quinta-feira, 17 de março de 2016

Mit Brennender Sorge - considerações a respeito das manifestações de 13/03/2016.


Foto - Manifestação na Avenida Paulista, 13/03/2016.

O que falar a respeito das manifestações que tiveram lugar em várias partes do país no dia 13 de março de 2016, pedindo em sua maioria o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva? Resumindo a ópera: os manifestantes, muitos deles certamente lobotomizados pela grande mídia (que de isenta nada tem, que fique bem claro) e por figuras como os jornalistas Marco Antônio Villa, Diogo Mainardi, Miriam Leitão, Arnaldo Jabor e Carlos Alberto Sardenberg e o astrólogo metido a filósofo Olavo de Carvalho, foi lá brincar de Euromaidan e Primavera Árabe.
E por qual motivo, razão ou circunstância o autor desse texto diz isso? Como cidadão brasileiro, tenho muito medo de que o Brasil, em decorrência dessas manifestações todas, venha a ter um destino similar ao que tiveram países como Venezuela, Líbia, Síria, Egito e Ucrânia nos últimos anos, todos eles vitimados por revoluções coloridas e as guerras intestinas e/ou tentativas de golpes de estado decorrentes. Além disso, não desejamos ser bucha de canhão e assim compactar com os jogos de poder que a classe dominante faz por trás das cortinas do poder. O título desse artigo é uma referência a uma encíclica publicada pelo papa Pio XI em 1937, Mit Brennender Sorge[1] (em português “com ardente preocupação”), a respeito da preocupação do então papa romano com a ascensão do nazismo na Alemanha.
A minha grande preocupação é que, com toda essa onda de histeria anti-petista que vemos nessas manifestações, o Brasil venha a ter destino similar ou idêntico ao que tiveram os citados países. O que o Euromaidan trouxe de bom para a Ucrânia? Nada, absolutamente nada. O povo tanto protestou nas ruas de Kiev e outras cidades da antiga república soviética, pensando que com a entrada do país na União Européia tudo ia melhorar de uma hora para outra como se fosse um passe de mágica (sendo que uma eventual Ucrânia na União Européia será nada mais que uma nova Grécia), e no fim de tudo o que aconteceu foi que um corrupto, no caso o ex-presidente Viktor Yanukovych, foi deposto e em seu lugar entrou outro corrupto, o atual presidente Petro Poroshenko. O que para muitos incautos no Ocidente pareceu a Ucrânia se libertando do suposto jugo russo em realidade não passou de uma briga entre oligarcas: saiu um oligarca mais ligado à Rússia e agora temos no poder em Kiev um oligarca tão ou mais corrupto quanto seu antecessor, só que mais ligado ao Ocidente. Sem contar com o fato de que o país, após o golpe civil-oligárquico de 2014, entrou em uma espiral de caos e guerra civil que não tem previsão de chegar ao fim. Bandos de neonazistas (os quais não passam de peões nas mãos dos oligarcas, muitos deles judeus) pululam nas ruas ucranianas e desejam fazer uma limpeza étnica contra as minorias étnicas do país, em especial os russos do sul e do leste do país. Ante essa situação, o povo da Criméia organizou um referendo em que foi decidido que a Península do Mar Negro voltaria a ser parte da Rússia, e no Donbass (região sudeste da Ucrânia, próxima a fronteira com a Rússia e banhada pelo Rio Don), também através de referendos, as repúblicas de Lugansk e Donetsk se separaram de Kiev, que desde então promove uma guerra genocida contra as duas repúblicas.
E a Primavera Árabe, o que ela trouxe de bom para países como Líbia, Síria, Egito e Tunísia? Também nada. Muito pelo contrário. Também trouxe caos, violência e instabilidade interna para os países por ela afetados. A Líbia, que sob o governo de Muammar al-Kadaffi era o país africano com o maior IDH, hoje se encontra esfacelada como país, sem autoridade central alguma e dividida entre diversos bandos terroristas. O Egito sofreu seguidas mudanças de governos desde a queda de Hosni Mubarak em 2011. Tunísia idem após a queda de Ben Ali. A Síria se encontra sob uma sangrenta guerra civil que opõe o governo Assad (agora apoiado por países como Irã e Rússia) e grupos terroristas como o Front al-Nusra (ramo sírio da Al Qaeda) e o Estado Islâmico que se arrasta por cinco anos. E o caos gerado por toda essa onda de instabilidade no norte da África e no Oriente Médio tem levado milhares de pessoas desses lugares a buscarem asilo na Europa (com parte significativa deles sendo em realidade gente ligada a grupos wahhabitas como o Estado Islâmico se passando por refugiados e que estão também tocando o caos e o terror na Europa).
Resumindo a ópera: na Ucrânia, as manifestações começaram com liberais nas ruas e terminaram com bandos neofascistas russófobos que professam o mesmo ideário que os colaboradores ucranianos dos alemães na Segunda Guerra Mundial professavam. E nos países árabes em questão, as manifestações também começaram com liberais nas ruas e terminaram em Estado Islâmico, Al Qaeda e outros grupos terroristas de matiz wahhabita. E a Venezuela, por sua vez, após o falecimento de Hugo Chávez e a eleição de seu sucessor Nicolás Maduro, igualmente está atolada em uma situação de guerra intestina que opõe os partidários do regime bolivariano (no poder desde 1999) e os opositores (os quais almejam a restauração da 4ª República, onde o país era uma versão sul-americana das petro-monarquias do Golfo Pérsico), os quais muitas vezes recorrem a atos de terrorismo (como foi no caso do episódio das guarimbas de fevereiro de 2014). O país também enfrenta uma guerra econômica perpetrada pelas elites venezuelanas, a ponto de se esconder das prateleiras dos supermercados produtos de primeira necessidade e assim gerando filas e mais filas (ou seja, a mesma tática usada no Chile contra Salvador Allende). Em outras palavras, nosso receio é que uma eventual revolução colorida (revoluções essas que em realidade não passam de golpes de estado e que são dirigidas de fora através de ONGs estrangeiras e de grupos nacionais por eles patrocinados, a exemplo do Movimento Brasil Livre e do Vem para a Rua) no Brasil ou algo do tipo traga desdobramentos similares aos vistos nesses países.

