quinta-feira, 2 de novembro de 2017

O grito de desespero da Veja contra os desejos do povo (por Lucas Novaes)



Figura 1 - Mais uma para a coleção de capas vergonhosas da revista Veja
A revista Veja e seus ataques contra as vontades do povo não param: a mais nova capa da revista de maior circulação no Brasil (cuja 2555º edição estará nas bancas dia 08 de novembro de 2017), apresenta mais um vergonhoso ataque contra políticos que não se adequam a sua visão de mundo liberal: Lula e Jair Bolsonaro.
Na capa, Lula e Bolsonaro são apresentados como “extremistas políticos” de esquerda e direita, respectivamente, e então se propõe a ideia de que existe uma busca por nomes de “centro” como os do apresentador global Luciano Huck e do atual ministro da fazenda Henrique Meireles. O que estaria por trás dessa ideia mentirosa?
O que a Veja considera como o centro político (o lado supostamente mais racional e sem paixões ideológicas) na realidade é a hegemonia liberal pseudodemocrática que já controla o Brasil por meio de seu mais novo fantoche: o golpista Michel Temer, além de seus aliados do congresso e do senado. O atual governo, entretanto, é muito frágil em uma democracia pois possui apoio popular quase nulo (fato reforçado por pesquisas apontando que Temer tem apoio de apenas 3% dos brasileiros).
Considerando que não há a menor chance de Temer vencer as próximas eleições (provavelmente sequer irá disputa-las), a Veja e outros veículos da grande imprensa já pensam em possíveis nomes para dar continuidade a essas políticas em 2018. O que esses veículos midiáticos não poderiam esperar (e agora estão com dificuldades de manipular) é que os políticos mais populares no Brasil atualmente representam desvios ideológicos da hegemonia liberal. Um deles é o maior inimigo político da Veja: Luís Inácio Lula da Silva, um grande populista da esquerda nacional que, apesar de seus defeitos, continua tendo apoio quase absoluto das camadas mais pobres do Brasil. Apesar de todas as ofensivas da mídia contra Lula, ele continua sendo o político mais popular do Brasil, como apontam as pesquisas mais recentes onde ele lidera com folga. Isso ocorre porque seus dois mandatos ainda são lembrados como tempos onde havia crescimento econômico, diminuição das desigualdades sociais, estabilidade política e o Brasil era um país respeitado no cenário mundial. Já do outro lado, temos Jair Bolsonaro. Sem dúvidas, trata-se de um direitista que deseja submeter o Brasil aos interesses estadunidenses da pior forma possível. Entretanto, Jair Bolsonaro é um neoconservador que conseguiu sua atual popularidade não graças ao seu “entreguismo” geopolítico ou pela sua defesa de pautas econômicas liberais, mas pela sua defesa de causas morais consideradas conservadores e que possuem uma ampla ressonância entre os cidadãos deste país, tais como a defesa de penas duras contra os bandidos, apoio ao armamento civil da população, e a oposição ao ensino de conteúdos com temática LGBT nas escolas. Jair Bolsonaro não representa a direita que a grande imprensa está disposta a aceitar, pois sua visão no que tange ás questões morais não se adequa ao progressismo elitista defendido por nossa classe empresarial, artística ou da nossa mídia (tanto a principal como a alternativa de esquerda).
Tanto Lula como Bolsonaro (cada um a seu modo) defendem bandeiras “populistas” que não são mais aceitadas pela grande imprensa e por isso são tanto os políticos mais populares do Brasil, capazes de arrastar massas para suas aparições pelo país, como também os mais atacados.
Figura 2 - Exemplo de pesquisa recente colocando os populistas no topo
Com o PSDB (partido político preferido da Veja) enfrentando uma contínua queda de popularidade perante ás massas, parte da burguesia brasileira passou a apostar suas fichas no então outsider João Dória, atual prefeito de São Paulo. Porém, diversos fatos sobre seu governo (tais como suas diversas viagens inúteis ao redor do Brasil e do mundo ou a distribuição de “ração” para os pobres) tem diminuído sua popularidade. Agora, a imprensa sente a necessidade de encontrar outro nome que represente seus interesses e que seja capaz de desbancar os principais populistas de esquerda e de direita. Está aberta a temporada de procura ao novo representante da hegemonia liberal.
FONTES:

4 comentários:

  1. Ótimo texto e parabenizo a serenidade com que lidou com o assunto, pois a minha primeira vontade foi de jogar uma bomba nuclear na sede dessa revista calhorda.

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  2. Vocês deviam maneirar com o Bolsonaro, ele pode ser um "entreguista" econômico, mas mais importante que economia, são os princípios e valores de um povo, a economia se ajusta a essa necessidades se um povo mantiver seus valores e vocês parecem ignorar esse ponto.
    Não nego que o assédio do capital estrangeiro não faz bem a nação, tanto no aspecto econômico quanto no moral, o ideal mesmo, seria um candidato que fosse a síntese desses "extremistas", o mundo não gira só em torno de economia (ou pelo menos não deveria girar só em torno disso, por isso esses desgosto de vocês contra o Bolsonaro não ajuda em nada, não trás mais gente para a sua causa.
    O povo quer Bolsonaro, podem até querer Lula, mas tem muita gente podre que vai se beneficiar com ele no poder, tanto nas camadas mais pobres quanto nas mais ricas, já com Bolsonaro pelo menos nas camadas mais pobres, a promessa é de que a escória dos criminosos civis não vai ter sossego, isso conta muito pro povo, especialmente para o trabalhador honesto que precisa ter de viver com medo o tempo todo de ser assaltado ou assassinado.
    Pensem bem, a gente consegue viver mesmo ganhando pouco, mas viver com medo de morrer ao dobrar a esquina, isso é intolerável pra qualquer pessoa.
    E sim, nenhum dos candidatos é perfeito, mas a bandidagem e canalhice intelectual neo-marxista vai agradecer muito se lula ganhar.
    Enfim, tentem não ser tão tendenciosos, daqui pra frente, ou pelo menos explorar melhor cada Lado da questão, da próxima vez.

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  3. Já estão tentando encontrar outro cara para substituir o Dória, outro outsider, o Luciano Huck, um cara sem experiência nenhuma em administração pública, alinhado com os neoliberais.

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  4. Isso retrata bem o desespero da classe dominante brasileira. Mas tenho certeza que caso realmente existisse uma ameaça comunista, essa mesma classe apoiaria massivamente o Bolsonaro, com seu discurso macartista histérico. Mas já que isso não é verdade, preferem eleger mais um liberal de fala mansa e alinhado com as pautas ''progressistas'' ocidentais.

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