quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Monark e Renato Freitas: a perfeita cortina de fumaça

 

Foto – Bruno Monteiro Aiub (vulgo Monark)

Como vimos, os comentários de Bruno Monteiro Aiub, o Monark, que se tornou célebre por apresentar o programa Flow Podcast, a respeito de uma eventual legalização de um partido nazista no Brasil feitos no dia sete de feveiro de 2022 deram muito que falar. A repercussão foi enorme, a tal ponto que processos judiciais contra ele foram movidos e o próprio Monark foi despedido do programa que ele apresentava até então.

Segundo matéria publicada no Diário da Causa Operária, por trás da demissão de Monark estiveram empresas como a agência de prostituição Fatal Model e a empresa de material esportivo Puma (que apoiou os mesmos nazistas na Segunda Guerra Mundial).

Mas esse não é o ponto a ser discutido aqui. Pois em decorrência da repercussão que os comentários de Monark geraram, um incidente em meu entendimento muito mais grave e muito mais perigoso que ocorreu em Curitiba dois dias antes foi eclipsado: a invasão da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos liderada pelo vereador petista Renato Freitas (o mesmo Renato Freitas que acumula em sua ficha policial 16 boletins de ocorrência – entre eles ocorrências envolvendo porte de drogas, desacato a autoridades e som alto em lugares públicos), os quais foram ao local sob a alegação de protestar contra o racismo em decorrência das mortes violentas do congolês Moïse Kabagambe e de Durval Teófilo Filho.

Em outras palavras, digamos que o caso Monark foi a cortina de fumaça perfeita para fazer com que as pessoas esquecessem o caso da invasão à Igreja curitibana. Invasão essa na qual os fiéis da Igreja foram chamados por adjetivos como “fascistas”, “racistas”, “apoiadores do Presidente que ai está” e outros similares pela turba invasora.

E por que o caso da invasão à Igreja em plena missa é muito mais preocupante que qualquer comentário besta que Monark tenha proferido, alguns me perguntarão? Levando em conta casos recentes como os vandalismos e depredações de Igrejas em países como o Chile, a Argentina e o Canadá, tal incidente pode estar abrindo um precedente perigoso, para que futuramente venham a ocorrer uma onda de ataques e depredações a Igrejas ainda maior e mais violenta, com direito a Igrejas sendo depredadas, profanadas e até mesmo incendiadas. E para isso se valendo de pretextos como protestos contra o racismo, a homofobia e outras mazelas decorrentes de mortes violentas de negros, homossexuais, indígenas e outros (devidamente politizados por essa gente que adora copiar as modas norte-americanas e europeias).

Foto – Invasão à Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, 05/02/2022.

Primeiro que o que está em jogo é uma tentativa de capitalizar o caso das mortes de Moïse Kabagambe e de Durval Teófilo Filho com o intuito de fazer com que tais casos gerem a mesma comoção que o caso da morte do afro-americano George Floyd gerou nos EUA, no ano retrasado.

Como nós sabemos, o caso da morte de George Floyd, um homem com uma extensão ficha criminal e que estava sob o efeito de narcóticos na hora em que a polícia o abordou, criou uma comoção tal que gerou uma onda de protestos e atos de vandalismo e violência contra cidadãos pacíficos encabeçados por grupos como o Black Lives Matter (grupo do qual muitos de seus militantes são brancos), os quais não raro quando abordavam cidadãos brancos os obrigavam a se ajoelharem perante eles e se desculparem por serem brancos. Tudo isso ajudou a influenciar o último pleito eleitoral americano em favor do democrata Joe Biden, um representante orgânico do sistema norte-americano.

É isso que queremos no Brasil, uma exacerbação das tensões raciais similar àquela existente nos Estados Unidos e o surgimento de grupos supremacistas negros similares ao Black Lives Matter fazendo as mesmas arruaças e vandalismos que eles fizeram nos Estados Unidos em 2020? Não, não é isso que eu quero para o meu país.

E a coisa não para por ai. Em várias partes do globo, temos visto ataques e depredações a Igrejas, como aquelas vistas no Chile, na Argentina e no Canadá nos últimos anos.

No Chile, durante as manifestações de 2019 e 2020, além de depredações a estátuas e monumentos históricos (como o caso do conquistador espanhol Francisco de Aguirre em La Serena), duas igrejas foram queimadas, ambas em Santiago do Chile: a Capela dos Carabineiros São Francisco de Borja e a Paróquia Assunção.

Antes disso, entre 2015 a 2017, tivemos o caso de vinte e sete templos queimados por ativistas encapuzados que defendem o separatismo mapuche. Em um desses atos de vandalismo, foi pixado a seguinte mensagem em uma das Igrejas: “Cristianismo, cúmplice da repressão do povo mapuche”.

Na Argentina, houve casos como o da paróquia Maria Auxiliadora, que em 2018 foi atacada por ativistas feministas a favor do aborto. Em 2020, 12 membros da etnia mapuche vandalizaram e profanaram a Igreja de Nossa Senhora de Luján no povoado El Bolsón, no Estado de Rio Negro, e em 2021 a Catedral de Buenos Aires foi alvo de pichações que incitavam à queima de Igrejas.

