terça-feira, 31 de agosto de 2021

Freeza e Rei Vegeta, parte V

 

Foto – Freeza (esquerda) e Rei Vegeta (direita).

Setembro está chegando, e dentro em breve sairá o capítulo 76 do mangá de Dragon Ball Super. Será que Vegeta vencerá Granola? Ou o cerealiano ainda tem algumas cartas escondidas na manga? Veremos a hora em que sair o capítulo 76.

Depois do episódio envolvendo a estátua de Borba Gato, agora é a vez de Pedro Álvares Cabral, o descobridor do Brasil, arder nas chamas da ignorância, da estupidez e da bestialidade do politicamente correto e da cultura do cancelamento. Por parte de certas pessoas que não conhecem de fato a história de nosso país e que adoram copiar modismos ideológicos vindos de fora, em especial aqueles vindos dos Estados Unidos e da Europa Ocidental.

O ato de vandalismo em questão aconteceu em 24 de agosto de 2021 na zona sul do Rio de Janeiro, mais precisamente no bairro da Glória, e teve como alvo um monumento dedicado a Pedro Álvares Cabral.

Tal ato foi reivindicado por um grupo chamado Coletivo Uruçu Mirim, sob a alegação em postagem do Twitter de que “mais um monumento escravocrata e genocida foi incendiado. Queimamos a estátua de Cabral para destruir tudo o que ele simboliza nos dias atuais, em protesto contra o Marco Temporal e o genocídio indígena continuado”. Mal eles sabem, por exemplo, que Cabral teve uma passagem bem breve pelo território que depois constituiu o Brasil. Após o ato de vandalismo, a conta do Uruçu Mirim foi bloqueada no Twitter.

Na base da estátua foram feitas pichações e uma mensagem foi escrita contra o Marco Temporal e o Projeto de Lei 490, que são objetos de críticas por parte de povos indígenas e ativistas do meio ambiente por favorecer ruralistas e que prevê que os povos indígenas só poderão reivindicar as terras que já ocupavam em 5 de outubro de 1988 (ou seja, de quando foi promulgada a atual constituição vigente no Brasil).

Como resultado da brincadeira, a Polícia Federal abriu um inquérito para apurar quem perpetrou tal ato de vandalismo sobre a estátua de Cabral (obra do escultor mexicano radicado no Brasil Rodolfo Bernardelli, inaugurada em 1900 para celebrar o quarto centenário da descoberta do Brasil).

Foto – Estátua de Pedro Álvares Cabral no Rio de Janeiro, antes de ser incendiada.

Mas o que mais me deixou estarrecido nesse episódio é o fato de que não foram poucos os políticos (ditos) de esquerda que apoiaram tal ato de vandalismo, como é o caso das psolistas Sâmia Bomfim e Talíria Petrone (basta uma visita nos perfis delas em redes sociais para ver). Políticos esses que estão propondo o projeto de lei 5296/2020 (sobre o qual falaremos em um próximo artigo), que prevê que monumentos de figuras históricas tidas por eles como escravistas e/ou racistas não poderão mais fazer parte da paisagem das ruas de nossas cidades. Se depender apenas da vontade deles, talvez seja questão de tempo apenas serem permitidas nas ruas brasileiras estátuas e monumentos dedicados a “desconstruídos iluminados” tais como Jean Wyllys, Márcia Tiburi, Sâmia Bomfim, Talíria Petrone e outros dessa estirpe. E mais algumas personalidades estrangeiras adoradas por eles, tais como George Floyd e Barack Obama.

Não tenhamos dúvidas de que após os vandalismos sobre as estátuas de Borba Gato e Cabral muitos outros virão (obviamente inspirados por vandalismos similares na Europa e nos Estados Unidos). Ou seja, que isso é apenas o começo de muitos atos de vandalismo em nada diferentes, por exemplo, daqueles que o Estado Islâmico fez com monumentos antigos na Síria e no Iraque como o leão de Palmyra, destruído em 2015 pelo grupo radical islâmico.

Igualmente impressiona-me a estupidez desse coletivo Uruçu Mirim. Ao coletivo em questão lanço a seguinte questão: os problemas que afligem e atormentam os indígenas do Brasil serão resolvidos em um passe de mágica por meio da queima e vandalismo de estátuas dedicadas a figuras históricas que já estão mortas há mais de 200 ou 300 anos? A resposta para essa pergunta é um rotundo não.

Vocês podem queimar quantos monumentos e estátuas quiserem que os índios continuarão sendo massacrados em conflitos diversos e a tendo suas terras tomadas pelos ruralistas do mesmo jeito. Não irá resolver problema algum e ainda de quebra vocês irão ajudar o Bolsonaro a estabelecer uma dinastia no Brasil, na medida em que nas próximas eleições inevitavelmente o político carioca utilizar-se-á dessa questão e outras (como a questão da famigerada linguagem neutra/não-binária) para desmoralizar a esquerda e mostrar à população que vocês não passam de um bando de vândalos e arruaceiros que não têm respeito algum pelo patrimônio público. Tal qual fez com a questão do kit gay em 2018.

