segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Sionismo e nazismo: duas faces da mesma moeda do fascismo (texto do DCO + comentários meus)

 Israel tem ligações diretas com nazistas europeus, em especial os ucranianos, o que expõe a farsa de acusar de antissemita todos aqueles que criticam o genocida Estado de Israel


A cada dia a política identitária, vinda do imperialismo, vem sendo desmascarada. Os identitários que dizem defender as mulheres, fecham os olhos às mulheres e crianças palestinas assassinadas sistematicamente pelo Estado Fascista de Israel; os que dizem defender negros, fingem ignorar que a criação de Israel ocorreu com a expulsão de um povo de pele escura por brancos europeus.

Mas o que o identitarismo tem a ver com a atual política genocida travada pelos sionistas contra os palestinos? Ora, uma das principais formas de identitarismo é propagada por Israel e pelo imperialismo.

De forma extremamente oportunista, utilizam-se do genocídio que judeus sofreram nas mãos da Alemanha Nazista para blindar o Estado Fascista de Israel e os sionistas de absolutamente qualquer crítica. É proibido criticar o Sionismo pelo genocídio que comete contra o povo palestino. Os críticos são taxados de antissemitas.

Contudo, da mesma forma que a política identitária em relação às mulheres, negros etc. vem sendo desmascarada, já se começa a desmascarar também o identitarismo sionista.

Israel e seus apoiadores acusam os críticos de antissemitismo. Contudo, esse Estado fascista vive estabelecendo alianças com a extrema-direita nazista da Europa.

Segundo denúncia veiculada no sítio de notícias Mint Press News, “em Agosto, o embaixador de Israel na Romênia, Reuven Azar, reuniu-se com o líder do partido de extrema-direita Aliança para a União dos Romenos (AUR), George Simion, provocando indignação em Israel e entre a diáspora judaica”.

Além disto, “ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, instruiu Azar e o líder colono Yossi Dagan a se reunirem com o chefe do partido AUR“, partido este conhecido por negar o Holocausto e exprimir posições antissemitas.

Acontece que esse partido romeno não é o único agrupamento fascista com o qual os sionistas formam alianças.

Em 2019, uma delegação da Alternativa para a Alemanha (AfD), partido alemão de extrema-direita que tem em si o germe do nazismo, visitou colonatos israelitas na Cisjordânia ocupada e reuniu-se com a ativista pró-colonos Daniella Weiss. Lembrando que tais colonos são israelenses que expulsam a força os palestinos de suas terras, demolindo suas casas e destruindo suas plantações.

Em abril de 2018, o AfD lançou de forma entusiástica uma campanha para que Jerusalem fosse reconhecida como capital de Israel.

Contudo, a principal ligação do sionismo com a extrema-direita europeia repousa nas relações estabelecidas entre o Estado de Israel e o regime nazista da Ucrânia, surgido da revolução colorida do Euromaidan, em 2014.

Desde o golpe de Estado, comandado pelos EUA, Israel não viu problema algum em fornecer armas paras a milícias nazistas que passaram a fazer parte do braço armado da Ucrânia, como por exemplo os batalhões Azov e Aidar, mas outros também.

“O Batalhão Azov ainda usa o símbolo Wollfsangel como parte de seu uniforme, um logotipo amplamente utilizado na Alemanha nazista e que continua popular entre os neonazistas até hoje. De acordo com vários relatórios , o Batalhão Azov utilizou armas fabricadas por grandes empresas de armas israelitas, como a Rafael e a Israel Weapon Industries“.

O fornecimento de armamento aos nazistas ucranianos não é um raio em céu azul. Em primeiro lugar, tais milícias estiveram e estão a serviço do imperialismo, em especial do ianque. Foram fundamentais para o sucesso do golpe do Euromaidan. Israel, como é notório, é aliado dos EUA. Aliás, é uma base militar dos norte-americanos para controlar o Oriente Médio.

Em segundo lugar, antes de ser incorporado (e financiado) pelo regime golpista, o principal financiador do Azov era Ihor Kolomoyskyi, um bilionário banqueiro de nacionalidade israelense, nascido na Ucrânia.

Cumpre informar também que Natan Khazin, que afirma ter sido cofundadro do Azov, é israelense-ucraniano. Assim como os demais, fazem de tudo para jogar para debaixo do tapete a natureza nazista dessas milícias ucranianas.

Ademais disto, há vários israelenses trabalhando em conjunto com ou mesmo compondo os quadros dos batalhões nazistas ucranianos, tais como o Azov.

Em outra matéria publicada no sítio Mint Press News, um desses israelenses era “Konstantyn Batozsky […] que afirmou ter trabalhado como consultor político em Donetsk para o Batalhão Azov entre 2014-15, chegou a defender membros de Azov que tinham tatuagens de símbolos nazis”.

A matéria continua citando fala do próprio israelense apoiador de nazistas ucranianos:

“’Eles eram hooligans do futebol e queriam atenção, então sim, fiquei chocado quando vi caras com tatuagens de suástica’, disse Batozsky sobre os membros do Batalhão Azov que ele conheceu pessoalmente. Ele então seguiu essa declaração dizendo. ‘Mas eu conversava com eles o tempo todo sobre ser judeu e eles não tinham nada de negativo a dizer. Eles não tinham ideologia antijudaica.’ Outro judeu israelita, Daniel Kovzhun, afirma que ‘havia judeus ortodoxos em Azov”, o que, segundo ele, se resumia ao facto de todos os membros serem nacionalistas ucranianos e, portanto, o judaísmo não era um problema’.”

Em suma, Israel tem ligações diretas com nazistas europeus, em especial os ucranianos, o que faz cair por terra o identitarismo sionista, de acusar de antissemita todos aqueles que criticam a ditadura genocida de Israel. Afinal, aqueles que se aliam com partidos e milícias nazistas não são verdadeiros opositores do antissemitismo, apenas demagogos.

Tal aliança tem um caráter imperialista. Mesmo com a guerra, a Ucrânia continua sendo um celeiro para o treinamento de grupos de extrema-direita, que eventualmente podem ser utilizados pelos Estados Unidos para realizar revoluções coloridas em países oprimidos. Paralelamente, e de forma conectada, Israel é uma engrenagem fundamental da ditadura mundial do imperialismo. Inúmeras forças de segurança de países oprimidos sob o controle do imperialismo fazem treinamento em Israel ou com agentes israelenses.

Enquanto o nazismo de outrora era uma expressão primariamente do imperialismo alemão, o atual é uma expressão do imperialismo norte-americano. Assim como o sionismo. São duas engrenagens que servem à manutenção da ditadura mundial do imperialismo.

Assim, a política identitária segundo a qual criticar Israel e o Sionismo é antissemitismo é uma farsa. E deve ser desmascarada.

Fonte: Sionismo e nazismo: duas faces da mesma moeda do fascismo • Diário Causa Operária (causaoperaria.org.br)

MEUS COMENTÁRIOS

É um ótimo artigo que encontrei no Diário da Causa Operária, publicado no dia 12 de outubro do presente ano. Um artigo que ajuda a derrubar a tese muito propalada por partidários de Israel de que anti-sionismo é sinônimo de anti-semitismo. Algo que faz tanto sentido quanto dizer, por exemplo, que jogador de futebol é sinônimo de salários milionários (algo que só uma minoria deles recebe, diga-se de passagem).

