra Thiago Braga por injúria, difamação e danos morais (lembrando que muitas das polêmicas de You Tube tanto dos irmãos Neto quanto de Nando Moura terminaram em processos judiciais, vide o processo que a família da Viih Tube, à época menor de idade, moveu contra os irmãos Neto e os processos de Felipe Neto contra Nando Moura). Como diz o velho ditado, quem procura acha.

Algo também digno de nota é que muitos direitistas, entre eles Marcelo Andrade e Wagner Tomazoni (canal Tragicômico), fizeram vídeos comentando o vídeo de Thiago Braga sobre o Holodomor (como também antes fizeram vídeos comentando os vídeos sobre os mitos da revolução russa), e até reagindo positivamente a ele. Eu, particularmente, não entendo esse pessoal da direita. Eles, que com razão criticam o Felipe Neto (e que fique bem claro uma coisa: quem acha que o Felipe Neto é do campo da esquerda assina um atestado de estupidez e burrice), não parecem dar-se conta de que Thiago Braga se vale do mesmo expediente que lá atrás o garoto do cabelo colorido, no tempo do Não Faz Sentido (ou seja, de quando ele encarnava o personagem antigo dele que usava óculos escuros e hoje faz de conta que nunca existiu), se utilizou para se promover no You Tube. Ou seria dois pesos e duas medidas da parte deles? Pelo visto, quando é para polemizar com esquerdistas e muçulmanos, tudo bem para esse pessoal.


Feito isso, vamos ao tema principal da resenha, a indústria do Holodomor e o Holodomor enquanto alimento da russofobia hodierna e do ódio secular do Ocidente “livre e democrático” para com a Rússia. E isso independente do regime vigente na nação de Gogol, Puškin e Tolstoj. Quer seja o regime imperial, quer seja o comunismo soviético, quer seja a atual república federativa.

Já vou deixando bem claro uma coisa: não vou entrar na presente resenha no mérito de se o Holodomor é verdade ou mito. Pois, em minha humilde opinião, o mais importante dos eventos ocorridos na atual Ucrânia em 1932 e 1933 não são os eventos por si mesmos. Se o poder soviético liderado por Stalin promoveu ou não promoveu uma fome com intenções genocidas contra a população nativa da Ucrânia no biênio em questão. E sim quem promove tais narrativas e como que a narrativa do mesmo vem justificando a russofobia mundo afora, além da instrumentalização do mesmo para promover dentro da Ucrânia a agenda político-ideológica dos grupos políticos que triunfaram primeiro com a Revolução Laranja em 2004 e depois com o golpe do Euromaidan em 2014, com vistas ao estabelecimento de um estado reacionário baseado no sectarismo étnico-religioso.

Norman Gary Filkenstein, judeu sobrevivente dos campos de concentração nazistas, criou um termo para se referir à exploração política e midiática do Holocausto no pós-guerra por parte tanto de Israel quanto de judeus da diáspora, a “indústria do Holocausto”, que inclusive é título de um livro dele publicado em 2000. Incluindo em primeira instância chantagens a bancos suíços, indústrias alemãs e até mesmo países europeus (lembrando que durante muitos anos a Alemanha pagou indenizações a Israel) e o uso por parte de Israel para legitimar seu projeto político no Oriente Médio, incluindo não só o que estamos vendo agora com as ações de Israel na Faixa de Gaza, como também a balcanização de nações árabes e islâmicas como o Iraque, a Síria e a Líbia em última instância.

Com o assim chamado Holodomor também há uma indústria ideológica similar, para não dizer idêntica, tanto no Ocidente em suas cruzadas ideológicas contra a Rússia quanto dentro da Ucrânia, um país dividido entre partes pró-Rússia e pró-Ocidente por conta de fatores como os longos anos de domínio polaco-lituano e austríaco principalmente nas regiões ocidentais do país (algo que os resultados dos seguidos pleitos eleitorais evidenciam), para justificar não apenas a glorificação de figuras históricas outrora execradas tanto sob a Rússia Imperial quanto sob a União Soviética, como também políticas de afastamento em relação à Rússia e de aproximação para com o Ocidente, e em última instância até mesmo de adesão à União Europeia e à OTAN e o massacre da população russófila das regiões sul e leste da Ucrânia. Em outras palavras, o Holodomor enquanto fator legitimador de episódios como o incêndio ao sindicato de Odessa, ocorrido em 2014.