No Canadá de Justin Trudeau, após as descobertas de túmulos não marcados de crianças indígenas em locais que antes eram parte de escola residenciais (muitos dos quais administrados por congregações religiosas), dezenas de Igrejas foram queimadas por vândalos no meio de protestos e manifestações.

E algo que deixa ainda mais estarrecido sobre esses casos é que o pessoal do Canal Meteoro, tanto no caso das Igrejas chilenas quanto no caso da Igreja curitibana, passou pano para os vândalos que perpetraram tais atos sob a alegação de que as Igrejas chilenas tinham ligações com a repressão e a tortura pinochetista e no caso da Igreja curitibana batendo em teclas como as invasões a terrenos de umbanda e outras manifestações religiosas afro-brasileiras.

A eles, só lhes faço a seguinte: as invasões a terrenos de umbanda e outras manifestações religiosas afro-brasileiras, assim como a história da Igreja em questão que remonta ao século XVIII, justificam as ofensas que os fieis que frequentam Igrejas como a Nossa Senhora do Rosário receberam e todo o ultraje que tiveram que presenciar perante os olhos deles, só para começo de conversa? Justificam a interrupção de uma missa e todo o desrespeito ao qual as pessoas que frequentam a Igreja foram submetidas?

Pessoas como vocês e o Renato Freitas terão culpa no cartório se um dia virmos no Brasil não apenas as mesmas cenas dantescas de igrejas queimadas, profanadas e/ou vandalizadas que vimos em anos anteriores no Chile, na Argentina, no Canadá e em outros países, como também quando um Black Lives Matter à brasileira sair de sua toca e começar a fazer as mesmas intimidações, vandalismos e depredações que o Black Lives Matter original fez nos Estados Unidos em 2020.

A caixa de Pandora de grandes tensões religiosas e raciais no Brasil poderá ser aberta em questão de anos, por conta de pessoas inconsequentes como o Renato Freitas (que em seu perfil no Facebook posta vídeos com títulos como “vidas negras importam” e outros similares). Quem irá colocar os males do mundo todos de volta em seu devido lugar depois disso?

Foto – Igreja depredada e vandalizada em El Bolsón, Argentina. Será que veremos cenas dantescas como essas chegarem ao Brasil em um futuro não muito distante?

Fontes:

Ataques a Igrejas se multiplicam no Canadá após a descoberta de túmulos em internatos para indígenas. Disponível em: Ataques a igrejas se multiplicam no Canadá após a descoberta de túmulos em internatos para indígenas | Internacional | EL PAÍS Brasil (elpais.com)

Catedral de Buenos Aires é vandalizada com pichações contra a Igreja e a Bíblia. Disponível em: Catedral de Buenos Aires é vandalizada com pichações contra a Igreja e a Bíblia (acidigital.com)

Catedral é profanada na Argentina e coroas de Maria e do Menino Jesus são roubadas. Disponível em: Catedral é profanada na Argentina e coroas de Maria e do Menino Jesus são roubadas (acidigital.com)

Duas igrejas são incendiadas no primeiro aniversário das revoltas no Chile. Disponível em: Duas igrejas são incendiadas no primeiro aniversário das revoltas no Chile | Internacional | EL PAÍS Brasil (elpais.com)

Feministas atacam Igreja em protesto a favor do aborto, na Argentina. Disponível em: Feministas atacam igreja em protesto a favor do aborto, na Argentina - Guiame

Grupo indígena depreda paróquia, agride pastores e exige falar com bispo. Disponível em: Grupo indígena depreda paróquia, agride padres e exige falar com bispo (aleteia.org)

Lista de ataques a igrejas em 2021. Disponível em: Lista de ataques a igrejas em 2021 – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Perseguição no Chile: Sete igrejas queimadas este ano. Disponível em: Perseguição no Chile: Sete igrejas queimadas este ano (overbo.news)

Protesto em Igreja: o bolsonarismo pira! Disponível em: PROTESTO EM IGREJA: O BOLSONARISMO PIRA! - YouTube

Trabalho escravo e prostituição: quem são os que demitiram Monark. Disponível em: Trabalho escravo e prostituição: quem são os que demitiram Monark - Diário Causa Operária (causaoperaria.org.br)

Vereador que liderou invasão de igreja em Curitiba tem longa ocorrência de confusões com 16 boletins de ocorrência. Disponível em: Renato Freitas: Todos as vezes que o vereador se envolveu em confusão (bandab.com.br)

2 comentários:

  1. Conheço esse canal do Youtube, chamado Meteoro. Um canal de medíocres para medíocres, diga-se de passagem. Tão medíocre e boçal quanto Henry Bugalho, MyNews e similares.

    ResponderExcluir
  2. Para ser justo, até gosto quando eles falam sobre jogos de videogame. Mas quando abrem a boca para falar de temas como esse, é uma tragédia.

    ResponderExcluir