Foto – Thiago Braga.
Por meio do canal Brasão de Armas, Thiago Braga postou três vídeos a respeito do famigerado Holodomor nas últimas semanas. E em resposta a ele é que venho aqui escrever um artigo sobre o tema em questão. Tendo em vista que o mito do Holodomor é atualmente um dos principais alimentadores do ódio contra a Rússia que vemos hoje em dia.
Primeiro de tudo, a pergunta que fica no ar é: qual que é o
jogo de Thiago Braga? O que Thiago Braga faz atualmente não é nada de novo.
Visto que ele, como já dito antes, se utiliza do mesmo expediente que
anteriormente tanto os irmãos Neto (Felipe Neto no tempo do Não faz sentido e
Luccas Neto no tempo do Hater Sincero – depois de um tempo, ambos após fazerem
o pé de meia deles passaram por um processo de branqueamento, jogaram os
personagens que antes eles encarnavam para debaixo do tapete e hoje fazem de
conta que eles nunca existiram) quanto o Nando Moura se utilizaram no passado
para se promoverem na plataforma do You Tube.
Vendo o perfil ideológico do público que acompanha os vídeos
dele nos dois canais dele (Brasão de Armas e Impérios AD), ao polemizar com
pessoal de esquerda e pessoal islâmico, Thiago Braga quer dessa forma ganhar
visibilidade e engajamento por parte do público dele. Em outras palavras, a
típica manobra de jogar para a torcida.
E o pior de tudo é que se trata do mesmo Thiago Braga que em vídeo anterior queixou-se (e com razão) do ranço que muitos brasileiros têm em relação a Portugal. Até ai tudo bem.
O problema é que ele não parece ter escrúpulo algum em alimentar preconceitos (e até mesmo ódio) em relação aos muçulmanos quando ele os retrata como decapitadores contumazes e que a prática de decapitação é algo inerente à religião fundada pelo profeta Muhammad no século VII (sendo que como Mansur Peixoto pontuou em um de seus vídeos, na França houve decapitação por meio de guilhotina até 1977 – ou seja, no ano do lançamento do primeiro Star Wars), e com pessoal de esquerda quando lança vídeos os espinafrando por meio de temas como mitos da Revolução Russa e Holodomor.
Não vai ser nenhuma surpresa se daqui algum um tempo alguma federação ou entidade islâmica do Brasil resolver mover processo judicial contra Thiago Braga por injúria, difamação e danos morais (lembrando que muitas das polêmicas de You Tube tanto dos irmãos Neto quanto de Nando Moura terminaram em processos judiciais, vide o processo que a família da Viih Tube, à época menor de idade, moveu contra os irmãos Neto e os processos de Felipe Neto contra Nando Moura). Como diz o velho ditado, quem procura acha.
Algo também digno de nota é que muitos direitistas, entre
eles Marcelo Andrade e Wagner Tomazoni (canal Tragicômico), fizeram vídeos
comentando o vídeo de Thiago Braga sobre o Holodomor (como também antes fizeram
vídeos comentando os vídeos sobre os mitos da revolução russa), e até reagindo
positivamente a ele. Eu, particularmente, não entendo esse pessoal da direita.
Eles, que com razão criticam o Felipe Neto (e que fique bem claro uma coisa: quem
acha que o Felipe Neto é do campo da esquerda assina um atestado de estupidez e
burrice), não parecem dar-se conta de que Thiago Braga se vale do mesmo
expediente que lá atrás o garoto do cabelo colorido, no tempo do Não Faz
Sentido (ou seja, de quando ele encarnava o personagem antigo dele que usava
óculos escuros e hoje faz de conta que nunca existiu), se utilizou para se
promover no You Tube. Ou seria dois pesos e duas medidas da parte deles? Pelo
visto, quando é para polemizar com esquerdistas e muçulmanos, tudo bem para
esse pessoal.
Feito isso, vamos ao tema principal da resenha, a indústria do Holodomor e o Holodomor enquanto alimento da russofobia hodierna e do ódio secular do Ocidente “livre e democrático” para com a Rússia. E isso independente do regime vigente na nação de Gogol, Puškin e Tolstoj. Quer seja o regime imperial, quer seja o comunismo soviético, quer seja a atual república federativa.