Foto – As divisões internas da Ucrânia.

Dessa forma, pode-se dizer que o Holodomor exerce para a Ucrânia atual papel similar ao que o Holocausto exerce para Israel.

Como dito na primeira parte, após o fim da Segunda Guerra Mundial muitos dos colaboradores ucranianos dos nazistas lograram fugir e se estabelecer no Ocidente, em especial na Alemanha Ocidental (destino de Bandera), nos Estados Unidos e no Canadá. Algo digno de nota é que recentemente, no Parlamento Canadense, houve uma homenagem a um ex-membro da divisão galiciana da SS, Jaroslav Gunka, de 98 anos. E detalhe: na sessão em que a homenagem teve lugar lá estavam presentes não apenas Justin Trudeau, atual premiê do Canadá, como também Volodymyr Zelenskij, atual presidente da Ucrânia. O escândalo que a homenagem em questão gerou foi tal que Rússia e Polônia cogitam expedir pedidos internacionais de prisão para Gunka.

Em 1987, passados já quase meio século do fim da guerra, Douglas Tottle lança o livro “Fraud, Famine and Fascism”. O que o cherry-picking bem típico de Thiago Braga não mostra é que antes de Douglas Tottle lançar o livro dele a diáspora colaboracionista ucraniana estabelecida no Canadá não apenas financiou a produção do filme “Colheita do desespero”, como também queria inserir no currículo escolar canadense do ensino médio a narrativa da fome-genocídio.

Segundo Elena Blinova em seu artigo de 2015 publicado no Sputnik News, “Holodomor Hoax: Joseph Stalin’s crime that never took place”, a narrativa da fome-genocídio promovida pelo poder soviético na Ucrânia no biênio 1932/1933 perpetuou-se da seguinte forma após a derrota dos nazistas na guerra:

“A CIA acreditou que o nacionalismo ucraniano poderia ser usado como uma arma eficiente da Guerra Fria. Enquanto os nacionalistas ucranianos proveram Washington com informação valiosa sobre seus rivais de Guerra Fria, a CIA em troca estava colocando os veteranos nacionalistas em posições de influência e autoridade, ajudando-os a criar instituições semi-acadêmicas ou posições acadêmicas em universidades existentes. Ao usar estas redes acadêmicas formais e informais, os nacionalistas ucranianos disseminaram propaganda anti-Rússia, criando mitos e reescrevendo a história e ao mesmo tempo branqueando os crimes de guerra da OUN-UPA”.

Sobre os colaboradores ucranianos dos nazistas que após a guerra estabeleceram diáspora em países como a Alemanha Ocidental, os Estados Unidos e o Canadá, a história deles foi branqueada e reescrita de tal forma que eles passaram a ser apresentados não como colaboradores dos nazistas que estiveram envolvidos em toda sorte de terríveis crimes de limpeza étnica contra judeus, russos, poloneses e tchecos que eles de fato foram, e sim como combatentes pela liberdade que pela independência da Ucrânia lutaram tanto contra os nazistas quanto contra os comunistas soviéticos.

Blinova segue dizendo o seguinte, sobre o papel da diáspora ucraniana no Ocidente na formação da ideologia da Ucrânia pós-independência:

“Após o colapso da URSS, a diáspora ucraniana desempenhou um papel substancial em formar a ideologia do novo Estado ucraniano. ‘Diferente de muitas outras antigas repúblicas soviéticas, o governo ucraniano não precisou desenvolver novos mitos nacionais do zero, mas importou conceitos prontos desenvolvidos na diáspora ucraniana’, Dr. Rudling sublinhou”.

E ainda sobre o desenvolvimento desse mito na Ucrânia após a Revolução Laranja de 2004:

“Entretanto, foi sob o presidente ucraniano Viktor Juŝenko (que obteve seu poder após o levante apoiado pelo Ocidente de Maidan, também conhecido como a Revolução Laranja) quando o mito anti-russo ganhou seu segundo impulso na Ucrânia. Sob Juŝenko, muitas instituições de ‘gerenciamento de memória’ e ‘criação de mito’ foram estabelecidas no país”.

