Em
oito de agosto de 2017, Nando Moura postou o vídeo “Castanhari, Venezuela e
ignorância...”, em resposta ao vídeo de Felipe Castanhari (dono do canal
Nostalgia) sobre a Venezuela (o qual gerou grande polêmica na Internet por
parte de elementos da direita raivosa que literalmente o lincharam). Como
sempre, Nando Moura demonstra desconhecimento sobre assunto e só reproduz o que
os grandes meios de comunicação falam sobre o país caribenho. Entre eles a Rede
Globo, que segundo o professor Igor Fuser nunca publicou uma única e mísera
notícia positiva sobre a Venezuela desde 1999. A propósito, o título desse
artigo é uma clara alusão ao filme de Oliver Stone intitulado “A Revolução não
será televisionada”, lançado em 2003 e que fala a respeito do fracassado golpe
de Estado ocorrido na Venezuela no ano anterior.
Primeiro
de tudo que não dá para entender o que se passa na Venezuela hoje, muito menos
o período chavista, sem entender o que era a Venezuela até 1998, quando Hugo
Chávez obteve sua primeira vitória no pleito presidencial venezuelano e colocou
fim a 41 anos de Quarta República Venezuelana (1958 – 1999). Pleito esse que
teve como pano de fundo um quadro de instabilidade econômica. Como dito no
artigo anterior, é muito curioso ver os grandes meios de comunicação, quando
falam sobre a Venezuela, bolivarianismo e chavismo em momento falarem sobre o
que era a Venezuela antes da ascensão de Hugo Chávez ao poder. Como se fossem
coisas que surgem por geração espontânea e como se o malvadão Hugo Chávez
tivesse chegado ao poder e matado a inocente e pura democracia venezuelana sem
dó nem piedade e por puro sadismo ditatorial. Nada fala também, por exemplo, do
que foi a experiência neoliberal no país, muito menos a respeito do Caracazo,
uma manifestação popular ocorrida em 1989 dentro de um contexto de crise
econômica e em resposta a uma política de austeridade imposta por exigência do
FMI (que gerou grande empobrecimento da população). Tal manifestação foi
duramente reprimida pelo Estado, resultando em entre 1000 a 3000 pessoas
mortas. E o curioso é que o Caracazo na época não comoveu a mesma comunidade
internacional que hoje chora pelas cerca de 100 vítimas dos embates de rua na
Venezuela (muitas delas partidários do governo mortos pelo terrorismo de
Extrema Direita, diga-se de passagem).
Foto – Cenas do Caracazo, 1989.
Nando
Moura começa falando que o vídeo de Castanhari é uma das coisas mais burras,
desinformantes e irresponsáveis que ele já viu no canal em questão. Pergunta a
Castanhari sobre quem são esses uns que adoram Maduro. E então eu pergunto a
Nando Moura: como você acha que Nicolás Maduro foi eleito em 2013 e venceu
Henrique Capriles e os outros candidatos no pleito presidencial daquele ano,
ocorrido logo após o falecimento do Comandante Hugo Chávez? Se ninguém dele
gostasse como é dito, não estaria a três anos resistindo a guerra por
procuração que os Estados Unidos promovem na Venezuela. E como você acha que
Hugo Chávez ganhou três pleitos presidenciais e ainda venceu um golpe de Estado
promovido contra ele em 2002? Só tendo meia dúzia de partidários ao seu lado é
que não foi.
Quando
Hugo Chávez ganhou seu primeiro pleito presidencial em 1998, o sistema advindo
do Pacto de Punto Fijo[1][2] estava em colapso, e sua plataforma
política surgiu como proposta sem precedentes na história do país para uma
população desprovida de sistemas públicos includentes (incluindo saúde,
educação e moradia). Isso é o que em grande parte explica sua popularidade nas
camadas menos abastadas do povo venezuelano. E uma vez no poder Chávez, muito
embora não tenha alterado de forma significativa a estrutura produtiva do país,
implodiu com as arcaicas estruturas políticas e sociais vigentes até então
(antes de Hugo Chávez se alternavam no poder na Venezuela a Ação Democrática e
o COPEI), assim como a política externa de alinhamento automático com os
Estados Unidos. E assim com Chávez aqueles que antes não tinham voz passaram a
serem ouvidos e se tornaram cidadãos.