Como eu já disse antes, essa história de queimar e derrubar estátuas de pessoas que morreram há mais de 200 ou 300 anos não passa de uma operação cosmética, tal qual chamar favela de comunidade e introduzir gênero neutro no português. É como um carro quando vai a um lava rápido: o carro é lavado por fora, mas não por dentro.

Foto – Tweet de Rui Costa Pimenta em resposta à Talíria Petrone sobre o ocorrido com a estátua de Cabral no Rio de Janeiro.

E então eu pergunto a esses políticos do PSOL: é isso que vocês querem? Que no nosso país haja uma guerra de monumentos, em que a extrema direita retalha pichando monumentos de figuras como Marielle e outras sempre que um monumento de uma figura da história colonial brasileira é vandalizado por vocês? Gostaria de lembrar a vocês sobre o destino que teve a Milanka, na cidade de La Serena, no Chile.

Em 2019, durante as manifestações contra Sebastián Piñera, várias estátuas e monumentos foram derrubados e/ou vandalizados, entre eles a estátua dedicada ao conquistador Francisco de Aguirre. No lugar, uma estátua bem cafona que representa uma mulher diaguita (povo indígena local), chamada La Milanka. Tempos depois a Milanka foi queimada por vândalos desconhecidos. É isso que vocês querem, psolistas e afins? Eu não quero guerra de monumentos por aqui. Ainda mais guerra de monumentos influenciada por movimentos estrangeiros, alienígenas ao Brasil e à realidade Ibero-Americana que pensam que as relações entre raças no Brasil e demais países ibero-americanos seguem a mesma dinâmica daquela existente nos Estados Unidos, como o Black Lives Matter.

E mais uma coisa: que tal vocês tirarem um pouco os olhos dos Estados Unidos e da Europa, pararem de copiar o que vem de cidades como São Francisco e Londres e darem uma olhada em Cuba? Mais precisamente, ao fato de que em Cuba pode-se observar pelas ruas de cidades como Havana estátuas de Cristóvão Colombo e outras figuras importantes de sua época. E que em Cuba, ao contrário do que acontece nos Estados Unidos e outros países ibero-americanos, não houve os mesmos atos de vandalismo contra tais monumentos. E não só isso: um dos principais cemitérios de Havana carrega o nome do navegador de origem genovesa que viveu nos séculos XV e XVI. Tal cemitério foi declarado Monumento Nacional e é considerado um dos cemitérios arquitetônicos monumentais mais importantes do mundo.

Foto – Estátua de Cristóvão Colombo em Havana.

Por fim, gostaria de lhes dizer as seguintes palavras: vocês não são nem um pouco diferentes dos fanáticos religiosos do Estado Islâmico e do Taliban (que agora está voltando ao poder no Afeganistão depois de 20 anos) ao proporem leis como o PL 5296/2020 e almejar a retirada (ou mesmo derrubada) de tais estátuas e monumentos. Talvez sejam ainda piores e ainda mais traiçoeiros, já que mascaram a sua ignóbil iconoclastia com toda uma retórica colorida sobre direitos humanos, defesa de negros e indígenas e outras demagogias afins.

Enquanto que a direita representada pelo clã Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes ataca o Brasil destruindo os pilares econômicos da nação e deteriorando as condições de vida da maioria da população, esses iconoclastas que incendeiam monumentos e estátuas fazem tábula rasa da história e da cultura brasileira (e ainda por cima importando para cá concepções e ideias vindas de fora que em nada têm haver com a nossa realidade) e assim fazem seu ataque por meio da via cultural. Ou seja, até nisso os dois lados em questão se retroalimentam.

Foto – O leão de Palmyra antes de ser destruído pelo Estado Islâmico. Um testemunho do fato de que um dia houve leões na Síria e em outras partes do Oriente Médio.

Fontes:

Desconocidos queman “Mujer Diaguita” en La Serena (em espanhol). Disponível em: Desconocidos queman “Mujer Diaguita” en La Serena | Diario El Día217483 (diarioeldia.cl)

Manifestantes incendiam estátua de Pedro Álvares Cabral no RJ. Disponível em: Manifestantes incendeiam estátua de Pedro Álvares Cabral no RJ | Poder360

Monumento a Pedro Álvares Cabral. Disponível em: Monumento a Pedro Álvares Cabral em Rio de Janeiro: 1 opiniões e 3 fotos (minube.com.br)

Na minha rua, NÃO! Conheça nosso PL 5296/2020. Disponível em: Na minha rua, NÃO! Conheça nosso PL 5296/2020 - YouTube

Necrópolis de Cristóbal Colón. Disponível em: Necrópolis de Cristóbal Colón (turismoemcuba.com)

Pedro Álvares Cabral teve sua estátua incendiada por coletivo indígena em meio ao “julgamento do século”. Disponível em: Pedro Álvares Cabral tem estátua incendiada por coletivo indígena em meio ao ‘julgamento do século’ (msn.com)

PSOL E O FOGO NA ESTÁTUA DE CABRAL. Disponível em: PSOL E O FOGO NA ESTÁTUA DE PEDRO ÁLVARES CABRAL - YouTube

¿Sabías que la primera estatua erigida a Cristóbal Colón en América Latina está en Cuba? (em  espanhol). Disponível em: ¿Sabías que la primera estatua erigida a Cristóbal Colón en América Latina está en Cuba? - Todo Cuba

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Freeza e Rei Vegeta, parte IV

 

Foto – Freeza e Rei Vegeta (foto do episódio 78 de Dragon Ball Z).

“Somos, pois, não só filhos legítimos dos descobridores e conquistadores, mas herdeiros de sua gesta e da chama de eternidade que eles transportaram por sobre os mares” – Evita Perón (1919 – 1952).

E agora com vocês, a quarta parte da série Freeza e Rei Vegeta. Algumas páginas do capítulo 75 do mangá de Dragon Ball Super já saíram, e elas mostram Vegeta (com a nova transformação) surrando Granola. Mas o foco agora aqui é outro.

Dessa vez irei falar a respeito de um artigo que encontrei no site do IELA (Instituto de Estudos Latino-Americanos), assinado pelo professor Waldir Rampinelli sob o título “Estátuas que caem, outras tantas vão cair” e publicado em dois de agosto de 2021. Essa será a minha resposta a tal artigo.

De tempos em tempos, acompanho o que o pessoal do IELA produz e posta na Internet, tanto no blog quanto no site e no canal do You Tube da Instituição de Estudos de Santa Catarina. E o artigo em questão me deixou com algumas pulgas atrás da orelha. Em especial o título e as palavras finais: “Então, que venham as estátuas”.

Nessa questão envolvendo as estátuas, compartilho da opinião de Rui Costa Pimenta, dirigente do PCO (Partido da Causa Operária), de que o que ativistas como aqueles que incendiaram a estátua de Borba Gato fizeram (assim como aqueles que derrubaram estátuas durante as manifestações no Chile de 2019 e depois nas manifestações ocorridas após a morte de George Floyd) foi combater moinhos de vento. Ou, segundo as minhas próprias palavras, brincar de Caça Fantasmas.

E digo mais: em certo sentido, comparo isso com certos descalabros que vêm sendo feitos na língua portuguesa de uns tempos para cá por parte de certos setores que acham que vão resolver certos problemas mudando nomes. Como, por exemplo, essa história de querer chamar favela de comunidade e mais recentemente a tentativa de querer introduzir um gênero neutro na língua portuguesa (sendo que o gênero neutro, nos idiomas que o usam – tais como o russo, o alemão, o polonês, o servo-croata, o latim, o romeno e o tcheco – é usado para se referir a coisas e objetos). São operações cosméticas que não resolvem situação concreta alguma. É a mesma coisa que perfumar fezes: o cheiro ruim é eliminado, mas isso não muda o fato de que aquilo se trata de uma matéria podre e fétida.

Pelo que eu entendi do texto em questão, seria errado homenagearmos figuras históricas controversas como os bandeirantes e os conquistadores espanhóis que viveram entre os séculos XVI a XVIII porque eles teriam matado e oprimido muitos indígenas e negros nesse processo. Só que eu não vejo a situação dessa forma.

E nisso o professor Rampinelli incorre no erro infantil de analisar a história de forma maniqueísta, dentro de uma lógica oprimido/opressor, explorado/explorador, que não serve para compreender o processo de descobrimento, conquista e colonização do continente americano pelos conquistadores e descobridores ibéricos e toda sua complexidade. Como se a relação entre europeus, indígenas e negros na Ibero-América tenha seguido o mesmo padrão e a mesma lógica daquela existente nos Estados Unidos, onde houve coisas como Ku Klux Klan e leis Jim Crown (muito comuns no sul dos EUA até meados do século XX).

O texto em questão afirma que nos dias de hoje ocorre uma apropriação de nomes de cidades, praças, edifícios e outros logradouros públicos, de forma a que a paisagem geográfica não coincide com a paisagem histórica, no que gera uma sensação de irrealidade e sem contato entre o passado e o presente. Mas não seria a citada apropriação citada e a decorrente sensação de irrealidade na verdade o resultado de décadas, ou mesmo séculos, de produção ideológica que faz as pessoas acreditarem em mitos tais como lenda negra (um mito criado por potências inimigas da Espanha como a Holanda e a Inglaterra, com o intuito óbvio de denegrir a nação ibérica ao mesmo tempo em que justificava moralmente as pretensões coloniais anglo-batavas) e noções de que teria sido melhor para o Brasil ter sido colonizado pela Holanda ou pela Inglaterra (sem levar em conta que ambos os países deixaram para trás muitos países miseráveis), comumente difundidas nos meios acadêmicos e até mesmo midiáticos?