Na Ucrânia após a Revolução Laranja de 2004, com a ascensão de Vyktor Juŝenko ao poder, o conto do Holodomor não apenas passa a ser promovido na Ucrânia, como também figuras históricas antes execradas nos tempos tzarista e soviético, tais como o chefe cossaco Ivan Mazepa (o qual se aliou com a Suécia contra a Rússia na Grande Guerra do Norte [1700 – 1721], ocorrida durante o reinado de Pedro o Grande) e colaboradores ucranianos dos nazistas como Stepan Bandera e Roman Šukhevyč, foram reabilitadas e passaram a ser exaltadas e glorificadas (lembrando que após o término da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética ainda teve que enfrentar os remanescentes da OUN-UPA nos Cárpatos até o começo dos anos 1950, como também enviou agentes ao Ocidente para dar cabo de alguns deles, como foi o caso de Bandera em 1959).

E, para piorar ainda mais as coisas, durante o governo Juŝenko (o qual enviou tropas ao Iraque e ao Afeganistão em apoio a Bush II) na Ucrânia chegou-se ao ponto de Bandera ser considerado e exaltado como herói da Ucrânia (título esse revogado em 2011, com Janukovič no poder, pelo judiciário ucraniano). E segundo denúncias do jornalista Oles Buzina, na época de Juŝenko bonecos de Hitler eram vendidos em lojas ucranianas. Ele mesmo disse o seguinte à época:

“As políticas dos líderes de governo ucranianos levam a um renascimento do neonazismo. Quando (o general Roman) Šukhevyč, que foi oficial das tropas de Hitler, ganha uma condecoração de herói da Ucrânia, é natural que o boneco de Hitler se torne um brinquedo obrigatório nos quartos dos meninos do país”.

Buzina veio a ser morto em 2015, em um atentado promovido por elementos da extrema direita ucraniana.

Foto – Juŝenko ao lado de veteranos de guerra que participaram da divisão galiciana da Waffen SS na Segunda Guerra Mundial.

Após o golpe do Euromaidan em 2014 ocorre o seguinte processo na Ucrânia:

“Forças nacionalistas e fascistas, como o ‘Setor da Direita’ e o ‘Partido Svoboda’, que participaram do novo governo ucraniano, pressionaram por uma nova legislação em um esforço para criminalizar a ideologia comunista e proibir a atividade política dos comunistas. Ao mesmo tempo, os batalhões fascistas foram reorganizados, os neonazistas se juntaram às fileiras do mecanismo estatal e os ataques contra as pessoas que usam a língua russa aumentaram. Tudo isso aconteceu sob a cumplicidade dos EUA e da UE, que usaram a Ucrânia como um ‘cavalo de Tróia’ contra seu concorrente, a Rússia”.

Para além do surgimento de batalhões de extermínio neonazistas como o Batalhão Azov e outros, o então presidente Petro Porošenko assinou em 2015 um projeto de lei que incluía as seguintes disposições legais:

“– Lei nº. 2558: ‘Sobre a condenação dos regimes totalitários comunistas e nacional-socialistas (nazistas) e a proibição da propagação de seus símbolos’ — Isso incluiu a remoção de monumentos comunistas e a renomeação de locais públicos com nomes relacionados a temas comunistas”.

“– Lei nº. 2538-1: ‘Sobre o status legal e a honra da memória dos combatentes pela independência da Ucrânia no século 20’ – elevando várias organizações, incluindo o Exército Insurgente Ucraniano, a Organização dos Nacionalistas Ucranianos e grupos pró-nazistas, ao status oficial que assegura benefícios sociais aos seus membros sobreviventes”.

“– Lei nº. 2539: Sobre a memória da vitória sobre o nazismo na Segunda Guerra Mundial, 1939-1945”.

“– Lei nº. 2540: ‘Sobre o acesso aos arquivos dos órgãos repressivos do regime totalitário comunista de 1917-1991”.

Como resultado da implantação da lei nº 2558, em 2016, as autoridades ucranianas, em uma canetada, renomearam 987 cidades/aldeias e 51493 ruas, além de removerem 1320 dedicados a Lenin e outros 1069 dedicados a outros eminentes comunistas, muitos dos quais foram vandalizados e depredados por grupos de extrema direita. Além disso, na mesma época, o Partido Comunista da Ucrânia e todas as organizações comunistas foram proibidos, a tal ponto que membros do Partido Comunista e da Juventude Comunista Leninista da Ucrânia foram submetidos a perseguições ao passo que os escritórios deles se tornaram alvo de recorrentes batidas policiais.

