sexta-feira, 18 de setembro de 2020

A língua portuguesa é machista? (texto tirado do Facebook com comentários meus).

 

Como esta página trata de nomes, finalmente, tomei fôlego para opinar sobre a tal da “gramática inclusiva” que tenho visto nas universidades e em alguns grupos ativistas.

Alegando que a língua portuguesa seria machista, muitos têm empregado palavras que seriam “neutras”: usam outro grafema no lugar da vogal (amig@s, alunes, diretor_s, professorxs), os dois gêneros em todas as frases (os caros seguidores e as caras seguidoras talvez se sintam cansadas e cansados de ler coisas assim) ou apresentam as duas vogais (as/os prezadas/os amigas/os já devem ter lido algo assim).

O grande problema dessa percepção machista da gramática portuguesa é confundir gênero gramatical com gênero/sexo biológico (ou identitário). O gênero gramatical não reflete necessariamente o sexo da pessoa. Caso contrário, teríamos que fazer uma revisão profunda em palavras como ‘a criança, a vítima, a testemunha, a pessoa’, nas quais os masculinos não estariam contemplados. O poeta, o canalha, o déspota, o motorista seriam menos homens porque a palavra termina com <a>?

Isso é uma característica que herdamos do latim. No latim, há os gêneros masculino, feminino e neutro. O neutro serve para coisas, grupos de homens e mulheres (ou machos e fêmeas) e grupos onde o sexo não é relevante. Com a evolução do latim para o português, apenas por uma questão de similaridade de pronúncia, o gênero neutro se mesclou ao masculino. Por exemplo, ‘amicus’ (masc.) e ‘amicum’ (neutro) viraram amigo em português; ‘amica’ ficou amiga.

Então, a palavra masculina não se refere só a homem.

Se alguém disser “não tenho amigo algum”, entendo que ela não tem amizade com nenhuma pessoa. Se quiser salientar que não tem amigos do sexo masculino, terá que dizer “eu não tenho amigo homem”. Isso é porque amigo, naquele contexto, não denota sexo (é neutro).

Já o feminino, é um gênero muito particular, bem marcado. As mulheres têm um gênero gramatical que as identifica como grupo. Em “as professoras” não há dúvidas da composição, 100% feminina. Se a Língua Portuguesa fosse machista, os homens teriam um gênero que os representasse como grupo, só deles.

Depois de procurarem cabelo em ovo, os acusadores da gramática machista apresentam “soluções” que não são práticas. Vejamos...

Apresentar os dois gêneros deixa qualquer texto cansativo. Já li artigos que empregam o tempo todo “professoras e professores”, “alunas e alunos”, “todos e todas” e confesso que essa inclusão dos gêneros em prol de uma pretendida igualdade gramatical tornou a leitura pesada e bem menos convidativa. Usar “os/as jogadores/as” tiram também a fluidez da lida.

Normalmente, quem adota <x>, <@> e similares para não marcar o gênero, negligencia deliberadamente mais outros aspectos práticos. Esses grafemas tornam as palavras impronunciáveis, gerando desconforto à leitura e, principalmente, à pronúncia. Como se lê “alunxs”?

Além disso, o que se chama de “gramática inclusiva” acaba contraditoriamente excluindo outros grupos (!). Palavras com <x> e <@> não ajudam disléxicos, estrangeiros, cegos que usam aplicativos de leitura, pessoas com todo tipo de problema de visão, alunos em fase inicial de alfabetização, pessoas com dificuldade cognitiva de leitura, e outras mais.

Por esses e outros motivos, uso de <@>, <x> e similares tem criado uma aversão em parte da população. Muitas pessoas deixam de aderir a campanhas e movimentos importantes só por causa disso. Já ouvi estudantes dizerem que não participam “dessas coisas de calourxs” por causa da escrita. Então, acho que se essa prática afasta em vez de agregar, não vale a pena.

Eu coaduno com o movimento pela igualdade entre os gêneros, mas acho que levá-lo para o campo gramatical, acusando a existência de uma “gramática machista”, é algo desnecessário e que não agrega à causa. Nesses casos, perdem-se tempo e foco em questões gramaticais em detrimento aos de ordem prática, que é o que realmente interessa.

Fonte: Postagem da página Facebook “Nomes Científicos”, 05/08/2019.

Meus comentários:

Hoje começam a falar em uma gramática neutra, que visa, supostamente, uma maior inclusão das assim chamadas pessoas de sexualidade não-binária. Um até propõe a criação do sistema “ile” de pronomes. Que m* será que certas pessoas têm na cabeça para pensar numa coisa dessas? Essa gente não raro me passa a impressão de que eles falam como se fossem o Mussum. Que por sua vez perto dessa gente parece um professor de português e dos bons. Na prática, o que se vê é a língua portuguesa sendo submetida a uma verdadeira tábula rasa e sendo mutilada de forma similar a que uma boa parte dessas mesmas pessoas que propõem gramática neutra foram quando se submeteram à cirurgia de "mudança" de sexo.

