quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

O índex linguístico do TSE - Aonde esta brincadeira irá acabar?

 

Foto – A lista das 40 palavras proibidas pelo TSE.

Lembram que há uns 10, 15 anos um pessoal esperto universitário veio com certa brincadeira de fazer uma série de malabarismos linguísticos na língua portuguesa, debaixo de pretextos como o de limpar o idioma de heranças da escravidão e combater o racismo? Pois bem, isso está começando a dar seus frutos, infelizmente.

Recentemente, o TSE (Tribunal Supremo Eleitoral) disponibilizou a cartilha “Expressões racistas: por que evitá-las” na biblioteca digital da Corte. A cartilha em questão lista 40 termos por eles considerados ofensivos às pessoas negras, no qual explica os motivos pelos quais devem ser “banidos” do vocabulário dos brasileiros.

E entre estas expressões estão inclusas “samba do crioulo doido”, “mercado negro”, “volta pro mar”, “feito nas coxas”, “meia tigela”, “a coisa tá preta”, “humor negro”, “inhaca”, “inveja branca” e “ovelha negra”. Em alguns dos casos, o TSE aponta os termos “corretos” a serem utilizados.

Foto – Benedito Gonçalves (esquerda) e Sabrina de Paula Braga (direita) em evento do TSE no qual o índex das palavras proibidas foi lançada.

Para começo de conversa, TSE, um tribunal eleitoral, se metendo em uma questão dessas é, no mínimo, muito estranho. Não teria o TSE coisa melhor para fazer do que ficar metendo pitaco nesse tipo de questão? E o curioso é que essa cartilha foi lançada durante o governo Bolsonaro (ainda que no apagar das luzes do mesmo).

Se mesmo em um governo dito de direita como o de Bolsonaro esse tipo de pauta de cultura woke teve seus avanços no Brasil, fico imaginando como será agora, no terceiro governo Lula. Além de uma mostra do quão venal são as cortes do nosso país e seus representantes (influenciados pelas histerias identitárias vindas dos EUA e da Europa Ocidental). E independente de quem esteja ocupando a Cadeira Presidencial no Palácio do Planalto.

Daí para a formalização do pronome neutro é um passo, praticamente.

Em minha humilde opinião, toda essa história de linguagem neutra nada mais é que o escalonamento natural e inexorável do fato de que lá atrás um pessoal esperto da esquerda identitária brasileira, copiando o que já é feito nos EUA e na Europa ocidental, veio com umas histórias de que é errado utilizar palavras como denegrir e criado mudo, por supostamente remeterem aos anos de escravidão dos negros no Brasil. E que favela tem que ser chamada de comunidade, negro de afrodescendente, índio de povo originário, entre outros malabarismos linguísticos. Ou seja, tudo o que o TSE está ratificando agora.

E o que é pior: com esses malabarismos linguísticos sendo aceitos por eminentes figuras do meio acadêmico (como é o caso da historiadora Lilia Schwarcz) e até mesmo na grande imprensa.

E a isso se soma o caso recente no qual a jornalista Carolina Cimenti, do canal Globo News, recebeu uma reprimenda em rede nacional por ter utilizado a palavra denegrir (talvez, não por acaso, uma das palavras presentes no índex do TSE).

Uma das poucas vozes que à época manifestou-se contra esses malabarismos linguísticos foi o professor José Paulo Netto. Em palestra de 2012, o professor mineiro disse as seguintes palavras a respeito dessa iniciativa: “não contem comigo para o politicamente correto! Eu vou continuar usando índio, denegrir, que a minha luta não é vocabulário, não é nominal”.

Recentemente vi alguns episódios da novela Poliana Moça (que é a continuação de uma novela anterior, As aventuras de Poliana), veiculada pelo SBT, e fiquei horrorizado em ver que a favela que lá aparece é chamada comunidade. E chamando aquela favela de comunidade não muda o fato de que os habitantes do local são submetidos ao tacão da autoridade de bandidos como o Rato e a Cobra e que se trata de um lugar de infraestrutura bem precária. Sem água, sem esgoto, ruas sujas, casas amontoadas entre si que são um prato cheio para a proliferação de epidemias, entre outras mazelas que continuam intocadas mudando o nome de favela para comunidade.

Isso nada mais é que a ratificação de algo que vem sendo aceito e tido como normal como muitas pessoas sob o pretexto do combate ao racismo e ao preconceito. E que não vai parar por aí, ao contrário do que muitos ingenuamente pensam.

Enfim, o TSE agora lança uma lista na qual o uso de 40 palavras haverá de ser prescrita sob o pretexto do combate ao racismo. E muita gente vai bater palmas a esses togados e achar isso a coisa mais linda do mundo. Mal sabendo a caixa de Pandora que estão abrindo ao apoiar esse tipo de coisa.

E amanhã, o que mais esse mesmo TSE ou mesmo outros órgãos eles vão fazer? Quem não me garante, por exemplo, que a histeria de direitos animais (a mesma gente que milita contra o consumo de carne e até mesmo a criação de animais, entre outras coisas) não vá um dia ser passada ao idioma, com o uso de expressões como “boi de piranha”, “bode expiatório” e “cabeça de bagre”, por supostamente evocarem práticas de sacrifício animal ou, segundo os militantes dessa causa, serem supostamente ofensivas aos animais (e assim levando adiante sobre o país o Grande Reset e a Agenda 2030 da ONU)?

A propósito, sobre isso, já vejo que há um pessoal que vive falando que o termo certo para se referir àquele que cria um cão, um gato ou um coelho em casa é tutor, e não mais dono. Não tenha dúvidas de que isso é apenas um balão de ensaio. Um primeiro passo para lá mais adiante começarem a falar na proscrição do uso destas expressões consagradas no nosso idioma. E é nesse ponto em que a histeria do pronome neutro e a de direitos animais se conectam. Em outras palavras, o cruzamento da Luíza Mell com o índex do TSE.

A quem bate palmas para esse tipo de coisa, uma mensagem: isso, muito bonito. Mas muito bonito mesmo. Fiquem batendo palmas para esse tipo de coisa que logo será a vez de a cobra que vocês criam e alimentam picá-los.

Concluo a presente resenha com as palavras que José Paulo Netto disse em 2012. “Não contem comigo para o politicamente correto! Eu vou contar usando índio, denegrir, que a minha luta não é vocabulário, não é nominal”.

Fontes:

TSE lança lista de palavras a serem banidas do vocabulário brasileiro. Disponível em: TSE lança lista de palavras a serem banidas do vocabulário brasileiro - Amazonas1

TSE lista expressões racistas a serem banidas do vocabulário dos brasileiros. Disponível em: TSE lista expressões racistas a serem banidas do vocabulário dos brasileiros | O TEMPO

TSE quer banir palavras e expressões “racistas”. Disponível em: TSE quer banir palavras e expressões 'racistas' - Revista Oeste

Veja as palavras que o TSE quer banir do nosso vocabulário. Disponível em: Veja as palavras que o TSE quer banir do nosso vocabulário (jdv.com.br)

Um comentário:

  1. TSE e STF são verdadeiras organizações criminosas travestidas de defensoras da democracia. Só tem gangsteres dentro de ambas. Todos comprometidos com a Agenda 2030 da ONU e seu maldito Grande Reset, que nada mais é que uma forma de reprogramar o mundo para uma nova realidade, onde tudo que é cotidiano será criminalizado, dizendo ser "em nome de um bem maior". Não podemos cair nessa!

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