Foto – Bruno Monteiro
Aiub (vulgo Monark)
Como vimos, os comentários de Bruno Monteiro Aiub, o Monark,
que se tornou célebre por apresentar o programa Flow Podcast, a respeito de uma eventual legalização de um partido
nazista no Brasil feitos no dia sete de feveiro de 2022 deram muito que falar.
A repercussão foi enorme, a tal ponto que processos judiciais contra ele foram
movidos e o próprio Monark foi despedido do programa que ele apresentava até
então.
Segundo matéria publicada no Diário da Causa Operária, por
trás da demissão de Monark estiveram empresas como a agência de prostituição
Fatal Model e a empresa de material esportivo Puma (que apoiou os mesmos
nazistas na Segunda Guerra Mundial).
Mas esse não é o ponto a ser discutido aqui. Pois em
decorrência da repercussão que os comentários de Monark geraram, um incidente em
meu entendimento muito mais grave e muito mais perigoso que ocorreu em Curitiba
dois dias antes foi eclipsado: a invasão da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos
Pretos liderada pelo vereador petista Renato Freitas (o mesmo Renato Freitas
que acumula em sua ficha policial 16 boletins de ocorrência – entre eles ocorrências
envolvendo porte de drogas, desacato a autoridades e som alto em lugares
públicos), os quais foram ao local sob a alegação de protestar contra o racismo
em decorrência das mortes violentas do congolês Moïse Kabagambe e de Durval
Teófilo Filho.
Em outras palavras, digamos que o caso Monark foi a cortina
de fumaça perfeita para fazer com que as pessoas esquecessem o caso da invasão
à Igreja curitibana. Invasão essa na qual os fiéis da Igreja foram chamados por
adjetivos como “fascistas”, “racistas”, “apoiadores do Presidente que ai está”
e outros similares pela turba invasora.
E por que o caso da invasão à Igreja em plena missa é muito
mais preocupante que qualquer comentário besta que Monark tenha proferido,
alguns me perguntarão? Levando em conta casos recentes como os vandalismos e
depredações de Igrejas em países como o Chile, a Argentina e o Canadá, tal
incidente pode estar abrindo um precedente perigoso, para que futuramente
venham a ocorrer uma onda de ataques e depredações a Igrejas ainda maior e mais
violenta, com direito a Igrejas sendo depredadas, profanadas e até mesmo
incendiadas. E para isso se valendo de pretextos como protestos contra o
racismo, a homofobia e outras mazelas decorrentes de mortes violentas de
negros, homossexuais, indígenas e outros (devidamente politizados por essa
gente que adora copiar as modas norte-americanas e europeias).
Foto – Invasão à Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, 05/02/2022.
Primeiro que o que está em jogo é uma tentativa de
capitalizar o caso das mortes de Moïse Kabagambe e de Durval Teófilo Filho com
o intuito de fazer com que tais casos gerem a mesma comoção que o caso da morte
do afro-americano George Floyd gerou nos EUA, no ano retrasado.
Como nós sabemos, o caso da morte de George Floyd, um homem
com uma extensão ficha criminal e que estava sob o efeito de narcóticos na hora
em que a polícia o abordou, criou uma comoção tal que gerou uma onda de
protestos e atos de vandalismo e violência contra cidadãos pacíficos
encabeçados por grupos como o Black Lives Matter (grupo do qual muitos de seus
militantes são brancos), os quais não raro quando abordavam cidadãos brancos os
obrigavam a se ajoelharem perante eles e se desculparem por serem brancos. Tudo
isso ajudou a influenciar o último pleito eleitoral americano em favor do
democrata Joe Biden, um representante orgânico do sistema norte-americano.
É isso que queremos no Brasil, uma exacerbação das tensões
raciais similar àquela existente nos Estados Unidos e o surgimento de grupos supremacistas
negros similares ao Black Lives Matter fazendo as mesmas arruaças e vandalismos
que eles fizeram nos Estados Unidos em 2020? Não, não é isso que eu quero para
o meu país.
E a coisa não para por ai. Em várias partes do globo, temos
visto ataques e depredações a Igrejas, como aquelas vistas no Chile, na
Argentina e no Canadá nos últimos anos.
No Chile, durante as manifestações de 2019 e 2020, além de
depredações a estátuas e monumentos históricos (como o caso do conquistador
espanhol Francisco de Aguirre em La Serena), duas igrejas foram queimadas,
ambas em Santiago do Chile: a Capela dos Carabineiros São Francisco de Borja e
a Paróquia Assunção.
Antes disso, entre 2015 a 2017, tivemos o caso de vinte e
sete templos queimados por ativistas encapuzados que defendem o separatismo
mapuche. Em um desses atos de vandalismo, foi pixado a seguinte mensagem em uma
das Igrejas: “Cristianismo, cúmplice da repressão do povo mapuche”.
Na Argentina, houve casos como o da paróquia Maria
Auxiliadora, que em 2018 foi atacada por ativistas feministas a favor do aborto.