Primeiro de tudo, alguns detalhes gramaticais: como dito acima, gênero gramatical e gênero biológico não são a mesma coisa. E sabiam que a nossa língua possui alguns pronomes neutros? A língua portuguesa faz parte do ramo neolatino da família linguística indo-europeia, junto com o espanhol, o francês, o italiano, o romeno e outras línguas menores. E no latim, assim como em idiomas como o russo (diga-se de passagem, no russo existem palavras diferentes para o gênero gramatical e o gênero biológico – a palavra para o primeiro é rod/род, enquanto que a para o segundo é pol/пол), o polonês e o alemão, há o gênero neutro (chamado de gênero médio no russo, ou srednij rod/средний род). Por algum motivo, dentro da língua portuguesa, tal gênero foi com o tempo sendo absorvido pelo gênero masculino, mas alguns resquícios dele sobraram, como é o caso dos pronomes demonstrativos isso, isto e aquilo e as declinações dos mesmos: disso, disto e daquilo (caso genitivo), nisso, nisto e naquilo (caso preposicional) e àquilo (caso dativo). Resquícios de gênero neutro também podem ser encontrados, por exemplo, no inglês por meio do pronome pessoal it e no espanhol por meio dos pronomes demonstrativos eso, esto e aquello. Tendo em vista tal fato, para que ficar criando novos pronomes neutros? Para que ficar inventando moda? Não acham melhor usar os pronomes neutros que já existem em nossa língua? E mais: se acham que vão acabar com o preconceito desfigurando e mutilando a língua portuguesa, eles estão muito enganados. Só irão jogar ainda mais lenha na fogueira. E é por causa de pessoas que falam em tais porcarias que existem pessoas como Bolsonaro, Crivella, Feliciano, Malafaia, Damares e outros dessa estirpe.

E segundo: essa história de linguagem neutra não surgiu do nada. Tem toda uma série de precedentes cujas raízes profundas remontam ao politicamente correto dos últimos 30 anos e todos os “não me toque” decorrentes disso. A partir dai o politicamente correto criou seu próprio projeto de novilíngua limpinha e cheirosinha bem ao estilo 1984, sobre a qual o professor José Paulo Netto fala em palestra de 2012, na qual, entre tantas outras coisas, favela não pode mais ser chamada enquanto tal, agora é tudo comunidade. Negro agora é afrodescendente, índio agora é povo originário, entre outros tantos exemplos. Tipo de linguagem esse que a Professora Lilia Schwarcz, recentemente cancelada nas redes sociais por causa da crítica feita ao novo clipe da Beyoncé, é apologista sob o pretexto de combater o racismo. Segundo as palavras do próprio José Paulo Netto, isso é uma hipocrisia pequeno burguesa que não muda nada na realidade concreta das pessoas e/ou dos lugares em questão. A periferia carioca continua sendo um local miserável, sem água, sem esgoto, cujos habitantes levam uma vida bem precária debaixo do tacão da polícia e da milícia. Os ditos povos originários continuam tendo suas terras invadidas por grileiros, garimpeiros e madeireiros e mortos por jagunços de grandes fazendeiros. E por ai vai. E parafraseando o que foi dito pelo professor mineiro na palestra em questão, não contem conosco para o politicamente correto.

E uma indagação: o terraplanismo, que é advogado por muitos partidários do presidente Bolsonaro, é comumente tido, e com razão, como uma teoria anticientífica. Mas e a ideologia de gênero, que advoga milhares de gênero, gêneros fluídos, a existência de pessoas de gênero não-binário e que para a pessoa o que importa não é o que ela é, mas o que ela acha que é (ou seja, a fantasia subjetiva dela – assim, se fulano de tal acha que é um transformer, então ele é um transformer. E ai de quem disser um piu contrário a isso, que será na hora cancelado), porque que não é vista da mesma maneira? E sendo que eles vivem dando tapas na cara da ciência o tempo todo e não são enquadrados enquanto tais? Por que como disse em artigo anterior, a ideologia de gênero nada mais é que o terraplanismo da esquerda identitária. Eles se queixam dos terraplanistas e a crença deles no formato plano da Terra, sendo que nesse ponto eles não ficam nem pouco atrás deles. É por não tratar essa gente como Napoleões de hospício que esse tipo de coisa acontece.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Filho de Bolsonaro quis repetir no Brasil a descomunização ucraniana (notícia traduzida do russo).

O Deputado do Congresso Nacional do Brasil Eduardo Bolsonaro, filho do Presidente da nação Jair Bolsonaro, propôs proibir o uso de simbologia comunista e nazista.

Ele apresentou ao Parlamento um projeto de lei correspondente. Propõe-se a proibir “a fabricação, comercialização, difusão e demonstração” de coisas com “a imagem da foice e do martelo, da estrela de cinco pontas ou da suástica” com o fim de “propaganda do comunismo e do nazismo”.

Pela violação da proibição se propõe a punir com a pena de prisão o prazo penitenciário de nove a 15 anos, relata a TASS.