Foto – Mapa que mostra os países que sofreram com golpes de estado que recebem o elegante nome de Revoluções Coloridas (da Revolução dos Cravos em Portugal no ano de 1974 em diante).
Também compartilhamos do medo de que o Doutor Pirula tem a respeito dessa onda de ódio anti-petista e de toda a histeria que nela vem embutida com a desculpa de ser contra o partido de Lula, Dilma, José Genoíno e José Dirceu. Com ele também concordo que o PT merece essas reações contrárias. O problema que nós vemos é para onde esse descontentamento é direcionado e como ele é expresso, criticando-o apenas por causa dos casos de corrupção (e o que é pior, tratando desse problema apenas no plano moral e fazendo a mesma fanfarra com o tema que a UDN e Carlos Lacerda faziam nos anos 1950 e 1960 e que o próprio PT fazia quando ainda era oposição). Do contrário, sem esse devido direcionamento das críticas e manifestações ao PT e sem o devido resgate da bandeira do trabalhismo de Vargas, Jango e Brizola, toda e qualquer manifestação que aparecer nas ruas de protesto contra o atual governo será brincadeira de Euromaidan e Primavera Árabe.
Que fique bem claro uma coisa aos desavisados e a aqueles que eventualmente nos chamarem de “petralhas”, “vocês são pagos pelo PT” e acusações similares: não somos favoráveis ao Partido dos Trabalhadores e suas políticas (muito pelo contrário), mas nem por isso compactuamos com essa onda de histeria reciclada da Marcha da Família com Deus pela Liberdade de 1964.  Nossa antipatia para com o Partido dos Trabalhadores não é devido aos casos de corrupção que periodicamente aparecem no noticiário (em outras palavras, não compactuamos com esse ranço udenista e moralista que a coxinhada pró-golpe exala), e sim devido às debilidades do projeto político que tem adotado desde no mínimo 2002, onde em nome da governabilidade Lula e sua trupe preferiram conchavar com o poder econômico estabelecido na Avenida Paulista, com o agronegócio e com os mais reacionários e fisiológicos partidos do Brasil que apear do poder essa mesma classe tal como Getúlio Vargas fez em 1930 quando apeou do poder a oligarquia cafeeira que até então mandava e desmandava no Brasil e assim fazer várias reformas estruturais necessárias ao desenvolvimento brasileiro, incluindo a reforma agrária, reforma tributária, reforma educacional, reforma científica, auditoria das dívidas interna e externa, entre outras tantas. Esse modelo conciliatório adotado pelo PT desde que assumiu o governo, o qual era favorecido pela conjuntura dos tempos de bonança da economia global, era inclusive elogiado e admirado pela oposição venezuelana a Hugo Chávez por seu entendimento com essa mesma classe dominante. Uma coisa há de ser ressaltada a respeito dos anos petistas no Brasil: na virada de 2002 para 2003, Lula e o PT assumiram o governo no Brasil, mas não o poder de fato, o qual continuou nas mãos dessa oligarquia e suas distintas frações. E uma diferença abissal há entre assumir o governo e assumir o poder de fato. E depois certas pessoas falam que o PT segue a ordens supranacionais vindas de fora, sendo que as ordens que Lula e sua trupe seguem em realidade não vêm de fora do país, e sim de dentro.
E essa mesma oligarquia, como Nildo Ouriques vem pontuando nos últimos tempos, nenhum interesse em ver Dilma sofrer um impeachment tem. Pelo contrário. O que ela quer, segundo a opinião do professor catarinense, é sangrá-la até o fim de seu mandato como se fosse um touro de tourada cheio de espadas cravadas em seu corpo, ao mesmo tempo em que a popularidade de Lula perante o povo é destruída pelas recorrentes denúncias da Operação Lava Jato, de forma a enfraquecer e/ou inviabilizar a sua candidatura para o pleito eleitoral de 2018 e facilitar a vitória do candidato tucano (que mais provavelmente será Geraldo Alckmin ou José Serra). E o mais trágico dessa manifestação e de outras anteriores (assim como outras vindouras), é ver o povão, além de brincar de Euromaidan e Primavera Árabe, sendo massa de manobra desses jogos de poder das classes dominantes. As mesmas classes dominantes as quais Lula e Dilma serviram como se fossem cães amestrados todos esses anos enquanto a economia global vivenciava anos de bonança, mas que agora, ante a crise econômica mundial que ai se encontra, está descartando como se fosse lixo e de tudo fazendo para deles se livrar o mais rápido possível em sua ânsia por lucros cada vez maiores de seus negócios.