Eu gostaria de fazer algumas indagações e apontamentos ao pessoal do IELA, em especial ao senhor Rampinelli, que pelo visto acham que é errado homenagearmos bandeirantes, conquistadores espanhóis e outros por conta de uma lógica de direitos humanos inexistente à época da colonização das nações ibero-americanas por suas respectivas metrópoles.

1 – Se vocês acham errado que bandeirantes, conquistadores espanhóis e outras figuras controversas do período colonial das nações ibero-americanas sejam homenageados por meio de estátuas e monumentos, ou mesmo como nomes de logradouros públicos (pelo que as falas de vocês me transparecem) por causa do que eles aprontaram em vida, então, indo por essa lógica, talvez seja tão ou mais errado homenagear os povos indígenas que aqui viviam antes da colonização, já que eles também tiveram seu passado de conquistadores, constantemente viviam em conflitos entre si e também se expandiram à custa de outros povos (vide o caso dos tupis na costa brasileira na virada do século X para o XI).

Foto – Estátua equestre de Čingis Khan em Conžin Boldog, Ulan-Bator. A maior estátua equestre do mundo.

2 – Sabiam que na Mongólia existem estátuas dedicadas a Čingis Khan, o fundador do Império Mongol, incluindo uma estátua equestre de 40 metros em uma área próxima a Ulan-Bator? E que no Uzbequistão existem monumentos dedicados a Tamerlão em cidades como Taşkent e Samarkand (que era a capital do Império Timúrida e onde o grande conquistador se encontra enterrado)? Tanto Čingis Khan e seus descendentes quanto Tamerlão empilharam muitos cadáveres e jorraram muito sangue em suas respectivas marchas conquistadoras, que se estenderam desde Novgorod no norte da Rússia a Java e da ilha Sakhalin no atual Extremo Oriente Russo às cercanias de Viena e Veneza no curso dos séculos XIII a XV.

Então, quer dizer que pela lógica de vocês é errado os mongóis homenagearem Čingis Khan ou os uzbeques homenagearem Tamerlão por causa dessa questão de oprimidos e opressores e todo esse discurso de direitos humanos inexistente no período em que eles viveram? Uma coisa é certa: mongóis e uzbeques não iam gostar nem um pouco de ouvir esse tipo de conversa e defenderiam a manutenção dessas estátuas dedicadas aos homens que levaram seus respectivos povos à grandeza imperial.

Foto – Estátua equestre de Tamerlão em Taşkent.

3 – E não é só isso: sabiam que em Cuba há estátuas dedicadas a Cristóvão Colombo, incluindo na capital Havana? O que me dizem disso? Diga-se de passagem, é bem curioso que enquanto que nos Estados Unidos e nos países capitalistas da Ibero-América derrubam e decapitam estátuas de Cristóvão Colombo e outros personagens controversos do período colonial, em Cuba não se faz o mesmo. Estranho, não?

Foto – Estátua de Cristóvão Colombo em Havana.

Portanto, já que é para homenagearmos aqueles que foram oprimidos, que tal também homenagear, por exemplo, aqueles que os povos indígenas que aqui viviam antes da chegada dos europeus também oprimiram? O que aqui quero mostrar é a esparrela, a arapuca, em que vocês e todos que acreditam nesses contos e lendas negras na qual vocês estão caindo. E uma vez feito o trabalho sujo, muito difícil será colocar as peças em seus devidos lugares.

Por fim, gostaria de dizer as seguintes palavras ao autor do texto em questão e outros que pensam da mesma maneira: isso, fiquem lançando palavras de ordem do tipo “que venham abaixo as estátuas”, que a hora em que o pessoal de Extrema Direita começar a pichar murais e derrubar monumentos dedicados a figuras como Marielle Franco, Zumbi dos Palmares, Carlos Marighella, Lamarca e outros não ficarem chateados, e nem chorarem por eles.

Houve um caso dessa natureza no Chile no ano retrasado, bem ilustrativo por sinal. O caso do busto da mulher diaguita Milanka, na cidade chilena de La Serena: o busto de Milanka (muito cafona por sinal) retratava uma mulher diaguita e foi lá colocada no mesmo local onde antes houve uma estátua dedicada ao conquistador espanhol Francisco de Aguirre, em 2019. Não muito tempo depois, um grupo de desconhecidos queimou a Milanka. É isso que vocês querem, uma guerra de monumentos e estátuas no qual um determinado grupo queima ou derruba uma estátua e depois outro grupo, politicamente rival do outro, em retaliação faz o mesmo, e assim sucessivamente? Eu não quero esse círculo vicioso.

Foto – Milanka queimada, 2019 (La Serena, Chile).