Eduardo Bolsonaro também apela para renomear “ruas, linhas, praças, pontes, edifícios e estabelecimentos sociais”, nomes dos quais são associados ao comunismo ou ao nazismo.

O filho do Presidente do Brasil confessou que a ele “inspirou a lei ucraniana”. Ele não esconde que almeja proibir principalmente os símbolos comunistas.

Além disso, o Deputado na verdade equipara os crimes do Holocausto à fome massiva na União Soviética no começo dos anos 1930, que implicou em numerosas vítimas nos territórios da Ucrânia, Bielorrússia, Cáucaso setentrional, região do Volga, Ural meridional, Sibéria Ocidental e Cazaquistão. Ele também atribui à liderança da União Soviética responsabilidade pelo atraso das operações militares na Europa no fim da Segunda Guerra Mundial com o objetivo da formação de um bloco de nações socialistas e a criação da “cortina de ferro”.

Eduardo Bolsonaro é o líder do Comitê da Câmara dos Deputados para Relações Internacionais e Defesa Nacional. Ele segue visões ultradireitistas.

Kiev de todas as formas enfatiza a “oposição” da Ucrânia contra a União Soviética, esquecendo sobre os territórios recebidos da União Soviética, sem os quais não poderia existir a Ucrânia moderna.

Nos quadros da descomunização na Ucrânia houve renomeações de milhares de objetos geográficos e outros, e milhares de monumentos derrubados (1300 deles eram monumentos a Vladimir Lenin).

Meus comentários:

Foto – O tweet de 03 sobre o Projeto de lei 4425/20.

Impressionante notar que tal notícia não tem sido veiculada de forma massiva na imprensa brasileira, enquanto que na imprensa russa houve repercussão e da qual tomei conhecimento por meio do Cristiano Alves, dono do blog A Página Vermelha e do canal do You Tube Vozcom, um dos poucos que estão dando a devida atenção a essa notícia que nós aqui estamos reproduzindo. Na Internet brasileira vi essa notícia sendo divulgada em sites como o TV247, a revista Fórum e o blog da Cidadania do lado da esquerda, e do lado da direita sites e blogs como o República de Curitiba, assim como em sites em francês, italiano, espanhol, inglês e russo. Aposto que se o 03 resolvesse criar uma lei que proíbe o uso da bandeira arco-íris a esquerda brasileira estaria em polvorosa. Diria que era um ataque à democracia e aos direitos humanos fundamentais de determinados grupos minoritários. Pelo visto não foi à toa que Diego Fusaro disse em entrevista do ano passado que as esquerdas atuais deixaram de ser vermelhas para serem cor de rosa e trocaram a foice e o martelo pelo arco-íris.

Primeiro de tudo, é interessante notar que o 03 quer usar da força de um projeto de lei, o projeto de lei 4425/20, para criminalizar o comunismo e o nazismo sob o pretexto de que ambas as ideologias mataram milhões de pessoas no século passado.  Para justificar seu posicionamento, 03 diz que essa medida é para impedir futuros genocídios e chegou ao ponto de postar no Twitter dele duas imagens, uma do Holodomor e outra do Holocausto nazista. E detalhe: a foto atribuída como sendo do Holodomor na verdade é uma foto da fome ocorrida em Madras, na Índia britânica, entre 1876 a 1878.

Foto – O tweet em questão de 03, no qual atribui ao Holodomor uma foto da fome de Madras, ocorrida entre 1876 a 1878.

Mas e o sionismo do qual ele, seu pai e seus irmãos são partidários, como esse fica na equação (há fotos de 02 e 03 em Israel com camisa do Mossad e da IDF)? O sionismo que antes de 1948 colaborou ativamente com os antissemitas tanto da Rússia tzarista (vide encontro de Theodor Herzl com Plehve em São Petersburgo, então capital russa) quanto do caso Dreyfus e da Alemanha nazista (vide acordo Ha’avara, que em grande medida ajudou a viabilizar economicamente a existência de Israel), grupos sionistas de guerrilha como o Irgun, o Haganah e o Lehi (nos quais participaram muitas figuras que depois se notabilizaram na vida política israelense, entre eles Itzhak Šamir, Menachem Begin, Itzhak Rabin e Levi Eškol – e o curioso é que Bolsonaro e os filhos dele muito encheram a boca para falar do passado de Dilma e outros petistas e nunca soltaram um piu sobre o passado guerrilheiro das primeiras lideranças de Israel) promoveram vários atentados e assassinatos antes da fundação de Israel (como o do hotel Rei David em 1946 e o assassinato do conde sueco Folke Bernadotte em 1948). Isso para não falar do que vem fazendo na Palestina desde 1948. Ou seja, criminalizemos apenas quem convém a nós.

Foto – Carlos Bolsonaro com camisa do Mossad e Eduardo Bolsonaro com camisa da IDF em Israel. Foto de 2016.