Já vou deixando bem claro uma coisa: não vou entrar na
presente resenha no mérito de se o Holodomor é verdade ou mito. Pois, em minha
humilde opinião, o mais importante dos eventos ocorridos na atual Ucrânia em
1932 e 1933 não são os eventos por si mesmos. Se o poder soviético liderado por Stalin
promoveu ou não promoveu uma fome com intenções genocidas contra a população
nativa da Ucrânia no biênio em questão. E sim quem promove tais narrativas e como
que a narrativa do mesmo vem justificando a russofobia mundo afora, além da
instrumentalização do mesmo para promover dentro da Ucrânia a agenda
político-ideológica dos grupos políticos que triunfaram primeiro com a
Revolução Laranja em 2004 e depois com o golpe do Euromaidan em 2014, com
vistas ao estabelecimento de um estado reacionário baseado no sectarismo
étnico-religioso.
Norman Gary Filkenstein, judeu sobrevivente dos campos de
concentração nazistas, criou um termo para se referir à exploração política e
midiática do Holocausto no pós-guerra por parte tanto de Israel quanto de
judeus da diáspora, a “indústria do Holocausto”, que inclusive é título de um
livro dele publicado em 2000. Incluindo em primeira instância chantagens a bancos
suíços, indústrias alemãs e até mesmo países europeus (lembrando que durante
muitos anos a Alemanha pagou indenizações a Israel) e o uso por parte de Israel
para legitimar seu projeto político no Oriente Médio, incluindo não só o que
estamos vendo agora com as ações de Israel na Faixa de Gaza, como também a
balcanização de nações árabes e islâmicas como o Iraque, a Síria e a Líbia em
última instância.
Com o assim chamado Holodomor também há uma indústria ideológica
similar, para não dizer idêntica, tanto no Ocidente em suas cruzadas
ideológicas contra a Rússia quanto dentro da Ucrânia, um país dividido entre
partes pró-Rússia e pró-Ocidente por conta de fatores como os longos anos de
domínio polaco-lituano e austríaco principalmente nas regiões ocidentais do
país (algo que os resultados dos seguidos pleitos eleitorais evidenciam), para
justificar não apenas a glorificação de figuras históricas outrora execradas
tanto sob a Rússia Imperial quanto sob a União Soviética, como também políticas
de afastamento em relação à Rússia e de aproximação para com o Ocidente, e em
última instância até mesmo de adesão à União Europeia e à OTAN e o massacre da
população russófila das regiões sul e leste da Ucrânia. Em outras palavras, o
Holodomor enquanto fator legitimador de episódios como o incêndio ao sindicato
de Odessa, ocorrido em 2014.
Foto – As divisões internas da Ucrânia.
Dessa forma, pode-se dizer que o Holodomor exerce para a
Ucrânia atual papel similar ao que o Holocausto exerce para Israel.
Como dito na primeira parte, após o fim da Segunda Guerra
Mundial muitos dos colaboradores ucranianos dos nazistas lograram fugir e se
estabelecer no Ocidente, em especial na Alemanha Ocidental (destino de
Bandera), nos Estados Unidos e no Canadá. Algo digno de nota é que
recentemente, no Parlamento Canadense, houve uma homenagem a um ex-membro da
divisão galiciana da SS, Jaroslav Gunka, de 98 anos. E detalhe: na sessão em que
a homenagem teve lugar lá estavam presentes não apenas Justin Trudeau, atual
premiê do Canadá, como também Volodymyr Zelenskij, atual presidente da Ucrânia.
O escândalo que a homenagem em questão gerou foi tal que Rússia e Polônia cogitam
expedir pedidos internacionais de prisão para Gunka.