Foto – O PT e suas relações com a classe dominante, de 2003 até hoje.

Agora a respeito das manifestações em si (compostas em sua a maioria por pessoas de classe média e alguns pobres que pensam ser da classe média, as quais como sempre levam junto consigo sua costumeira mediocridade e seu cretinismo em manifestações desse tipo e fazer seu típico papelão nas ruas, a ponto de ir para as ruas trajando a camisa da seleção brasileira que tem em seu peito o emblema da CBF, uma organização notoriamente corrupta), em especial das palavras de ordem que nela apareceram. Primeiro falemos a respeito daqueles que pedem o impeachment da presidente Dilma e a prisão de Lula e outros petistas. Pelo visto eles não sabem que, caso a presidente sofra de fato impeachment, quem assumirá seu posto não será o Aécio Neves, muito menos Ronaldo Caiado, Jair Bolsonaro, José Serra, Alckmin ou algo que o valha. Também não terá novas eleições nem nada disso. O que vai acontecer é que Michel Temer irá assumir o lugar de Dilma. E caso ele também seja implicado, os próximos da linha de sucessão serão Renan Calheiros e Eduardo Cunha. Se for para Dilma ser deposta e em seu lugar entrar essa gente, preferimos que a petista fique no poder até o final de seu mandato. Pelo visto esse povo que vai as ruas brincar de Euromaidan e Primavera Árabe destilar sua mediocridade e alienação costumeiras e seu udenismo latente não se dá conta disso.

Algo digno de nota nessas manifestações é a exaltação ao juiz Moro feita pelos manifestantes. Muitos deles o vêm como um paladino da justiça, aquele que está limpando o Brasil do mal secular da corrupção e visões similares. Cartazes com os dizeres “#MexeucomMoromexeucomigo” apareceram nas manifestações, assim como máscaras dele e de Newton Ishii (o japonês da PF), entre outras coisas.


Foto – Manifestante com cartaz com o dizer “#MexeucomMoromexeucomigo”.

Eles, do alto de sua ignorância, pensam que a justiça que ai está é um órgão isento, ilibado, que tem como objetivo zelar pelo bem de todos os cidadãos brasileiros e que está acima dos interesses de classes sociais, sendo em realidade trata-se de uma instituição que está ai para servir aos interesses da classe dominante. E o próprio juiz Moro, que vem de uma família muito ligada ao tucanato, em realidade nada mais é que uma das peças desse jogo de poder da mesma classe dominante (assim como a Operação Lava Jato em si). Peça essa que será descartada sem a menor cerimônia a hora em que não tiver mais utilidade alguma a seus superiores. Ou então quando resolver sair do script ao qual lhe foi incumbido. Assim sendo, ele está muito longe de ser o herói que muitos pintam. Apenas se tornará quando deixar de lado o seletivismo em suas investigações e passar a investigar outros partidos, incluindo o tucanato. A julgar pela maneira extremamente seletiva como Moro e sua equipe conduzem a Operação Lava Jato, o que irá acontecer é o seguinte: apenas a corrupção petista chegará ao fim. A de outros partidos continuará grassando do mesmo jeito, só que não terão o mesmo escrutínio da parte da grande mídia (a qual historicamente sempre teve uma predileção maior pelo tucanato que pelos petistas) que a corrupção petista tem. E a população, do alto de sua ingenuidade, achará que a corrupção foi extirpada passará a tratar Moro como aquele que moralizou o país. Em contra-partida, bem diferente da extremamente midiatizada Operação Lava Jato, a recente iniciativa de se fazer auditoria da dívida foi vetada pela própria presidente Dilma, além de ter recebido da grande mídia verdadeiro silêncio de cemitério. Imaginamos a montanha de falcatruas dessa mesma classe dominante (a qual usa a dívida como um instrumento de enriquecimento e assalto ao Estado), em conluio com empresas multinacionais, investidores nacionais e internacionais, bancos e outros, uma eventual auditoria não irá revelar.

E o pior de tudo é ver que nessa manifestação estiveram presentes figuras como Jair Bolsonaro, Aécio Neves, Ronaldo Caiado, Geraldo Alckmin e outros que nenhuma moral tem para falar que Dilma, Lula e o PT são corruptos e adjetivações similares. São o sujo falando do mal lavado. Além dos patéticos elementos que lá foram pedir intervenção militar constitucional. Pelo visto, esse povo ainda vive no clima da guerra fria e acha em suas mentes pequenas que o PT é comunista, bolivariano e porretes linguísticos similares. Há quem diga que o próprio Lula foi uma cria do general Golbery do Couto e Silva, para criar dentro da própria esquerda brasileira e dentro do contexto de abertura política um contraponto a Leonel Brizola (que era o verdadeiro pesadelo das classes dominantes e do capital multinacional aqui estabelecido). E a essa tarefa Lula e o PT cumpriram muito bem sua função, já que Brizola faleceu em 2004 sem ter sido presidente do Brasil. Se isso tudo vier à tona um dia a todos nós, quero muito ver se esses acéfalos continuarão tendo moral para ficar pedindo intervenção militar e qual será a cara deles ao ver que Lula e o PT são crias dos mesmos militares que eles pedem que voltem ao poder. Sem contar que a ignorância histórica desses elementos, que mal sabem o que foi o golpe de 1964 e o motivo pelo qual ele aconteceu (tema esse que será abordado em um próximo artigo), além do fato de que hoje não há um clima real para que um golpe como o de 1964 ocorra novamente.

Algo também digno de nota nessa manifestação do último domingo foram as vaias que políticos como Aécio Neves e Geraldo Alckmin receberam na manifestação quando os políticos tucanos chegaram à Avenida Paulista. Entretanto, nós não nos empolgamos com essas vaias. Por que vai que entre aqueles que os vaiaram não haviam partidários da Intervenção Militar e/ou de Bolsonaro? O mesmo Bolsonaro que, de acordo com uma pesquisa feita pelo instituto Paraná Pesquisas na Avenida Paulista, possui uma popularidade considerável entre aqueles que foram lá se manifestar. Pelo visto os manifestantes, muitos dos quais certamente se dizem apartidários, na verdade estão de saco cheio dos partidos tradicionais (tucanato incluso). Há tempos, muita gente reclama por ai que no Brasil faltam autênticos partidos de direita. E o que esse pessoal em realidade quer dizer? Que eles gostariam de ver um partido de direita ideologicamente mais próximo do Partido Republicano dos EUA, tão truculento quanto seus congêneres norte-americanos e livre do que eles chamam de influências esquerdistas/comunistas nos partidos políticos brasileiros (lembrando que o PSDB, ideologicamente, se aproxima muito mais do Partido Democrata que do Partido Republicano. Ou seja, aqui ele pode ser considerado de direita por ser oposto ao PT, mas ao mesmo tempo em países como os EUA, a Inglaterra e a Alemanha seria considerado de esquerda). E não apenas isso, que esse partido também seja um partido do mainstream político da nação e divida o bolo republicano brasileiro com algum outro partido. E é por isso que políticos que mais se aproximam ideologicamente dos republicanos norte-americanos como Jair Bolsonaro e Marco Feliciano cada vez mais são populares.


Foto – Manifestantes pró-Bolsonaro na Avenida Paulista.