A propósito, há uma foto de 2016 na qual 02 e 03 desfilam pelas ruas de Jerusalém em que o primeiro veste uma camisa do Mossad e o segundo uma camisa da IDF de Israel. A mesma IDF que cometeu crimes de guerra em ações militares na Faixa de Gaza em 2008/2009 e 2014. Além disso, há fotos do mesmo 03 trajando uma camiseta homenageando o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos principais torturadores da ditadura civil-militar brasileira. O mesmo Ustra que, segundo as palavras de Bozo pai durante a votação do impeachment na Câmara dos Deputados, era o pavor de Dilma Rousseff. Que moral será que o 03 pensa que tem para propor uma lei dessas? Nenhuma.

Foto – Eduardo Bolsonaro com camisa homenageando Carlos Alberto Brilhante Ustra, finado em 2015.

Assim vemos como as peças todas se encaixam. O elo Bolsonaro-Ucrânia fica cada vez mais evidente. Em meio à pandemia da Covid-19, vimos manifestações nas ruas a favor do Presidente miliciano na qual apareceram bandeiras do Pravyj Sektor, um dos grupos paramilitares de Extrema Direita que desempenharam papel decisivo no golpe de Estado do Euromaidan na Ucrânia há seis anos. Por causa de pessoas dessa estirpe que o povo da Crimeia quis voltar a ser parte da Rússia e os russos étnicos da Ucrânia oriental proclamaram as Repúblicas de Donetsk e Lugansk. E sem esquecer as mensagens no Twitter nas quais a Sara Winter disse que era preciso “ucranizar” o Brasil.

Foto – A bandeira rubro-negra do Setor de Direita em manifestação pró-Bolsonaro. São Paulo, 2020.

A presença da bandeira do Setor de Direita (segundo matéria do blog da Cidadania de junho foi trazida pelo instrutor de segurança Alex Silva (residente na Ucrânia desde 2014 e que veio ao Brasil para abrir uma filial de academia de tiro e táticas militares) em manifestações bolsonaristas não passou despercebida. Veículos de comunicação como a Revista Veja e o blog da Cidadania reportaram tal ocorrido na ocasião. E em resposta à Veja o embaixador da Ucrânia no Brasil, Rostyslav Tronenko, publicou uma nota na qual afirma que tais símbolos não tem nenhuma relação com neonazismo, que a bandeira rubro-negra simboliza a terra ucraniana e que seu uso remonta ao século XVI por cossacos e que o tridente é o brasão oficial do Estado ucraniano desde os tempos de São Vladimir de Kiev (isso sendo que o estado ucraniano moderno é uma construção do século XX). Para respondê-lo, usemos o jacaré do bom e velho Brizola. A bandeira em questão usa as cores da do Setor de Direita (que por sua vez também são as mesmas usadas pela colaboracionista OUN-UPA na Segunda Guerra Mundial), usa essas cores em conjunto com o tridente ucraniano na mesma estética do Setor de Direita e estava no meio de uma manifestação em favor de um político de extrema direita. Como essa bandeira não é a do Setor de Direita, e como ela, dado o contexto em questão, não está vinculada a movimentos e políticos de extrema direita? Ainda mais quando vemos que o terceiro filho desse mesmo político em questão quer introduzir no Brasil uma lei que criminaliza o nazismo e o comunismo baseada na lei existente na Ucrânia?

E, diga-se de passagem, mais uma vez o governo Bolsonaro destila sua macaquice, já que se trata de uma lei que existe em países da Europa oriental como a Ucrânia, a Letônia e a Lituânia (na primeira desde 2015, na segunda desde 2013 e na terceira desde 2008), que servem basicamente para blindar os colaboradores dos nazistas desses países todos ao mesmo em que fazem de Hitler um boi de piranha. Ou seja, Hitler, Goebbels, Goering, Hess, Rosenberg e companhia limitada são jogados para serem devorados pelas piranhas, enquanto que Bandera, Šukhevič e outros colaboradores locais dos nazistas atravessam o rio ilesos (os quais inclusive chegaram a formar divisões da Waffen SS). No caso brasileiro, vão criminalizar por meio dessa lei esdrúxula figuras como Lula, Brizola, Jango, João Amazonas, Nelson Werneck Sodré e Luís Carlos Prestes e ao mesmo tempo serão acobertados Sílvio Frota, os terroristas do atentado ao Riocentro em 1981, o coronel Ustra e outros torturadores do período civil-militar, os assassinos da Marielle, o Ronnie Lessa, o Adriano da Nóbrega e outros milicianos amigos da família Bolsonaro. Esses vão ser os bois que atravessarão o rio sem arranhão algum.

Ou seja, estamos caminhando para uma situação na qual você poderá desfilar tranquilamente pelas ruas vestindo uma camisa homenageando o coronel Ustra e até mesmo bandeiras de grupos de extrema direita como o Setor de Direita, ao mesmo tempo em que pode pegar de 9 a 15 anos por usar a foice e o martelo ou a suástica.