Em
seguida culpa as estatizações promovidas pelas gestões Chávez e Maduro pelas
dificuldades econômicas que o país passa no momento. No que ele alega que
sufocava o povo com impostos e que essa é a receita do comunismo. De fato,
estatizações foram feitas durante o período em questão, entre elas a da PDVSA (Petróleos
de Venezuela). Entretanto, Nando Moura se esquece de um detalhe crucial: o
comunismo proposto por Karl Marx e Friedrich Engels no século XIX propõe a
socialização da propriedade privada dos meios de produção. E isso, por incrível
que pareça, não foi feito na Venezuela durante o período chavista. Empresas
como o conglomerado industrial alimentício Polar e o conglomerado midiático
Cisneros (ambas de oposição ao regime bolivariano) não foram estatizados, muito
menos socializadas. E mesmo sob Chávez continuaram operando em solo venezuelano.
Além disso, na Venezuela durante o período chavista houve um crescimento
industrial e a indústria privada cresceu mais que a indústria pública. Muito
embora o governo bolivariano se declare como socialista, o país ainda assim se
sustenta sob bases capitalistas, já que os meios fundamentais de produção
(incluindo indústrias, grandes redes de comércio e boa parte da rede agrícola)
continuam em mãos privadas. Tanto que o regime chavista é comumente
classificado como um capitalismo burocrático.
Em
seguida cita o exemplo de Dubai, que até meio século atrás sobrevivia de
petróleo e só tinha 13 carros registrados e que hoje tem o maior aeroporto do
mundo e que a receita é deixar que as empresas venham cobrar cada vez menos
impostos e fazer com que elas edifiquem o país. Primeiro que um dos problemas
que afligem a Venezuela é sua baixa arrecadação tributária, que corresponde a
apenas 13,5% do PIB do país (enquanto que a arrecadação tributária brasileira
corresponde a 35% do PIB). Segundo que um país não se faz com capital alheio, e
sim com capital próprio. Ou será que países como a Alemanha, o Japão e os
Estados Unidos chegaram ao patamar que hoje se encontram se submetendo a lógica
de tratados comerciais desiguais como o de Methuen (1703) entre Portugal e
Inglaterra e o Eden Rayneval (1786) entre França e Inglaterra, abrindo suas
pernas para o capital transnacional e abdicando do protecionismo de seu mercado
interno? Ou seja, com uma lógica econômica de país for export? A resposta é não.
E
terceiro que ele mal deve saber que os Emirados Árabes Unidos, assim como os
demais Estados do Golfo Pérsico, se utilizam muito de mão-de-obra imigrante
vinda da África, do Subcontinente Indiano e do Sudeste Asiático, que lá são
tratados como verdadeiros escravos e ganham um salário miserável. Tais nações
tem o seguinte modelo político-econômico: uma minúscula oligarquia de famílias
reais e nobres locais concede a exploração do petróleo do país às
multinacionais petroleiras ocidentais (tais como Exxon Mobil, British
Petroleum, Chevron-Texaco e Shell), e essas em troca abastecessem essas mesmas
oligarquias com um fluxo ininterrupto de dólares recém-impressos e sem qualquer
tipo de respaldo. Em Washington o Federal Reserve imprime os chamados
petrodólares, os quais geralmente servem para duas coisas: financiar o luxo
dessas famílias nobres (que inclui coleções inteiras de Rolls-Royces, centros
mundiais de luxo, palácios decorados com peles de felinos, praias privadas,
festas com orgias e mansões no exterior, entre outros) e o financiamento do
radicalismo islâmico de matiz salafista mundo afora. Tal dinheirama que aflui
para tais países em nada melhora as condições de vida de seus povos. Uma
realidade pouco ou nada diferente do que era a Venezuela quando no Palácio de
Miraflores lá estavam no poder os López, os Capriles, os Ledezmas e a dita
“oposição democrática” (muitas dessas figuras que eram prefeitos e/ou
governadores biônicos nos tempos da Quarta República).