E não só isso: a hora em que certos ativistas começarem a ficar cada vez mais ousados e atrevidos e começarem a incendiar edificações públicas como Igrejas e outras sob a alegação de que são marcas do colonialismo e da opressão, também não fiquem chateados. Por isso que devemos repudiar a derrubada de monumentos aqui e agora, por mais controversas que tais figuras tenham sido em vida. Antes que entremos em um caminho sem volta, do qual para se sair será muito complicado (no mínimo).

Pelo que vejo, o latino-americanismo do pessoal do IELA tem sérias limitações, a começar pelo fato de que eles parecem renegar a contribuição dos colonizadores portugueses e espanhóis à formação das nações ibero-americanas e que eles são tão ou mais importantes quanto indígenas e negras. Pois sem o espanhol e o português atravessando os mares depois de longas viagens e conquistando terras no além-mar, não haveria Brasil, nem Argentina, nem México, nem Bolívia, nem Venezuela ou qualquer outra das nações ibero-americanas que nós conhecemos hoje.

Finalizando esse artigo, Em minha humilde visão o que deve cair não são as estátuas que nem é proposto no texto em questão, e sim contos da carochinha tais como lendas negras, mitos tais como bom selvagem e ideias como a de que o Brasil teria tido um melhor desenvolvimento caso fosse colônia da Holanda, da França ou da Inglaterra. Do que adiantará derrubar estátuas se as mazelas que afligem a América Ibérica há séculos continuarem de pé e intactas? Nada, absolutamente nada.

Fontes:

A Lenda Negra da Conquista Espanhola: ingrediente do Imperialismo cultural anglo-americano. Disponível em: A Lenda Negra da Conquista Espanhola: Ingrediente do Imperialismo Cultural Anglo-Americano | Nova Resistência (novaresistencia.org)

Desconocidos quemam “Mujer Diaguita” en La Serena (em espanhol). Disponível em: Desconocidos queman “Mujer Diaguita” en La Serena | Diario El Día217483 (diarioeldia.cl)

Estátuas que caem... outras tantas vão cair. Disponível em: Estátuas que caem... outras tantas vão cair | IELA - Instituto de Estudos Latino-Americanos (ufsc.br)

Nova Veneza na contramão da história. Disponível em: Nova Veneza na contramão da história - YouTube

 

domingo, 15 de agosto de 2021

Alguns apontamentos sobre a famigerada linguagem neutra.

 

Foto – Museu da Língua Portuguesa reinaugurado.

Recentemente, saiu uma notícia de que o Museu da Língua Portuguesa (um dos primeiros museus totalmente dedicados a um idioma e uma das principais instituições culturais do país), depois de passar cinco anos e meio fechado por conta de um incêndio ocorrido em 2015, foi reinaugurado em São Paulo após passar por reformas. A reinauguração, ocorrida em 31 de julho de 2021, contou com a presença dos presidentes de Cabo Verde e Portugal, além de outros representantes dos países lusófonos. A partir do dia seguinte, foi reaberto ao público. Até ai tudo bem.

O problema é que o Museu está dando abertura à famigerada linguagem neutra. Antes mesmo da reinauguração, no dia 12 de julho, houve uma postagem no perfil do Museu da Língua Portuguesa no Twitter, em que se usa a palavra “todes”, sob a alegação de que “o Museu está aberto a debater todas as questões relacionadas à língua portuguesa, incluindo a linguagem neutra”. Além disso, a atual diretora do Museu da Língua Portuguesa, a historiadora e museóloga Marília Bonas, ex-diretora do Museu da Imigração, do Museu da Resistência e do Museu do Futebol (todos situados no estado de São Paulo), é uma entusiasta dessa famigerada linguagem, a ponto de usá-la em suas redes sociais particulares.

Entretanto, especialistas na Língua Portuguesa, como é o caso das professoras de português Cíntia Chagas e Kátia Simone Benedetti, criticam tal decisão. Segundo a professora Cíntia Chagas, a assim chamada linguagem neutra marginaliza cegos e surdos e é um desrespeito ao idioma. Já Kátia Simone Benedetti diz que a argumentação de que linguagem neutra (também chamada de não-binária) advém da evolução natural do idioma é equivocada, pois tais mudanças são artificiais e, dessa forma, inconsistentes com a própria natureza estrutural do idioma.

Nós compartilhamos a posição das referidas professoras a respeito da famigerada linguagem neutra. E aqui, trarei alguns apontamentos sobre a famigerada linguagem neutra que certas militâncias (que contam com vultosos investimentos vindos do estrangeiro por parte de bilionários como George Soros – a esquerda soropositiva, diga-se de passagem) tentam impor na língua portuguesa sob o pretexto de inclusão e diversidade.

