Ontem,
dia 30 de maio de 2018, se iniciou a greve dos petroleiros. Em relação aos
caminheiros (cuja luta é a nosso ver igualmente legítima, a despeito das
contradições internas do movimento), os petroleiros, pelo fato de vivenciarem o
problema por dentro e saberem do que realmente se passa, nos parecem mais
conscientes do que realmente acontece no nosso país e que a política desastrosa
de Temer e Parente na Petrobrás não afeta apenas a gasolina do carro como também
o gás de cozinha e outros. Ou seja, que os problemas que a Petrobrás vivencia no
presente momento não têm nada a ver com a tal da roubalheira do PT (narrativa
essa que ao sistema vigente é extremamente conveniente, diga-se de passagem), e
sim com os desmandos de Michel Temer e Pedro Parente na Petrobrás desde que o
vampirão neoliberal e sua canalha assumiram o poder.
Segundo
postagem feita no dia 26 de maio de 2018 no perfil do Facebook do professor
Ricardo Costa de Oliveira, que estuda o fenômeno do nepotismo não apenas na
política brasileira como também em outras instâncias de poder e autor do texto
“prosopografia familiar da Operação Lava Jato e do ministério Temer”, esse é o
perfil político e genealógico de Pedro Pullen Parente:
"Genealogia política de Pedro Pullen Parente, o
homem dos apagões elétrico (Ministro das Minas e Energia em 2002) e dos
combustíveis (Petrobras em 2018) do PSDB. Filho de Osvaldo Santos Parente,
funcionário do Tribunal Superior Eleitoral, corretor de imóveis em Brasília e
membro de uma das maiores oligarquias familiares políticas no Piauí e interior
de Pernambuco, estados do semiárido dos mais excluídos e desiguais do Brasil.
Os tios paternos de Pedro Parente foram Marcos Santos Parente - Deputado
Federal, Joaquim Santos Parente – Senador, Emerson Santos Parente –
Desembargador. Por onde pesquisemos encontramos parentes em cargos estratégicos
de poder no primeiro e segundo escalão, como a cunhada Patrícia Barbosa de
Castro Pullen Parente, na Corregedoria do Ministério da Fazenda, em Brasília e
destaque em um dos inquéritos da Operação Zelotes. O típico perfil político
familiar que desenvolvi no livro “Na Teia do Nepotismo” e cuja teoria do
nepotismo explica sociologicamente estas velhas elites da classe dominante
tradicional brasileira. Pelo lado materno Pedro Parente é filho de Isabel
Francisca Pullen, filha do engenheiro e empresário de origem inglesa Hugh Edgar
Pullen e de Lidia Buarque de Macedo, neta do Conselheiro e Ministro do Império
dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, Manoel Buarque de
Macedo, sim, todos da conhecida e antiga família Buarque de origem colonial,
parente dos Buarque de Holanda e de muitos outros. Mais uma vez a nossa tese de
que o Golpe de 2016-2018 foi conduzido por interesses de velhas elites estatais
genealógicas, articulando simultaneamente os poderes executivo, legislativo,
judiciário, TCU, mídia e fortes conexões empresariais de rapina, como as
conexões indicadas de Pedro Parente com a Bunge, BRF e o banco JP Morgan. O
‘Antigo Regime’ sempre abraçado autoritariamente com as novas e velhas elites
empresariais e políticas no saque do Brasil!"
Tal
perfil descrito pelo professor paranaense nos mostra que Pedro Parente é um típico
representante daquilo que Ariano Suassuna, citando Machado de Assis, chamou de
o “Brasil oficial” e daquilo que Jessé Souza chama de a “a elite do atraso”.
Cabe
aqui falar a respeito do que se tem feito na Petrobrás (cuja privatização é um
velho sonho do tucanato com o qual o vampirão se aliou para derrubar Dilma) no
Brasil desde que Michel Temer assumiu o poder após o impeachment fraudulento e
vergonhoso de Dilma Rousseff. Desde que Michel Temer assumiu o poder, assumiu o
poder na empresa estatal Pedro Parente com os auspícios não só do vampirão como
também da Lava Jato.
Após
a queda de Dilma foi assinado com os estados metropolitanos (em especial com o
imperialismo anglo-americano) uma espécie de tratado informal que eu chamo “o
acordo do óleo e combustíveis” (parafraseando a alcunha do tratado de Methuen,
assinado entre Inglaterra e Portugal em 1703). Nesse acordo o Brasil, além de
parar com o subsídio aos combustíveis, reduziu para menos de 70% da capacidade
de refino da Petrobrás (que antes beirava os 100%). Isso fez o país parar de
refinar o petróleo em refinarias nacionais e ao mesmo tempo o obrigando a
importar gasolina e diesel dos EUA, feitos do petróleo aqui extraído. Como quem
agrega valor ao petróleo aqui extraído são os gringos, eles é que ditam o preço
dos combustíveis aqui no Brasil e não nós. E como são os gringos que
industrializam e agregam valor ao óleo cru, o preço dos combustíveis
invariavelmente atrelado ao preço do dólar e a suas flutuações no mercado
externo se encontra.
Da
mesma forma que Portugal utilizou o ouro brasileiro para cobrir os rombos
comerciais advindos do tratado de Methuen, Temer e Parente hoje estão fazendo
algo análogo no Brasil com esses aumentos do preço dos combustíveis. Que
invariavelmente são um pesadelo para o povo brasileiro, em especial para
aqueles que não pertencem ao 1% mais rico da sociedade brasileira. Tudo para
cobrir os rombos da balança comercial advindos dessa relação comercial desigual
entre o Brasil e os estados metropolitanos.
Por
fim, gostaria de deixar uma mensagem de solidariedade aos petroleiros em greve.
E é muito louvável da parte de vocês dialogar com os caminhoneiros e a eles
esclarecendo sobre o que realmente está acontecendo na Petrobrás e assim
livrá-los da alienação e desinformação que a podridão da grande mídia divulga a
todos nós (que como vocês devem saber é uma boca do sistema financeiro, o qual
por sua vez a patrocina com investimentos em publicidade).
Mas
saibam de uma coisa. Pedro Parente, assim como Michel Temer, é como o Capital B
(vulgo Abelhão) em relação à organização V.I.L.E em Yooka-Laylee e o Hadler em
relação ao rei do mal Vearn em Fly: o pequeno guerreiro (originalmente Dragon
Quest: Dai no Daibouken[1]) depois que foi revivido
pelo próprio rei do mal. É um sujeito que está lá para fazer as maldades que
seus superiores querem. Por trás dele obviamente estão os grandes conglomerados
petroleiros internacionais como a Shell e a Chevron, interessadas em abocanhar
para si os poços de petróleo do pré-sal. Tais conglomerados receberam uma
isenção de impostos da parte do governo Temer de R$ 1 trilhão (ou seja, o
equivalente a cerca de 19607 Geddéis). E mais o importante de tudo: não deixem
que seu movimento sofra as manipulações que as manifestações de junho de 2013
sofreram nas mãos da Rede Globo (que inicialmente foi contra, mas depois um
tempo passou a pautá-las em seu favor). Diga-se de passagem, o ovo da serpente
golpista que flagela o país agora foi chocado no julgamento do mensalão e nas
manifestações de junho de 2013.
O
PETRÓLEO É NOSSO!
FORA
TEMER, FORA PARENTE!
NÃO
À PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRÁS!