Foto – protesto nos EUA (provavelmente de 1938) contra Henri Ford por ter recebido uma medalha nazista.
Quando nós
trabalhamos em uma série de artigos sobre o Land Lease, periodicamente surgiram
fatos, nos quais simplesmente se recusa a acreditar. O país, que é um dos
vencedores do fascismo, o país, que forneceu armamento e equipamentos aos
aliados (e bons equipamentos!) na luta contra Hitler e o exército dele, o país,
ao qual nós somos gratos pelos abastecimentos de um grande número de coisas
necessárias para a guerra, ajudou a nossos inimigos a nos golpear.
Paradoxo,
verdade? Mas, infelizmente, o fato é evidente. Falaremos sobre isto.
Aqui, saiba,
involuntariamente se lembra dos 300% de lucro do “Capital”, pelos quais o
capitalista cometerá qualquer crime, qualquer vileza. O dinheiro não cheira. E
muito dinheiro, mesmo obtido através de um crime, para alguns exala os belos odores
de Coco Chanel.
Talvez, inclusive
por isso os EUA se saíram como os vitoriosos dessa guerra? Não como vencedores
do fascismo, mas como aqueles que receberam os maiores dividendos da vitória
comum. Enquanto a Europa e a URSS esmagavam a Alemanha, perderam recursos
materiais e humanos, destruíram cidades e pontos povoados, os EUA “fizeram
dinheiro”.
“Fizeram
dinheiro” para que com este mesmo dinheiro escravizar a Europa logo. Tanto os
vencidos, quanto os vencedores. Hoje nós podemos com certeza dizer que sim,
aconteceu.
Bem
frequentemente emerge a questão como estão relacionadas as companhias
americanas com os fascistas? Como é possível ganhar dinheiro quando a “parte
visível do iceberg”, o que o leigo inexperiente vê, de forma alguma não está interligada
com a outra? Onde está aquele mecanismo, por meio do qual se operou a ligação
das companhias americanas e a Alemanha nazista?
Como escreveu
V. I. Lenin: “Há tal partido!”. E ninguém oculta tal papel, que este “partido”
desempenhou durante a Segunda Guerra Mundial. Este instrumento se chama Banco
de Compensações Internacionais (Bank for International Settlements [BIC]). Este
banco foi criado em 1930, os fundadores – os bancos centrais de cinco nações
europeias. Grã-Bretanha, França, Bélgica, Itália, Alemanha.
Os fins desse
banco eram os mais pacíficos e progressistas. A facilitação de acordos
internacionais e a cooperação entre os Bancos Centrais das principais potências
mundiais. A propósito, é amplamente sabido hoje que o FMI conduz apenas parte
das funções que o BIS cumpria à época.
Vejamos mais
além. Por enquanto as ligações não são visíveis. Não tem Banco Central
Americano nos co-fundadores. Mas já tem três bancos americanos privados. Três!
Há também um banco privado japonês. Então apareceu a ligação. De lá, onde
oficialmente atuavam Bancos Centrais estatais são introduzidos bancos privados.
Os EUA parecem estar fora da jogada.
A história
sobre a qual opera este mecanismo, - abaixo. Por enquanto um fato pequeno, mas
interessante e aterrorizante. Fato sobre o qual não é habitual falar hoje. Como
se isso não aconteceu.
Lembram-se
das imagens aterradoras do cine-jornalismo dos campos de concentração, quando
mostram depósitos de coisas douradas tiradas junto aos presos, coronas douradas
arrancadas e outras coisas?
Lembram-se
das imagens de remoção de ouro de apartamentos, museus, coleções para a
Alemanha? E para aonde foi parar tudo isso depois da derrota da Alemanha? Onde
está o ouro dos cadáveres? Onde está o ouro do Reich, obtido por tal meio
desumano?
A resposta,
embora parcialmente, pode-se encontrar nos arquivos da Alemanha.
Começando a
partir de 1942 o Reichsbank começou a derreter ouro em barras com peso de 20
quilogramas cada. Desta maneira coroas dentárias se tornaram barras de ouro. E
então estas mesmas barras o Reichsbank
depositou no BIC.
Mesmo a soma,
na qual foram feitas tais investimentos, é conhecida. Sabendo a cotação do
custo do ouro nesse período, é possível calcular o número de ouro. 378 milhões
de dólares! Com dólares mesmo, não com os pedaços de papéis atuais. E este ouro
através do Banco Internacional de Compensações para algum lugar “foi embora”.
A propósito, aqui
há mais uma nuance, sobre a qual também vergonhosamente os banqueiros se calam.
Para onde foi o ouro dos países conquistados por Hitler? É claro que parte da reserva
de ouro foi guardada em depósitos próprios. Sobre o destino desse ouro pode-se
adivinhar. E essas reservas, que tinham no território de outros Estados? Até
eles Hitler não podia alcançar.
Os banqueiros
dos países conquistados e representantes oficiais destes Estados transferiram
os recursos em bancos ocidentais. E transferiram... Através do BCI. Os recursos
foram transferidos e desapareceram. Apareceram já nas contas do Reichsbank. A
propósito, isso foi um choque para os banqueiros europeus. Isso não é aceito no
meio daqueles que trabalham com finanças.
E assim, a interconexão
dos financistas germânicos e bancos americanos nós revelamos. Agora um pouco de
fatura. Isso o dinheiro simplesmente não paga. Principalmente os alemães
geneticamente pedantes. Os alemães pagam pelo produto. A «alma caridosa» dos
russos, que perdoam dívidas, os germânicos não detêm. Pensaram, pensam e vão
pensar.
Não é segredo
que o Ocidente preparou Hitler para o papel de “assassino de Stalin”. A tarefa
foi posta de forma extremamente simples – eliminar a Rússia Soviética. Eliminar
a URSS e a ideia comunista. Daqui relações maravilhosas dos fascistas com
políticos europeus, com financistas, com industriais. Precisamente houve essa
mesma relação junto aos americanos.
Excelente
exemplo de amor ao fascismo mostrou, por exemplo, Henri Ford. Este mesmo
magnata automobilístico, do qual automóveis lutaram praticamente em todos os
exércitos dos aliados, foi premiado pela mais alta ordem fascista para
estrangeiros – A ordem do Mérito da Águia Germânica de 30 de julho de 1938!
Ford não ficou em débito. A propósito,
um pouco sobre o próprio prêmio. A ordem do Mérito da Águia Germânico é um prêmio
bem raro.
Além disso, essa
ordem não era a premiação padrão do Reich. De modo geral, é uma premiação do
partido fascista, concebida para a premiação de Mussolini. E premiaram com essa
ordem não por ações concretas, mas pela relação ao regime fascista.
Provavelmente,
é de surpreender que o herói popular da América, o piloto, o primeiro que voou
através do Atlântico, Charles Lindbergh, foi o segundo (e último) americano
premiado por esta ordem. Sobre a adoração fanática de Lindbergh diante de
Hitler nós não vamos contar, visto que qualquer réptil é nojento.
E mais uma
digressão, que diz respeito exatamente a Henri Ford. Aqueles que atenciosamente
leram o «Minha Luta» de Hitler perfeitamente lembram que o único estrangeiro
que é lá é citado de forma positiva foi exatamente Henri Ford. Uma fotografia
deste industrial americano estava na residência de Munique de Hitler.
A elite
financeira e industrial americana ativamente contribuiu para o renascimento do
exército germânico depois da chega de Hitler ao poder. Precisamente grandes
investimentos dos americanos, em especial, tornaram-se o catalizador do
renascimento do militarismo germânico.
A verdade é
que já em 1942 os alemães «espremeram a garganta» aos americanos na própria
terra. As empresas transferiram sob a administração do Estado Alemão. E os
próprios americanos começaram a entender que a Blitzkrieg falhou. Era necessário
«limpar-se» do fascismo. Portanto demonstraram sua lealdade ao governo bem
ativamente.