Para mim, olhando por uma perspectiva de longa duração, essa brincadeira do gênero neutro começa a partir do momento em que há alguns anos começaram a chamar favela de comunidade, negro de afrodescendente, índio de povo originário, entre outras empulhações linguísticas. Em outras palavras, a partir do momento em que o politicamente correto começa a dar seus primeiros passos no âmbito da linguagem, visando criar uma linguagem limpinha e cheirosinha (algo sobre o qual o professor José Paulo Netto já se queixa em palestras de 2012). E, com parte significativa da academia e dos meios culturais e midiáticos do país aceitando tais descalabros linguísticos, sem questioná-los.

E agora os militantes politicamente corretos, que vivem copiando as tendências que aparecem nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa ocidental como bons papagaios que são e influenciados pelas modas vindas de partidos como o Partido Democrata dos EUA, o Partido Trabalhista da Inglaterra e o Partido Socialdemocrata alemão, querem dobrar a aposta com a inclusão de um gênero neutro inexistente no idioma português.

E ai eu pergunto: depois de implantarem um gênero neutro inexistente no nosso idioma para atender aos caprichos de um bando de militantes politicamente corretos, o que mais eles vão exigir no futuro? Uma coisa é certa: sob o pretexto de combater o machismo e outras mazelas na língua, eles vão dobrar, quiçá triplicar a aposta, e mutilar ainda mais o nosso idioma para atender aos caprichos deles, a ponto de virar uma espécie de quimera linguística irreconhecível. Xadrez psicológico básico: eles começam querendo tua mão para lá na frente pegarem o teu pescoço.

No fim das contas, essa história do gênero neutro no português, da maneira como essas militâncias querem introduzir, é a mesma coisa que perfumar fezes. Muda-se o cheiro da substância, mas a essência putrefata e fétida dela continua a mesma, inalterada.

Em outras palavras, isso não passa de uma operação cosmética, uma luta contra moinhos de vento. Pois da mesma forma que o fato de a favela ser chamada de comunidade não muda o fato de que as pessoas que lá vivem moram em moradias precárias e ainda sob o tacão da polícia e da milícia, implantar um gênero neutro no nosso idioma não irá, em hipótese alguma, resolver mazelas como homofobia e outros problemas afins que afligem tais setores da população. Talvez até os piore e os alimente ainda mais, diga-se de passagem, já que esse tipo de coisa inevitavelmente causará antipatia de amplos setores da população para com eles e que inevitavelmente dará seus votos a políticos como Bolsonaro e outros afins que saibam explorar essa questão em favor deles (ainda que de forma demagógica e com finalidade eleitoreira).

Parafraseando o que o professor José Paulo Netto disse na palestra em questão de 2012, não contem conosco para o politicamente correto. Vamos continuar usando todas as palavras que não agradem às militâncias politicamente corretas, porque a nossa luta não é vocabulário.

Foto – A divisão dos Idiomas europeus segundo a estrutura de gênero que usam. Azul claro – sem distinção de gênero; Vermelho – gêneros masculino e feminino; Verde – Gêneros Animado e Inanimado; Amarelo – gêneros comum e neutro; Azul escuro – tripartição masculino/feminino/neutro (mapa tirado da Wikipédia em inglês).

Segundo que nos idiomas em que se usa gênero neutro, a exemplo do russo, do alemão, do latim, do romeno, do tcheco, do servo-croata, do norueguês e do polonês, o gênero neutro (em russo srednij rod/средний род) geralmente é usado para se referir a coisas e objetos. Em inglês temos três pronomes: o he (masculino), she (feminino) e o it (neutro), sendo que o último também é usado para se referir a coisas e objetos.

E o que determina o gênero de uma palavra é ou o artigo que a antecede (como ocorre em idiomas como o alemão, o francês, o italiano, o português e o espanhol), ou a letra de terminação da palavra (como no caso dos idiomas eslavos como o russo, o ucraniano e o bielorrusso). No alemão, há o artigo neutro das e suas declinações, como em, por exemplo, Das Rheingold (o ouro do Reno – título de uma famosa ópera de Richard Wagner, parte da tetralogia do anel) e Das Kapital (O Capital – uma das principais obras de Karl Marx, publicada em 1867).

Já no russo, um idioma que não utiliza artigos, o gênero neutro é usado em palavras terminadas em o (о), je (е), jo (ё), joe (ое) e mja (мя) no caso dos substantivos e oje (ое), ‘je (ье) e jeje (ее) no caso dos adjetivos. Como é o caso de palavras como ružë/ружё (fuzil, carabina), vremja/время (tempo), plat’ë/платьё (vestido), plamja/пламя (chama), plemja/племя (tribo), oružije/оружие (arma), mlekopitajuŝee/млекопитающее (mamífero), nasekomoe/насекомое (inseto), mjesto/место (lugar) e derjevo/дерево (floresta, madeira). Na historiografia russa, encontramos termos como o Smutnoe Vremja/Смутное Время (tempo de dificuldades), o período de transição dinástica entre os Rjurikoviči e os Romanov, que dura de 1598 a 1613, um período muito difícil na história russa por sinal, no qual a capital russa, Moscou, chegou a ser invadida e ocupada pelos poloneses durante dois anos (1610 a 1612).