Fala
que o comunismo e o socialismo funcionam até acabar o dinheiro dos outros e que
a única que regimes socialistas de bom têm é distribuir de forma igualitária a
fome e a miséria. Se o comunismo é tão bom em distribuir miséria, o que me diz
do capitalismo, onde 1% da população concentra em suas mãos 99% da riqueza do
planeta e as 62 pessoas mais ricas do mundo possuem mais riquezas que os 50%
mais pobres? Esse é o sistema aonde ao mesmo tempo em que multimilionários como
o João Paulo Lemann, o George Soros, o Rockefeller, o barão de Rotschild, os
irmãos Koch e o CEO da Nestlé nadam em uma piscina cheia de dinheiro milhões e
milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza.
Em
seguida ridiculariza o argumento de Felipe Castanhari de que na Venezuela havia
uma elite de fazendeiros e industriais que travavam a vida política do país e
de que Hugo Chávez e Maduro não são dessa elite, falando que esse é o discurso
que lá eles utilizam e que aqui no Brasil Lula utiliza. Em que mundo será que
Nando Moura vive? De fato, essa elite existia na Venezuela e parte dela até
hoje vive na Venezuela. Essa é a elite que durante o período da Quarta
República, além de dominar a vida política do país, se refestelava com os
lucros da atividade petroleira tal como no Oriente Médio fazem os emires e
šeikhs das monarquias do Golfo Pérsico. E ainda comumente fazia compras de
supermercado não no país, e sim em Miami.
Tal
situação foi mudar justamente com Hugo Chávez no poder. Assim como aconteceu na
Líbia após a ascensão do Coronel Kadaffi e no Iraque após a ascensão de Saddam
Hussein, a renda do petróleo passou a ser usado para melhorar a qualidade de
vida do povo venezuelano, e uma série de avanços foram atingidos. Nos governos
anteriores à Hugo Chávez, a pobreza extrema atingia 40% da população do país,
ao passo que 70% estava abaixo da linha da pobreza, a subnutrição atingia 21%
da população, apenas 70% das crianças concluíam o ensino primário e o acesso às
universidades era algo restrito às elites e à pequena classe média. A
previdência venezuelana contemplava na época apenas 387 mil idosos, com a
maioria deles vivendo à míngua.
Sob
o Comandante Hugo Chávez a desigualdade social (medida pelo índice de Gini) se
reduziu em 54%. A pobreza despencou de 70,8% em 1996 para 21% em 2010, e a
extrema pobreza caiu de 40% em 1996 para 7,3% em 2010. Por meio das misiones
cerca de 20 milhões de pessoas foram beneficiadas, no que criou um verdadeiro
Estado de Bem Estar Social na Venezuela. A desnutrição foi reduzida para 5% e a
desnutrição infantil 2,9%. O país de Simon Bolívar tornou-se também o segundo
país da América Latina (perdendo para Cuba) e o quinto no mundo com maior
proporção de estudantes universitários. A mortalidade infantil diminuiu de 25 por
mil em 1990 para apenas 13 por mil em 2010. O acesso à água potável hoje é
acessível a 96% da população. Em 1998, havia 18 médicos por 10 mil habitantes,
enquanto que hoje esse número é de 58 por 10 mil. O governo bolivariano
construiu em 13 anos 13721 clínicas, contra 5081 clínicas construídas pelos
governos anteriores em um espaço de quatro décadas (em outras palavras, um
aumento de 169,6%). Pelo programa Barrio Adentro 1,4 milhões de vidas foram
salvas. Na área da educação também houve avanços expressivos, a ponto de 2005 o
país ter sido declarado pela UNESCO como livre do analfabetismo.
Foto
– A razão pelo qual Chávez foi tão amado em vida.