Em 1987, passados já quase meio século do fim da guerra, Douglas Tottle lança o livro “Fraud, Famine and Fascism”. O que o cherry-picking bem típico de Thiago Braga não mostra é que antes de Douglas Tottle lançar o livro dele a diáspora colaboracionista ucraniana estabelecida no Canadá não apenas financiou a produção do filme “Colheita do desespero”, como também queria inserir no currículo escolar canadense do ensino médio a narrativa da fome-genocídio.
Segundo Elena Blinova em seu artigo de 2015 publicado no
Sputnik News, “Holodomor Hoax: Joseph
Stalin’s crime that never took place”, a narrativa da fome-genocídio
promovida pelo poder soviético na Ucrânia no biênio 1932/1933 perpetuou-se da
seguinte forma após a derrota dos nazistas na guerra:
“A CIA acreditou que o
nacionalismo ucraniano poderia ser usado como uma arma eficiente da Guerra
Fria. Enquanto os nacionalistas ucranianos proveram Washington com informação
valiosa sobre seus rivais de Guerra Fria, a CIA em troca estava colocando os veteranos
nacionalistas em posições de influência e autoridade, ajudando-os a criar
instituições semi-acadêmicas ou posições acadêmicas em universidades
existentes. Ao usar estas redes acadêmicas formais e informais, os
nacionalistas ucranianos disseminaram propaganda anti-Rússia, criando mitos e
reescrevendo a história e ao mesmo tempo branqueando os crimes de guerra da
OUN-UPA”.
Sobre os colaboradores ucranianos dos nazistas que após a
guerra estabeleceram diáspora em países como a Alemanha Ocidental, os Estados
Unidos e o Canadá, a história deles foi branqueada e reescrita de tal forma que
eles passaram a ser apresentados não como colaboradores dos nazistas que estiveram
envolvidos em toda sorte de terríveis crimes de limpeza étnica contra judeus,
russos, poloneses e tchecos que eles de fato foram, e sim como combatentes pela
liberdade que pela independência da Ucrânia lutaram tanto contra os nazistas
quanto contra os comunistas soviéticos.
Blinova segue dizendo o seguinte, sobre o papel da diáspora
ucraniana no Ocidente na formação da ideologia da Ucrânia pós-independência:
“Após o colapso da
URSS, a diáspora ucraniana desempenhou um papel substancial em formar a
ideologia do novo Estado ucraniano. ‘Diferente de muitas outras antigas
repúblicas soviéticas, o governo ucraniano não precisou desenvolver novos mitos
nacionais do zero, mas importou conceitos prontos desenvolvidos na diáspora
ucraniana’, Dr. Rudling sublinhou”.
E ainda sobre o desenvolvimento desse mito na Ucrânia após a
Revolução Laranja de 2004:
“Entretanto, foi sob o
presidente ucraniano Viktor Juŝenko (que obteve seu poder após o levante
apoiado pelo Ocidente de Maidan, também conhecido como a Revolução Laranja)
quando o mito anti-russo ganhou seu segundo impulso na Ucrânia. Sob Juŝenko,
muitas instituições de ‘gerenciamento de memória’ e ‘criação de mito’ foram
estabelecidas no país”.
Na Ucrânia após a Revolução Laranja de 2004, com a ascensão
de Vyktor Juŝenko ao poder, o conto do Holodomor não apenas passa a ser
promovido na Ucrânia, como também figuras históricas antes execradas nos tempos
tzarista e soviético, tais como o chefe cossaco Ivan Mazepa (o qual se aliou
com a Suécia contra a Rússia na Grande Guerra do Norte [1700 – 1721], ocorrida durante
o reinado de Pedro o Grande) e colaboradores ucranianos dos nazistas como
Stepan Bandera e Roman Šukhevyč, foram reabilitadas e passaram a ser exaltadas
e glorificadas (lembrando que após o término da Segunda Guerra Mundial, a União
Soviética ainda teve que enfrentar os remanescentes da OUN-UPA nos Cárpatos até
o começo dos anos 1950, como também enviou agentes ao Ocidente para dar cabo de
alguns deles, como foi o caso de Bandera em 1959).
E, para piorar ainda mais as coisas, durante o governo
Juŝenko (o qual enviou tropas ao Iraque e ao Afeganistão em apoio a Bush II) na
Ucrânia chegou-se ao ponto de Bandera ser considerado e exaltado como herói da
Ucrânia (título esse revogado em 2011, com Janukovič no poder, pelo judiciário
ucraniano). E segundo denúncias do jornalista Oles Buzina, na época de Juŝenko
bonecos de Hitler eram vendidos em lojas ucranianas. Ele mesmo disse o seguinte
à época:
“As políticas dos
líderes de governo ucranianos levam a um renascimento do neonazismo. Quando (o
general Roman) Šukhevyč, que foi oficial das tropas de Hitler, ganha uma
condecoração de herói da Ucrânia, é natural que o boneco de Hitler se torne um
brinquedo obrigatório nos quartos dos meninos do país”.
Buzina veio a ser morto em 2015, em um atentado promovido
por elementos da extrema direita ucraniana.
Foto – Juŝenko ao lado de veteranos de guerra que participaram da divisão galiciana da Waffen SS na Segunda Guerra Mundial.
Após o golpe do Euromaidan em 2014 ocorre o seguinte
processo na Ucrânia:
“Forças nacionalistas
e fascistas, como o ‘Setor da Direita’ e o ‘Partido Svoboda’, que participaram
do novo governo ucraniano, pressionaram por uma nova legislação em um esforço
para criminalizar a ideologia comunista e proibir a atividade política dos comunistas.
Ao mesmo tempo, os batalhões fascistas foram reorganizados, os neonazistas se
juntaram às fileiras do mecanismo estatal e os ataques contra as pessoas que
usam a língua russa aumentaram. Tudo isso aconteceu sob a cumplicidade dos EUA
e da UE, que usaram a Ucrânia como um ‘cavalo de Tróia’ contra seu concorrente,
a Rússia”.
Para além do surgimento de batalhões de extermínio
neonazistas como o Batalhão Azov e outros, o então presidente Petro Porošenko
assinou em 2015 um projeto de lei que incluía as seguintes disposições legais:
“– Lei nº. 2558:
‘Sobre a condenação dos regimes totalitários comunistas e nacional-socialistas
(nazistas) e a proibição da propagação de seus símbolos’ — Isso incluiu a
remoção de monumentos comunistas e a renomeação de locais públicos com nomes relacionados
a temas comunistas”.
“– Lei nº. 2538-1:
‘Sobre o status legal e a honra da memória dos combatentes pela independência
da Ucrânia no século 20’ – elevando várias organizações, incluindo o Exército
Insurgente Ucraniano, a Organização dos Nacionalistas Ucranianos e grupos
pró-nazistas, ao status oficial que assegura benefícios sociais aos seus
membros sobreviventes”.
“– Lei nº. 2539: Sobre
a memória da vitória sobre o nazismo na Segunda Guerra Mundial, 1939-1945”.
“– Lei nº. 2540:
‘Sobre o acesso aos arquivos dos órgãos repressivos do regime totalitário
comunista de 1917-1991”.
Como resultado da implantação da lei nº 2558, em 2016, as
autoridades ucranianas, em uma canetada, renomearam 987 cidades/aldeias e 51493
ruas, além de removerem 1320 dedicados a Lenin e outros 1069 dedicados a outros
eminentes comunistas, muitos dos quais foram vandalizados e depredados por
grupos de extrema direita. Além disso, na mesma época, o Partido Comunista da
Ucrânia e todas as organizações comunistas foram proibidos, a tal ponto que
membros do Partido Comunista e da Juventude Comunista Leninista da Ucrânia
foram submetidos a perseguições ao passo que os escritórios deles se tornaram
alvo de recorrentes batidas policiais.
E, diga-se de passagem, esse fenômeno de reabilitação de
colaboradores dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial não é uma exclusividade
ucraniana. Também ocorre em outras nações da Europa oriental tais como os
países bálticos e a Polônia. Não apenas desfiles periódicos de veteranos de
guerra que fizeram parte de divisões locais da Waffen SS periodicamente ocorrem
(a exemplo dos países bálticos que outrora foram parte do Império Russo e da
União Soviética), como leis foram passadas de criminalização simultânea do
nazismo e do comunismo.