Aqui estão alguns
exemplos da duplicidade americana. «Nada
pessoal, apenas negócios» em ação.
Comecemos com
o já citado Ford. Em 1940, observem, antes da passagem sob a administração dos
alemães, mas já no curso da Segunda Guerra Mundial, as fábricas de Ford na
Europa (Alemanha, Bélgica, França) reuniram para a Wehrmacht 65.000 caminhões!
Na filial da fábrica de Ford na Suíça consertaram caminhões alemães aos
milhares. E que os suíços neutros, com o mesmo sucesso, provavelmente, poderiam
consertar o GAZ... Vocês vêm.
A propósito,
lá mesmo, na Suíça, consertou caminhões alemães outro gigante americano – «General
Motors». A verdade é que os principais lucros esta companhia recebeu, entretanto,
das ações da «Opel», da qual era a maior acionista.
Sobre as
façanhas de combate e trabalho da «Opel» de modo geral pode-se escrever um
artigo em separado. Sem repreensões,
simplesmente constatando fatos, que sob a «Opel» a partir de 1929 e até nossos
dias o controle exerce a corporação americana «General Motors», que pertence à
família Dupont.
Os Dupont de
modo geral são legais, nada menos que sua companhia lutou ao lado da Alemanha.
Partidário e admirador das ideias de Hitler, Alfred Dupont criou nos EUA
células do partido nacional-socialista (considere, fascista). Por assim dizer, ajudou
ideologicamente a Alemanha. Bem, não ideologicamente, mas com negócios,
ajudaram fábricas da corporação dos Dupont na Alemanha, onde quer que tenham
produzido. Bem, de modo geral, produtos pacíficos não eram de fato produzidos.
Embora Lammot Dupont normalmente assim trabalhava no conjunto do Comitê
Consultivo do Comitê de Tropas Químicas do Ministério da Guerra dos EUA e se
ocupou com questões de abastecimento do Exército Americano.
Na África
setentrional o general alemão Rommel tinha produção «própria» de caminhões e
carros blindados. Esta técnica chegou a Rommel não da Europa, mas era montada
diretamente na filial da fábrica «Ford» na Argélia.
Mesmo aqueles
caminhões, que foram usados pela Wehrmacht na USSR, eram «Fords». É verdade que
nós, por algum motivo, falamos frequentemente sobre a produção francesa. Sim,
caminhões de cinco toneladas e carros de passageiros eram produzidos na França,
mas as fábricas pertenciam ao americano.
Nós dedicamos
muita atenção exatamente à «Ford». Entretanto esta companhia está longe de ser
a mais ativa e a mais inescrupulosa. Simplesmente comparem as cifras de
investimentos na economia alemã.
«Ford» - US$
17,5 milhões.
«Standart Oil of New Jersey» (hoje «Exon
Mobil Corporation») – US$ 120 milhões.
«General
Motors» - US$ 35 milhões.
«ITT» - US$
30 milhões.
Mesmo um
projeto alemão fechado, como a criação de mísseis «Fau», não foi feito sem
participação americana. Aqui se distinguem os homens de negócios da ITT.
Especialistas em telefonia e telégrafos não apenas forneceram aos fascistas máquinas
de calcular, telefones e outros meios de ligação (entre eles comunicações
especiais), mas também agregados e componentes para o foguete «Fau».
A propósito,
para aqueles que se interessam pelo preço da consciência americana, informamos
que a consciência da ITT custou bem caro e expressou-se no aumento de capital
da companhia durante o tempo da guerra em três (!) vezes.
Como vê, a
tese de Marx sobre os 300% é verdadeira.