Eu, particularmente, acho o 03 pior e bem mais perigoso que o próprio pai. Ele, que chegou a falar em um novo AI-5 e que bastava um cabo e um soldado para fechar o Congresso. Também foi indicado por Steve Bannon (de cuja prisão nós não comemoramos, diga-se de passagem, por tratar-se de uma clara demonstração de força do Deep State norte-americano – que é muito pior que qualquer Bannon da vida) para ser o líder sul-americano do The Movement, a internacional de extrema direita capitaneada por Steve Bannon. Que é o verdadeiro ministro das relações exteriores do governo Bolsonaro, sendo Ernesto Araújo um mero boneco de ventríloquo. E que chegou a ser cotado para ser o embaixador do Brasil em Washington por seu próprio pai e que na época foi ridicularizado por ele ter sido um mero fritador de hambúrgueres enquanto morou nos EUA  e por seu péssimo inglês, sendo que tratou-se de uma clara manobra para criar um elo direto da família Bolsonaro com a extrema direita norte-americana e europeia, com Bannon e com o Olavo de Carvalho (vulgo Sidi Muhammad Ibrahim Isa). E o pior é que a esquerda, nessa e em tantos outros episódios, caiu nessa isca jogada pela direita.

Foto – Eduardo Bolsonaro e Bannon juntos em 2018, no aniversário do líder do The Movement.

Fontes:

Bannon anuncia Eduardo Bolsonaro como líder sul-americano de movimento de direita populista. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/02/bannon-anuncia-eduardo-bolsonaro-como-lider-sul-americano-de-movimento-de-ultradireita.shtml

Carta da Embaixada da Ucrânia ao diretor de redação da Veja. Disponível em: https://brazil.mfa.gov.ua/pt/news/carta-da-embaixada-da-ucrania-no-brasil-ao-diretor-de-redacao-da-veja

Dono de bandeira neonazista treina grupos paramilitares. Disponível em: https://blogdacidadania.com.br/2020/06/dono-de-bandeira-neonazista-treina-grupos-paramilitares/

Eduardo Bolsonaro apresenta projeto de lei em que tenta equiparar comunismo ao nazismo. Disponível em: https://www.brasil247.com/brasil/eduardo-bolsonaro-apresenta-projeto-de-lei-em-que-tenta-equiparar-comunismo-ao-nazismo

Eduardo Bolsonaro: falsificador dublê da história. Disponível em: http://apaginavermelha.blogspot.com/2020/09/eduardo-bolsonaro-falsificador-duble-de.html

Esteban Hernandez – Entrevista com Diego Fusaro: idiotas de esquerda combatem um fascismo inexistente e aceitam o mercado. Disponível em: https://legio-victrix.blogspot.com/2020/08/esteban-hernandez-entrevista-com-diego.html

La historia de los líderes de lo terrorismo sionista-israeli (em espanhol). Disponível em: https://www.nodo50.org/pretextos/isrrael1.htm?fbclid=IwAR1kCpchrHJoIoVhmaVBcoc4jSyIL3nEjrKSVqlpGTKK6hzKhHvuRnONGf0

Сын Болсонару захотел повторить в Бразилии украинскую декоммунизацию (em russo). Disponível em: https://vz.ru/news/2020/9/2/1058127.html

The hidden history of Zionism (em inglês). Disponível em: https://mail.islam-radio.net/historia/zionism/schoenman_zionazi.html

Zionism and anti-Semitism: a strange alliance through history (em inglês). Disponível em: https://mail.islam-radio.net/historia/zionism/zistrngallianc.html

terça-feira, 1 de setembro de 2020

A Bela Adormecida - como o mundo do cinema estimula a tolerância (matéria traduzida do russo)

Depois que a criadora do desenho “A casa da coruja” Dana Terras contou sobre a bissexualidade da heroína principal, ficou finalmente claro: o carro chefe de Hollywood, o estúdio “Disney”, seriamente se ocupa com o ensino da tolerância junto às crianças e adolescentes. O “Izvestja” fez seu top-filmes sobre personagens não tradicionais, ao mesmo tempo esclarecendo junto aos especialistas que os filmes de família da “Disney” é indesejável ver na infância, e é melhor incutir tolerância a outros telespectadores, que já tem experiência na esfera sexual.

«A Bela e a Fera»

Antes do lançamento do remake do desenho homônimo com Emma Watson e Dan Stevenson nos principais papeis os criadores dele anunciaram que um dos personagens do conto é gay.  Em algum momento o herói de nome Le Fou de fato começa a experimentar sentimentos carinhosos em relação a seu camarada. Pelas palavras do diretor, o ativista LGBT Bill Condon, a aparição de tal herói é um tributo à memória do compositor, autor de canções da “Bela e a Fera” Howard Ashman, que era um gay assumido. Na América o filme passou bem, apenas um proprietário de um cineteatro particular no Alabama recusou a alugá-lo. Ele motivou sua decisão pelo fato de que levar seus netos a tal conto ele não pode, o que significa que a outras crianças mostra-lo não vale a pena. Na Rússia o filme saiu com a indicação 16+. O deputado Vitalij Milonov dirigiu-se ao Ministério da Cultura com a solicitação de verificar os cinemas sobre o assunto da propaganda do homossexualismo, mas se limitou a isso.