Foto – desfile de ex-membros de divisões da Waffen SS em Riga, Letônia, 2009.
Na Polônia, em 2018 o presidente Andrzej Duda sancionou uma lei que prevê pena de três anos para quem ousar falar sobre a participação de colaboradores locais dos nazistas no Holocausto. E isso nada mais é que uma forma de proteger e ocultar (e até mesmo glorificar) os colaboradores locais dos nazistas, ao mesmo tempo em que os nazistas alemães são feitos de bois de piranha (sendo que geralmente o elemento colaboracionista é quem sujava as mãos com chacinas e limpezas étnicas na Europa ocupada pelos nazistas). E o que é pior: Eduardo Bolsonaro (vulgo Dudu Bananinha) tentou trazer estas leis ao Brasil por meio do PL 4425/2020 (vale ressaltar que em manifestações pró-Bolsonaro apareceram bandeiras rubro-negras do Setor de Direita, e Sara Winter nessa mesma época falava em “ucranizar o Brasil).
Foto – Manifestante do Euromaidan carregando retrato de Bandera.
E ai eu pergunto, será que o Thiago Braga, em algum momento vai
falar alguma coisa a esse respeito da gênese do mito do Holodomor? Será que em
algum momento ele irá falar que os colaboradores ucranianos dos nazistas
existiram, que eles formaram batalhões especiais dentro da Waffen SS e que
alguns deles passaram a ser glorificados como heróis da Ucrânia a partir do
governo Juŝenko? E de tudo o que o mito do Holodomor, originalmente gestado pela
imprensa nazista e por Hearst (um dos muitos bacanas do mundo dos negócios
americano que no período entre 1933 a 1945 fizeram negócios com os nazistas) e
depois requentado e promovido pelo governo Reagan, pela diáspora
colaboracionista ucraniana no Ocidente e pelos governos Juŝenko, Porošenko e
Zelenskij, legitima, incluindo a glorificação como heróis de colaboradores
ucranianos dos nazistas, assim como a limpeza étnica da população russófila do
sul e do leste da Ucrânia e perseguições a partidos de esquerda na Ucrânia?
Em outras palavras, a narrativa do Holodomor no fim das
contas serve como legitimador de um projeto de nação baseada no exclusivismo
étnico-religioso em um país etnicamente diverso e da Ucrânia como se fosse uma
a antítese de tudo o que a Rússia historicamente sempre representou, que faz
com que a Ucrânia faça em regiões como Donbass a mesma coisa que Israel vem
fazendo na Palestina desde 1948 e o que os curdos peršmergas (com a assessoria
militar de Israel) fizeram no norte do Iraque ao promover limpezas étnicas de
yazeditas, árabes, assírios e turcomenos após a queda do regime baathista em
2003.
Foto – Nakba ontem e hoje. Palestina em 1948 à esquerda e Donbass em 2014 à direita.
E, do ponto de vista geopolítico, transforma a Ucrânia em
uma espécie de punhal prestes a ser fincado no ventre da Rússia (para se ter
noção do que seria a Ucrânia com bases da OTAN para a Rússia, é só lembrar da
situação que o Iraque amargou no período entre 1991 a 2003, no qual a nação
mesopotâmica, à época comandada por Saddam Hussein, não apenas foi submetida a
embargos econômicos e a zonas de exclusão aérea no norte e no sul, como também a periódicos ataques de mísseis balísticos disparados a partir de
bases americanas em outros pontos da Ásia sul-ocidental). Sem levar em
consideração o que vem acontecendo na Ucrânia desde 2014 (ou se quisermos
recuar ainda mais, desde 2004, quiçá desde 1991), você não entende os motivos
pelos quais a Rússia, no ano passado, promoveu a Operação Militar Especial
contra a Ucrânia (operação essa que o mesmo Thiago Braga, no vídeo “terror em
Israel: decapitações e a justificativa histórica terrorista”, classificou como
assassina).
