Foto – Freeza (esquerda)
e Rei Vegeta (direita).
Setembro está chegando, e dentro em breve sairá o capítulo 76 do mangá de Dragon Ball Super. Será que Vegeta vencerá Granola? Ou o cerealiano ainda tem algumas cartas escondidas na manga? Veremos a hora em que sair o capítulo 76.
Depois do
episódio envolvendo a estátua de Borba Gato, agora é a vez de Pedro Álvares
Cabral, o descobridor do Brasil, arder nas chamas da ignorância, da estupidez e
da bestialidade do politicamente correto e da cultura do cancelamento. Por
parte de certas pessoas que não conhecem de fato a história de nosso país e que
adoram copiar modismos ideológicos vindos de fora, em especial aqueles vindos dos
Estados Unidos e da Europa Ocidental.
O ato de
vandalismo em questão aconteceu em 24 de agosto de 2021 na zona sul do Rio de
Janeiro, mais precisamente no bairro da Glória, e teve como alvo um monumento
dedicado a Pedro Álvares Cabral.
Tal ato foi
reivindicado por um grupo chamado Coletivo Uruçu Mirim, sob a alegação em
postagem do Twitter de que “mais um monumento escravocrata e genocida foi
incendiado. Queimamos a estátua de Cabral para destruir tudo o que ele
simboliza nos dias atuais, em protesto contra o Marco Temporal e o genocídio
indígena continuado”. Mal eles sabem, por exemplo, que Cabral teve uma passagem
bem breve pelo território que depois constituiu o Brasil. Após o ato de
vandalismo, a conta do Uruçu Mirim foi bloqueada no Twitter.
Na base da
estátua foram feitas pichações e uma mensagem foi escrita contra o Marco
Temporal e o Projeto de Lei 490, que são objetos de críticas por parte de povos
indígenas e ativistas do meio ambiente por favorecer ruralistas e que prevê que
os povos indígenas só poderão reivindicar as terras que já ocupavam em 5 de
outubro de 1988 (ou seja, de quando foi promulgada a atual constituição vigente
no Brasil).
Como
resultado da brincadeira, a Polícia Federal abriu um inquérito para apurar quem
perpetrou tal ato de vandalismo sobre a estátua de Cabral (obra do escultor
mexicano radicado no Brasil Rodolfo Bernardelli, inaugurada em 1900 para
celebrar o quarto centenário da descoberta do Brasil).
Foto – Estátua de Pedro Álvares Cabral no Rio de Janeiro, antes de ser incendiada.
Mas o que
mais me deixou estarrecido nesse episódio é o fato de que não foram poucos os
políticos (ditos) de esquerda que apoiaram tal ato de vandalismo, como é o caso
das psolistas Sâmia Bomfim e Talíria Petrone (basta uma visita nos perfis delas
em redes sociais para ver). Políticos esses que estão propondo o projeto de lei
5296/2020 (sobre o qual falaremos em um próximo artigo), que prevê que
monumentos de figuras históricas tidas por eles como escravistas e/ou racistas
não poderão mais fazer parte da paisagem das ruas de nossas cidades. Se
depender apenas da vontade deles, talvez seja questão de tempo apenas serem
permitidas nas ruas brasileiras estátuas e monumentos dedicados a
“desconstruídos iluminados” tais como Jean Wyllys, Márcia Tiburi, Sâmia Bomfim,
Talíria Petrone e outros dessa estirpe. E mais algumas personalidades estrangeiras
adoradas por eles, tais como George Floyd e Barack Obama.
Não tenhamos
dúvidas de que após os vandalismos sobre as estátuas de Borba Gato e Cabral
muitos outros virão (obviamente inspirados por vandalismos similares na Europa
e nos Estados Unidos). Ou seja, que isso é apenas o começo de muitos atos de vandalismo
em nada diferentes, por exemplo, daqueles que o Estado Islâmico fez com
monumentos antigos na Síria e no Iraque como o leão de Palmyra, destruído em
2015 pelo grupo radical islâmico.
Igualmente impressiona-me
a estupidez desse coletivo Uruçu Mirim. Ao coletivo em questão lanço a seguinte
questão: os problemas que afligem e atormentam os indígenas do Brasil serão
resolvidos em um passe de mágica por meio da queima e vandalismo de estátuas dedicadas
a figuras históricas que já estão mortas há mais de 200 ou 300 anos? A resposta
para essa pergunta é um rotundo não.
Vocês podem
queimar quantos monumentos e estátuas quiserem que os índios continuarão sendo
massacrados em conflitos diversos e a tendo suas terras tomadas pelos
ruralistas do mesmo jeito. Não irá resolver problema algum e ainda de quebra vocês
irão ajudar o Bolsonaro a estabelecer uma dinastia no Brasil, na medida em que
nas próximas eleições inevitavelmente o político carioca utilizar-se-á dessa
questão e outras (como a questão da famigerada linguagem neutra/não-binária)
para desmoralizar a esquerda e mostrar à população que vocês não passam de um
bando de vândalos e arruaceiros que não têm respeito algum pelo patrimônio
público. Tal qual fez com a questão do kit gay em 2018.
Como eu já
disse antes, essa história de queimar e derrubar estátuas de pessoas que
morreram há mais de 200 ou 300 anos não passa de uma operação cosmética, tal
qual chamar favela de comunidade e introduzir gênero neutro no português. É
como um carro quando vai a um lava rápido: o carro é lavado por fora, mas não
por dentro.