E, diga-se de passagem, esse fenômeno de reabilitação de colaboradores dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial não é uma exclusividade ucraniana. Também ocorre em outras nações da Europa oriental tais como os países bálticos e a Polônia. Não apenas desfiles periódicos de veteranos de guerra que fizeram parte de divisões locais da Waffen SS periodicamente ocorrem (a exemplo dos países bálticos que outrora foram parte do Império Russo e da União Soviética), como leis foram passadas de criminalização simultânea do nazismo e do comunismo.

Foto – desfile de ex-membros de divisões da Waffen SS em Riga, Letônia, 2009.

Na Polônia, em 2018 o presidente Andrzej Duda sancionou uma lei que prevê pena de três anos para quem ousar falar sobre a participação de colaboradores locais dos nazistas no Holocausto. E isso nada mais é que uma forma de proteger e ocultar (e até mesmo glorificar) os colaboradores locais dos nazistas, ao mesmo tempo em que os nazistas alemães são feitos de bois de piranha (sendo que geralmente o elemento colaboracionista é quem sujava as mãos com chacinas e limpezas étnicas na Europa ocupada pelos nazistas). E o que é pior: Eduardo Bolsonaro (vulgo Dudu Bananinha) tentou trazer estas leis ao Brasil por meio do PL 4425/2020 (vale ressaltar que em manifestações pró-Bolsonaro apareceram bandeiras rubro-negras do Setor de Direita, e Sara Winter nessa mesma época falava em “ucranizar o Brasil).

Foto – Manifestante do Euromaidan carregando retrato de Bandera.

E ai eu pergunto, será que o Thiago Braga, em algum momento vai falar alguma coisa a esse respeito da gênese do mito do Holodomor? Será que em algum momento ele irá falar que os colaboradores ucranianos dos nazistas existiram, que eles formaram batalhões especiais dentro da Waffen SS e que alguns deles passaram a ser glorificados como heróis da Ucrânia a partir do governo Juŝenko? E de tudo o que o mito do Holodomor, originalmente gestado pela imprensa nazista e por Hearst (um dos muitos bacanas do mundo dos negócios americano que no período entre 1933 a 1945 fizeram negócios com os nazistas) e depois requentado e promovido pelo governo Reagan, pela diáspora colaboracionista ucraniana no Ocidente e pelos governos Juŝenko, Porošenko e Zelenskij, legitima, incluindo a glorificação como heróis de colaboradores ucranianos dos nazistas, assim como a limpeza étnica da população russófila do sul e do leste da Ucrânia e perseguições a partidos de esquerda na Ucrânia?

Em outras palavras, a narrativa do Holodomor no fim das contas serve como legitimador de um projeto de nação baseada no exclusivismo étnico-religioso em um país etnicamente diverso e da Ucrânia como se fosse uma a antítese de tudo o que a Rússia historicamente sempre representou, que faz com que a Ucrânia faça em regiões como Donbass a mesma coisa que Israel vem fazendo na Palestina desde 1948 e o que os curdos peršmergas (com a assessoria militar de Israel) fizeram no norte do Iraque ao promover limpezas étnicas de yazeditas, árabes, assírios e turcomenos após a queda do regime baathista em 2003.

Foto – Nakba ontem e hoje. Palestina em 1948 à esquerda e Donbass em 2014 à direita.

E, do ponto de vista geopolítico, transforma a Ucrânia em uma espécie de punhal prestes a ser fincado no ventre da Rússia (para se ter noção do que seria a Ucrânia com bases da OTAN para a Rússia, é só lembrar da situação que o Iraque amargou no período entre 1991 a 2003, no qual a nação mesopotâmica, à época comandada por Saddam Hussein, não apenas foi submetida a embargos econômicos e a zonas de exclusão aérea no norte e no sul, como também a periódicos ataques de mísseis balísticos disparados a partir de bases americanas em outros pontos da Ásia sul-ocidental). Sem levar em consideração o que vem acontecendo na Ucrânia desde 2014 (ou se quisermos recuar ainda mais, desde 2004, quiçá desde 1991), você não entende os motivos pelos quais a Rússia, no ano passado, promoveu a Operação Militar Especial contra a Ucrânia (operação essa que o mesmo Thiago Braga, no vídeo “terror em Israel: decapitações e a justificativa histórica terrorista”, classificou como assassina).