No fim das contas, o que essas militâncias politicamente corretas estão fazendo com toda essa história da linguagem neutra é algo paradoxal: em nome da inclusão e da diversidade, estão lutando para serem chamados de coisa, e não de gente. Que depois eles não fiquem chateados na hora em que as pessoas começarem a olhá-los e chama-lo de coisa ou algo similar. Resumindo a ópera, estão é dando um tiro nos próprios pés, do alto da estupidez deles.

Foto – Número de gêneros gramaticais nos diferentes idiomas do mundo. Em branco – sem gênero; Amarelo – dois gêneros; Laranja – três gêneros; Vermelho – quatro gêneros; Preto – mais de quatro gêneros (mapa tirado da Wikipédia em russo).

Fontes:

Grammatical gender (em inglês). Disponível em: Grammatical gender - Wikipedia

Museu da Língua Portuguesa é reinaugurado após quase seis anos fechado em reforma por causa de incêndio. Disponível em: Museu da Língua Portuguesa é reinaugurado após quase seis anos fechado em reforma por causa de incêndio | São Paulo | G1 (globo.com)

Museu da língua portuguesa erra ao adotar linguagem neutra. Disponível em: Museu da Língua Portuguesa erra ao adotar linguagem neutra - YouTube

Род (лингвистика) (em russo). Disponível em: Род (лингвистика) — Википедия (wikipedia.org)

Museu da Língua Portuguesa reabre sob “nova fase” com defesa da linguagem neutra. Disponível em: Museu da Língua Portuguesa é reaberto com defesa da linguagem neutra (gazetadopovo.com.br)

domingo, 8 de agosto de 2021

Granola e a estátua de Bardock (ensaio)

Esse é um ensaio de capítulo único que eu mesmo escrevi esses dias, no qual o Granola, o principal antagonista da atual saga do mangá de Dragon Ball Super, a saga Granola, para em um planeta e lá encontra uma estátua que lhe traz péssimas recordações. Espero que gostem:

Enquanto vagava pelo espaço em sua nave, Granola para em um planeta, o planeta VX, que nos tempos em que estava sob o domínio de Freeza era o planeta Freeza número 38. Granola parou no planeta em questão para reabastecer a nave de combustível e víveres, e depois disso dará sequência à viagem.

No planeta VX, Granola aproveitou a parada no planeta que outrora esteve sob o domínio de Freeza para sair um pouco da nave e tomar um pouco de ar. E, enquanto andava pelo planeta VX, ele vê algo que o deixa nem um pouco feliz: um monumento dedicado a Bardock, o saiyano que liderou o massacre dos cerealianos a muitos anos, antes mesmo de Freeza destruir o Planeta Vegeta.

Ao ver a estátua do pai de Goku (vulgo Kakarotto) e Raditz e avô paterno de Gohan e Goten, invariavelmente emergiram em Granola lembranças do dia em que o povo cerealiano foi exterminado pelos saiyanos a mando de Freeza. Lembranças bem dolorosas do tempo em que ele ainda era um infante, diga-se de passagem.

Ao olhar para a estátua de Bardock, Granola vê que aquele aspecto lhe é um tanto familiar, apesar do fato de que na ocasião do massacre de seu povo todos os saiyanos estavam transformados em macacos gigantes (Oozaru), uma habilidade típica deles que se manifesta sempre que olham para uma lua cheia e que eleva o poder deles em cerca de 10 vezes. Mas que ao mesmo tempo acarreta na perda da racionalidade de seu usuário, a exceção de uns poucos saiyanos de elite que são capazes de mantê-la mesmo sob tal transformação.

Granola nota que a cicatriz na bochecha do saiyano retratado lhe é bem familiar, assim como seu traje (já que são as armaduras típicas do exército de Freeza), e invariavelmente remetem ao fatídico dia do massacre de seu povo. E, ao olhar nos olhos da estátua de Bardock, Granola inevitavelmente ferve de ódio e indignação. Perguntas surgem na cabeça dele.

O que Granola ainda não sabe é que antes de erguerem a estátua a qual ele olha no presente momento havia um grande monumento dedicado a Freeza. Mas, depois que Freeza foi vencido e depois morto e seu império com o tempo foi se estilhaçando (já que Freeza não teve um sucessor à altura dele, que fosse capaz de manter seu império unido sob uma única autoridade), novas forças políticas surgiram no Planeta VX.

As forças políticas em questão colaboraram ativamente com Freeza até o momento de sua inglória queda. Da forma mais oportunista possível, eles começaram a se opor a Freeza, criaram toda uma imagem de resistentes ao jugo do imperador do Universo ao longo de anos e assim conseguiram manter-se no poder.