Mas, a julgar pelo fato de que o mesmo Thiago Braga quer
polemizar com a esquerda com vistas a promoção pessoal e obtenção de
engajamento no You Tube, tenho sérias dúvidas. Afinal, falar sobre essas coisas
seria algo contraproducente para ele e o propósito dele, no mínimo. Além de
tratar de coisas que o público majoritário dos vídeos dele não gostaria de
ouvir.
Fontes:
A descomunização da Ucrânia e a ascensão do fascismo.
Disponível em: A descomunização da
Ucrânia e a ascensão do fascismo – PCB – Partido Comunista Brasileiro
Ato pró-Bolsonaro teve bandeira de movimento ucraniano. O que ela significa? Disponível em: O que significa a bandeira ucraniana usada em um ato pró-Bolsonaro (gazetadopovo.com.br)
Crise ucraniana: os crimes de Stepan Bandera, herói dos
neonazistas ucranianos. Disponível em: A
Página Vermelha: CRISE UCRANIANA: Os crimes de Stepan Bandera, herói dos
neonazistas ucranianos (apaginavermelha.blogspot.com)
Governo ultranacionalista da Polônia aperta o cerco contra os historiadores do Holocausto. Disponível em: Governo ultranacionalista da Polônia aperta o cerco contra os historiadores do Holocausto | Internacional | EL PAÍS Brasil (elpais.com)
Holodomor hoax: Joseph Stalin’s crime that never took place
(em inglês). Disponível em: Holodomor Hoax: Joseph
Stalin's Crime That Never Took Place - 09.08.2015, Sputnik International
(sputnikglobe.com)
MUNDO: Ucrânia, uma vez mais dividida. Disponível em: A Página Vermelha: MUNDO: Ucrânia, mais uma vez dividida (apaginavermelha.blogspot.com)
O Holodomor, novo avatar do anticomunismo europeu.
Disponível em: O
Holodomor, novo avatar do anticomunismo "europeu" - Vermelho
Os sete mitos criados pela mídia ocidental que ajudaram a
destruir o Iraque (2). Disponível em: Os
sete mitos criados pela mídia ocidental que ajudaram a destruir o Iraque (2)
(correiocidadania.com.br)
PL 4425/2020: Projeto de lei. Disponível em: Portal
da Câmara dos Deputados (camara.leg.br)
Presidente da Polônia sanciona lei sobre o holocausto.
Disponível em: Presidente
da Polônia ratifica lei sobre Holocausto – DW – 06/02/2018
Pre-war
“democratic and peaceful” Europe. Western countries (em inglês). Disponível em:
Pre-war "democratic and
peaceful" Europe. Western countries (topwar.ru)
Projeto de lei de Eduardo Bolsonaro quer criminalizar
apologia ao comunismo. Disponível em: Projeto
de Eduardo Bolsonaro quer criminalizar apologia ao nazismo e comunismo
(uol.com.br)
Stepan Bandera: quem foi o colaboracionista nazista que se
tornou símbolo da direita ucraniana. Disponível em: Stepan
Bandera: quem foi o colaboracionista nazista que se tornou símbolo da direita
ucraniana | Hypeness inovação e criatividade para todos
Ukrainian nationalism as a ‘Cold War weapon’ (em inglês). Disponível em: Ukrainian Nationalism as a ‘Cold War Weapon’ | The Vineyard of the Saker
Independente de haver ou não uso político do mesmo, o Holodomor, de fato, existiu. Assim como a Shoah e o Genocídio Armênio, todos esses massacres igualmente terríveis e desprezíveis, que mostram o quão a raça humana pode chegar tão baixo no nível de crueldade e sadismo.
ResponderExcluirImpressionante conteúdo. Como sempre, as narrativas costumam ser muito mais decisivas que qualquer fato concreto, e o simples fato de serem destacadas num ou outro contexto mostra o quão subjetivas são as abordagens históricas.
ResponderExcluirE aqui eu quis basicamente mostrar qual que é a serventia de uma narrativa como a do Holodomor e o que na prática ela legitima.
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