Lembram-se do
famoso filme «Dezessete instantes de uma primavera»? Lembram a quem se submetia
diretamente o Stantardartenführer da SS Max Otto von Stierliz? Ao
Brigadenführer da SS, o chefe da Inteligência Estrangeira do Serviço de
Segurança (SD-Ausland-VI divisão da RSHA) Walter Friedrich Schellenberg.
Assim, a
todos os cargos ocupados por esse general alemão deve-se adicionar mais um. Ele
foi membro do conselho de diretores da companhia americana ITT! Mais
precisamente, um dos membros. Junto com ele lá estava presente mais um
Brigadenführer da SS – Kurt von Schreder. Banqueiro, que financiou os fascistas
a partir do momento da fundação do movimento. Presidente da Câmara Industrial
da Renânia.
Não pensem
que nos EUA alguém esconde sua parceria com os fascistas. Por qual motivo? Dinheiro
não cheira. E o critério do sucesso do americano foi, é e será a conta dele no
banco. Em 1988 o escritor americano Charles Hayem publicou o livro
documentário «Comércio com o inimigo».
Na URSS ele foi lançado em 1985. Na Rússia foi republicado em 2017 sob o título
«Irmandade do negócio».
Lá de forma
documentada são trazidos fatos confirmados da parceria com os inimigos dos EUA
de muitos clãs da elite de negócios da América – Rockefellers, Morgans e
outros.
«Na Alemanha
a nós incomodaram não os alemães, mas homens de negócios americanos. Aqueles
que atrapalharam a nós agiram dos Estados Unidos, mas não agiram abertamente.
Não incomodou a nós alguma lei, aprovada pelo Congresso, nem ordem do Presidente
dos EUA, nem decisão do Presidente ou de qualquer um dos membros do Gabinete
sobre mudança do rumo político. Resumidamente, formalmente a nós o „governo“
não incomodou. Mas incomodou a nós a força, como é perfeitamente claro, apoiou
em suas mãos aquelas alavancas, por meio das quais comumente os governos agem.
Diante da face do crescente poder econômico os governos são relativamente
impotentes, e isso, certamente, não é novidade».
Contar sobre
traição e ignomínia é sempre inconveniente. É como escavar em um monte de
estrume. Por mais correto que fosse revolver este monte, incenso, pedaços de estrume,
sempre vão ter lugar para ter. Pode-se continuar falando, por exemplo, sobre a «Standart Oil», que abertamente abasteceu submarinos
alemães em bases neutras e enviou combustível para a mesma África setentrional.
E na própria Alemanha
a «Standard Oil» não ficou parada vendo, mas assinando através de
intermediários britânicos contrato com o famoso truste químico germânico «I.G.
Farben» para a produção de gasolina de aviação na Alemanha.
Mas poucos
sabem que a «I. G. Farbendustrie» a partir de 1929 era controlada pela mesma «Standard
Oil», que vantajosamente comprou as ações da companhia alemã durante a crise
dos anos 1920 na Alemanha.
De modo que a
«I.G. Farbenindustrie» de um lado financiou o partido de Hitler (e além do
oceano não podiam não saber disso, lá não havia uma gota de dinheiro, mas um
rio completamente cheio por si mesmo), mas por outra honestamente pagou pelas
ações dos donos, dizem, pelo «Ziklon-B», com o qual nos campos envenenaram as
pessoas.
A propósito, um
fato, mas durante o tempo da Segunda Guerra Mundial nenhum navio petroleiro
“Standart Oil” foi afundado por barcos submarinos alemães.
Surpreende?
Indigna? Choca?
Legal... Em
11 de dezembro de 1941 os EUA oficialmente entraram na Segunda Mundial, e deixam
corporações americanas trabalhar com representantes estrangeiros?
Bem,
certamente. Este Stalin sanguinário na noite de 22 de julho expulsou trens
especiais com grãos para a Alemanha, ele mesmo jogou o carvão. Já os americanos
não são assim.
Assim, guerra
com guerra, mas NENHUMA filial de NENHUMA firma americana na Alemanha, Itália e
(!) Japão foi fechada!