«Bob Esponja»

O estúdio Nickelodeon tornou gay o favorito das crianças, o herói de desenho animado Bob Esponja. Depois dos episódios nos quais Esponja vestiu-se em roupa feminina, os criadores do filme começaram a receber cartas de pais indignados, porque assimilaram o Bob Esponja como um rapaz. Os partidários da nova hipóstase objetaram que as esponjas marinhas são hermafroditas, de modo que à Esponja são estranhos preconceitos de gêneros. Mais uma parte dos espectadores a orientação do herói não surpreendeu – eles reconheceram que exatamente sempre assim pensaram sobre ele. Mas a maioria acusou o estúdio de que ele tenta reescrever a história do personagem em nome dos interesses LGBT. “Na infância eu não pensei sobre com quem dorme o Bob Esponja, eu simplesmente tinha empatia por ele”, escreveram usuários do Twitter. Na Rússia o filme recebeu a indicação 12+ e escapou de quais repreensões de imoralidade.

«Girl»

A estreia cinematográfica do diretor de 27 anos da Bélgica Lukas Dhont conta a história da jovem Lara, que sonha em se tornar bailarina. Ela nasceu como garoto, mas quer mudar o gênero. Na espera da operação ela viu-se obrigada a se disfarçar com a ajuda de uma fita adesiva, para que em uma academia de balé de prestígio não suspeitassem de nada. Nas filmagens do diretor inspirou a história real da dançarina-transexual Nora Monsecour, ela mesma ajudou no trabalho com o roteiro.

Na Rússia as mostras ocorreram de forma tranquila –disponibilizaram o filme para locação, atribuindo a indicação 18+. E no Ocidente desencadeou um escândalo. Apesar de que o filme recebeu um conjunto de prêmios de prestígio e foi indicado pela Bélgica ao “Oscar”, na sociedade transgênera ele gerou crítica. Acusaram o filme de que o executor do papel principal Viktor Polster, assim como o diretor e coautor de roteiro Angelo Tijssens não são transexuais, em relação com que o filme é cheio de falsos estereótipos. É um paradoxo, mas o conto sobre o transgênero caiu no gosto de pessoas comuns, ao invés daqueles por cujos direitos ele se posicionou.

«A garota dinamarquesa»

Na contagem desse filme do diretor Tom Hooper – sucesso no concurso do Festival Internacional de Cinema de Veneza, quatro nomeações da Academia Americana de Cinema e cinco dos acadêmicos de cinema da Britânia. Na Rússia homens saíram das seções de “A garota dinamarquesa” desafiadoramente.

Como no caso de “Girl”, na base do roteiro do filme – uma história real da primeira mulher-transgênera do mundo Lili Elbe. Segundo a trama, a artista Gerda pede a seu marido Ejnar posar para ela de vestido e meias, quando o modelo dela não vem para a sessão. Com o tempo Ejnar se acostuma ao papel e entende: ele veio ao mundo como homem por engano. Esta película, tal como “Girl”, melhor entenderam os naturais. Na opinião de críticos LGBT, depois da apresentação do filme têm-se a impressão de que o problema não está na natureza do herói principal, mas em um caso elementar. O que contradiz a tendência da comunidade LGBT de que inclinações particulares são dadas às pessoas no nascimento.

«Bohemian Rapsody»

Mais um filme-biografia sobre o vocalista do grupo Queen Freddy Mercury. O enredo do filme ganhador do Oscar do diretor Brian Singer foi completamente deslocado para a bissexualidade do ídolo pop. Sobre que Freddy Mercury de início amou Mary Austin e a considerava sua esposa, e então começou a experimentar atração por homens, era sabido. Revoltou os fãs do grupo que praticamente todo o filme foi dedicado a esse lado da vida dele, em especial a cena chave beijando o ídolo pop com um homem os revoltou. A Internet russófona deslumbra pelas referências sobre que nessas imagens das salas de cinema com revolta retiraram-se os espectadores do sexo masculino. As damas reagiram às inclinações do ídolo pop de forma bem mais pacífica.

Apenas para adultos

No caso de filmes adultos do tipo “Bohemian Rapsody” e “A garota dinamarquesa”, a questão da admissão ao aluguel é resolvida de forma simples. Conforme explicou ao “Izvestja” no Ministério da Cultura, existem regras claras: se o filme contem informação sobre relações sexuais não tradicionais, a ele será atribuído a marcação etária 18+. Já no caso de “Bob Esponja”, “A Bela e a Fera” e o vindouro “Casa da Coruja” o caso é mais complicado. Na Rússia pode-se ensinar a tolerância apenas junto a cidadãos maiores de idade, e em relação a crianças e adolescentes vigora a lei sobre a proibição da propaganda do homossexualismo entre menores de idade. Visto que o cinema é um instrumento eficaz de propaganda, não devem estar lá cenas de tipo similar.

“Que o príncipe continue a beijar a Bela Adormecida, mas que faça isso de forma casta. Nós não queremos que a princesa se encontre outra princesa como par”, discutem os usuários da Internet. Do ponto de vista da psicologia infantil tal abordagem é justificada, consideram os especialistas.