Em 2020, 12 membros da etnia mapuche vandalizaram e profanaram a Igreja de
Nossa Senhora de Luján no povoado El Bolsón, no Estado de Rio Negro, e em 2021
a Catedral de Buenos Aires foi alvo de pichações que incitavam à queima de
Igrejas.
No Canadá de Justin Trudeau, após as descobertas de túmulos não
marcados de crianças indígenas em locais que antes eram parte de escola
residenciais (muitos dos quais administrados por congregações religiosas), dezenas
de Igrejas foram queimadas por vândalos no meio de protestos e manifestações.
E algo que deixa ainda mais estarrecido sobre esses casos é
que o pessoal do Canal Meteoro, tanto no caso das Igrejas chilenas quanto no
caso da Igreja curitibana, passou pano para os vândalos que perpetraram tais
atos sob a alegação de que as Igrejas chilenas tinham ligações com a repressão
e a tortura pinochetista e no caso da Igreja curitibana batendo em teclas como
as invasões a terrenos de umbanda e outras manifestações religiosas
afro-brasileiras.
A eles, só lhes faço a seguinte: as invasões a terrenos de
umbanda e outras manifestações religiosas afro-brasileiras, assim como a
história da Igreja em questão que remonta ao século XVIII, justificam as
ofensas que os fieis que frequentam Igrejas como a Nossa Senhora do Rosário
receberam e todo o ultraje que tiveram que presenciar perante os olhos deles,
só para começo de conversa? Justificam a interrupção de uma missa e todo o desrespeito
ao qual as pessoas que frequentam a Igreja foram submetidas?
Pessoas como vocês e o Renato Freitas terão culpa no
cartório se um dia virmos no Brasil não apenas as mesmas cenas dantescas de
igrejas queimadas, profanadas e/ou vandalizadas que vimos em anos anteriores no
Chile, na Argentina, no Canadá e em outros países, como também quando um Black
Lives Matter à brasileira sair de sua toca e começar a fazer as mesmas
intimidações, vandalismos e depredações que o Black Lives Matter original fez nos
Estados Unidos em 2020.
A caixa de Pandora de grandes tensões religiosas e raciais
no Brasil poderá ser aberta em questão de anos, por conta de pessoas inconsequentes
como o Renato Freitas (que em seu perfil no Facebook posta vídeos com títulos
como “vidas negras importam” e outros similares). Quem irá colocar os males do
mundo todos de volta em seu devido lugar depois disso?
Foto – Igreja depredada e vandalizada em El Bolsón, Argentina. Será que veremos cenas dantescas como essas chegarem ao Brasil em um futuro não muito distante?
Fontes:
Ataques a Igrejas se multiplicam no Canadá após a descoberta
de túmulos em internatos para indígenas. Disponível em: Ataques
a igrejas se multiplicam no Canadá após a descoberta de túmulos em internatos
para indígenas | Internacional | EL PAÍS Brasil (elpais.com)
Catedral de Buenos Aires é vandalizada com pichações contra
a Igreja e a Bíblia. Disponível em: Catedral
de Buenos Aires é vandalizada com pichações contra a Igreja e a Bíblia
(acidigital.com)
Catedral é profanada na Argentina e coroas de Maria e do
Menino Jesus são roubadas. Disponível em: Catedral
é profanada na Argentina e coroas de Maria e do Menino Jesus são roubadas
(acidigital.com)
Duas igrejas são incendiadas no primeiro aniversário das
revoltas no Chile. Disponível em: Duas
igrejas são incendiadas no primeiro aniversário das revoltas no Chile |
Internacional | EL PAÍS Brasil (elpais.com)
Feministas atacam Igreja em protesto a favor do aborto, na
Argentina. Disponível em: Feministas
atacam igreja em protesto a favor do aborto, na Argentina - Guiame
Grupo indígena depreda paróquia, agride pastores e exige
falar com bispo. Disponível em: Grupo
indígena depreda paróquia, agride padres e exige falar com bispo (aleteia.org)
Lista de ataques a igrejas em 2021. Disponível em: Lista
de ataques a igrejas em 2021 – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
Perseguição no Chile: Sete igrejas queimadas este ano.
Disponível em: Perseguição
no Chile: Sete igrejas queimadas este ano (overbo.news)
Protesto em Igreja: o bolsonarismo pira! Disponível em: PROTESTO EM
IGREJA: O BOLSONARISMO PIRA! - YouTube
Trabalho escravo e prostituição: quem são os que demitiram
Monark. Disponível em: Trabalho
escravo e prostituição: quem são os que demitiram Monark - Diário Causa
Operária (causaoperaria.org.br)
Vereador que liderou invasão de igreja em Curitiba tem longa
ocorrência de confusões com 16 boletins de ocorrência. Disponível em: Renato
Freitas: Todos as vezes que o vereador se envolveu em confusão (bandab.com.br)