E ninguém
esperneou sobre a traição, a propósito. De nenhuma traição. Era preciso apenas
converter-se para o recebimento de uma permissão especial de realizar atividade
de negócios com as companhias, que se encontravam sob o controle dos nazistas
ou dos aliados deles. E isso é tudo! Imaginam?
O decreto do
presidente dos EUA Roosevelt de 13 de dezembro de 1941 permitiu transações
similares, realização de negócio com companhias inimigas, se... o ministério
das finanças da América não impôs proibição especial.
E ele não
impôs como sempre. O negócio é sagrado. O negócio livre é a base da América.
Então, guerra a quem, e a quem pátria mãe.
Queremos
terminar o material com as palavras do antigo presidente do banco imperial do
Reich Hjalmar Schacht, que foram ditas em conserva com o advogado americano: «Se
vocês querem apresentar a acusação aos industriais, que ajudaram a rearmar a
Alemanha, então a acusação deve ser apresentada por vocês mesmos».
A propósito,
Schacht foi absolvido. O que não é surpreendente?
O posfácio necessário.
A memória é
uma brincadeira bem infame e seletiva. Mas nós simplesmente não devemos, nós
somos obrigados a lembrar de tudo.
E a maneira
que os rapazes de Cornwall do Texas cuspiram na cara de pilotos alemães de «Oerlikons»
abraçaram-se com as ondas glaciais dos mares setentrionais junto com os barcos
que transportaram a nós os tanques e aviões necessários ao Exército Vermelho.
Temos certeza
– reunidos pelos rapazes não menos trabalhadores de Detroit, Indianapolis,
Hartford e Buffalo.
Mas junto com
eles nós devemos saber e lembrar-se daqueles que estavam nem aí em como cheira
o dinheiro adquirido.
Para comparação.
Por que o destino de qualquer povo será a presença tanto de patifes sem
princípios quanto de pessoas com mente aberta. E é uma pena que nós vivemos em
tal tempo, quando os primeiros claramente dominam sobre os segundos.
Fonte:
postagem da comunidade do VK Volk Gomofob/Волк Гомофоб, postada no dia 11 de
maio de 2020.
COMENTÁRIOS
Os detratores
do regime soviético, tanto do campo liberal quanto do campo fascista, costumam
citar muito a ajuda que a União Soviética recebeu dos aliados ocidentais por
meio do programa Land Lease para desmerecer a vitória soviética sobre a
Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. Mas eles pelo visto parecem ignorar
a existência desse Land Lease paralelo, no qual a nata da elite dos homens de
negócio dos EUA esteve envolvida até o pescoço.
E essa não
foi a única vez em que os ianques assim agiram. O jogo duplo ianque na Segunda
Guerra Mundial estabeleceu um precedente que anos mais tarde, mais precisamente
entre 1980 a 1988, veio a se repetir na guerra Irã-Iraque, na qual os EUA
abertamente apoiaram o Iraque de Saddam Hussein, e ao mesmo tempo, por baixo
dos panos, também apoiaram o Irã do aiatolá Khomeini (que rompeu com os EUA em
1979, logo após a revolução que derrubou o xá Reza Pahlevi). Isso gerou o
escândalo Irã-Contras, no qual o dinheiro das armas vendidas para o Irã era
usado para financiar a guerrilha dos contras na Nicarágua. Diga-se de passagem,
o próprio Saddam Hussein, quando o Irã-Contras estourou, percebeu que os
ianques não estavam verdadeiramente do lado da nação mesopotâmica e os acusou
de repassarem informações falsas para ambos os lados da contenda (o que
desmente a acusação repetida mesmo por setores de esquerda de que Saddam
Hussein foi um fantoche de Washington que esteve à frente de uma guerra de
procuração no período de 1980 a 1988).