E nisso eles ordenaram a derrubada das estátuas dedicadas a Freeza em todo o planeta VX e no lugar, sob os auspícios de certos ativistas, ergueram estátuas dedicadas a figuras que se insurgiram contra o imperador do Universo, tanto do planeta VX quanto de outros mais longínquos. E uma dessas figuras é Bardock. Ergueram uma estátua dedicada ao pai de Goku e Raditz por ele ter tombado em combate contra Freeza defendendo seu planeta natal.

Os nativos do planeta conhecem Bardock por meio de livros de história que falam sobre o genocídio dos saiyanos perpetrado por Freeza. E nesses livros fala-se que Bardock lutou até o fim para proteger seu planeta natal de ser destruído pelo Imperador do Universo (obviamente, sob ordens diretas de Bills, o deus da destruição do sétimo universo). Até que ele foi engolido pela Supernova de Freeza e morreu junto com seu planeta natal.

Granola: “Como pode, como pode, os habitantes daqui glorificarem um assassino como o Bardock? Ele, que matou tantas pessoas a serviço de Freeza?! Em outras palavras, ele ajudou o Freeza a empilhar cadáveres! Isso é que eu não entendo! Acho que os nativos desse planeta não batem muito bem da cabeça!”.

Até que de repente surge na presença de Granola um nativo do planeta, que é um odiador ardoroso de Freeza e adorador dos saiyanos e outros povos que Freeza exterminou. Em especial dos saiyanos e de figuras como Bardock.

Nativo local: “Alto lá, estranho! Lave a tua boca para falar de Bardock, pois você está diante da estátua de um guerreiro de honrada memória que lutou até o fim para proteger o seu planeta natal das garras tirânicas de Freeza! Que a memória dele seja reverenciada e lembrada por todos nós, como um exemplo de valentia e coragem!”.

Ao ouvir as palavras em questão a respeito de Bardock, um dos verdugos de seu povo nativo, Granola se enfurece. E não é para menos, diga-se de passagem.

Granola: “Isso só pode ser uma piada, né? Bardock, honrada memória, lutou até o fim contra o Freeza... quem tem que lavar a boca é você, seu idiota! Bardock e seus homens devastaram vários planetas a serviço de Freeza, e um desses planetas foi o meu planeta natal, o Planeta Cereal! Não sei como vocês podem homenagear um sujeito desses”.

Nativo local: “Você não sabe de nada, jovem garoto. O que você disse não passa de mentiras, lorotas, para denegrir o imaculado nome dos saiyanos, que Freeza exterminou sem dó nem piedade, por temer o poder deles unidos! E é por isso que nós homenageamos guerreiros como Bardock. Para que os crimes perpetrados por Freeza jamais sejam esquecidos!”.

Granola: “Quem não sabe de nada é você, seu imbecil! Sim, por um lado, é verdade que o miserável do Freeza exterminou os saiyanos há muitos anos. Eu também detesto aquela lagartixa e gostaria muito de poder acabar com ele com as minhas próprias mãos. Mas, por outro, para isso o Freeza contou com os serviços de diversos colaboradores. E entre eles, os saiyanos, que serviram fielmente a Freeza até ele exterminá-los”.

O nativo então começa a sofismar.

Nativo local: “Mas o Freeza exterminou os saiyanos”.

Granola: “E você acha que o fato de Freeza ter levado os saiyanos às portas da extinção muda o fato de que eles não só destruíram com vários povos, incluindo o meu? Isso muda o fato de que eles empilharam tantos cadáveres e jorraram tanto sangue quanto Freeza? Sinceramente, acho que vocês desse planeta não sabem é de nada sobre quem foram os saiyanos”.

Nativo local: “Mas Freeza exterminou os saiyanos e isso é o que importa”.

O nativo continua a sofismar e Granola fica ainda mais furioso com ele. Uma briga entre os dois era questão de tempo. Até que um ancião viu a cena de quase briga e apartou a briga entre os dois. E esse senhor revela a Granola algumas memórias pregressas dele. Mais precisamente, de quando o planeta VX foi conquistado pelas tropas de Freeza. E revela, entre outras coisas, que quando Freeza conquistou o planeta VX, fez isso com o apoio de guerreiros saiyanos, e que Bardock tomou parte nesse massacre como um dos principais guerreiros saiyanos a serviço do filho do Rei Cold.

Depois de ouvir essa história, o nativo com o qual Granola estava discutindo baixa a bola e sai do local envergonhado. Já Granola, por seu turno, volta á nave e dá continuidade à jornada dele. “Como os habitantes desse planeta são estúpidos, pelo menos aquele que eu conheci...”, diz o cerealiano, que a despeito de sua mágoa pelos saiyanos poupou o monumento dedicado ao pai de Goku e Raditz. A propósito, como será que Granola pretende levar adiante sua vingança, tendo em vista que ele quer se vingar de seres bem poderosos?

Moral da história: O conquistado de hoje é o conquistador de ontem.