Mas, a julgar pelo fato de que o mesmo Thiago Braga quer polemizar com a esquerda com vistas a promoção pessoal e obtenção de engajamento no You Tube, tenho sérias dúvidas. Afinal, falar sobre essas coisas seria algo contraproducente para ele e o propósito dele, no mínimo. Além de tratar de coisas que o público majoritário dos vídeos dele não gostaria de ouvir.

Fontes:

A descomunização da Ucrânia e a ascensão do fascismo. Disponível em: A descomunização da Ucrânia e a ascensão do fascismo – PCB – Partido Comunista Brasileiro

Ato pró-Bolsonaro teve bandeira de movimento ucraniano. O que ela significa? Disponível em: O que significa a bandeira ucraniana usada em um ato pró-Bolsonaro (gazetadopovo.com.br)

Crise ucraniana: os crimes de Stepan Bandera, herói dos neonazistas ucranianos. Disponível em: A Página Vermelha: CRISE UCRANIANA: Os crimes de Stepan Bandera, herói dos neonazistas ucranianos (apaginavermelha.blogspot.com)

Governo ultranacionalista da Polônia aperta o cerco contra os historiadores do Holocausto. Disponível em: Governo ultranacionalista da Polônia aperta o cerco contra os historiadores do Holocausto | Internacional | EL PAÍS Brasil (elpais.com)

Holodomor hoax: Joseph Stalin’s crime that never took place (em inglês). Disponível em: Holodomor Hoax: Joseph Stalin's Crime That Never Took Place - 09.08.2015, Sputnik International (sputnikglobe.com)

MUNDO: Ucrânia, uma vez mais dividida. Disponível em: A Página Vermelha: MUNDO: Ucrânia, mais uma vez dividida (apaginavermelha.blogspot.com)

O Holodomor, novo avatar do anticomunismo europeu. Disponível em: O Holodomor, novo avatar do anticomunismo "europeu" - Vermelho

Os sete mitos criados pela mídia ocidental que ajudaram a destruir o Iraque (2). Disponível em: Os sete mitos criados pela mídia ocidental que ajudaram a destruir o Iraque (2) (correiocidadania.com.br)

PL 4425/2020: Projeto de lei. Disponível em: Portal da Câmara dos Deputados (camara.leg.br)

Presidente da Polônia sanciona lei sobre o holocausto. Disponível em: Presidente da Polônia ratifica lei sobre Holocausto – DW – 06/02/2018

Pre-war “democratic and peaceful” Europe. Western countries (em inglês). Disponível em: Pre-war "democratic and peaceful" Europe. Western countries (topwar.ru)

Projeto de lei de Eduardo Bolsonaro quer criminalizar apologia ao comunismo. Disponível em: Projeto de Eduardo Bolsonaro quer criminalizar apologia ao nazismo e comunismo (uol.com.br)

Stepan Bandera: quem foi o colaboracionista nazista que se tornou símbolo da direita ucraniana. Disponível em: Stepan Bandera: quem foi o colaboracionista nazista que se tornou símbolo da direita ucraniana | Hypeness inovação e criatividade para todos

Ukrainian nationalism as a ‘Cold War weapon’ (em inglês). Disponível em: Ukrainian Nationalism as a ‘Cold War Weapon’ | The Vineyard of the Saker

3 comentários:

  1. Independente de haver ou não uso político do mesmo, o Holodomor, de fato, existiu. Assim como a Shoah e o Genocídio Armênio, todos esses massacres igualmente terríveis e desprezíveis, que mostram o quão a raça humana pode chegar tão baixo no nível de crueldade e sadismo.

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  2. Impressionante conteúdo. Como sempre, as narrativas costumam ser muito mais decisivas que qualquer fato concreto, e o simples fato de serem destacadas num ou outro contexto mostra o quão subjetivas são as abordagens históricas.

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    1. E aqui eu quis basicamente mostrar qual que é a serventia de uma narrativa como a do Holodomor e o que na prática ela legitima.

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