E não é
apenas isso: em 2017, foi publicado nos EUA o livro “Hitler’s American Model”,
do historiador James Whitman, que fala, entre outras coisas, que os nazistas
foram buscar inspiração nas leis segregacionistas de Jim Crow do sul dos EUA
(que separavam os espaços públicos entre negros e brancos, com os espaços
destinados aos brancos sendo geralmente de melhor qualidade que os dos negros)
para criar as leis de Nuremberg de 1935 (que privaram os judeus germânicos de
uma série de direitos e proibiu casamentos entre judeus e alemães). Tendo em
vista tais fatos, não é de surpreender que do lado ocidental do Oceano
Atlântico muitos simpatizantes do nazi-fascismo tenham existido nos 12 anos de
existência do Terceiro Reich esteve de pé (e mesmo depois) e que a elite
econômica dos EUA tenha literalmente se entusiasmado com o Terceiro Reich.
Podemos dizer que a Alemanha nazista era como se fosse uma espécie de retrato
do próprio EUA no espelho, que nem o Cazaquistão retratado no filme do Borat.
Aliás, não
podemos nos esquecer de que o próprio Hitler era um admirador do Império
Colonial Britânico e almejou criar uma aliança com Londres para atacarem em
conjunto a União Soviética. E para isso enviou Rudolf Hess para costurar uma
aliança entre os dois países que acabou com a prisão do alemão nascido em
Alexandria. Aliás, os próprios nazistas queriam fazer da Rússia uma espécie de
equivalente germânico da Índia britânica e do oeste americano, como é dito no
livro russo “Vojna na uničtoženije – čto gotovil Trjetij Reich dlja Rossii/Война
на уничтожение – что готовил Третий Рейх для России (Guerra de eliminação – o
que preparou o Terceiro Reich para a Rússia)”, de Egor Jakovlev. O mesmo
Império Britânico que foi o primeiro a usar campos de concentração na guerra
dos bôeres, entre 1899 a 1902. Mas ninguém se lembra disso ou do fato de que
nos EUA houve campos de concentração para japoneses no período da guerra. Só
lembram-se dos campos de concentração nazista, do gulag soviético e do laogai
chinês.
Fazendo uma
analogia, essa relação de países como a França, a Inglaterra e os EUA com a
Alemanha hitlerista é como se no Dragon Ball o Babidi, depois de ter aprontando
muito ao lado do Madžin Buu, aprisionasse o rosado depois que este resolvesse
se voltar contra o feiticeiro das sombras de volta ao ovo onde estava com uma
técnica do tipo Mafuuba (aquela mesma que foi usada por Mutaito, o mestre do
Mestre Kame e do mestre Tsuru, para aprisionar o Piccolo Daimaoh no século V do
calendário da cronologia de Dragon Ball) e depois, da forma mais cínica
possível, começasse a posar perante as pessoas que ele nada teve haver com o
monstro, como aquele que salvou a Terra do Madžin Buu e ao mesmo tempo não
assumindo perante todos que ele mesmo chocou o ovo da serpente que depois se
virou contra ele mesmo. Ou mesmo se daqui um tempo, caso Bolsonaro venha a
cair, Sérgio Moro começar a alardear para o mundo que ele nada teve haver com
seu ex-chefe e que a ascensão dele nada teve haver com as ações dele enquanto o
ex-juiz paranaense esteve à frente da Operação Lava Jato.
A respeito
desse texto, senti falta de algumas palavras a respeito de outro que fez
negócios com os nazistas na época, Prescott Bush, ninguém menos que o pai de
Bush I e o avô paterno de Bush II e que após a guerra tornou-se senador pelo
estado de Connecticut. Tendo em vista tal antecedente, não é de surpreender que
posteriormente a família Bush veio a se envolver com as famílias Bin Laden e Al
Saud no Oriente Médio. Os nazistas ontem, os wahhabitas hoje: essa é a sina da
família Bush – envolver-se com gente da pesada. Pode-se dizer inclusive que
Bush pai continuou os negócios de Bush vô com os nazistas por meio dos negócios
com os Bin Laden e os al Saud. Como também a respeito de Fred Koch, o pai dos
irmãos Koch, que construiu uma refinaria de petróleo para abastecer aeronaves
alemãs na guerra.
