segunda-feira, 28 de maio de 2018

Džamahirija – o caminho para a salvação (texto traduzido do russo para o português).

Depois da queda do assim chamado “Regime de Kadaffi” a Líbia de uma nação florescente se transformou em uma região decadente com mão de obra barata. Desapareceram todos os apoios sociais da população. Muitos morreram, muitos outros fugiram do país. O capitalismo americano colocou seu governo naquela região para que fosse mais fácil fazer lobby dos interesses do mercado naquele país[1]. Foi construído grande quantidade de fábricas de artigos de consumo de massa[2]. A “Coca Cola” dirige o país[3]. Será que foi por isso que o povo líbio lutou? Será que foi por isso que se levantou diante dos golpes da OTAN? O tempo mostrou que desde 2011, desde o ano da queda da Džamahirija líbia, no país caiu tudo que podia. Cresceu apenas o desemprego e mortalidade[4].
Hoje o novo governo mudou radicalmente o curso. Parecia aos EUA que o governo fantoche da Líbia iria convir a eles. Mas o novo presidente finca o punhal nas costas dos EUA. “Nós devemos voltar ao que vocês levaram!”, manifestou o presidente.  O país se dividiu em dois acampamentos de diferentes medidas. Verificou-se que os partidários da Džamarija são 86% dos cidadãos. Pelo país logo em seguida ocorreram comícios de apoio ao presidente. Os experts consideram que as chances de a Džamahirija voltar são bem remotas, a OTAN não permitiria o retorno à arena política de um grande jogador[5].
Pelo Povo!

Resultado: Apoio do povo — 75% +0,5% por dia, Risco de atentado ao chefe do Estado +20%, Guerra Civil — inevitável.
Fontes:                                                                              
Almeida, José Gil de. A Líbia de Muammar Kadafi. Edição do Jornal Água Verde: Curitiba, 2017.
Džamahirija: put’ k spaseniju (em russo). Disponível em: https://vk.com/@realworld_events-dzhamahiriya-put-k-spaseniu

NOTAS DE FIM:
1 - Esse é o mercado “impoluto” e “livre de corrupção” do qual os liberais tupiniquins (entre eles Jair Bolsonaro e o MBL) tanto falam e que acham que o país precisa de mais mercado e menos Estado. Em que mundo será que esses sujeitos vivem, a ponto de achar que não há corrupção no mercado e sua “mão invisível”? Lembrando que a prática do lobby em um país como os EUA é legalizada. E é a graças a esse “livre mercado” e suas práticas que o preço da gasolina tem crescido no Brasil desde que Michel Temer e sua quadrilha assumiram o poder (e não por causa da tal da “roubalheira do PT” na Petrobrás de que os manifestoches tanto falam). Isso de que o texto fala trata-se ou não de um grande esquema de corrupção? Pois para o meu entendimento é e da grossa.
2 - Percebe-se que após a queda de Kadaffi o que houve na Líbia foi um saque, uma hipoteca do país por países como os Estados Unidos e a França, similar ao que se verifica no Brasil desde que Dilma Rousseff foi apeada do poder. Com a diferença que enquanto para o saqueio da Líbia e do Iraque foi preciso intervenções militares armadas com a mobilização de grandes e bem armados exércitos, no Brasil foi apenas preciso a ação de uma quinta-coluna por meio de um processo de guerra híbrida iniciada a partir das manifestações de junho de 2013. Cabe aqui mencionar a respeito dos negócios da Odebrecht na Líbia, que incluía a construção do aeroporto de Tripoli e uma rodovia ao redor de Tripoli, ambos abandonados após os bombardeios da OTAN à Líbia em 2011. A mesma Odebrecht hoje se encontra sob a mira da Farsa Jato (que com empresas como a Odebrecht, a OAS e a Petrobrás fez uma tábua rasa que em países como os EUA que os juízes e procuradores a coordenam tanto admiram não seria admitido).
3 - José Gil de Almeida conta na página 25 de seu livro a respeito da Líbia de Kadaffi que no tempo de Kadaffi não tinha Coca Cola no país norte-africano. O editor do site Marcha Verde conta em seu livro que sempre que brasileiros e estrangeiros pediam a bebida em restaurantes e bares recebiam no lugar a bebida Kaltar, uma bebida similar à Coca Cola fabricada na Líbia e que durante o período de 1969 a 2011 foi proibida a instalação de indústrias da Coca Cola no país por considerar se isso como ingerência externa e uma dependência alimentar, além do papel da empresa no financiamento de golpes militares na América Latina e em outros países.
4 - É óbvio que os EUA, a França e a Inglaterra não fizeram todo o investimento que têm feito na Líbia desde 2011 (e talvez mesmo antes) para depois entregar de mão beijada o poder para forças políticas ligadas à velha ordem. Não querem, por exemplo, que venha alguém ligado ao pensamento político de Kadaffi e resolva fazer o que ele fez em vida, incluindo a nacionalização do petróleo líbio e outras riquezas da nação norte-africana e expulsar do território líbio as diversas bases militares de potências metropolitanas (incluindo a base de Maatinga, na época a maior base militar norte-americana no exterior). Ou mesmo tirar da gaveta o projeto do coronel Kadaffi de uma União Africana e de uma moeda africana única baseada no dinar de ouro, no que colocaria um fim à mamata das velhas metrópoles na África (assim como tocar no calcanhar de Aquiles da hegemonia norte-americana no globo, o dólar enquanto moeda de troca internacional). Isso para não falar do fato de que uma nação como a Líbia, dentro do sistema de poder vigente no mundo atualmente, entra apenas como fornecedor de matéria prima para as nações hegemônicas e metropolitanas.
5 - Como nós sabemos, a Líbia sob Kadaffi chegou a ser país africano com o maior IDH, chegando a superar inclusive algumas nações da Europa. Essas são as maldades de Kadaffi a seu povo: não havia conta de luz na Líbia, o preço da gasolina era o equivalente a cerca de R$ 0,35, recém-casados recebiam do governo o equivalente a US$ 50 mil para comprar casa e iniciar vida familiar, créditos bancários dos bancos estatais eram sem juros, o governo fornecia uma casa própria ou apartamento para cada família, agricultores iniciantes recebiam terra, casa, equipamentos, sementes e animais de graça, entre outras. Isso para não falar da Construção do Grande Rio Artificial, que transportava água dos lençóis subterrâneos do rio Nilo para as cidades e agricultura e assim irrigando parte do deserto. Inaugurado em 14 de julho de 1991, era chamado de a “oitava maravilha do mundo” pelos líbios e foi destruído em 2011 por meio de bombardeios ordenados pela OTAN. Hoje, sabe-se que em solo líbio há leilões de escravos negros.


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