Entretanto,
a Venezuela sob Hugo Chávez não avançou no sentido de uma industrialização do
país e de uma maior diversificação da economia. E assim o país fica vulnerável
às oscilações do preço do petróleo no mercado internacional. Tal qual
acontecia, por exemplo, com o Brasil nos tempos da República Velha (1889 –
1930), onde o país era vulnerável às oscilações do preço do café no mercado
internacional. E essa não é a primeira vez que o país passa por uma crise
econômica desse tipo: também passou por isso nos anos 1980 e depois a partir de
1995. Como a economia do país ao longo do século XX foi se tornando cada vez
mais voltada à renda do petróleo, isso prejudicou e atrofiou outros setores da
economia, entre eles o de produção de alimentos. A estrutura agrária é
insuficiente para atender toda a demanda do mercado interno, no que obriga o
país a ter que fazer grandes importações de alimentos. Sobre tais problemas a
edição nº24 da Grande Enciclopédia Larousse Cultural, publicada em 1998
(coincidentemente e curiosamente, no mesmo ano da primeira vitória de Hugo
Chávez à presidência da Venezuela), fala (no que mostra que dos governos
anteriores Hugo Chávez herdou um grande abacaxi em termos econômicos).
Resumindo a ópera, a Venezuela é um país que padece daquilo que em economia é
chamado de a doença holandesa, que é quando a economia de um país se volta à
exploração de determinado recurso natural em um período em que seu preço no
mercado internacional está nas alturas em prejuízo de outros setores da
economia do país.
No
tocante à questão agrária, o governo Chávez criou em 2001 a lei de terras, com
o intuito de dar impulso à produção de alimentos. Incentivos foram feitos a
fazendas coletivas, assim como esforços para legalizar terras de pequenos
proprietários. A nova lei proibiu que uma única pessoa possuísse mais que 5000
hectares, estabeleceu impostos progressivos sobre propriedades, adotou
mecanismos para desapropriar latifúndios improdutivos e determinou a
recuperação de áreas públicas ilegalmente ocupadas. Entretanto, mesmo no campo
a população em geral não tinha mais o costume de plantar, perdeu muito da
memória e do zero tudo teve que ser iniciado. Ainda assim a produção cresceu
muito, dobrando em um espaço de 10 anos. E como o governo bolivariano passou
praticamente todos os seus anos se defendendo de ataques, a proposta de
produção e desenvolvimento endógeno sofreu uma série de percalços junto.
Entretanto,
a crise econômica pela qual a Venezuela passa no presente momento também tem
uma faceta artificial. Há um desabastecimento nos supermercados produzido pela
especulação cambial e boicote político, tal como foi feito no Chile durante o
governo Allende. O governo fornece aos importadores e comerciantes dólares
cotados, pelo câmbio oficial, a apenas 10 bolívares. Mas no mercado negro o
dólar é cotado a milhares de dólares, e muitos desses importadores não importam
o que deveriam, fazendo contratos, importando apenas uma parte e depositando
dólares no exterior. Cerca de 35% dos alimentos comprados são contrabandeados
para o exterior, em especial para a Colômbia, aonde são vendidos com muito
lucro, enquanto que outra parte é vendida no mercado interno a preço de ouro,
no que gera carestia e inflação. Também há a questão da especulação que
alimenta um índice inflacionário.
E,
assim como aconteceu com o Chile durante o governo Allende, o país desde 2013
passou a ser submetido a uma espécie de bloqueio financeiro internacional, que
consiste em tornar cada vez mais difícil e caro o acesso ao crédito no mercado
internacional e em obstaculizar transações financeiras. As armas utilizadas são
publicações de níveis elevados de índice de risco país e retardamento das
transações financeiras costumeiras. No que ajuda a radicalizar ainda mais o
processo político venezuelano.
Sobre
a questão sobre quem pertence ou não a elite, ao que tudo indica Nando Moura
mal deve saber que um representante da verdadeira elite, nascidos em berço
dourado tais como o Roberto Setúbal (dono do Itaú) e o Gustavo Cisneros (dono
do já citado grupo Cisneros e da equipe de beisebol venezuelana Los Leones de
Caracas) jamais irá olhar alguém que nasceu na pobreza como o Lula como parte
integrante de sua confraria por mais que com eles conchave e negocie (que é o
que as administrações petistas aqui fizeram). Ou você acha que a empáfia com a
qual os juízes e procuradores da Car Wash se dirigem e o ódio que sentem por
Lula é mero acaso, uma mera anedota? E será que eles o odeiam apenas por que
ele é supostamente corrupto e dono de tríplex e de sítio em Atibaia (entre as
outras frívolas acusações que eles fazem contra o político pernambucano)?