Interessante
também notar que a ITT esteve envolvida em negócios com os nazistas no período
entre 1933 a 1945. A mesma ITT que, como todos nós sabemos, juntamente com a
Bond and Share teve sua filial gaúcha nacionalizada por Leonel Brizola quando o
cunhado de Jango foi governador do estado do Rio Grande do Sul (1959 – 1963) e
que depois desempenhou ativo papel na derrubada de Salvador Allende no Chile.
Muitos anos
mais tarde, já nos tempos de FHC (provavelmente nos idos de 1997 e 1998),
Brizola, a respeito das medidas que ele tomou à época, disse que quis defender
o interesse público acima de tudo. Tentou um entendimento com a Bond &
Share, e vendo que isso era impossível, resolveu aplicar a lei nacional da
época, a ela pagando o preço simbólico de um cruzeiro. Disse quando era
governador do RS não sabia da extensão do problema e não tinha ideia do que ia
acontecer. “eu fui vendo que tocando nas coisas internas nossas nós estamos
tocando nos interesses internacionais, eu fui aprendendo tudo isso”, disse
Brizola, que também disse que repetiria o mesmo de novo, pelo fato de que a
medida ele que tomou na época resolveu o problema energético em seu Estado
natal. Também conta que depois que estatizou as duas empresas em questão passou
a ser apresentado por adjetivos como bruto, atropelador, primário e outros
afins.
Sobre a ITT
em específico, Brizola a descreve como “um polvo monstro que tem pelo mundo” e
que quando a expropriou já tinha uma maior noção da profundidade do problema.
Foi uma expropriação feita com base na legislação nacional da época, após um
estudo sobre os lucros indevidos da empresa em solo gaúcho e as remessas para o
exterior. Depois disso, o presidente Kennedy chegou a dizer que Brizola era
inimigo dos EUA e que passou a ser apresentado na imprensa por adjetivos como
bruto, atropelador, primário e outros afins.
Parafraseando
Brizola, a ITT e todos esses polvos monstruosos de atuação planetária como a
Standard Oil, a General Motors e a Ford não tiveram o menor pudor em apoiar a
Alemanha nazista, talvez com vistas ao confronto com a União Soviética. Depois,
a família Bush veio a se imiscuir com as famílias Bin Laden e Al Saud no
Oriente Médio e a mesma ITT apoiou o golpe que levou ao estabelecimento da
ditadura sanguinária de Pinochet no Chile. Quantos Madžin Buus mais essa gente
não terá o menor pudor de alimentar em nome de seus negócios, não ligando de
forma alguma para as consequências disso? É nada pessoal, apenas negócios,
dizem eles.
Fontes:
Brizola –
desmascara a farsa das privatizações. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IxH5fR7KsS8
Kniga vojna
na uničtoženija/Книга война на уничтожения (em russo). Disponível em: https://opershop.ru/book_voina
How American
racismo influencied Hitler (em inglês). Disponível em: https://www.newyorker.com/magazine/2018/04/30/how-american-racism-influenced-hitler
Os sete mitos
criados pela mídia ocidental que ajudaram a destruir o Iraque (3). Disponível
em: https://www.correiocidadania.com.br/colunistas/ramez-philippe-maalouf/10116-07-10-2014-os-sete-mitos-criados-pela-midia-ocidental-que-ajudaram-a-destruir-o-iraque-3
The Holocaust
and the Bush Family fortune (em inglês). Disponível em: https://www.wsws.org/en/articles/2003/06/bush-j05.html
The Koch
family’s Nazi ties are more entrenched than you think (em inglês). Disponível
em: https://timeline.com/the-koch-family-s-nazi-ties-are-more-entrenched-than-you-think-37c645012da0