AUR, AfD, Azov, Setor de Direita... Talvez isso seja apenas a ponta do iceberg. E saber que Israel de alguma forma está ligado (ou pelo menos veio tendo conchavos com eles) a tais grupos e partidos de extrema direita na Europa (alguns dos quais até hostis aos judeus enquanto povo) é grave e à primeira vista pode parecer algo absurdo e ilógico, mas para mim não é nenhuma surpresa, dado todo o histórico de conchavos e colaboracionismo dos sionistas desde os tempos de Theodor Herzl com a fina flor do anti-semitismo europeu, desde o Caso Dreyfuss na França e os pogroms na Rússia Imperial tardia. Fora a cereja do bolo que ficou de fora: a colaboração dos sionistas com os nazistas NO TEMPO DE HITLER (vide o acordo Ha’avara entre os sionistas alemães e a Alemanha nazista, antes de a guerra na Europa começar). Em 2018 trouxe para cá alguns textos traduzidos do espanhol e do inglês sobre este assunto.

A história mostra que desde os tempos de Theodor Herzl sionismo e anti-semitismo sempre estiveram juntos, e pode-se dizer inclusive que os dois na verdade são duas faces de uma mesma moeda e que um alimenta o outro e vice-versa. E isso é o bastante para mostrar que dizer que anti-sionismo e anti-semitismo são sinônimos é uma lorota que não faz sentido algum.

E para não ficar presos somente à Europa, vale lembrar que Israel também apoia o separatismo curdo em países como o Iraque e a Síria, como forma de balcanizar a região e criar estados-tampão à sua imagem e semelhança. E quem diz isso não sou eu, e sim o professor e historiador Ramez Maalouf.

Por fim, algumas palavras sobre a questão ucraniana. A respeito do apoio de oligarcas judeus com cidadania israelense tais como o citado Igor Kolomojskij (ex-governador biônico da província de Dnipropetrovsk) a grupos como o Setor de Direita, o Batalhão Aidar e o Batalhão Azov, isso é algo que é de conhecimento público desde no mínimo 2014, na época do golpe do Euromaidan.

Entretanto, nesse caso específico do apoio de oligarcas judeus ucranianos a batalhões de extermínio neonazistas, lanço uma ressalva, uma indagação sobre a natureza desse apoio: será que esses oligarcas na verdade utilizam esses neonazistas ucranianos como bucha de canhão nas mãos deles se aproveitando do ódio que eles nutrem em relação à Rússia (e assim matando dois coelhos de uma tacada só)?

Isso me faz lembrar uma cena do episódio 94 de Cavaleiros do Zodíaco (o qual na versão brasileira recebeu o título de “Laços entre irmãos”), da saga de Asgard (exclusiva da versão animada), na qual Shun de Andrômeda diz ao guerreiro deus Bado de Alkor que ele só estava sendo usado pela Hilda e que a representante terrena de Odin (na ocasião sob o efeito do feitiço do anel de Nibelungos) se aproveitava do ódio que ele sentia em relação ao irmão gêmeo dele, Shido de Mizar por conta do fato de ele ter sido abandonado pelos pais logo após nascer enquanto que Šido foi o escolhido da família por conta das leis e superstições existentes em Asgard sobre gêmeos (e mesmo depois de ambos os irmãos teriam sido escolhidos como Guerreiros Deuses, Bado continuou sendo a sombra de Shido), e nisso fazia dele uma arma que ela usava a seu bel prazer em seus desígnios. Além de engambelá-lo com promessas de que Bado tornar-se-ia o legítimo Guerreiro Deus de Zeta caso Shido fosse vencido e morto em combate.

Outro exemplo vindo do mundo dos quadrinhos e animações japonesas: em Samurai X, na saga dos cristãos (exclusiva da animação), o corrupto cardeal Kaioh se aproveitava do ódio que o espadachim cristão Šogo Amakusa nutria em relação ao Japão por conta da secular perseguição aos cristãos nipônicos durante o período Tokugawa (1603 – 1868) para usá-lo a seu bel prazer como uma máquina de guerra em seus desígnios. Como um peão em um grande jogo de xadrez, que cedo ou tarde haveria de ser sacrificado em nome de seu projeto político.

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