- Se alguma novidade surge da qual a criança ainda não observa na vida real, ela dificilmente irá contribuir ao desenvolvimento dela. E aqui pode criar problemas. Tudo deve ser no contexto da idade e dos objetivos do desenvolvimento, - esclareceu a diretora da cadeira de psicologia da idade da Universidade Estatal de Moscou Olga Karabanova.

Cinema para todos

Os filmes da Disney com personagens não tradicionais nesse contexto não se encaixam. Mas atribuir a eles a categoria 18+ significa privar os filmes do status familiar. Então você é obrigado a manobrar, bem lá as cenas relevantes são apresentadas de forma tão delicada que é complicado à criança ignorante entender, sobre o que fala, e na disposição dos distribuidores há os status intermediários 12+ e 16+. Nessa idade, na opinião da psicóloga, o ensino da tolerância acontece de forma mais bem sucedida, visto que junto aos adolescentes já há determinados conhecimentos na esfera sexual. Entretanto, considera Olga Karabanova, para fazer a escolha é necessária uma idade mais madura.

Julgando pelos anúncios o projeto “Casa da Coruja” é cinema para adultos, mas no escritório de representação russo da companhia “Disney” não começou a falar sobre o aluguel vindouro. Nota-se que não vendo o filme é complicado julgar sobre o grau de periculosidade dele. Uma fonte no estúdio explicou que, bem provavelmente, o filme não vai ser lançado em ampla distribuição, o exibirão no canal televisivo.

Com o pedido de avaliar a tendência americana à tolerância sexual o “Izvestja” procurou a “Sojuzmultfilm”. Os representantes da companhia recusaram-se a conversar. Entretanto, a tolerância aos diferentes começa a formar a produção russa em seus trabalhos. Os novos projetos do estúdio “A zebra no cubículo” e “A vaca laranja” são criados em vistas à exportação no exterior. Segundo as palavras do diretor geral do estúdio Boris Maškovcev, estes filmes são imediatamente elaborados como cinema universal no bom senso, compreensível em qualquer país.

Fonte: https://iz.ru/1052518/natalia-vasileva-adelina-pavlov..

Meus comentários:



Foto – A diferença entre tolerância e aceitação, por Herbert Garrison.

Lembram que o Bolsonaro em 2018 muito falava em kit gay e mamadeira de piroca nas propagandas e discursos dele? Pois bem, desse kit gay que envolve grandes conglomerados internacionais do ramo do entretenimento como Disney, Netflix e Nickelodeon ele não fala. Por que será que o nosso Presidente miliciano assim age?

E, diga-se de passagem, que fique bem claro o seguinte: o que esses conglomerados de entretenimento promovem não é tolerância a determinados grupos, mas aceitação. Querem que aprovemos a conduta de tais grupos e as incentivemos, e quem disser um piu contrário a isso será cancelado pelo gabinete do ódio da esquerda identitária sem dó nem piedade sob rótulos do tipo homofóbico, transfóbico, preconceituoso, racista, machista, misógino, nazista, fascista, stalinista, maoísta, chavista, castrista, baathista, fundamentalista religioso, fanático, adepto da KKK e tantos outros afins. E esse tipo de atitude é o que inexoravelmente ajuda a alimentar gente como Malafaia, Feliciano, Crivella, Bolsonaro e outros dessa estirpe.

Interessante notar que nesse filme da Bela e a Fera de 2017 a protagonista do filme foi interpretada pela Emma Watson, que é apoiadora do movimento Black Lives Matter (basta visitar as contas dela em redes sociais e você verá isso) e que no episódio do cancelamento da J. K. Rowling resolveu fazer média com as militâncias politicamente corretas que a cancelaram nas redes sociais, quando não só ela, como também atores que participaram das adaptações cinematográficas de Harry Potter como Daniel Radcliffe (que depois do incidente passou a ser visto por tais militâncias como aquele que realmente escreveu Harry Potter – quero ver se eles vão continuar a assim pensar depois que o próprio Radcliffe resolver sair da linha deles, a propósito), deveriam ter feito é sair em defesa dela. Pois foi graças às obras da escritora britânica que ela alcançou a projeção que tem hoje, além do fato dela não se dar conta de que a bomba que ontem explodiu no colo da mãe do Harry Potter cedo ou tarde irá explodir no colo dela. Inexoravelmente, chegará a hora de ela passar maus bocados nas mãos do gabinete do ódio da esquerda identitária, e isso é questão de tempo.

E sobre o Bob Esponja, eu não entendo o que a Nickelodeon ganha com isso. Será que ela quer fazer um agrado a tais militâncias, ou será que há outros caroços mais nesse angu? Nas três primeiras temporadas e mesmo nas primeiras após o primeiro filme, Bob Esponja era um desenho de humor sofisticado e textos inteligentes para cada episódio (tanto que há alguns meses escrevemos um artigo sobre o episódio “Reinado de idiotas”, da 4ª temporada do desenho criado pelo finado Stephen Hillenburg), enquanto que nas últimas temporadas o declínio do texto das histórias é bem visível, praticamente só palhaçadas e bobeiras. O fato é que nesses episódios mais recentes não sinto o mesmo brilho dos episódios das primeiras temporadas. Teria alguma relação umbilical a lacração da Nickelodeon com a idiotização e imbecilização do roteiro dos episódios das últimas temporadas do Bob Esponja?