Se um dia isso vier a se consumar, a política partidária brasileira será uma verdadeira cópia xerox da política partidária norte-americana. Em comum com o petucanato, essa direita republicanóide que está se desenvolvendo no Brasil e pouco a pouco galgando popularidade entre as massas compartilha o ranço de matiz udenista no tocante a temas como a corrupção, assim como o uso constante de termos como comunismo e bolivarianismo como porretes linguísticos reciclados do macarthismo e da Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Ou seja, tanto fala no tema e nada fala de suas raízes profundas. Por motivos já explicados em artigo anterior, políticos como Jair Bolsonaro e Marco Feliciano são um verdadeiro canto da sereia para a população. Os dois políticos do PSC (Partido Social Cristão) são representantes de uma direita de, parafraseando o grande pensador francês Alain Soral, professam aquilo que chamamos de a direita dos valores sem a esquerda do trabalho. Ou seja, uma direita que ataca a nível nacional o Gregório Duvivier, a Alessandra Negrini, a Bárbara Paz e o Jean Wyllys e a nível internacional a Ariana Grande, a Madonna, a Lady Gaga e a Katy Perry, mas ao mesmo tempo fecha os olhos para a FIESP, a FEBRABAN, a Vale privatizada e a BOVESPA a nível nacional e a nível internacional o George Soros, o Rockefeller, o Rotschild e o JP Morgan. Resumindo a ópera, ataca o maconhista e o abortista da mídia, mas não faz o mesmo com o abortista e o maconhista engravatado que está no poder econômico. Ataca os peões, mas não o rei. Sendo que um não existe sem o outro e vice-versa. No fim, não passam de uns conservadores de meia-tigela que aplicam o típico discurso udenista para a questão da degradação moral e inversão de valores dos últimos tempos.
Por fim, gostaria de deixar um recado ao povo brasileiro. Por favor, sejamos menos passionais, menos manipulados pela grande mídia que sempre manufatura suas opiniões a favor de seus interesses, se informarem melhor sobre o que acontece não só no nosso país como também em outras partes do globo e não se comportem como se fossem peões descartáveis de um grande jogo de xadrez. Na Ucrânia os oligarcas tiram proveito do ódio secular que os neonazistas de lá sentem pela Rússia e assim os usam de bucha de canhão em sua tentativa de meter a mão nas indústrias do Donbass. Vocês aqui no Brasil estão fazendo o mesmo papelão que os integrantes de grupos paramilitares russófobos da Ucrânia como o Setor de Direita e o Batalhão Azov[2] fazem. Goblin disse em seu vídeo sobre a crise ucraniana que aqueles que se manifestaram e pularam carnaval no Euromaidan ajudaram a empurrar o país para a guerra civil que se arrasta até hoje. E se algo similar ao que aconteceu não só na Ucrânia como também na Líbia, na Síria, no Egito, na Tunísia e na Venezuela vier a ocorrer no Brasil, vocês que fizeram o mesmo em lugares como a Avenida Paulista serão igualmente culpados por isso.


Foto – Algumas das bizarrices vistas na manifestação do dia 13/03/2016.

Fontes:
Amarilis Demartini & Caimmy de Sá – O ensaio do golpe da direita globalista no Brasil. Disponível em:
Colour revolution (em inglês). Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Colour_revolution
Da primavera árabe ao Brasil, como os EUA atuam na geopolítica. Disponível em: http://jornalggn.com.br/noticia/da-primavera-arabe-ao-brasil-como-os-eua-atuam-na-geopolitica
Dilma veta auditoria da dívida pública por conflito com estado e municípios. Disponível em:
Direita brasileira quer repetir receita ucraniana. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mBMNvhTYZsg
Líbia: a verdade que eles não querem contar. Disponível em: https://juizofinal.wordpress.com/2011/06/19/libia-a-verdade-que-eles-nao-querem-contar/
Lula convocará as massas? Disponível em:
Manifestações consagram Bolsonaro, diz pesquisa realizada na Paulista. Disponível em:
Manifestantes se reúnem em São Paulo para pedir impeachment de Dilma. Disponível em:
Notícias sobre a Ucrânia (em russo com legendas em português). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Kvb75WEYmEo
O PT e eu (#Pirula 101). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mWbU0jKv1vo
O que acontece se a presidente Dilma sofrer impeachment? Disponível em:
Profesor Lupa – Brasil (em espanhol). Disponível em:
PT criado e incentivado por Golbery – A esquerda que a direita gosta. Disponível em:


[1] Leia-se “Sorgue”, pois no alemão, assim como em idiomas como o russo, o japonês, o mongol e outros, o som da partícula g não muda em função da vogal seguinte, como por exemplo, no inglês e nas línguas latinas.
[2] Leia-se “Azoff”, pois no russo, quando uma palavra termina em v (cirílico в), automaticamente ganha som de “ff”.

Um comentário:

  1. E com isso, temos uma nação totalmente lobotomizada e cega para a realidade. Incoerência, a gente vê por aqui.

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