Foto – Tweet de Rui Costa Pimenta em resposta à Talíria Petrone sobre o ocorrido com a estátua de Cabral no Rio de Janeiro.
E então eu
pergunto a esses políticos do PSOL: é isso que vocês querem? Que no nosso país
haja uma guerra de monumentos, em que a extrema direita retalha pichando
monumentos de figuras como Marielle e outras sempre que um monumento de uma
figura da história colonial brasileira é vandalizado por vocês? Gostaria de
lembrar a vocês sobre o destino que teve a Milanka, na cidade de La Serena, no
Chile.
Em 2019,
durante as manifestações contra Sebastián Piñera, várias estátuas e monumentos
foram derrubados e/ou vandalizados, entre eles a estátua dedicada ao
conquistador Francisco de Aguirre. No lugar, uma estátua bem cafona que
representa uma mulher diaguita (povo indígena local), chamada La Milanka.
Tempos depois a Milanka foi queimada por vândalos desconhecidos. É isso que
vocês querem, psolistas e afins? Eu não quero guerra de monumentos por aqui.
Ainda mais guerra de monumentos influenciada por movimentos estrangeiros,
alienígenas ao Brasil e à realidade Ibero-Americana que pensam que as relações
entre raças no Brasil e demais países ibero-americanos seguem a mesma dinâmica
daquela existente nos Estados Unidos, como o Black Lives Matter.
E mais uma
coisa: que tal vocês tirarem um pouco os olhos dos Estados Unidos e da Europa,
pararem de copiar o que vem de cidades como São Francisco e Londres e darem uma
olhada em Cuba? Mais precisamente, ao fato de que em Cuba pode-se observar
pelas ruas de cidades como Havana estátuas de Cristóvão Colombo e outras
figuras importantes de sua época. E que em Cuba, ao contrário do que acontece
nos Estados Unidos e outros países ibero-americanos, não houve os mesmos atos
de vandalismo contra tais monumentos. E não só isso: um dos principais
cemitérios de Havana carrega o nome do navegador de origem genovesa que viveu
nos séculos XV e XVI. Tal cemitério foi declarado Monumento Nacional e é considerado
um dos cemitérios arquitetônicos monumentais mais importantes do mundo.
Foto – Estátua de Cristóvão Colombo em Havana.
Por fim,
gostaria de lhes dizer as seguintes palavras: vocês não são nem um pouco
diferentes dos fanáticos religiosos do Estado Islâmico e do Taliban (que agora
está voltando ao poder no Afeganistão depois de 20 anos) ao proporem leis como
o PL 5296/2020 e almejar a retirada (ou mesmo derrubada) de tais estátuas e
monumentos. Talvez sejam ainda piores e ainda mais traiçoeiros, já que mascaram
a sua ignóbil iconoclastia com toda uma retórica colorida sobre direitos
humanos, defesa de negros e indígenas e outras demagogias afins.
Enquanto que
a direita representada pelo clã Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes ataca o
Brasil destruindo os pilares econômicos da nação e deteriorando as condições de
vida da maioria da população, esses iconoclastas que incendeiam monumentos e
estátuas fazem tábula rasa da história e da cultura brasileira (e ainda por
cima importando para cá concepções e ideias vindas de fora que em nada têm haver
com a nossa realidade) e assim fazem seu ataque por meio da via cultural. Ou
seja, até nisso os dois lados em questão se retroalimentam.
Foto – O leão de Palmyra antes de ser destruído pelo Estado Islâmico. Um testemunho do fato de que um dia houve leões na Síria e em outras partes do Oriente Médio.
Fontes:
Desconocidos queman “Mujer
Diaguita” en La Serena (em espanhol). Disponível em: Desconocidos queman “Mujer
Diaguita” en La Serena | Diario El Día217483 (diarioeldia.cl)
Manifestantes
incendiam estátua de Pedro Álvares Cabral no RJ. Disponível em: Manifestantes
incendeiam estátua de Pedro Álvares Cabral no RJ | Poder360
Monumento a
Pedro Álvares Cabral. Disponível em: Monumento
a Pedro Álvares Cabral em Rio de Janeiro: 1 opiniões e 3 fotos (minube.com.br)
Na minha rua,
NÃO! Conheça nosso PL 5296/2020. Disponível em: Na minha rua, NÃO! Conheça
nosso PL 5296/2020 - YouTube
Necrópolis de
Cristóbal Colón. Disponível em: Necrópolis
de Cristóbal Colón (turismoemcuba.com)
Pedro Álvares
Cabral teve sua estátua incendiada por coletivo indígena em meio ao “julgamento
do século”. Disponível em: Pedro
Álvares Cabral tem estátua incendiada por coletivo indígena em meio ao
‘julgamento do século’ (msn.com)
PSOL E O FOGO
NA ESTÁTUA DE CABRAL. Disponível em: PSOL E O FOGO NA ESTÁTUA DE
PEDRO ÁLVARES CABRAL - YouTube
¿Sabías
que la primera estatua erigida a Cristóbal Colón en América Latina está en
Cuba? (em espanhol). Disponível em: ¿Sabías que la primera estatua
erigida a Cristóbal Colón en América Latina está en Cuba? - Todo Cuba