O fato é que hoje estúdios como a Disney, o Netflix e a Nickelodeon embarcam com tudo na onda da lacração, enquanto que há duas décadas e meia a TV americana pensava duas vezes antes de veicular esse tipo de conteúdo (vide as pesadas censuras que Sailor Moon recebeu nos EUA, na América Latina [Brasil incluso] e na Europa por causa da presença de personagens de orientação sexual não tradicional, como o caso das lésbicas Haruka e Mičiru, respectivamente a Sailor Urano e a Sailor Netuno, e o do personagem Zyosite, que foi transformado em mulher em países como os EUA e o Brasil). E ainda tivemos o caso do Netflix que dentro em breve irá veicular uma série que claramente faz apologia da pedofilia, “Cuties”. Diga-se de passagem, não vi a esquerda identitária (ou como os chineses carinhosamente a chamam, báizuŏ [白左, esquerda branca]) que tanto se indignou com o recente caso da garota de 10 anos que teve que abortar por uma questão de vida ou morte soltar um único piu sobre isso.

Eu cresci assistindo a desenhos como He-Man, Caverna do Dragão e Thundercats, os quais ao mesmo tempo em que passavam mensagens positivas ao público também tinham toda uma parte de ação que o cativava e apresentavam personagens marcantes e singulares, assim como seriados de humor pastelão como Chaves e Chapolin (originalmente El Chavo del Ocho e El Chapulín Colorado, respectivamente) e seriados live-action como Jaspion, Changeman e Kamen Rider Black. Posteriormente, já no boom dos animes dos anos 1990 e 2000 na TV brasileira, assisti a animações nipônicas como Cavaleiros do Zodíaco (originalmente Saint Seiya), Samurai Warriors (originalmente Samurai Troopers), Street Fighter II Victory, Fly: o pequeno guerreiro (originalmente Dragon Quest: Dai no Daibouken), Dragon Ball (todas as fases), Samurai X (originalmente Rurouni Kenšin), Inuyaša, Yu Yu Hakušo, Nightwalker e outros tantos, assim como desenhos de crítica social direcionados a uma audiência mais madura como Família Dinossauro, Simpsons e South Park e humorísticos como o programa chileno 31 Minutos (que segue a uma linha humorística similar a do Chaves e do Chapolin, só que usando fantoches no lugar de atores de carne e osso). Como também joguei jogos como Street Fighter, Mortal Kombat, Fatal Fury, os vários Super Mario, Turok, 007 versus Goldeneye, Banjo-Kazooie, Banjo-Tooie e outros tantos. E mais recentemente, tive contato via Internet com desenhos dos tempos soviéticos, todos eles inéditos no Brasil, tais como “Umka”, “Mamãe para o mamutinho” (originalmente “Mama dlja mamontënka/Мама для мамонтёнка”), a versão soviética do conto “A rainha da neve” e “O tigrinho no girassol” (originalmente Tigrënok na podsolnukhe/Тигрёнок на подсолнухе). Que igualmente passavam tais valores.

Eu tive acesso a essas e outras produções em minha juventude. Mas e meus futuros filhos que ainda estão por vir, assim como meus sobrinhos e filhos de amigos e amigas, o que será que eles terão que engolir? Serão esses os desenhos e seriados que nossos filhos, netos e bisnetos terão que assistir (e isso sem contar com youtubers e influenciadores digitais como Felipe Neto e outros dessa estirpe, igualmente venais)?

O meu maior receio quanto a toda essa história de lacração em desenhos animados, videojogos, séries e filmes não é nem tanto a veiculação de propaganda de sexualidade não tradicional em si mesma, mas o que pode vir a acontecer depois (algo que de certa forma “Cuties” confirma). Ou seja, de daqui um tempo estúdios como a Disney, a Nickelodeon e o Netflix resolverem dobrar, quiçá triplicar a aposta, ficarem cada vez atrevidos e ousados e começarem a veicular nas produções deles coisas ainda mais pesadas, incluindo pedofilia, zoofilia, necrofilia e transhumanismo. E ainda fazendo apologia disso tudo, quer seja aberta, quer seja velada. E nessa brincadeira toda transformando personagens como o Patrick Estrela e o Aang de Avatar em adeptos de alguma dessas parafilias. E a hora em que isso ocorrer, uma coisa é certa: a esquerda báizuŏ e movimentos a ela ligados terão uma culpa imensa no cartório, em sua ânsia por lacrar e por justiça social sem ligar para as consequências da brincadeira. Quem irá limpar toda a sujeira depois que os portões do inferno forem abertos? Ou será que vão gostar da coisa sob o pretexto da inclusão, da representatividade de minorias sexuais e da justiça social?