E
em seguida pergunta a Castanhari se é difícil de admitir que o que ferrou o
país caribenho é o comunismo/socialismo dessa gente. E depois ridiculariza o
argumento de Castanhari de que Hugo Chávez e Maduro foram eleitos várias vezes,
alegando que o sistema de apuração de votos lá usado é uma fraude. Nada mais
falso, tendo em vista que desde a eleição de Hugo Chávez 21 eleições foram
realizadas (entre elas um referendo revogatório), todas elas limpas e
internacionalmente auditadas. E isso para não falar do fato de que na Venezuela
há partidos de oposição que funcionam regularmente e imprensa livre, mesmo após
a cassação da concessão da RCTV (articuladora do golpe de 2002).
Fala
por volta de 4:50 que ele usa o mesmo discurso que Chávez supostamente usava a
respeito de uma “elite capitalista malvadona que oprime o povo venezuelano”, e
ridiculariza Castanhari sobre a questão “direita x esquerda” e que a Venezuela
sob Chávez e Maduro é uma ditadura e que supostamente é difícil que eles são
ditadores sanguinários e que foi o comunismo/socialismo supostamente
financiados por russos e chineses que arruinou a Venezuela. Se para Nando Moura
Hugo Chávez é ditador por ter permanecido 14 anos no poder, o que dizer, por
exemplo, de Konrad Adenauer, que foi primeiro-ministro da Alemanha Ocidental
por 14 anos (de 1949 a 1963)? E o recém-falecido Helmut Kohl, premiê da
Alemanha por 16 anos (de 1982 a 1998)? E Angela[3] Merkel, premiê da Alemanha
há 12 anos (desde 2005)? E François Miterrand e Felipe González, que ficaram no
poder em seus respectivos países por 14 anos (o primeiro de 1981 a 1995 e o
segundo de 1982 a 1996)? E Margaret Thatcher, premiê da Inglaterra por 11 anos
(de 1979 a 1990)? E Tony Blair, premiê da Inglaterra por 10 anos (de 1997 a
2007)? Não vejo ninguém chamar esses presidentes e premiês do dito “mundo livre
e democrático” que ficam muitos e muitos anos no poder de ditadores nem nada
similar. E se Chávez e Maduro são sanguinários, o que dizer, por exemplo, de
Helmut Kohl, que ajudou a detonar com os conflitos na Iugoslávia ao reconhecer
as independências da Croácia e da Eslovênia? Ou de Nicolas Sarkozy e François
Hollande, que apoiaram grupos terroristas salafistas na Líbia e na Síria? E de
Hillary Clinton, que foi a grande responsável pela destruição da Líbia e que se
regojizou da morte do Coronel Kadaffi? E de George W. Bush, que literalmente
abriu a caixa de Pandora no Iraque ao derrubar Saddam Hussein? E de Bill
Clinton e seu bombardeio à Sérvia em 1999? Entre tantos outros podres dos
presidentes e premiês do dito “mundo livre e democrático”.
Se
arruinou a Venezuela o comunismo/socialismo financiado por China e Rússia, o
que dizer, por exemplo, da desestabilização do país promovida por meio de
guerra por procuração pelos Estados Unidos, em nada diferente do foi feito na
Líbia e na Síria desde 2011? Diga-se de passagem, a Venezuela corre um sério
risco de se tornar um estado zumbi similar ao que se viu na Líbia e no Iraque
desde as quedas de Muammar al-Kadaffi e Saddam Hussein, que para outros países
exporta caos e instabilidade sócio-político, assim como refugiados. Diga-se de
passagem, a mão dos EUA está por trás disso tudo. Ainda mais levando em
consideração que a Venezuela se encontra debaixo de uma das mais ricas reservas
de petróleo do mundo (calculadas em 298,3 bilhões de barris, ou seja, 17,5% de
todo o petróleo do planeta) e que enquanto o petróleo do Oriente Médio leva de
35 a 40 dias para chegar até os EUA, o petróleo venezuelano faz esse mesmo
caminho em 4 a 5 dias. Os mesmos EUA que são a nação que mais consome petróleo
no mundo. O Tio Sam não está em nada preocupado com a democracia venezuelana.
Estivesse mesmo preocupado com a democracia no país caribenho, deveria tomar
ações, por exemplo, contra a Arábia Saudita e os demais petro-estados do Golfo
Pérsico.
Lembrando
que o comandante Chávez em termos de política externa rompeu com o paradigma
anterior de país periférico e alinhado com os Estados Unidos e investiu na
integração regional e no eixo estratégico geopolítico e geoeconômico Sul-Sul,
no que conduziu à adesão do país caribenho ao Mercosul. Sob o comandante
Chávez, a Venezuela estabeleceu relações próximas com países como a Rússia, a
China, Cuba, a Síria, a Líbia e o Irã, entre outros países não alinhados com
Washington. Também era grande parceira do Brasil e criou a ALBA e a
Petrocaribe, objetivando fornecer petróleo a preços convidativos aos países da
região.
Se
Nando Moura acusa o vídeo de Felipe Castanhari sobre a Venezuela de ser
desinformador, suas assertivas sobre a Venezuela são bem mais.
Fontes:
“A
mídia está criando um clima internacional para justificar uma intervenção
estrangeira na Venezuela”. Disponível em: http://port.pravda.ru/mundo/27-05-2017/43335-midia_venezuela-0/
Castanhari,
Venezuela e ignorância... Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Uv_8ubkE9R4&ab_channel=NandoMoura
Dubai:
pesadelo dos trabalhadores no Golfo Pérsico. Disponível em: http://www.vermelho.org.br/noticia/287343-1
Eduardo
Velasco – Mare Nostrum: o que está acontecendo com a Líbia. Disponível em: http://legio-victrix.blogspot.com.br/2017/02/eduardo-velasco-tragedia-no-mare.html
Especialista
analisa situação política da Venezuela. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lGv1avVnxig&ab_channel=RecordNews
Estudando
a Venezuela (Página do Facebook). Disponível em: https://www.facebook.com/Estudando-a-Venezuela-299488963845634/?fref=ts
Grande
Enciclopédia Larousse Cultural. São Paulo: Nova Cultural, 1998. v. 24. p. 5907
– 5910.
Hace 10 años, la UNESCO reconoció a Venezuela libre
de analfabetismo (em espanhol). Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=46pVXN5KIjg&feature=youtu.be&ab_channel=teleSURtv
Igor
Fuser dá show: “nunca vi uma notícia positiva sobre a Venezuela no Globo”.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HLjvz4T3pjc&ab_channel=mtsemteto
O
que se passa na Venezuela sem a maquiagem da mídia. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=maJxtGXvwOk&ab_channel=OsvaldoBertolino-Ooutroladodanot%C3%ADcia
1% da população global detém a mesma
riqueza dos 99% restantes, diz estudo. Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160118_riqueza_estudo_oxfam_fn
NOTAS:
[1] Leia-se “Firro”. No espanhol o j e o
g quando sucedido por e ou i tem o mesmo valor do h no inglês, do ch no alemão
e no polonês e do kh no russo: r aspirado.
[2] Pacto celebrado em 31 de outubro de
1958 entre a Ação Democrática (AD), a União Republicana Democrática (URD) e o
Comitê de Organização Política Eleitoral Independente (COPEI), pelo qual os
partidos tradicionais e conservadores aceitaram alternar-se no poder, sem
permitir a entrada de novos partidos.
[3] Leia-se “Anguela”. No alemão, assim
como em idiomas como o russo, o polonês, o mongol e o japonês, o som do g não
muda conforme a vogal seguinte tal qual nos idiomas neolatinos e no inglês.